Ataque infame a Grohe

O colunista Paulo Santana foi implacável com Marcelo Grohe em seu espaço na Zero Hora desta segunda-feira, e também na rádio. Acusou o goleiro de ter falhado nos dois gols na derrota por 2 a 1 contra o Coritiba.

São dois lances discutíveis que não justificam esse ataque infame. Tudo o que Marcelo Grohe não precisa neste momento em que busca afirmação como substituto do grande Victor, é de alguém tentando abalar sua auto-estima, sua confiança.

O colunista, por vaidade, decidiu atacar o goleiro, querendo dizer que havia ganho uma discussão com o ex-dirigente Cacalo. Ignorou todas as belas atuações anteriores de Grohe e focou apenas nesse jogo, chegando a dizer que o goleiro havia levado dois ‘frangos’.

Paulo Santana foi cruel. E injusto.

Vi e revi os dois gols. Na cobrança de falta, realmente Grohe vacilou, mas não chega a ser algo que se possa definir como ‘frango’. Foi um chute forte. Grohe já defendeu bolas muito mais difíceis. Aliás, Grohe fez uma defesa magnífica num cabeceio à queima-roupa, mas isso Santana omite.

Quando vi o gol na hora do jogo pensei em Victor: fosse com ele, seria crucificado por seus detratores gremistas. Para muita gente, quando o time vai mal, a culpa é do goleiro. Não importa que a defesa falha, se o meio campo não cria e o ataque não chuta. O goleiro é o único que não tem direito de vacilar, muito menos de falhar.

A produção ofensiva do time contra o Coritiba foi ridícula. Mas a culpa é só do goleiro.

Hoje, ao participar do Cadeira Cativa, o João de Almeida Neto, gremista e cantor nativista, encontrou outro culpado para o fracasso do time: Fernando.

Sim, Fernando. Para ele, Fernando não marca direito, não rouba a bola de ninguém.

É claro que eu saí em defesa do Fernando, assim como fiz com Victor. Aliás, os dois sempre foram titulares absolutos do time que eu considero ideal para o Grêmio.

Então, se tem gente que atribui grande parte dos problemas do time ao Fernando, não há muito mais o que dizer a não ser que o futebol é empolgante também por isso: a absoluta diversidade de opiniões.

Perguntei ao João, por que ele não focava sua crítica aos laterais, por exemplo. Ele respondeu que Fernando tem uma função mais vital, o que é verdade, mas os laterais também podem elevar ou detonar um time. Como seria esse time do Grêmio com Mário fernandes e Júlio César. Melhor, muito melhor. Arrisco dizer que seria campeão da Copa do Brasil até com MA e Gago no meio de campo, e Kleber recém voltando de lesão.

Voltando ao Grohe, no segundo gol, o que vi foi uma bola muito bem colocada, fora do alcance do goleiro. Não foi um chute forte, mas foi um chute preciso, em curva, bem no canto direito. Volto a dizer: fosse o Victor, diriam que foi falha. Eu, assim como defendi Victor, que se encaminha para ser campeão brasileiro, defendo o Marcelo Grohe.

O goleiro é uma peça da engrenagem. Uma peça importante. Um time campeão começa pelo goleiro, dizem. Mas só começa.

Hoje, o Grêmio tem um goleiro muito bom, a dupla de área é boa, os laterais são apenas esforçados, o meio-campo titular é ótimo e o ataque é muito bom. É um time apto a disputar o título. Mas um campeonato como esse exige mais do que um bom time. É preciso um grupo mais equilibrado.

Elano e Zé Roberto, que deram o toque de qualidade que faltava, não têm substitutos.

E as laterais continuam supridas por reservas. Por isso, diante do material humano existente no Olímpico, o máximo que se pode almejar é mesmo uma vaga na Libertadores.

Mas até isso é muito difícil.

Talvez o melhor seja mesmo apostar na Sul-Americana. E parar de detonar os bons, como Grohe e Fernando.

O limite da dupla

Antes da derrota em Curitiba – resultado justo -, o time do Grêmio já dava sinais de que enfraquecia sem Elano e Zé Roberto, substituídos no decorrer do segundo tempo de dois jogos. Sábado, eles deixaram o time no intervalo.

Resistir 45 minutos sem Elano e Zé Roberto era pedir demais. Sem contar que outro titular do meio de campo, Souza, suspenso, sequer participou. Assim, foram 45 minutos com um meio de campo paupérrimo de qualidade. Portanto, a vitória do Coritiba era praticamente inevitável.

É bem verdade que o primeiro tempo do Grêmio também não foi lá essas coisas. Elano, meio adoentado, não foi o mesmo das três partidas anteriores. Idem o Zé Roberto.

Ficou claro, assim, que o Grêmio tem um forte time titular, mas não há peças de reposição para várias posições, em especial as do meio de campo, setor mais importante de uma equipe de futebol, conforme tenho repetido.

O preocupante é que os desfalques inevitáveis começaram a acontecer muito cedo.

No jogo em Curitiba, é preciso considerar que Luxemburgo errou ao começar com André Lima no lugar de Kleber. Ele e Moreno só podem jogar juntos em determinadas condições. Luxemburgo poderia ter começado com Rondinelly. Mas não sei se mudaria muita coisa.

A conclusão é que o Grêmio, com o que tem hoje, pode no máximo almejar uma vaga no G-4. Título só se tudo começar a dar muito certo, numa confluência de astros pra lá de positiva.

FORLAN

Na estreia de Forlan, com a torcida lotando o que resta em pé no Beira-Rio, o Inter ficou apenas no empate com o Vasco, que realmente está com uma equipe muito competitiva, aliando qualidade e força.

Empatar em casa no Brasileirão é um resultado negativo.

O uruguaio não foi bem, perdeu duas boas chances de gol, pelo que soube. Mas é natural. Muito tempo parado, desentrosado.

Os garotos do Inter, tão festejados nos dois jogos anteriores, não repetiram suas atuações.

Pelo jeito, o título brasileiro vai ficar mesmo lá para o centro do país mais uma vez.

SELEÇÃO

Os corneteiros e secadores do Neymar – acredite, eles existem aos montes – mais uma vez tiveram de engolir sua saliva venenosa.

O guri do Santos liquidou com a Bielorrússia, que saiu na frente. Fez o segundo gol e deu os passes para os de Pato e Oscar. Vitória por 3 a 1.

As cores dos cronistas esportivos

De vez em quando recebo e-mail de gente querendo saber pra quem torce este ou aquele cronista esportivo aqui da aldeia.

Semana passada, recebi uma lista com uns 30 nomes da mídia esportiva. Era para eu assinalar ao lado as letras G ou C ao lado de cada nome.

Dei uma olhada e percebi que eu sei qual o clube de todos, ou quase todos.

Não respondi. Ainda. Nem sei se vou responder.

Por enquanto, fico com uma frase antológica do falecido Cid Pinheiro Cabral, que está eternizada numa placa colocada na cabine de imprensa do Inter, se é que resistiu ao processo de demolição. Cid dizia que acreditava na inteligência do torcedor, por isso não revelava seu clube, o Inter, claro.

Já dei algumas dicas de como descobrir o time de cada um.

Retomo o assunto porque fiquei irritado ouvindo um programa de debate numa emissora. Dois dos debatedores defendiam que o Grêmio tem grupo para enfrentar a Sul-Americana e o Brasileirão.

Segundo eles, há reservas de qualidade para todos os setores do time, o que é inadmissível para alguém supostamente conhecedor de futebol.

Todos sabem que Zé Roberto e Elano não têm substitutos à altura, só para ficar nos dois jogadores que, juntos, assessorados em alto nível por Fernando e Souza, conseguiram tornar o time mais competitivo.

Um deles, mais jovem, teve a audácia de dizer que o crescimento do time nos últimos jogos não se deve ao acréscimo de qualidade, mas sim a sequencia de jogos com a mesmo formação.

Esquece esse jovem analista que Marco Antonio e Léo Gago tiveram longa e irritante sequencia e nada produziram. Um deles sequer fica no banco hoje.

Temos aí, portanto, dois casos de coloradismo explícito para quem é mais atento.

Fui conferir a minha lista de cronistas esportivos. Achei o nome dos dois: havia colocado a letra C ao lado.

Outro modo de identificar colorados: todos eles gostam do RG, ou fingem que gostam para irritar gremistas.

O mesmo raciocínio vale para os gremistas da crônica: eles são menos críticos em relação ao Inter.

Voltarei ao tema.

Grêmio vence apesar do juiz

Para vencer o único invicto do Brasileirão e ainda por cima com a defesa menos vazada, ambicionar mais do que uma vitória por 1 a 0 chega a ser um delírio, é pretensão demasiada.

E foi com um gol, numa das raras oportunidades que apareceram na área do Fluminense, que o Grêmio venceu. Cruzamento de Edilson, que não estava bem no jogo, Marcelo pulou com a zaga e a bola sobrou para Kleber, que dominou no peito e com muita categoria mandou para a rede.

O resultado foi justo. O Grêmio foi o time que mais buscou o gol, que mais teve ficou com a bola. Sem Deco, o Fluminense perdeu qualidade no meio de campo, que ficou inferior tecnicamente o setor do Grêmio. Por aí começa a se explicar a vitória: a superioridade no meio do campo.

Mesmo desfalcado, o Fluminense foi um adversário difícil, que teve a seu favor, ainda, uma arbitragem bastante prejudicial ao Grêmio. Na dúvida, a favor do Fluminense, ainda mais se fosse na área do time carioca. A expulsão de Kleber parece que foi para compensar a lesão do zagueiro Anderson, que deixou o Flu com um jogador a menos.

O fato é que Kleber não enfrenta o Coritiba. Nem ele nem Fernando e Souza, que receberam cartões amarelos muito severos, em lances banais.

Sem três titulares importantes, dois do setor vital do time, o Grêmio terá de superar-se. Será a chance de saber se Luxemburgo tem um grupo em condições de brigar pelo título. A resposta eu já sei: não tem. Mas há quem acredite em Léo Gago, Pará, Marquinhos, etc.

Eu imagino que Luxemburgo irá escalar Wilson de primeiro volante, com Gago de segundo, o que dá ao time uma boa consistência defensiva, mas uma qualidade de saída bola muito baixa. O esquema será bola pro mato que o jogo é de campeonato.

Outra coisa: o lado esquerdo do Grêmio é o setor mais fraco ofensivamente, não que o direito seja muito melhor. Abel Braga imitou Felipão: deixou o flanco direito de sua defesa livre para Pará receber a bola. Pará, a exemplo do que aconteceu diante do Palmeiras pela Copa do brasil, foi o jogador que mais tocou na bola, e o que menos soube o que fazer com ela, com a gorduchinha, como dizia um antigo narrador.

Defensivamente, Pará está bem, é valente, determinado, mas quando se trata de apoiar ele se torna quase uma nulidade. Várias vezes imaginei o que Júlio César faria com a mesma liberdade.

Tem gente que não sabe o que fazer com a liberdade.

Preocupa também o fato de que mais uma vez os decanos Zé Roberto e Elano foram substituídos na metade do segundo tempo. Marquinhos e Gago até que entraram bem dessa vez, ao menos não comprometeram. Foram úteis para segurar a vantagem, e isso é o que importa.

Foi a quarta vitória seguida. o Grêmio continua no G-4, e avançando. O jogo contra o Flu é o chamado jogo dos seis pontos.

INTER

O Inter também venceu. E também por 1 a 0, gol de Dagoberto. Somou os três pontos necessários para seguir na luta. Bom para Fernandão, que pegou dois adversários fracos na largada e soube tirar proveito disso. Há quem pegue times frágeis e ainda por cima perde. Fernandão venceu, apesar de mais uma vez não contar com alguns titulares. É um começo promissor. Continuo achando que foi um erro da direção optar por ele, mas isso só saberemos com o tempo.

OSCAR

Oscar foi vendido por 25 milhões de euros. É o que se especula. Ninguém confirma ou desmente esse número. Dirigentes do Inter deixam no ar que é isso mesmo. E insistem que o Inter fica com 50 por cento do valor, embora se diga que sejam 25 por cento.

Nessa época em que os salários de servidores são abertos, em que se briga por total transparência em tudo, por que os clubes não são obrigados a revelar o valor de suas transações? Qual é o problema?

Ninguém quer saber quanto Oscar vai receber, mas é justo que os valores de um negócio como esse e tantos outros sejam conhecidos.

O mascote do Mazembe

Na condição de embaixador informal do T.P. Mazembe no Brasil, recebi em primeira mão no país a versão do mascote do glorioso clube africano, responsável por um dos momentos de maior alegria futebolística da torcida do Grêmio neste século: a retumbante vitória sobre o Inter no mundial de clubes de 2010.

O Mazembe fechou contrato com a empresa Mascotemania e vai lançar diversos produtos para comercialização no mercado internacional. Entre eles, o simpático mascote que ilustra este post.

O objetivo é conseguir dinheiro suficiente para manter uma escolade futebol em Lubumbashi e construir um hospital para atendimento a mulher.

Em breve, informações sobre onde encontrar o mascote do Mazembe, que ainda não está sendo comercializado.

Grêmio segue no G-4

Três vitórias seguidas no Brasileirão. Está aí algo para ser comemorado, sem excessos, porque a competição é longa, desgastante, e é incomum uma equipe repetir a mesma formação duas ou três vezes consecutivas. A fórmula para fazer campanha de alta performance é um grupo qualificado.

O Grêmio tem um time em condições de brigar pelo título. Três vitórias seguidas, completadas por esta no Engenhão sobre o Botafogo, na estreia de Seedorf, é para dar mais confiança ao time e aumentar a auto-estima da torcida.

O problema está no grupo, mas quais equipes contam hoje com um grupo de 15 jogadores em nível de titularidade?  Todos têm suas carências. Assim, a coisa fica equilibrada.

Mas não tem como deixar de registrar que o Grêmio com Elano e Zé Roberto é um, sem os dois é outro. Quando entraram Marquinhos e Léo Gago o meio-campo foi amplamente dominado e o Botafogo só não empatou por imperícia nas conclusões, pelas defesas de Marcelo Grohe e também porque Gago tirou uma bola de cima da risca. Há que se destacar a atuação valente de Wilson.

Zé Roberto reafirmou que tem dificuldade para manter um nível competitivo durante 90 minutos. Elano também sentiu. Assim, foram naturais as substituições. Não há o que contestar. Marquinhos e Gago são o que a casa oferece. E vamos, então, conviver com isso.

Riquelme estava aí disponível, mas os doutos da direção gremista e parte da torcida não se entusiasmaram com a ideia. São pessoas que acreditam que Marquinhos e Léo Gago podem resolver na ausência dos titulares.

O futebol se ganha nos detalhes, tanto os de dentro de campo como os de fora.

Menos mal que Facundo está retornando, e passa a ser mais uma opção para Luxemburgo, que gostou de ter o argentino de volta, pelo que ouvi nas entrevistas.

Ouvi também o Luxemburgo brincando com algo muito sério: as festas de Marcelo Moreno. Desde que ele sentiu a pressão sobre eventuais noitadas insones, os gols começaram a aparecer, além de um futebol melhor. Aí o treinador lembra isso e brinca dizendo que a torcida até vai apoiar as festas de Moreno pelos gols que marcou.

Moreno, em forma e dedicado, é um ótimo atacante. No gol que marcou, teve força, agilidade e talento para concluir, após um lançamento de primeira, genial, do Zé Roberto, encontrado na área pelo Elano.

Falta resolver a questão das laterais. Pará, pelo jeito, vai ser efetivado na direita. Pico na esquerda. Os dois não são muito confiáveis, mas se esforçam e mantém um padrão próximo do médio – estou reduzindo meu nível de exigência. Edilson e Júlio César precisam voltar logo.

GOLEADA

Já Fernandão estreou com goleada. O adversário, lanterna do campeonato, estava desfalcado. Quase tanto quanto o Inter. Mas o time dos guris colorados foi sempre melhor. No primeiro tempo, penou um pouco. Fez 1 a 0  e logo cedeu o empate. Depois, no segundo tempo, a goleada veio ao natural.

Mas ficou nítido que com esse time o Inter não tem condições de disputar o título, grande sonho colorado. Em breve, o time será reforçado. E aí veremos qual o seu verdadeiro potencial.

No momento, se existe um clube gaúcho em condições de disputar o título este é o Grêmio.

Anúncios de final de semana

A semana termina assim:

– nenhum anúncio de reforço para o Brasileirão. O Inter precisando de um atacante de área e o Grêmio precisando de pelo menos um zagueiro, um meia e mais um atacante. Fiquei ligado o dia todo esperando a contratação de Riquelme. A conclusão a que chego: o título brasileiro vai passar longe do Olímpico e do Beira-Rio.

– Inter anuncia Fernandão como treinador. No final da manha foi confirmada a queda de Dorival Jr, ao que tudo indica vítima de uma grande armação. Poucas horas depois de sua queda, foi anunciado Fernandão, o diretor de futebol remunerado do clube. Se o vestiário do Inter necessitava de uma sacudida como disse seu vice de futebol, a pessoa que administrava esse vestiário ao lado de Dorival não é a mais adequada para essa mudança. Muito estranho. Ou nada estranho. Fico imaginando o Fernandão falando grosso…

– Grêmio anuncia seu adversário na inauguração da Arena. Na falta de um anúncio daquilo que realmente interessa no momento, que é o reforço do grupo com jogadores de qualidade para não correr o risco de seguir escalando substitutos insuficientes, o presidente Odone confirma o Hamburgo. Quer dizer, o foco dessa direção é mesmo a Arena, unicamente a Arena. É na Arena que essa direção alicerça seus planos de permanência no poder. O que faz a direção?Aposta tudo em que o time estará bem encaminhado até a eleição, final de setembro, sempre ali na área do G-4. Assim, terá boas chances de reeleição. Depois, se começar a descer a ladeira, o que é provável porque não tem reservas de qualidade para o meio de campo, por exemplo, é outro problema.

Os dois anos estarão garantidos.

Elano x Miralles: negócio do ano

Em dois jogos com Elano, o Grêmio foi outro time. Um time com cara de quem quer ser protagonista, não um simples coadjuvante.

Só espero que o Grêmio não desperte sua vocação, reafirmada ano após ano, de ser aquele dublê que se arrebenta numa cena mais perigosa, e acabe se contentando com uma vaga na Sul-Americana.

Para isso que não aconteça, é preciso que a direção não passe a acreditar que tem grupo para ser campeão brasileiro. Não tem. Se conseguisse jogar todo o campeonato com o time atual, mas com um lateral-esquerdo mais competente ao menos, o título seria algo mais tangível.

Falta um grande zagueiro (embora Gilberto Silva tenha melhorado com esse meio campo); mais um meia de alto nível (Riquelme, de preferência); e outro grande atacante. Se não for pedir demais, um lateral-esquerdo também.

A julgar pelo ufanismo do Sr Pelaipe após os 3 a 1 sobre o Sport desconfio que o grupo é esse mesmo. Talvez dê para beliscar uma vaga na Libertadores 2013. Com sorte.

VAIA

Luxemburgo tem razão em criticar a torcida por vaiar por qualquer coisa. A retranca do Sport no primeiro tempo foi realmente muito bem armada.

Se o Grêmio tivesse dois laterais mais competentes, teria mais chances. Tony, talvez por ansiedade, está errando demais os cruzamentos.

Já o Pará só pode jogar na marcação, pelo menos quando improvisado na esquerda. Então, se ele dá passes certeiros para o lado e para trás, ótimo. Pior é ele tentar algo acima de sua capacidade e armar contra-ataques. Mas estavam vaiando o Pará por fazer o certo, ou seja, simplificar para não entregar a bola. Nesse aspecto, correto o Luxemburgo ao criticar a vaia.

Errado está o clube em liberar o Colaço, que ao menos é da posição. Talvez tenha feito isso para dar mais espaço ao Pará, bruxinho do treinador.  Alguém realmente pensou que entre Pará e Pico, ele fosse escolher o segundo?

LEANDRO

Luxemburgo perdeu dois títulos. Mas tem acumulado alguns acertos importantes. Leandro é um deles, ou, pela amostra contra o Sport, parece ser.

Tenho certeza que muita gente reagiu como eu diante da entrada de Leandro. Com ressalvas, para dizer o mínimo.

Leandro ajudou a mudar o jogo. Se recuperar esse jogador, Luxemburgo será merecedor de todos os elogios. O mesmo em relação ao Pico.

Luxemburgo, com toda a sua bagagem, é ouvido com muita atenção e respeito por essa gurizada.

FELIPÃO E MURICY

A queda de Dorival Jr é questão de tempo. A torcida não o quer, parte da imprensa o rejeita e os resultados não contribuem.

Pelo que tenho lido e ouvido de gente colorada, o fato de estar jogando com um time bastante alterado, não é atenuante. Sinal que não tem mais volta.

Não tenho dúvida que o Inter  irá tentar o Felipão, que por pouco não foi contratado há uns dois anos. Uma Swat de gremistas se fardou para impedir o acerto.

Muricy é outra possibilidade. Ele anda meio desgastado no Santos.

Aliás, devemos ao Muricy a liberação do Elano. Ah, sem tirar os méritos do sr Pelaipe, que fez o negócio do ano ao trocar Miralles por Elano.

Um brinde ao Muricy! E ao Pelaipe!!!!!

D’ALE

D’Alessandro praticamente pediu para ser expulso. Deve ser insuportável ficar à sombra de Forlan, e ainda receber um salário bastante inferior. D’Ale parece estar arrependido de não ter ido para o futebol chinês.

Hoje, ele escreveu no twitter. Está magoado com o que torcedores andaram escrevendo sobre sua expulsão. Deu a entender que algumas coisas podem acontecer em breve.

ANJOS DA SORTE

Minhas belas priminhas mineiras, Isabella e Mariana Herber, entraram em campo com o time, ontem. Elas vieram de Uberlândia para realizar esse sonho. A foto do meu amigo Fabiano do Amaral, repórter fotográfico do Correio do Povo, registrou a alegria das meninas, mais jovens integrantes de uma linhagem de grandes gremistas.

Foi um momento inesquecível para elas.

Mariana e Isabella deram sorte ao time. Que voltem sempre…

Elano devolve a esperança (repeteco

Sem tempo de escrever agora sobre a vitória por 3 a 1 sobre o Sport em razão de um compromisso no Viejo Pancho, repriso parte do comentário que fiz quando Elano foi contratado.

Antes, quero saudar a volta de Leandro, um jogador de velocidade que parece estar em grande forma.

Saudar também o goleiro Marcelo Grohe.

Outra hora escrevo sobre o jogo, que foi difícil, complicado, e que só desencaroçou após jogada individual de Elano.

Eis o que escrevi:

Existem muitas coisas erradas no Grêmio. Todas conhecidas, nem vale a pena repetir. Os problemas começam no vestiário e terminam na direção, ou o contrário.

Houve erros graves de avaliação, como acreditar que Marco Antônio pode ser titular do Grêmio, ainda mais ocupando uma posição vital.

Poderia citar outros jogadores, mas aí me tornaria cansativo, e repetitivo.

Não se pode desprezar também a fatalidade. Lesões graves que desfalcaram o time no Gauchão com reflexos na campanha da Copa do Brasil.

Feita a introdução – no bom sentido -, quero declarar que ainda acredito no Grêmio.

Ao contrário de Luxemburgo, não descarto nem a briga pelo título.

Aqui um aparte: o treinador errou ao afirmar, depois da derrota para o Santos, que ainda vai atrás de uma vaga na Libertadores, que ele costuma chegar lá, o que é inaceitável num início de competição. Eu posso dizer isso, não ele, mesmo que essa classificação à Libertadores possa mesmo ser o máximo que o clube tenha condições de atingir.

Essa minha confiança se deve ao simples fato de que agora sim o Grêmio tem um meio de campo digno de um time capaz de ser campeão de alguma coisa realmente expressiva. Lamentável que esse meio de campo, ou alguma do mesmo nível, estivesse aqui nos jogos contra o Palmeiras.

Com Fernando, Souza, Elano e Zé Roberto é possível sonhar e ter esperança. Desde que essa formação fique disponível na maior parte dos jogos.

O meio de campo é a alma e o coração de um time de futebol.

O Grêmio só agora, com a contratação de Elano, tem um meio de campo competitivo. Ao menos no papel.

Acredito que Elano vem decidido a jogar e a mostrar que ainda é aquele meia que marca, organiza e conclui. Um meia completo, uma raridade. Estrela maior da seleção armada por Dunga. Se ele não tivesse se lesionado numa entrada criminosa o Brasil poderia ter sido campeão. E quem sabe, ele Elano, eleito o melhor do mundial?

Posso estar exagerando, mas eu penso assim, e não bebi nenhuma Mazembier ainda.

Tampouco estou febril, delirando. Se Forlan é um grande jogador, Elano também é. Elano era titular absoluto da seleção brasileira, que é superior a do Uruguai.

Disputa por Sobis

Rafael Sobis nem merece tanto, mas seu passe está sendo disputado pela dupla Gre-Nal.

No Cadeira Cativa, ontem à noite, consegui extrair do vice de futebol colorado, Luciano Davi, a informação que Sobis sempre foi a segunda opção no caso de falhar a contratação de Nilmar.

Luciano deu a entender, ainda, que André  é uma alternativa. “O André é do Sonda’, disse, sorrindo.

O problema é que o Santos quer André, e André quer voltar a jogar ao lado do Neymar, que ele não é bobo nem nada.

O fato é que o Inter está desesperado atrás de um atacante. Damião na seleção, Gilberto e Jô liberados. Aliás, Jô está tão bem no Atlético que o clube até aceita fazer negócio com o ex-titular, o André.

São as voltas que a bola dá. Fracassa aqui, acerta ali.

Sinceramente, acho que pagar uns 4 milhões de euros pelo Sobis é uma demasia. Preferia que tivessem investido no Facundo Bertoglio, que é mais novo.

O DAlessandro quando chegou aqui custou a engrenar, mas acabou dando ótima resposta. Já o Facundo tinha que sair arrebentando, e até que fez algumas partidas excepcionais, sinalizando seu potencial.

Mas o Grêmio precisa de mais atacante de qualidade. O campeonato é longo. A direção demorou para agir, mais uma vez diga-se de passagem.

Daqui a pouco o Grêmio estará dependendo da dupla Leandro/André Lima. E aí, vão culpar quem?

Então, diante do que se apresenta, Sobis parece ser mesmo a última peça do tabuleiro.

Talvez tenha alguém na segundona aparecendo, não sei.

Se já estava difícil trazer Sobis, a entrada do Inter no jogo complica ainda mais. A favor do Grêmio o fato de que o Inter gosta de levar jogador de graça, apesar de ser o novo primo rico do futebol brasileiro a julgar pelos negócios milionários que realiza, como esse do Oscar.

A propósito, a grande parte dos supostos 25 milhões de euros vai passar ao largo do Beira-Rio, e isso talvez explique esse pão-durismo colorado. Fora a necessidade de equilibrar as finanças, o que só é possível com a venda de um ou dois jogadores por ano.

Resumindo: então que não se deixe escapar o Sobis, com ou sem tatuagem do Inter.

LUGANO

O zagueiro, sonho de nove entre dez gremistas, foi tentado pelo Fluminense, que ofereceu 7milhões de reais pelo passe, que custou 10 milhoes de reais ao PSG.

Lugano, 31 anos, faria um contrato de três anos.

Lugano não aceitou. Prefere continuar na reserva do PSG.

Quem sabe não é o momento de o Grêmio entrar nesse jogo e tentar, ao menos tentar, mas tentar de verdade?

Já imaginaram: Lugano x Forlan?

Lugano é o que falta para fechar a espinha dorsal e tornar o Grêmio candidato ao título brasileiro. Ele e mais um bom atacante, que pode ser o Sobis, tudo bem.