O fracasso da base gremista

Para que serve a base gremista? Há um investimento pesado na formação de jogadores, mas os resultados têm sido pífios.

O parceiro Francisco Coelho, que acompanha as categorias de base do Grêmio com lupa, informa que o clube só venceu uma competição, foi na categoria sub-15. No restante, outras nove, o Grêmio foi derrotado.

A política da base gremista foi derrotada, esmagada, triturada, humilhada.

E o ano começa com fiasco: eliminação na primeira fase da Copa SP.

Agora, atribuir à atual gestão esse retumbante fracasso é injusto e desonesto. Mas também é injusto e desonesto isentar o atual comando do clube – a partir da presidência até os dirigentes do amador – de qualquer responsabilidade.

Os frutos do trabalho atual serão conhecidos, realmente, mais adiante. Há o risco, porém, de que não amadureçam ou, pior, apodreçam, no meio do caminho.

Diante dos resultados ridículos da temporada que passou, cabe ao presidente Koff e seus comandados fazerem um diagnóstico exato do que está acontecendo e tomarem as providências necessárias, se for o caso, o mais rápido possível.

Sei que o trabalho, o foco principal, é formar jogadores para os profissionais, não conquistar títulos.

Mas é inegável que a conquista de títulos, as taças erguidas com brilho nos olhos e orgulho no peito por vestirem a camisa tricolor, contribui para forjar atletas com espírito vencedor.

Aqui, à distância, sem sequer conhecer os nomes de quem dirige a base e como ela está estruturada, não tenho condições de avaliar quais mudanças devem ser feitas. Mas está claro que algo precisa ser feito.

É lamentável que, apesar de todo o dinheiro que imagino seja investido na gurizada, foi preciso apelar para a base do Juventude para reforçar a equipe titular.

Se não sabem o que deve ser feito, que contratem os dirigentes da base do Juventude.  Simples. Sem intermediários.

Já não há colorados trabalhando no Grêmio? Então, que mal tem em buscar gente do parceiro da Serra se a questão é competência e capacidade de trabalho?

O importante é que algo precisa ser feito.

Pelas histórias que ouço aqui e ali, a base é e sempre foi um terreno fértil para todo tipo de esquema.

Por exemplo, o guri promissor, não raro, é dispensado porque ao chegar se recusa a assinar contrato com este ou aquele empresário. Então, ele volta pra casa e vai tentar em outro clube, onde talvez receba a mesma ‘ proposta’. Ou talvez se desiluda e vai estudar.

Sei de um jogador, que anda por aqui, que só foi convocado para uma seleção de base do Brasil depois de trocar de procurador/empresário.

Sei que o comando da base é sempre muito disputado pelas facções gremistas. Sem entrar no mérito, hoje, inclusive, há um ex-dirigente atuando forte para colocar um amigo – que até já prestou bom serviço ali- nesse posto.

Independente das disputas, aliás legítimas se imbuídas das melhores intenções, penso que a principal medida é impor padrão de excelência em honestidade e transparência nas categorias de base, onde empresários costumam atuar com desenvoltura, por vezes em cumplicidade com gente do próprio clube. E isso, pelos relatos que recebo, estaria acontecendo em todo o País.

Só que alguns vencem competições e formam jogadores, outros não.

IMPRENSA

O competente Vitor Rodriguez não ficou muito tempo desempregado. Dispensado sem qualquer explicação – enxugamento da folha de pagamento? Faz-me rir -, Vitor está a caminho do Rio.

Vitor, com quem trabalhei por um breve período no Correio do Povo, será assessor de imprensa do Flamengo.

Mais uma prova de que o trabalho honesto e eficiente sempre é recompensado.

É o Grêmio reforçando um forte rival na Libertadores. Já foi o Elano, agora vai o Vitor.

Enfim uma boa notícia

Quando tudo parece imerso na escuridão, eis que uma boa notícia ilumina minha noite: o Rennes quer contratar Barcos.

Só esse fato merece ser saudado. A cereja do bolo é que o clube francês ainda quer pagar por esse argentino – vejam só -, que se revelou um grande marqueteiro e um profissional inconfiável ao tornar pública a questão dos atrasos salariais em plena reta final do Brasileirão.

Então, por mim já vai tarde. E olha que eu gostei quando anunciaram sua contratação.

Só não estou gostando muito de uma situação: liberar os medalhões para adversários na Libertadores e ainda pagando a metade dos salários. Elano está indo assim para o Flamengo.

Já começo a imaginar o Elano se preparando para cobrar uma falta frontal, a poucos metros da grande área, aos 45 do segundo tempo. Se é para continuar pagando a metade de Elano, melhor ficar com ele.

O mesmo vale para Zé Roberto. Se querem levar esses dois, que paguem seus salários integralmente. É o que eu penso.

Agora, por trás dessa limpa de figurões do vestiário está, a meu ver, claramente,  a ideia de facilitar o trabalho do noviço Enderson Moreira.

Qualquer aprendiz de dirigente sabe que um treinador com o currículo de Enderson seria engolido pelas cobras criadas. Se Luxemburgo e Renato tiveram dificuldades, imaginem o Enderson.

Então, temos o seguinte: o Grêmio perde em experiência e qualidade técnica, fica com um time mediano até prova em contrário, mas seu treinador terá melhores condições de conseguir o tal ‘comando do vestiário’.

Só espero que não seja um comando como o do Dunga, tão festejado por uns e outros da crônica esportiva, que alardeavam a tranquilidade que reinava no vestiário colorado. Ficamos sabendo recentemente que Damião sequer dirigia a palavra aos estrangeiros do grupo. E isso é só a pontinha do iceberg.

Assim, de negócio em negócio, a direção do Grêmio vai reduzindo a dívida e tornando o clube mais viável.

O problema é que o time continua insuficiente para conquistar a Libertadores.

Resta esperar que alguns guris, como o Lucas Coelho, por exemplo, deslanchem.

REFORÇO

No momento em que escrevia essas linhas, o Grêmio anunciava a contratação do meia Alán Ruiz. Pelo jeito, trata-se de um bom reforço. Este é o meia que o Grêmio traz para praticamente fechar o grupo.

http://www.gremio.net/news/view.aspx?id=16960&language=0&news_type_id=4

Grêmio: a crise e o vazamento de informações

A situação financeira do Grêmio é alarmante.

Só não é mais alarmante que a facilidade com que os números da crise são transmitidos à imprensa ao pé do ouvido de cada repórter ou colunista por gente que parece mais preocupada em ficar ‘de bem’ com jornalistas, mesmo que isso signifique expor o clube.

Hoje, há mais informantes da imprensa por metro quadrado no Olímpico do que veranista à beira-mar de Capão da Canoa num domingo ensolarado de verão. Diante disso, penso que após cada reunião o presidente poderia convocar os setoristas e passar de uma vez todas as informações, que hoje pingam a conta-gotas e deixam o torcedor aturdido e assustado.

Bom seria se fosse, como pensam alguns, pura invenção da imprensa ‘vermelha’. O fato é que a situação é realmente crítica.

A direção do Grêmio, segundo foi passado aos meios de comunicação, vai trabalhar para o clube não entrar em colapso, buscando viabilizar o pagamento em dia dos salários e demais compromissos.

Os torcedores com mais de 40 anos já viram o Grêmio – e também o Inter – passar por períodos terríveis em que não havia dinheiro em caixa nem pra comprar papel higiênico.

Um dirigente colorado, Gilberto Medeiros, assumiu a presidência do Inter nos anos 80 dizendo que chegava para ‘pagar títulos, não ganhar títulos’.

O próprio presidente Fábio Koff assumiu o clube na década de 90 com os cofres raspados. Acabou campeão da Libertadores e só não foi bi mundial por essas coisas do futebol.

Lembro que certa vez o Grêmio contratou Adilson porque ele foi o único que aceitou receber um salário muito abaixo do mercado por gratidão ao clube. Um salário que outro técnico, figurinha fácil, recusou de pronto.

Então, pelos números vazados, a situação é realmente grave.

Eu só não estou em pânico, ainda, porque acredito na competência de Koff e seus companheiros.

Creio que é possível cruzar esse mar bravio, de ondas assustadoras, com união, trabalho, serenidade e maior discrição.

Se for para passar informações, que elas sejam transmitidas formalmente pelo comandante máximo do clube.

É importante que o torcedor tenha consciência do que está acontecendo, mas oficialmente.

Uma das coisas que a torcida mais detesta é saber da ‘desgraceira’ por jornalistas, muitos dos quais ela vê como ‘colorados ondeiros que estão se deliciando com a crise do Grêmio’.

É interessante como esses gremistas que gostam de passar informações à imprensa – que está no seu papel – ainda não se deram conta disso.

SUGESTÃO

Se o quadro financeiro é tão tenebroso, por que não lançar uma campanha para arrecadar recursos junto aos torcedores em vez de ficar entregando parte de jogadores promissores?

Poderia ser aberta uma conta num banco, o Banrisul talvez, e conclamar a torcida a depositar determinada quantia, a partir dos 10 reais.

Outra ideia seria lançar um plano de sorteio, sem grandes premiações. Quem sabe cadeiras em locais nobres, isso se a OAS permitir.

A torcida do Grêmio é grande demais.

O Grêmio é grande demais para se encolher assim, reforçando adversários da Libertadores em troca do pagamento de metade do salário de alguns dos seus jogadores mais talentosos e experientes.

Liberar só com ônus total para o clube interessado, isto sim.

O que não pode é continuar esse discurso do coitadismo. A situação está feia, e todos sabem por que, mas chega de lamúrias, intrigas e transferência de responsabilidade.

Afinal, além de tudo, há uma Libertadores pela frente.

Grêmio em busca de um meia

O Grêmio busca um meia para ser titular.

Com isso, fecha o grupo para a Libertadores, a não ser que algum fato novo ocorra e obrigue nova ida ao mercado.

Conforme apurei, o meia precisa ser articulador, combativo e criativo. Meia tipo jarra, com mãos na cintura enquanto os colegas marcam, está fora do cogitação. Douglas, portanto, sem chance.

Um exemplo do que é pretendido: Everton. O meia foi destaque ao Atlético Paranaense na Copa do Brasil e no Brasileirão. Estava emprestado pelo Flamengo, para onde retornou e assinou contrato por quatro anos.

O Grêmio quer um meia assim, com essas características. Não é fácil, mas uma garimpagem cuidadosa sempre é capaz de encontrar uma pedra preciosa.

Quem quiser colaborar com o clube pode encaminhar sugestões aqui para o Boteco.

O jornal Zero Hora talvez até já tenha publicado no nome do jogador pretendido. Afinal, dias atrás abriu duas páginas citando 100 jogadores que poderiam entrar nos planos da dupla Gre-Nal.

Quando li o título da matéria não pude deixar de lembrar desses livros tipo ‘1001 filmes para assistir antes de perder a visão’ ou ‘1001 lugares para conhecer antes de partir desta para melhor’.

É claro que, estando em férias em algum canto do litoral catarinense, não me detive nos nomes citados. Havia coisas melhores a fazer, vocês sabem.

O fato é que esse tal meia vai fechar o grupo, o que me soa como ameaça.

Vejamos: o time começa o ano com problemas nas laterais. Nas duas laterais. Pode ser que Wendell confirme as qualidades exibidas nas vezes em que entrou no lugar de Alex Telles. É uma possibilidade, até forte, mas até prova em contrário apenas uma possibilidade. Assim, a lateral-esquerda estaria suprida.

Mas e a direita? Pará, pelo visto, segue mais firme que essas rochas assoladas pelas ondas do mar. E isso é desestimulante, para não escrever broxante. Por que não começar dando chance para o Tinga?

Na zaga, não vejo maiores problemas.

O meio de campo está bem de alternativas, mas não empolga. Até porque falta esse meia que todos os gremistas sonham, um Maradona em pedra bruta à espera de ser descoberto e lapidado.

Sei que muita gente torce o nariz para Edinho, mas é o tipo de jogador que pode ser útil numa Libertadores. Penso que o time precisa mesmo de um jogador com mais imposição física nessa zona do campo, alguém que compre briga pelo torcedor em campo.

Na frente, a grande preocupação.

Vou fazer duas previsões:

Kleber vai trombar muito com os adversários, reclamar demais do árbitro até levar cartões, vai marcar poucos gols e sem dúvida irá dar boas entrevistas.

Barcos vai começar empolgante, fazendo gols e dando assistências geniais, irá tapar um dos olhos no gestual ‘pirata’ e irá visitar crianças nos hospitais, sempre com a mídia por perto. Depois, irá cair de rendimento e irão surgir especulações de que está brigado com o técnico (como foi com Luxemburgo) ou então prejudicado pelo esquema, como com Renato. Por fim, com ar consternado, dará entrevistas comentando sobre salários em atraso.

Ah, Barcos ainda irá lamentar não ter sido convocado para disputar a Copa pela Argentina – sim, ele acredita que isso possa acontecer -, podendo até entrar em ‘depressão’, o que seria outra desculpa para sua inevitável queda de rendimento.

A salvação é Lucas Coelho deslanchar e Mamute provar que seu destino não é sair do juvenil direto para o time veterano.

Agora, desses jovens todos que estão no Olímpico/Arena, esperança mesmo tenho no Jean Deretti. Mas posso me quebrar, como já aconteceu tantas vezes.

Sobre o goleiro: Dida não fará falta. Ele foi muito bem no Grêmio, mas Marcelo Grohe reúne todas as condições de marcar história como um grande goleiro. Fora isso, há ótimos suplentes para a posição.

A respeito do técnico Enderson Moreira não opino mais. O que eu tinha a dizer já foi dito. Espero estar errado mais uma vez.

2013/2014

Acabei de retornar do litoral catarinense. Viajei no dia 25 pela manhã para fugir de engarramentos. Estratégia perfeita. Prova que sou mesmo um estrategista. Voltei há pouco.

Doze km antes de chegar à ponte de Laguna, parei. Tudo parou. O tempo parou, o vento parou. Engarramento gigante no meio da tarde. Aí, ví um caras pegando a marginal. Fui atrás. Acabei entrando numa estrada que leva à praia do Sol. Uma praia pequena, que eu não conhecia.

Dalí, peguei uma estrada de chão batido, uns 10km, até Laguna.

Cruzei a cidade. Tentei pegar a balsa para o farol de Santa Marta. Fila gigantesca. Solução: voltar à BR 101, agora pela avenida principal de acesso à Laguna. Pensei que enfrentaria fila quilométrica para acessar a estrada. Que nada. Foi tranquilo. Em minutos cruzamos a ponte. Depois, foi barbada.

Chegamos, eu e a patroa, no começo da noite.

Bem, estou voltando, devagar, quase parando, como alguns trechos da BR101.

Agora, depois de beber um vinhozinho pra relaxar, abro a caixa de emails e deparo com esse texto muito oportuno do botequeiro Roque Fernando, que trata de uma das tantas preocupações dos gremistas.

‘Parafraseando Humberto Gessinger, 30 de dezembro é sempre igual ao 1º de janeiro em sua música Amanheceu em Porto Alegre. Quando nada mais poderia haver em termos de desvalorização do patrimônio do Grêmio, eis que a direção surge com uma pérola: O Centro de Treinamentos do Bairro Humaitá não é bom. Foi-se desculpas para cá e para lá, e a localização não é boa. Não pensaram que é próximo da Arena de todos os males. O custo é de R$ 15.000,00 mensais.

Se cairmos na grenalização, alguém deverá perguntar se o Internacional de Porto Alegre paga alguma coisa, afinal, o lago Guaíba cobre tanto a Padre Cacique como Humaitá. Eu não tenho informações geográficas nem sou expert em análise de terrenos para saber por que na extensão de um rio/lago se cobra de um lado e do outro se consegue doação deste terreno. Alguém vai me explicar ainda. Que seja. Maso que eu tenho certeza, é que muito boteco teve que sair de do calçadão de Ipanema, pois segundo a administração municipal nada pode interferir naquele espaço.

O que anda me chamando atenção e me deixado triste, é que em nome de uma vaidade se trate um assunto desse porte, digo de economia direta do clube de forma tão baixa. Pois neste mesmo espaço poderia haver patrocínio que tranquilamente poderia cobrir os R$ 15.000,00 reais do aluguel e dar lucro. Talvez os experts em marketing não consigam dimensionar que o investimento na Arena possa estrar atrelado à manutenção do CT. Mas não, os diretores do meu time vão no Jornal com mais repórteres isentos por metro quadrado para simplesmente detonar o que poderia se tornar produtivo e rentável.

O assunto CT do Grêmio poderia ser tratado reservadamente,e eu não teria que ter o desprazer ver o termo “CT fantasma” escrito por um repórter imbecil que denegriu a Arena em rede nacional pelo Sportv. Estava escrevendo o texto quando li o Corneta do RW, hoje 02/01/2013, que pinçou a mesma coisa no seu blog referente ao repórter da pipoca.

Mas estou chegando a uma conclusão: os repórteres são mesmo isentos. Não são isentos os diretores que denigrem e afundam o Patrimônio do Clube simplesmente por que fulano A ou B pertence à outra facção no clube. Não escrevo como um repórter que na maioria das vezes, escreve bem. Entretanto, quero demonstrar a minha total insatisfação com a administração atual do clube.  Não estou aqui pra defendera gestão passada e nem tenho esse autoridade ou fui incumbido para isso. Só estou vendo que tudo o que esta ligado a Arena a gestão atual encontra um defeito, um problema e vai público e joga a m…. No ventilador.

Cada vez mais eu vejo que atualmente as pessoas que dirigem o clube não estão dando a devida grandeza e seriedade que a Instituição Grêmio merece. Contratar mal faz parte, é do jogo, contudo, mexer e denegrir a imagem atual do clube que fez um contrato e não adianta vai ter que cumprir é dar um tiro no pé. Estão fazendo sangrar lentamente a Instituição. Só que ao sangrar o oponente estão fazendo isso com o clube. Evidente que o objetivo disso é político.

O Grêmio não esta por acaso há 12 anos sem titulo. A explicação existe pra isso: é a maldita vaidade que fez um anjo cair e que esta fazendo o Grêmio ir pelo mesmo caminho. Aliás, o Grêmio já caiu e levantou porque se arrependeu de seus atos. Agora parece estar indo pelo mesmo caminho voltando a cometer os mesmos pecados que o diminuíram.

A história do homem campeão do nosso maior título também vai ser confundida com a dispensa do Roger auxiliar técnico, do novo técnico com história no Inter, no seu auxiliar que também jogou no Inter. Ia me esquecendo do preparador físico que também tem história no clube vermelho.

Incrível, mas se o Grêmio ganhar essa libertadores, os colorados vão dizer que só ganhou um título porque passou pela comissão técnica vermelha. Brincadeiras à parte é uma ironia muito grande para eu aguentar. Estou torcendo pela comissão técnica e o time é o que me sobrou. Mesmo sabendo que a diretoria será laureada se ganhar a disputa sul-americana. A diretoria vem me decepcionando com a sua expertise em tratar os assuntos financeiros do clube. Não adianta responsabilidade fiscal, diminuição de salários e austeridade quando tudo o que se planta agora é menos confiança no clube.

Se ganhar a oposição no Grêmio veremos literalmente a mesma coisa. Salvo se houver outro candidato fora o circulo viciado. Quem é que vai investir num clube que muda tudo ao sabor do vento. Que constrói um CT 1,5 meio depois e vem outra diretoria dizendo que tudo aquilo que foi feito antes não presta e vamos começar do zero de novo. Eu estou broxado. A direção tem contribuído em grande parte para a desconfiança, sendo que pela estrela do homem que nos dirige hoje, parece ter sucumbido aos problemas estruturais e viciantes que tem regido o clube independente de nomes nos últimos 12 anos.

Esperar bandeira branca como alguns me mencionaram e outros que também acenaram dessa forma por aqui, depois de algumas discussões virtuais no boteco, pode parecer muito piegas, mas nunca como hoje, o Grêmio precisou tanto de pessoas simples e desprovidas de egos’.

Feliz festas aos botequeiros e botequeiras

A todos que frequentam este boteco um Feliz Natal e um 2014 pleno de realizações.

Estou saindo para descansar um pouco.

Férias coletivas no Boteco.

Agora, quem quiser postar algum comentário é só mandar para o meu email.

Talvez eu escreva alguma coisa antes da Virada.

Pra que ninguém fique de olho grande, prometo que manterei o Boteco aberto mesmo ganhando a Mega da Virada, que, como todos nós sabemos, irá para algum pequeno município do sertão.

Mesmo assim, não deixo de apostar.

Afinal, como dia o sempre Plantão das Multidões, o gremistão Antônio Augusto, ‘fora do jogo não há salvação’.

Se há ou não salvação, não sei, mas sempre que posso faço o meu joguinho.

Se eu ganhar sozinho, vou investir em alguns jogadores de ‘talento’. Por exemplo, Marco Antônio e Léo Gago, entre outros. Compro todos eles e empresto para o Inter, de graça.

É isso, boas festas a todos vocês que me motivam a seguir escrevendo.

Ah, bebam com moderação, lembrando sempre que a vida segue.

E que é bom viver, mesmo sem título há doze anos.

OBS –  A foto que ilustra este post foi tirada em Lisboa, autoria do Mario Westphalen. É a 1983 ganhando o mundo.

Edinho, Renato e as cadeiras fantasmas

Ainda intrigado com a contratação de Edinho, decidi buscar informações para saber por que a direção gremista decidiu investir no volante.

Além de ser um jogador questionado, Edinho já não é mais guri. Completa 31 anos em janeiro.

Diferente do que eu imaginava, o técnico Enderson Moreira não indicou o ex-volantão colorado. Foi informado e aprovou a vinda.

A decisão foi do núcleo forte da diretoria, a partir do entendimento que o Grêmio precisa mesmo de um jogador com o perfil de Edinho: liderança dentro de campo, capacidade de marcação e de ‘chegada’ na arbitragem.

Com Edinho, os dirigentes avaliam que os meias poderão ficar mais liberados para atacar, para chegar ao ataque sem tanta preocupação em marcar, como aconteceu neste ano.

Teremos, portanto, um Grêmio mais leve e atrevido do meio para a frente. Talvez com isso Barcos volte a ser goleador.

Nesse aspecto, passo a concordar – não que isso tenha alguma importância – com a contratação de Edinho, que está na origem de uma nova formação tática do time.

Contribui para a minha mudança de atitude em relação a Edinho o fato de que o Grêmio teve dois volantões de muita raça e dedicação quando foi campeão da Libertadores: China e Dinho.

É preciso ser considerado, ainda, que a troca de camisa de Edinho irrita e preocupa a maior dos colorados, da mídia e fora dela.

Fora isso, tenho uma quedinha por cabeça-de-área competente.

RENATO

Em minhas andanças, acho que descobri a verdade sobre a saída de Renato. Não foi só pelo dinheiro. Na real, o dinheiro ficou em segundo plano.

Renato aceitaria continuar por um salário mais próximo do teto do clube. O que mais pesou para o desacerto foi saber que não haverá grandes investimentos em jogadores diferenciados em função do custo.

Renato, então, lembrou que saiu meio chamuscado do Grêmio em 2011 porque não foi formado um time à altura da grandeza da Libertadores – Jonas inclusive foi embora.

O grande ídolo de parte da torcida gremista refletiu e concluiu: não vou me queimar de novo.

E partiu para outra.

ARENA

Coloquei no tuíter, sábado, uma informação que exclusiva – mais uma, a anterior foi a notícia sobre Marseredian – que será notícia nos próximos dias na mídia formal.

Sabem aquelas 1.400 cadeiras fantasmas? Pois o Grêmio, depois de uma árdua negociação com a OAS, conseguiu ressarcimento.

A empreiteira vai pagar R$ 10 milhões em troca das cadeiras prometidas e não entregues.

Quer dizer, aos poucos as coisas vão se ajustando.

WELLINGTON PAULISTA

Se o Grêmio amontoa volantes, o Inter amontoa centroavantes.

Juntando He-Man, Scocco e W. Paulista não dá um Leandro Damião da fase pré-propostas milionárias que nunca se confirmaram mas que abalaram o jogador.

Agora, W. Paulista é um perigo. Não tem jogo que ele não marque gol no Grêmio.

Renato tentou ser moderno no Grêmio

Mauro Pandolfi dá outra excelente contribuição ao Boteco, que é mais liberal que baile funk e ‘zona’ de cidade do interior.

Acompanhe, é longo mas vale a pena. Ah, concordo com a análise que o Mauro faz sobre a passagem (vitoriosa) de Renato por aqui. O tempo vai provar o quanto Renato acertou em sua proposta de futebol:

“É um texto tardio. Relutei em enviá-lo. Mas… vamos lá!

O Ilgo perguntou algo sobre Renato. O que ele fez? Uma coisa assim. Poxa! Juntei os meus botões, li textos, parei, reli, tentei analisar, reanalisar o Grêmio de 2013. Dida foi discutido o ano inteiro. Ora, falhava e Marcelo Grohe ressurgia. Quando salvava, tornava-se personagem do gênio-idiota da penúltima página. Pará foi tosco, bisonho e Alex Telles – ganhou a Bola de Prata e eleito o melhor do Brasileirão – não sabia cruzar.

Sacrificamos zagueiros a temporada toda. Salvou-se Rodolfho. Quando Fernando foi embora – sofreu com várias críticas neste boteco – abriu-se um caminho antes nunca percorrido. Entraram vários. Adriano sucumbiu com sua limitação. Sousa, Riveros e Ramiro tentaram suprir a ausência com dedicação, qualidade tática e técnica. Porém, foi difícil ser volante meia o tempo todo.

Zé Roberto e Elano provocaram duelos verbais neste espaço. Foram mais eficientes fora do que no campo. Os guris, tentaram, apagaram, não deixaram rastros. Onde estão os Bitecos e o Calyson? E, o ataque! Ataque? Existiu? Deram uma frota por Barcos que naufragou. Era o craque, foi tratado como tal, o símbolo de uma era. E, do pirata sobrou apenas o tapa olho, o olho de vidro e a caveira. E, a perna de pau? Não vou fazer esta maldade.

O gladiador bateu, caiu, deu bundada, caiu, brigou, caiu, xingou o juiz, caiu, chutou, caiu. Foi assim o ano inteiro. O veloz, criativo Vargas fez turismo em Porto Alegre. Máxi virou esperança. Lucas Coelho, Mamute, Paulinho foram motivos de piadas, chacotas, culpados pela eliminação da Copa do Brasil neste boteco. Sobrou pouco, muito pouco, quase nada no elenco do time. É isto que deduzi pelas colunas, comentários, pitacos neste espaço.

Agora, o time? Foi do moderno, ao comum, passou pela falta de padrão e acabou na retranca. Um sistema que preferia defender, utilizando triangulações pelos lados, com cruzamento medidos. Alguns – poucos, verdade! -, viram assim. A maioria enxergou um time mal escalado, defensivo e só atacava a base do chutão. Um timeco igual aquele da turma do lago.

Na segunda-feira acompanhei o julgamento da virada de mesa. Pelo que li no boteco, achei que o tricolor beneficiado era o Grêmio. Mostraram a tabela na tevê. Nós fomos vice-campeão! Segundo! Tratamos o nosso time como se fosse rebaixado ou segurado numa ponte que quase partiu.

O que queremos? A Arena parecia um estádio europeu, lotado, com cânticos, vaias. Parecíamos o Bayern ou o Barcelona. Nunca vi Messi ou Ribery. No banco não estava Guardiola ou Mourinho. Na arquibancada, aqui no boteco, eramos torcedores destes times. Cobramos, exigimos desempenho na altura de Barcelona e Bayern. Estamos longe, muito longe, distante demais. Quero título. Mas reconheço os nossos limites.

Renato é o meu ídolo. O ponta moderno, destruidor é o meu preferido da história gremista. Aprendi a gostar do treinador. Não é um mero motivador. Está em transformação. Mudou muito nas duas passagens. Mostrou-se mais tático. Fez um trabalho espetacular no Grêmio.

Entretanto, leio nos blogs, nos comentários, nas colunas, escuto nas rádio, críticas exacerbadas sobre o trabalho. Não treina e levou um nó tático de vários técnicos. Mancini, disseram muitos, foi um deles. Na decisão contra o Flamengo, a câmera flagrou Mancini orientando o time: “Vamos, porra!!” Ótimo, este Mancini! Péssimo o Portaluppi e sua falta de esquematização. Renato tornou-se um pária nos comentários. Um Celso Roth – este, também, exageradamente demonizado – com grife. Ele nos deu uma bela lição na carta de despedida. Agradeceu, nos elogiou e disse até algum dia. Nós, os gremistas, estamos dizendo: “até nunca”! Boa sorte, Renato.
Não conheço Anderson Moreira. Estou como um gremista goiano quando o Grêmio buscou o Silas. E, Silas era ótimo. Não suportou a pressão, o desespero, a intolerância e o mau humor dos gremistas. Perdeu-se e foi devorado, sem dó, nem piedade.Tenho confiança no Moreira. Espero que a direção, também, tenha confiança. Boa sorte, Moreira!

A vida, meu caro Ilgo, tem as pequenas alegrias. A felicidade está no sorriso do filho, no beijo da mulher amada, na derrota de um canalha. Torci pelo Raja. Vibrei com a vitória. Porém, fiquei impressionado com a idolatria do Ronaldo Assis. Nunca tinha visto isto. A derrota do Galo é um recado ao futebol brasileiro. Estamos longe, perdido no tempo e espaço, suspiramos por um futebol ultrapassado, equivocado e sem futuro.

Renato tentou ser moderno no Grêmio. Compactou o time, armou triangulações, buscou velocidade e esbarrou “nos detalhes tão pequenos” do ataque: os gols que Barcos, Kleber e Vargas sonegaram.

Sonhamos, ainda, com um dez. Estão por aí. Ganso, Zé Roberto, Ronaldo Assis encantam. Não participam do jogo, flutuam, aparecerem, somem e escondem-se nos momentos decisivos. Não há mais lugar para o velho dez. O jogo pede intensidade, bravura, empenho e decisão. O time precisa de um jogador de noventa minutos. O de um lance só, acabou. Você só o encontram nos livros antigos, nos velhos manuais ou na memória de um saudosista. O tempo é devastador. Nada sobra quando o novo sai debaixo do sol. Agora, o velho dez só é destaque nos jogos perdidos do you tube. Cruel? Sim, muito cruel! Mas, é o futebol, a vida.

Estou saindo de férias. Um Feliz Natal para todos os botequeiros e um 2014 vitórioso para o nosso Grêmio. Tenho fé, esperança no renascimento do futebol. Agradeço o espaço, as palavras, os comentários sobre meus texto. Obrigado!”

MAURO PANDOLFI

Mahrseredjian confirmado: o Boteco já sabia

Quem frequenta o Boteco sabe antes. No dia 13, enquanto parte da mídia perdia tempo com Paulo Paixão, eu fui atrás da informação correta, quente, e descobri que Fábio Mahrsededjian estava sendo contratado pelo Grêmio. Quando escrevi a notícia faltavam alguns detalhes.

É um grande preparador físico. Este sim um grande reforço, um nome à altura dos desafios de um grande clube, de um clube que irá disputar a Libertadores.

Notícia publicada nesta tarde pelo Grêmio:

http://www.gremio.net/news/view.aspx?id=16931&language=0&news_type_id=4

Texto publicado aqui no dia 13:

http://botecodoilgo.com.br/?p=3770

Biscateiro de pequenas alegrias

Eu ando me sentindo como o biscateiro da minha zona. Ele vive de pequenos serviços para sobreviver. Arruma um trabalho aqui e outro ali, e vai levando a vida.

Hoje, sou um biscateiro emocional, ao menos no futebol. Vivo, ou sobrevivo, de pequenas alegrias.

São pequenos momentos que me deixam muito feliz, eufórico até.

São momentos que fazem-me acreditar que posso deixar as trevas de frustrações onde mergulhei nos últimos doze anos para ganhar a superfície luminosa das vitórias e das grandes conquistas.

Assim, quando o Grêmio belisca um título importante, conquistando um vice com muito sacrifício, jogando com bravura e indignação que sobravam na década coruscante de 90 e que Renato conseguiu resgatar, embora sem o mesmo futebol rutilante daqueles anos, eu sinto essa pequena alegria.

Agora, quando esse lampejo de felicidade é seguido de ações que apequenam o Grêmio com a desculpa de que não há dinheiro – e daí, nunca houve mesmo e ainda se esbanjou dinheiro como se as cédulas nascessem em pés das pitangueiras que abundam, ops, em Porto Alegre – aí  a depressão é inevitável. No meu caso, depressão acompanhada de revolta e indignação.

Foi tão difícil conquistar a vaga direta na Libertadores que é revoltante ouvir as vozes conformadas que oriundas do velho Olímpico dos discursos inflamados de um Hélio Dourado e até mesmo do Fábio Koff denunciando o esquema Parmalat, hoje anunciar um técnico sem a estatura de um clube que sempre entra – ou entrava – na Libertadores para brigar, e brigar mesmo, pelo título.

Quando aquele Grêmio do Felipão seria expelido da Libertadores da maneira apática como ocorreu neste ano com o glorioso Luxemburgo? Nunca. Jamais. Não aquele Grêmio.

A vida é mesmo como uma montanha russa. Em meio ao processo depressivo, eis que o Raja Casablanca me surpreende e elimina o time do RG. Quando liguei a TV, não sabia o resultado: só deu tempo de ver a bola chutada entrando e o narrador dizendo que o jogo estava em 1 a 1.

Vibrei no fundo do abismo emocional onde me encontrava. E parei para ver o resto do jogo. RG deu um balãozinho tipo foca amestrada no meio do campo, bem longe da área. Depois, errou meia dúzia de passes seguidos. Cada erro, um sorriso meu.

Por outro lado, o ‘Montauri’ acabava com o jogo com vitalidade, categoria, visão de jogo, talento.

No final, a derrota de RG. Só não fiquei mais feliz porque a imagem do Cuca com expressão de incredulidade e frustração foi tocante.

Mesmo assim, foi mais uma pequena alegria.

Uma alegria que aumentou quando o narrador da TV lembrou Mazembe e Inter em 2010, esta sim uma imensa alegria, tanto que criei as cervejas Mazembier e Kidiaba.

O fato é que o narrador foi cruel, muito cruel com os colorados.

Mas foi outra pequena alegria, talvez a última que terei no futebol por um bom tempo.

Grandes alegrias, então, só por milagre.

Não dizem que acontecem milagres no Natal?