Roger ganha opções para o time titular

O que eu mais gostei do jogo contra o Lajeadense na Arena, além da vitória por 3 a 0 que confirma o Grêmio na liderança do Gauchão, foi ver Lincoln desbancar Douglas da função de cobrador oficial de escanteios e faltas.

Salvo engano, Lincoln cobrou a maior parte das bolas paradas, senão todas.

É um indicativo forte de que está assumindo a titularidade, criando um agradável problema para o técnico Roger Machado.

Há um lance emblemático ainda no primeiro tempo: Douglas e Lincoln posicionados junto à bola, lado direito de ataque, perto da grande área. Quem vai bater a falta? Os dois cochicham. Lincoln se afasta. Tudo indica que Douglas irá bater. Afinal, tempo de serviço ainda conta. Mas Douglas abre espaço para Lincoln, que cobra sem a qualidade habitual, talvez intimidado com a proximidade do veterano meia.

O importante é que Douglas, mesmo conhecendo a campanha nas redes sociais a favor de Lincoln, foi generoso. Teve um comportamento exemplar, e até jogou bem. Não tenho dúvida de que o time renderia mais com Lincoln na função de Douglas. Nos minutos finais, isso aconteceu.

Então, é Lincoln ocupando espaço, devagar e com solidez, e isso é o que importa. Ter Lincoln com toda a confiança, afirmado, para enfrentar a aspereza dos jogos da Libertadores, em especial o confronto contra a LDU. 

O Gauchão é um objetivo, claro, mas secundário. Serve essencialmente para experiências visando armar uma equipe forte para buscar o tri da América. Nesse aspecto, os resultados são dos melhores.

Roger já viu que pode contar sem medo com Lincoln.

Nesse jogo, Lincoln atuou com liberdade, normalmente pelos lados de campo. Teve alguns bons lances, mas não chegou a ter protagonismo, até porque este coube a Douglas.

Pedro Rocha é outro que está evoluindo e é uma alternativa de ataque. Foi dele o segundo gol, no qual mostrou técnica e serenidade após lançamento que partiu de um adversário com Douglas no lance.

Até o centroavante Bobô está revelando mais qualidade. O gol que marcou é coisa de matador, um drible curto, seco, e um chute preciso.

Depois, entraram Henrique Almeida, que a meu ver é superior a Bobô, e o jovem Batista. Henrique mostrou que chute de fora da área é com ele mesmo. E Batista mostrou que tem estrela. Fez o terceiro gol com visão de artilheiro, tirando a bola do alcance de Lauro, de grande atuação.

Do meio para a frente o Grêmio está bem, e há opções ofensivas de peso.

Com base apenas no jogo deste domingo de Páscoa eu diria que Ramiro está ocupando bem a lateral-direita. O problema mesmo se concentra na lateral-esquerda. Marcelo Oliveira decididamente vive um inferno astral.

Ele está fora contra a LDU. Roger não pode perder mais tempo. Precisa encontrar alguém para a posição. Insistir com Hermes e/ou improvisar alguém para o lugar. Alguém que dê segurança ao setor. 

 

 

 

 

Lincoln em campo. Nem importa em qual posição

Está rolando na aldeia um debate que vai do nada para lugar algum. Afinal, qual a posição de Lincoln? Está aí uma perguntinha desnecessária, porque quem é bom mesmo joga em qualquer lugar, dentro dos limites de suas características, lógico.

Um ex-dirigente gremista, dos mais vitoriosos no futebol gaúcho, defende que Lincoln seja atacante. Outros garantem/acreditam que o guri vai se dar bem mesmo é na meia, um jogador que arma, organiza e aparece na área para concluir. 

Pelo que vi até agora, Lincoln tem futuro garantido tanto como atacante como meia. Mas eu, particularmente, prefiro o guri municiando o pessoal mais adiantado, mas sempre que possível se confundindo com os atacantes e até invertendo posições.

Enfim, liberdade total para Lincoln, mas com algumas atribuições táticas. Nada que tolha sua criatividade.

Então, qual a posição de Lincoln? Qualquer uma do meio pra frente. Ele gradativamente vai encontrar o seu lugar, com ajuda do técnico, sem dúvida.

Foi assim que aconteceu com Ronaldinho antes de ser ‘Gaúcho’ e proscrito pela generosa (com seus ídolos verdadeiros) torcida tricolor.

Ronaldinho, em seu começo entre os profissionais, também gerava dúvidas, mas todos sabiam que ele estava um embrião de craque. O ex-deputado, ex-dirigente colorado e ex-integrante da crônica esportiva, Ibsen Pinheiro (com quem trabalhei um tempo na editoria de esportes da Folha da Tarde), cheio de inveja, por certo, comentou algo como ‘que craque é esse que ninguém sabe qual a posição dele’.

Realmente, não se sabia ainda qual seria a melhor posição para o guri talentoso que buscava seu espaço na terra do futebol do sangue nos olhos e faca na boca.

Só havia uma certeza: Ronaldinho seria um craque renomado no mundo todo. 

Não sei se Lincoln atingirá o mesmo patamar – até acredito que sim -, mas tenho absoluta certeza que a discussão que menos importa agora é sobre qual a verdadeira posição ou função de Lincoln.

Tanto faz. O que interessa realmente é que Lincoln tenha chance de afirmar-se como titular, que ele receba as oportunidades normalmente concedidas a jogadores que vêm de fora.

Neste domingo de Páscoa, 16h, quem for a Arena verá Lincoln de perto, começando como titular.

É o tipo de situação que lá adiante, no futuro nem tão distante pelo jeito, o torcedor poderá dizer: eu vi o Lincoln de perto, ainda menino.

Não são muitos os times que contam com algum jogador que motive o torcedor a trocar o conforto do sofá por um estádio de futebol. Alguém que valha o preço do ingresso. 

O Barcelona tem pelo menos quatro desse tipo.

O Grêmio tem um: Lincoln.

 

O HOLANDÊS

Qual era a posição de Johan Cruyff? Todas que ele quisesse, respondo.

Foi um jogador fantástico. Ele jogava do meio pra frente. Mas era visto em todos os setores do campo.

Os técnicos de futebol precisam entender que não se pode impor limites geográficos aos craques.

O craque é como um poeta. Precisa de liberdade.

Cruyff era um craque técnica e taticamente. Um gênio do futebol.

Melhor que ele só Pelé.

JOGO

No jogo deste domingo contra o Lajeadense – meu terceiro time -, Lincoln é a grande atração.

Ele entra no lugar de Giuliano, lesionado.

Será que ele sairia jogando se Giuliano estivesse bem?

Bem, o que importa é que o guri joga. Douglas é mantido mais centralizado. Lincoln vai jogar mais aberto, em princípio pela direita.

Espero que possa trocar com posição com Éverton, movimentando-se sem amarras no setor ofensivo.

Afinal, jogadores como ele realmente não têm posição.

Lincoln no banco passa a ser crime ‘lesa-pátria’

Outra grande atuação de Lincoln. Outra vitória. O misto do Grêmio jogou com cara de time titular e só não goleou o Ipiranga – nome do meu time de botão nos tempos de uma juventude distante em Lajeado – porque o goleiro Carlão salvou inúmeras vezes. Em outras, faltou perícia e tranquilidade aos atacantes.

O resultado final de 2 a 1 não diz o que foi o jogo.

Se alguém acha que o Ipiranga, que estava há meses invicto em seu estádio, não é parâmetro para avaliar o potencial da gurizada, digo apenas que o time titular do Inter está jogando menos que os reservas e o misto tricolor no Gauchão.

Os próprios colorados, pelo menos os mais críticos e lúcidos, admitem isso. A esses meu conselho é de que tenham paciência, porque Argel está remontando o time. Nada de golpe no Beira-Rio. 

Hoje, ouvi um colorado dizendo: mexeu com Argel, mexeu comigo. Fanatismo também no futebol, não apenas na política.

Mas voltando a Lincoln. Ele está pronto, quem não está pronto ou já passou do ponto são uns e outros.

Comparem: enquanto os jovens talentos colorados não conseguem dar uma resposta de acordo com a fama que lhes foi dada por setores da imprensa, Lincoln atropela as desconfianças, sufoca os agourentos e desmente aqueles ‘preocupados’ em não queimar o guri mais promissor do clube, do futebol gaúcho, nos últimos tempos.

Lincoln mostrou neste domingo, em Erechim, que é titularíssimo do Grêmio. Entra sem pedir licença no lugar de Douglas ou de Giuliano.

A função deixo com Roger. Lincoln só não joga no sistema defensivo. No mais, alguém precisa sair.

Quero ver Lincoln jogando muito antes que o Barcelona o leve. O investidor colorado, o Sonda, deve estar esfregando as mãos calejadas de contar dinheiro.

Mas não foi só o Lincoln que jogou bem. Pedro Rocha, apesar de afoito nas conclusões, foi muito bem. Difícil para Roger explicar por que Fernandinho está na frente de Rocha. Éverton está afirmado como atacante rápido e perigoso.

Sobre Bobô, fica claro que ele é de outra família. Teve bons momentos no jogo, inclusive no passe para o primeiro gol, feito por Pedro Rocha. Mas ainda acho que Henrique Almeida se adapta melhor ao time.

A favor de Bobô o fato de que com Lincoln o Grêmio tem alguém que coloque uma bola mais qualificada na área, ponto a favor do ‘aipim’, que é bom no cabeceio.

No sistema defensivo, gostei de Ramiro na lateral-direita. Por enquanto, não tem nada melhor no grupo. Na esquerda, Marcelo Hermes não foi superior ao titular.  Quem sabe com uma sequência….

A volta de Wallace foi alentadora.

A dupla de área bateu cabeça, mas conseguiu ajudar a garantir a vitória. 

LESA-PÁTRIA

Lincoln fez um golaço. Seria um gol de ‘chaleira’, conforme definiu o comentarista Batista, todo comedido nos elogios ao jogador do Grêmio.

O gol de Lincoln é raro, digno de figurar em vinheta de programa esportivo.

O gol escancara a qualidade técnica, a criatividade e a naturalidade com que Lincoln, apesar de seus 17 anos.

Deixar Lincoln no banco a partir de hoje pode ser considerado crime de lesa-pátria, a exemplo de outros que estão sendo cometidos neste país e que talvez não fiquem impunes.

Time misto com cara de titular em Erechim

O técnico Roger Machado disse hoje que tem conversado muito com Lincoln. Assuntos técnicos e até pessoais. E isso desde que chegou ao clube.

Está claro, então, que ele acredita, no guri.

Talvez não ainda a ponto de colocá-lo de titular. Entendo que Roger perdeu tempo demais ao deixar Lincoln fora do time, fora do banco, mas eu acredito no trabalho do técnico. Acredito em sua seriedade e em sua capacidade de avaliar o que é melhor para o time.

Roger, a meu ver, e também de um grande número de gremistas, poderia ter dado mais oportunidades para Lincoln. Por motivos que desconheço isso não aconteceu.

Mas agora Lincoln está abrindo seu espaço no time titular, que é composto por 11 jogadores mais uns três ou quatro. Lincoln está entrando nesse bolo. A titularidade absoluta agora é questão de tempo, pouco tempo imagino.

O jogo deste domingo, 18h30, em Erechim – terra do multicampeão Fábio Koff, faço questão de enfatizar isso para alertar alguns ingratos e desmemoriados – pode abrir caminho para que Lincoln enfrente a LDU em Quito desde o início.

Até porque jogadores jovens devem ter mais condições de suportar os efeitos da altitude.

Roger aproveitou que alguns jogadores estão desgastados ou com ‘desconforto’ muscular para escalar um time misto, desistindo da ideia absurda de jogar com a tal força máxima – que hoje se vê não é tão máxima assim, porque tem titular perdendo posição -, repetindo o erro cometido no Gre-Nal.

Erro, aliás, que eu, voz quase isolada, alertei na véspera – está registrado – quando todos, ou quase todos, queriam o time titularíssimo para vencer o clássico. Temia por lesões que viessem a desfalcar o time na Libertadores, o que lamentavelmente aconteceu. E justo com um dos dois jogadores por mim citados como alvo preferencial do adversário, o Miller Bolanos.

Bem, com esse time misto o Grêmio deve somar três pontos no Gauchão, talvez até assumindo a liderança. Quero dizer que diante da campanha na Libertadores e as atuações recentes dos titulares penso que devemos valorizar mais o nosso regional para impedir o hexa do rival.

O Grêmio deve jogar com Grohe, Ramiro, Geromel, Fred e Marcelo Hermes; Wallace, Maicon, Lincoln, Pedro. Rocha, Éverton e Bobô. 

Gosto dessa escalação.

Saúdo a volta de Wallace, que devolve ao time a qualidade perdida.

Ramiro e Marcelo Hermes estão ganhando posição. Nem tanto por seus méritos, mas pela ineficiência dos que vêm jogando nas laterais. Prefiro o Kaio no lugar do Ramiro, mas Roger conhece melhor os dois jogadores.

Do meio para a frente só falta um: o Luan, que entraria no lugar de Bobô.

Nesse jogo, aliás, eu escalaria Henrique Almeida, que não é tão dependente quanto Bobô. Tem mais iniciativa e se movimenta mais.

O fato é que esse time misto tá com muita cara de ser titular em pouco tempo.

CONTRATO COM TV

Não li o contrato do Grêmio. Mas não tenho dúvida de que Romildo Bolzan, habilidoso negociador, tirou o máximo da rede de TV.

Sei que muita gente queria ver a TV Globo pelas costas. 

Mas se RB optou pela Globo, é porque a proposta atende melhor os interesses do clube.

Entre propostas iguais, eu ficaria com a Globo, que tem muito mais visibilidade que qualquer outro canal de tv aberta.

 

 

Roger precisa ouvir a voz das ruas

Milhares de pessoas foram às ruas nesta noite (dia 16) para protestar contra a nomeação de Lula como ministro de Dilma, motivadas ainda pelo vazamento de gravações arrasadoras de conversas do ex-presidente com a presidentA e outros menos votados, mas tudo muito comprometedor, revoltante mesmo.

Ninguém combinou de tomar as ruas das principais cidades do país. Em Porto Alegre foram 25 mil manifestantes pedindo a cabeça de Dilma. E de Lula. Tudo muito espontâneo. A minoria silenciosa decidiu reagir.

Isso tudo para comentar a situação de Roger e de Douglas. Reconheço a qualidade técnica de Douglas. Mas o corpo dele já não obedece mais a cabeça. Acontece muito comigo quando jogo minhas peladas, cada vez mais raras. Eu penso que consigo fazer determinada jogada, mas na verdade já não posso.

O cérebro pode ser traiçoeiro como uma cotovelada no rosto num jogo de futebol.

Douglas – e eu cansei de escrever o mesmo aqui em relação a D’Alessandro – está envelhecendo. Está numa descendente como jogador de futebol. Isso é visível. É notório.

Insistir com Douglas como titular é colocar em risco o maior objetivo do Grêmio na temporada. Ou conquistar a Libertadores não é a prioridade das prioridades? Se não for, tudo bem, mantenham Douglas titular.

Agora, se o foco é a Libertadores é preciso uma correção de rumo, de estratégia.

Cabe ao técnico Roger Machado, que fez um trabalho espetacular em seus primeiros meses de Grêmio, e depois foi caindo até chegar ao ponto atual: questionado pela torcida que antes o reverenciava. Futebol é assim. Nada é permanente. 

Vejam o técnico Marcelo Oliveira, multicampeão. Fracassou no Palmeiras.

Roger começou bem no Grêmio, mas já não consegue devolver o padrão de jogo que o time teve até poucos meses atrás.

Se ele não resolver imediatamente essa questão com Douglas – entre outras, como a lateral-esquerda -, Roger corre o risco de retroceder em sua promissora carreira.

Antes que a torcida ganhe as ruas e surjam os primeiros gritos de ‘fora, Roger!’, é melhor que o treinador gremista revise conceitos e, principalmente, pare de ouvir velhos companheiros defensores de um time com ‘sangue nos olhos’, que ‘chega junto’ e que explora chutões para um camisa 9, alto e espadaúdo, dispute com a zaga e a bola sobre para um companheiro.

Esse tipo de jogada até tem o seu valor como alternativa para a reta final de um jogo encardido – foi assim que surgiu o gol de empate com o San Lorenzo -, mas quantas vezes isso foi tentado sem qualquer efeito positivo ao time? 

Roger deve seguir o modelo atual, mas com ajustes como efetivar Lincoln como titular, e dar mais chances para jovens como Tontini, Kaio, Pedro Rocha e Hermes.

Roger, não faça como Dilma e Lula, não desafie a força e a indignação do povo. A casa pode cair.

Gol de Lincoln leva ao empate com sabor de goleada

Quando tudo parecia perdido eis que apareceu o pé salvador de Lincoln.

Lincoln é esse guri de 17 anos, que segundo alguns não ‘está pronto’, não tem ‘estofo’, que nove entre dez gremistas queria ver de titular desse time instável armado por Roger Machado.

Pois Lincoln entrou apenas na metade do segundo tempo quando Douglas e Giuliano se arrastavam já fazia muito. Roger, como sempre, demorou para substituir. Lincoln, que sequer ficou no banco contra o San Lorenzo, na Arena, teve enfim sua chance num time confuso, desorganizado, que corria atrás do empate que parecia algo absolutamente impossível.

Até que Maicon lançou uma bola para a área, Éverton (o melhor do time depois de Super Grohe e Super Geromel) cruzou, Lincoln apareceu para mandar para a rede, um duro golpe no time argentino que foi superior e merecia até golear o Grêmio.

Mas o futebol é assim. Nem sempre vencem aqueles que foram melhor.

O San Lorenzo já poderia ter ampliado no primeiro tempo. Marcelo Grohe fez dois grandes milagres, além de outras intervenções importantes.

Mas tudo depois de o Grêmio levar o gol aos 3 minutos, num pênalti imbecil cometido por Marcelo Oliveira, que faz uma temporada deplorável.

O Grêmio reagiu, ameaçou o empate, mas ficou nisso. No terço final do primeiro tempo só deu San Lorenzo.

O time do Papa deparou então com São Grohe. Que no segundo tempo também fez defesas importantes.

Quando se esperava que Roger alterasse o time no intervalo colocando Lincoln e Pedro Rocha no lugar de Douglas (não acerta nem lançamentos nem cobranças de falta e escanteio) e de Giuliano, que anda correndo muito e jogando pouco, eis que ele mantém a escalação.

Mudança só bem depois. Mas até aí Roger foi mal. Não era para entrar Bobô, porque o Grêmio não sabe jogar com centroavante, mas sim Pedro Rocha. Melhor seria Henrique Almeida, mas este nem no banco ficou.

Felizmente, entrou Lincoln, que correu muito, teve alguns bons lances, e estava na área no momento exato, no lugar preciso, para fazer o gol de empate que mantém o Grêmio com chance de classificação na Libertadores.

Mas fica o recado dos deuses do futebol, que nem sempre vão estar disponíveis para ajudar o Grêmio.

Roger precisa rever imediatamente seus conceitos. 

Roger: na dificuldade a oportunidade

É certo que Giuliano não vem rendendo o que pode. Mesmo assim, joga com dedicação, empenho e taticamente dá uma resposta que pelo jeito satisfaz o técnico Roger Machado.

Ocorre que Giuliano sentiu o tal ‘desconforto’ muscular, não treinou mas integra a delegação.

É nas dificuldades que muitas vezes surgem as melhores soluções, as oportunidades.

 

Espero que Roger veja que está em suas mãos dar uma cara nova ao time, surpreendendo o San Lorenzo, que sabe como o Grêmio joga de cor e salteado.

A presença de Lincoln no lugar de um Giuliano aquém de suas condições ideais se impõe.

Acredito que não foi por acaso que Lincoln jogou boa parte da partida contra o Cruzeiro pelo setor direito. Acredito firmemente que o guri poderá dar ao time outras possibilidades, outras alternativas.

Conservador com ares de modernista, Roger tem a chance de ser um pouco mais ousado, mais criativo, rompendo as amarras que costumam prender os treinadores a um grupo de jogadores mais tarimbados, que normalmente comandam o vestiário.

Uma conversa mole para não arriscar a ‘perder o vestiário’ ao investir mais nos jovens talentosos, atrevidos e nada acomodados.

Se Giuliano melhorar e Roger quiser seguir com ele de titular, outra opção é sacar Douglas, que não está bem e que perde, entre outras coisas, no importante e decisivo quesito ‘bola parada’ para esse diamante precioso que o Grêmio possui.

Roger tem em suas mãos e oportunidade de alavancar o time rumo à classificação e até muito mais além.

 

Basta abrir a cabeça.

Lincoln brilha para Roger ver e reconsiderar

Lincoln escancarou até para quem não quer ver que merece ser titular do Grêmio. Sai Douglas, entra Lincoln.

É claro que isso não vai acontecer na terça, contra o San Lorenzo. Pelo menos não desde o início. Não espero tanto de Roger.

Ele, como todos os outros técnicos, é um conservador. Fala bem, tem ideias alentadoras, mas na prática é um conservador. Se abraça nos medalhões e com eles é capaz de morrer. Ele tem emprego garantido.

Até aí tudo bem. O problema é que ele ‘morrendo’ leva junto milhões de torcedores.

Por isso, nós reivindicamos que ele abra a cabeça para novas possibilidades.

Tudo bem, comece com Douglas e tudo mais. Mas não demore muito a colocar Lincoln em campo. 

Não que o guri, pedra preciosa em processo de lapidação, seja um salvador da pátria. Não, ele não é.

Nem Messi resolveria a enrascada de jogar com laterais insuficientes, zaga inconfiável, etc. Nem Messi.

Mas no jogo contra o Cruzeiro, o time B do Grêmio jogou como se titular fosse. Ou até melhor na comparação com as últimas atuações.

Saiu perdendo com um gol de cabeça. Sai a zaga titular, entra a reserva, e a bola aérea segue sendo um pesadelo.

Mas a gurizada estava em campo. E guri louco pra mostrar serviço, sabe como é, vai pra cima sem medo de ser feliz. Sem essa de toquezinho pra lá e pra cá.

Marcelo Hermes meteu uma bola preciosa para Pedro Rocha (esquecido ultimamente por Roger, outro erro entre tantos), que bateu o goleiro.

O segundo gol foi de Bobô, de cabeça, claro. Cobrança de falta de Lincoln, o melhor campo. 

No segundo tempo, o terceiro gol. Lincoln sofreu pênalti após lançamento milimétrico de Kaio, que foi bem como lateral-direito.

Que cobrança do Lincoln!

Então, ficamos assim: Kaio e Hermes titulares contra o San Lorenzo. Lincoln no lugar de Douglas ou de Giuliano.

Mas não depende de mim. Depende do Roger, que é bem pago para escalar o time de modo a tentar vencer o San Lorenzo.

O empate é quase uma garantia de eliminação prematura da Libertadores.

ARBITRAGEM

O Grêmio reclamou da arbitragem. No primeiro tempo, pênalti em Bobô, que até foi relativamente bem. O juiz nada marcou. O comentarista Batista (devidamente ‘homenageado’ pela torcida tricolor), pra manter a rotina, não viu infração.

Depois, um escândalo. Kaio levou dois tapas no rosto, não tapas fortes como a violenta e covarde cotovelada de William em Bolanos.

Mas foram dois tapas. De quebra, Kaio foi gratificado com um cartão amarelo, assim como seu agressor. Kaio nada fez a não ser sofrer os tapas sem reagir.

Portanto, justa a reclamação gremista, diferente do que analisou o comentarista Maurício Saraiva.

Por que não me surpreendo?

Três times lutam por uma vaga no ‘grupo da morte’

Depois da ressaca de duas frustrações seguidas:

1. Saúdo escalação de reservas contra o NH, amanhã, em NH, 18h30. Preserva titulares para o jogo que realmente interessa, contra o San Lorenzo. A lamentar apenas que raciocínio semelhante não tenha prevalecido para o Gre-Nal. Escalasse o time reserva, ou misto, e ainda corria o risco de vencer o clássico. Se perdesse, bem, teria sido o time reserva. Mas já passou.

Futebol é dinâmico. O importante é retirar dos fatos passados algo instrutivo para que erros iguais não sejam cometidos.

Saúdo esse time que está sendo anunciado:

Bruno Grassi; Kaio, Rafael Thyere, Bressan e Marcelo Hermes; Jaílson, Ramiro, Pedro Rocha, Lincoln e Fernandinho; Bobô.

É a oportunidade de conferir se Kaio pode ser o lateral-direito, porque os atuais são fracos.

É a oportunidade para conferir se Thyere tem bola para jogar ao lado de Geromel.

É a oportunidade para ver esse Jaílson, que dizem ser muito bom.

Claro, é a oportunidade para rever Pedro Rocha e, principalmente, Lincoln, o esquecido por Roger Machado.

Por fim, algo indigesto: Fernandinho e Bobô. Fernandinho já deu o que tinha que dar. Só Roger mesmo acredita que ele pode entrar e mudar o panorama de um jogo.

Já o Bobô é uma alternativa interessante, desde que Roger consiga fazer o time mandar bolas para a área com alguma qualidade, nada chutões e chuveirinhos, o que me parece quase impossível pelo que já vimos.

Enfim , olho nesse jogo.

2. Confessem, ninguém apostava um centavo no Toluca. Eu pelo menos não apostava. Quando o Grêmio perdeu no México parecia o fim do mundo. Onde já se viu perder do Toluca? Continuo achando o Toluca um time médio, mas ainda assim, pelo jeito, superior aos demais. Ou do mesmo nível, só que com mais sorte nas conclusões.

O Grêmio levou 2 a 0, e teve um jogador a mais durante boa parte do jogo. Nada que não possa ser revertido aqui, na Arena, desde que não haja um Grenal na véspera para a direção determinar força máxima de novo e assim correr o risco de perder outro titular importante. Imaginem, perder o Geromel, o maior jogador do time no momento.

O Toluca chegou aos 7 pontos. Bateu a LDU fora no duelo das alturas.

O time mexicano está classificado. Resta saber se em primeiro ou segundo lugar. Sobra uma vaga para Grêmio, San Lorenzo e LDU.

Não arrisco nenhum palpite. Mas acho que o Grêmio tem time para vencer o San Lorenzo em Buenos Aires.

Desde que Roger Machado saiba escalar o time, montar o banco de reservas com sabedoria e fazer as substituições corretas.

Simples.

Roger substitui mal e Grêmio só empata

Sempre que um treinador coloca dois centroavantes para reverter um resultado que está negativo é porque já não sabe o que fazer.

O técnico Roger Machado, na ânsia de buscar a vitória na parte final do segundo tempo, sacou Luan (este porque sentia dor muscular, o que afetou seu rendimento), Giuliano e Douglas. Nada menos do que o trio técnico e cerebral do time.

Em troca, entraram Bobô, Fernandinho e Henrique Almeida. Três atacantes órfãos de municiadores. Não ficou ninguém para articular nos minutos finais, quando o time argentino tomou conta do jogo, mas com pouca eficiência em termos de conclusão.

Erro de Roger Machado. Não é a primeira vez, aliás, que ele mostra dificuldade para fazer as substituições adequadas na hora adequada.

O raciocínio de Roger foi simplista demais. Quero ganhar, então empilho atacantes. Ora, não é por aí.

Ninguém tira de Roger o mérito de ter armado um belo time no Brasileirão.

Mas o futebol não vive do passado.

Roger tem crédito, mas um crédito que vai se esvaindo rapidamente com essa insistência de manter Douglas como pedra fundamental e ter Fernandinho como uma das principais alternativas mesmo sabendo que ele não resolveu nenhum jogo nos últimos tempos.

Difícil de entender também por que Lincoln é sempre esquecido, e contra o San Lorenzo sequer ficou no banco. A continuar assim Roger pode ficar marcado como o treinador que foi eliminado da Libertadores tendo um jovem talentoso como Lincoln preterido por experientes decadentes.

Talvez Roger veja em Lincoln um jogador mediano, sem condições de substituir Douglas. É um direito seu. O tempo dirá se ele está certo.

Agora, apesar de tudo, da frustração de empatar em casa com um time que nem é lá essas coisas, um time que em determinado momento do segundo tempo parecia morto, entendo que o Grêmio até mereceu vencer.

Ouvi um comentarista afirmar que o melhor do jogo para o Grêmio foi o empate, sugerindo que o San Lorenzo mereceu vencer.

O Grêmio teve duas bolas na trave e alguns lances de muito perigo na área do rival. O San Lorenzo chegou a pressionar, mas sem dar muito trabalho para Roger.  E essa pressão aconteceu por culpa de Roger, que perdeu o meio-campo.

Roger inventou o esquema ‘ressuscita morto’.

Nem tudo está perdido. Complicou a classificação, mas ela ainda é possível. Se tiver o time completo e descansado o Grêmio pode vencer fora.

Para isso, é preciso que a direção não repita o erro de escalar força máxima como fez contra o Inter sabendo que haveria um jogo fundamental pela Libertadores três dias depois.

Sei que a ideia era vencer o Grenal, mas a que custo? A paixão superou a razão.

Essa decisão custou a perda de Bolaños e hoje se viu também a de Luan, que se arrastou em campo até sair mais cedo.

Sobre o time, Geromel de novo o grande destaque, inclusive em função do chute na trave. Joga muito. Já tem gente pedindo sua convocação pra seleção. Coisa de colorado querendo desfalcar ainda mais o time, que não terá tão cedo Miller Bolaños, vítima de agressão no clássico.

No final, ouvi vaias. Mau sinal.