Grêmio: cansaço e as peças recondicionadas

Quem ouve o Luxemburgo – e seu fiel escudeiro, Pelaipe – falando do desgaste do time para explicar a campanha ruim do segundo turno no Brasileiro e as atuações irritantes, imagina que o Grêmio é o único a sofrer com a série de jogos.

Está certo que nem todos disputam a sul-americana, mas o único que vive se queixando é o Grêmio. Será que não é o tal ‘pijama training’? Será que não é a falta de treinamento e o excesso de moleza para os jogadores? Não sei, mas só o número de jogos não explica a queda do time.

Afinal, enquanto o Grêmio desce, outros sobem ou se mantém estáveis, como o Fluminense, por exemplo.

Ontem, foi mais uma noite de pesadelo. A torcida do Grêmio está impaciente, vaia por qualquer coisinha. Como escreveu o jornalista e amigo Raul Rubenich abaixo, o torcedor cobra demais de um time que conta com alguns jogadores que deveriam estar longe do Olímpico. São jogadores que precisam de apoio. A vaia ou os murmúrios a cada passe errado só serve para abalar ainda mais esses jogadores insuficientes.

Por falar em insufiência, Marco Antônio fez o gol da vitória. Mais uma vez ele não jogou nada, mas fez o gol. O lance vai para o DVD dele. Espero que ele consiga uma excelente proposta o mais rápido possível e que seja muito feliz em seu próximo clube. Sinceramente.

Ainda sobre o cansaço: o que explica essa queda mais do que o cansaço é a falta de um grupo de maior qualidade. Há muito tempo escrevi que o grupo montado pela atual direção tem a média 5, ou 6 no máximo.

O que de certa forma ajuda a atenuar a responsabilidade do treinador Luxemburgo, que está conseguindo manter o time entre os primeiros do campeonato. Tivesse gente mais qualificada nas laterais, no meio e no ataque, com certeza a história seria outra.

E talvez ninguém estivesse reclamando de cansaço. Portanto, o desgaste existe, mas o principal mesmo é falta de peças de reposição de qualidade.

É como o sujeito sair para comprar uma junta homocinética, ou outra peça cara do carro. Em vez da original, compra a recondicionada. É isso, o grupo gremista tem muitas peças recondicionadas.

Aquelas que cedo ou tarde deixam a gente no meio do caminho.

BITECO

São fortes os boatos de que o Grêmio vendeu o Biteco. Para jogar no time do Luxemburgo não serve, mas para colocar dinheiro nos cofres do clube ele é útil.

O JOGO DE ONTEM

Reproduzo, sem autorização e portanto correndo o risco de levar um processo, parte do email que recebi do meu amigo Raul, velho irmão de sofrimento:

‘Pois eu acho que ando meio lelé da cuca, como se dizia no meu tempo… Pois não é que resolvi que a minha despedida do Olímpico tinha de ser ontem, ou não sairia jamais? Depois que o tempo mudou, no fim da tarde, fui lá, comprei entrada fácil, ganhei até desconto pra velhinho (50% de uma cadeira central a 70 paus = 35,00).

Depois  mudei de ideia quanto ao “bom negócio”,  fui mesmo é  roubado, vou no Procon, eles é que deveriam me pagar algum pra ver aquela coisa. Que tristeza!

Então, já acho o seguinte: se a gente chegar na Libertadores 2013, por qualquer lado que for, terá sido um baita negócio. Mas, isso conseguido, pra passar daquela fase inicial ridícula, vai ser preciso algum tipo de revolução. Inclusive com duas das torcidas: a da social, que deve estar pensando que torce prum clone do Barcelona, e aí já começa o jogo vaiando as perebas que, afinal, são o que temos. E da tal da Geral, que sequer Hino Nacional respeita, sempre berrando  uma musiquinha que o cara aquele que fez sucesso no mundo inteiro não se atreveria a apresentar em público, com medo de levar um bumbo…

A todas essas, ainda cheguei em casa em tempo de ver o “professô” cagar regra na coletiva, pra coleguinha que só sabe dizer amém e achar graça das besteiras dele. Por exemplo, falando do Leandro, “… ninguém mais que eu passou a mão no bumbum dele por aqui” – parece que pretendendo dizer que ninguém mais que ele, luxa, deu mais apoio pro piá. E insistindo na  tese do cansaço, do estresse de todo dia estar no avião, no hotel, no campo. Bom, com 400 paus no fim do mês, me bota num estresse desses e eu até um golzinho sou capaz de achar…

Todo esse desvio pra não falar do principal: no grenal, o último jogo no Olímpico, acho que se desenha uma tragédia, pois, se o time do “professô” continuar como anda e o “deles” estiver com os gringos em tarde de ‘querer mostrar’, pra ganhar mais um reajustezito logo ali,  já estou com medo de goleada.

Essa, sim, é que seria uma despedida trágica.

Saudações tricolores.   Raul’.

BARCOS

O atacante argentino merece uma punição exemplar por tentar fraudar o jogo colocando a mão na bola para fazer o gol.

Isso é incontestável.

Agora, também é incontestável que a arbitragem não pode se valer de informações de jornalistas para tomar qualquer decisão num jogo de futebol.

A Fifa estabelece que apenas o quadro de arbitragem tem esse poder. Nem o delegado da CBF pode ser usado como fonte.

Se o jogo fosse no Parque Antártica, e o delegado consultasse um repórter ligado ao Palmeiras, e ele dissesse que o gol foi válido?

Nós não podemos ser tolerantes com qualquer ação que violente as leis, mesmo as do futebol.

A meu ver, o jogo Inter e Palmeiras deveria ser jogado novamente.

E o quadro de árbitros punido exemplarmente.

Pela incompetência e também pela tentativa de apagar as provas do ‘crime’ colocando na súmula que nada aconteceu de anormal no jogo e também com o testemunho do quatro árbitro, o gaúcho Jean Pierre – aquele que viu o Damiãoacertar um violento pontapé por trás num jogador do Santa Cruz e lhe deu apenas um cartão amarelo -, que sustentou que foi ele, Pierre, quem informou o juiz sobre a mão. Fosse assim, a decisão de anular o gol seria corretíssima. Mas não foi isso que aconteceu.

O dirigente bunda-mole e a mão de Barcos

Pior que dirigente bunda-mole é dirigente que já é bunda-mole sem mesmo ter assumido.

Não sei quem anda abastecendo a mídia, que está no seu papel porque tem espaço a ser preenchido e precisa sempre ir busca em notícia, mas quem o faz está indo com muita sede ao pote, que sequer tem a minha cerveja dentro.

Há uma competição em andamento. É preciso dar moral para esses jogadores, mesmo que alguns realmente deixem muito a desejar. Mas é o que temos para o momento.

Sábado, após o oitavo empate no returno, número excessivo para quem havia empatado apenas um jogo no turno, Luxemburgo aproveitou uma pergunta sobre Lugano para criticar esse tipo de informação/boato/especulação. Paulo Pelaipe bateu forte e foi direto no que lhe interessava: bater naqueles que seriam a origem das notícias sobre contratações, os dirigentes eleitos.

Sinceramente, não sei se tem mesmo algum dirigente eleito, ou do grupo dos eleitos, passando informações, até porque é óbvio que o time será reforçado e que Lugano é um dos objetivos. Então, qualquer um pode especular a partir daí. Sem que seja necessária alguma informação.

Então, se tem algum bunda-mole falando demais, é preciso que o presidente Fábio Koff entre em campo imediatamente, mesmo à distância, dando um páratiquieto no ‘barriga fria’, jargão jornalístico que designa aquele que não se contém e passa adiante toda informação que recebe.

Então, esses dirigentes – alguns nem são de primeira viagem porque ainda nem embarcaram – estão prestando um desesserviço ao clube e mais: dão motivo para Luxemburgo e Pelaipe encontrarem desculpa para eventuais fracassos.

Não há dúvida de que o time caiu de rendimento, está descendo a ladeira muito antes de surgirem especulações.

Portanto, a dupla Luxa/Pelaipe até agradece, porque tem alguém anônimo a responsabilizar pela queda lenta e gradual do time no Brasileirão.

BAHIA

O oitavo empate do time passou pelos pés de Leandro. O atabalhoado Leandro, que começo a desconfiar que aos 30 anos ainda será apontado como um jogador de muito potencial, perdeu dois gols. Num, estava com a bola pronta para ser arremessada, e tentou o drible pra dentro. Perdeu a bola. Em outro, deveria ter tentado driblar o goleiro até para tentar um pênalti. Mas o pior, o inaceitável, foi mesmo o primeiro lance.

Só não considero certo o treinador criticar o jogador, ainda mais um jovem, publicamente. Luxemburgo exagerou na medida. Sinal de desespero? Não sei, mas se fosse um Celso Roth a fazer isso a mídia toda bateria e bateria forte.

Ah, mas o Luxemburgo é o Luxemburgo. Ganhou salvo-conduto para fazer o que quer, inclusive insistir com o Marco Antônio.

Se Leandro tira o pé, o que dizer do ‘volante’ Marco Antônio que eu nunca vi dividir uma bola?

Bem, o Grêmio vê o São Paulo se aproximando e pelo jeito vai mesmo perder o terceiro lugar.

A não ser que o ataque volte a fazer gols, muito raros neste segundo turno.

ARBITRAGEM

Não vi o jogo do Inter contra o Palmeiras. Depois, assisti aos melhores momentos do jogo. O gol de Barcos foi mesmo com a mão.

O problema é que ninguém da arbitragem viu. Nem aquele inútil que fica atrás da goleira. Repórteres de rádio, no mesmo local, viram o toque do argentino -aliás, argentinos gostam de fazer gol com a mão-, mas os homens de preto não. Até o pipoqueiro fora do estádio viu a mão de Barcos.

Feita a confusão, o juiz recuou e marcou a infração, anulando o gol que já havia assinalado.

O juiz teria sido alertado pelo quarto ou 25º árbitro, são tantos que já perdi a conta, que teria sido informado por uma repórter ou teria visto o lance na TV.

Quando soube disso, lembrei do lance de Rivarola contra o Ajax. O juiz expulsou Rivarola baseado no telão do estádio, um elemento estranho à regra do jogo.

O mesmo aconteceu agora: um elemento estranho ao jogo determinou a anulação do gol.

O Palmeiras deve mesmo recorrer e tentar anular o jogo. Está no seu direito.

E não duvido até que consiga.

Ah, e esse batalhão da arbitragem deve levar uma geladeira. É despreparo demais.

Homenagem ao Olímpico e a Hélio Dourado

No final da manhã retiro da gráfica os rótulos da minha nova cria: a cerveja em homenagem ao Estádio Olímpico Monumental, a OLÍMPICA.

Às 13h, depois de rotular as primeiras long neck com seu líquido precioso, telefono para um sujeito a quem devo muito, o cara que interrompeu a longa e tenebrosa noite dos títulos sucessivos do Inter na década de 70 ao vencer o Gauchão de 1977, me proporcionando uma alegria que me deixa emocionado até hoje.

O eterno presidente Hélio Dourado atende. Depois de saudações efusivas e “quanto tempo pra cá, quanto tempo pra lá”, combino de ir ao apartamento dele no final da tarde.

– No começo da tarde não dá porque tenho que ir ao banco -, diz Dourado, entre um e outro ‘érre’ engolido, me deixando feliz por saber que está ativo e plenamente lúcido, contrariando uns e outros que não gostam de ouvir vozes que contrariam seus interesses e seus projetos.

Passam alguns minutos das 17 horas quando o homem que concluiu o Olímpico Monumental na raça e na coragem abre a porta sorridente. Está mais magro, encolheu, como diminuem de tamanho todos os que chegam aos 82 anos.

Para mim, o homem que se mostra emocionado ao rever um antigo setorista continua um gigante.

– Como é bom encontrar o pessoal daquele tempo -, diz Dourado, enquanto nos acomodamos na sala. Coloco o kit presente com duas Olímpica e uma Mazembier sofre a mesa de centro. Ele percebe, mas não liga. Quer falar do passado, do Grêmio, do Olímpico, da Arena.

Natural de Santa Cruz do Sul, como eu, Dourado contou que é sócio do Grêmio desde 1941, logo que chegou a Porto Alegre. ‘Foi no dia do meu aniversário de 11 anos, dia 21 de março. Quem me levou foi minha mãe, que era muito gremista’, lembra.

Quando o assunto passa a ser o Grêmio, Hélio Dourado não disfarça sua desolação e seu desgosto.

Diz que não vai a jogos no Olímpico há mais de ano. “Só voltei lá pra voltar no Koff, que foi meu diretor de futebol em 1976′, observa.

Pergunto se ele já foi visitar a Arena. “Outro dia o Odone me convidou, mas eu não aceitei. Não tenho curiosidade”, garante.

Quem sabe a gente vai junto, provoquei. “Não, lá eu não piso”, rebateu enfático.

Ao longo da conversa percebi que ele é capaz de ir na festa de inauguração.

A maior mágoa dele, ficou claro pra mim, é que o projeto do arquiteto Plínio Almeida para modernizar e ampliar o Olímpico sequer foi considerado.

Dourado se entusiasmou quando deu detalhes da proposta do homem que projetou o Olímpico. Criticou duramente a localização da Arena e o acordo firmado com a empreiteira. “O estádio será realmente do Grêmio apenas depois de 20 anos. Em que condições estará?”, questiona.

– Mas não há mais o que fazer, presidente. A Arena está aí, é fato consumado -, pondero.

Dourado não se conforma. Mas deixa claro que sua mágoa seria amenizada se o Olímpico permanecesse em pé. A dor seria menor.

– Porto Alegre não tem um estádio para o futebol amador. O governo do estado, a prefeitura, sei lá, eles poderiam comprar essa área, impedindo a demolição do Olímpico e a construção de espigões no lugar. Mas ninguém se preocupa com isso. O Olímpico é um patrimônio do futebol gaúcho -, reforça, lembrando por momentos o grande líder que conduziu o Grêmio a a conquistar o primeiro título de campeão brasileiro, em 1981, abrindo as porteiras do Rio Grande para o Brasil e o mundo.

Não tenho dúvidas: se fosse mais jovem, Dourado mobilizaria lideranças do clube e a torcida para remodelar o Olímpico em fez de erguer a Arena, preservando o patrimônio do Grêmio.

Depois, falamos de futebol. Ele contou histórias e citou dois jogadores como símbolos de sua trajetória como presidente: De León e Oberdan. “Dois grandes jogadores, dois líderes, profissionais de caráter. Todo o time precisa ter um jogador assim, uma voz forte dentro de campo, só o treinador não resolve”, ensina o velho mestre, lamentando que o time hoje não tem um jogador com esse perfil.

Dourado ainda tem muito a contribuir. Agora, ele aguarda que daqui a algum tempo o presidente eleito Fábio Koff o visite. “Ele prometeu que viria aqui para falar do Grêmio”, diz, com os olhos brilhando.

Antes de me despedir, entrego as cervejas. Pegou a Olímpica, leu o rótulo em voz alta. Pedi licença pra tirar uma foto. Senti que Dourado ficou feliz com o presente-homenagem.

– Vou colocar na estande como um troféu, mas antes vou beber, claro -, falou, abrindo um sorriso, igual ao da foto.

Percebi que ele estava emocionado com a homenagem. Nada comparado, porém, com as emoções que senti em 1977, quando ainda não era jornalista, e em 1981, quando Baltazar marcou aquele golaço no Morumbi na conquista do Brasileiro.

Continuo devendo muito ao presidente Dourado.

Grêmio: time com sintomas de decadência

Em seu melhor momento no Brasileirão, o Grêmio teve o meio formado por Fernando, Souza, Elano e Zé Roberto. A defesa passou a funcionar e o ataque -Moreno e Kleber- também dava boa resposta.

Tudo fluía bem. Mesmo que o time tivesse laterais de qualidade insuficiente: Pará na esquerda e Edilson ou Tony na direita.

Hoje, com laterais melhores, Pará na direita e Pico na esquerda, o Grêmio é assolado por outros problemas: as constantes alterações no meio de campo, em que a dupla Elano e Zé Roberto, um oásis de talento e criatividade na equipe, joga quase que intercaladamente, e o ataque, que nos últimos jogos não anda metendo medo em ninguém.

Marcelo Moreno e Kleber são dois atacantes de qualidade. Mas parece que eles não se dão. Em campo, eles buscam distância um do outro. Quase nunca de aproximam, porque assim teriam de dar a bola um para o outro.

Fora essa aparente inimizade – não me importa se fora de campo eles não conversam, mas dentro, na hora do jogo, eles têm a obrigação de um ajudar ao outro -, Kleber parece uma tia velha. Que me perdõem minha tias, mas é a melhor imagem que me ocorre.

É evidente, também, o problema físico de alguns jogadores, e nem falo dos mais veteranos. Kleber e Moreno estão duros, sem mobilidade, muito menos com velocidade e arranque.

O time está apresentando sintomas de decadência. Suas últimas atuações – com exceção do jogo contra o Flu – foram de razoáveis para ruins, como a contra o Coritiba.

Felizmente, o Inter bateu o Vasco e praticamente afastou qualquer possibilidade de o Grêmio perder a vaga para a Libertadores no Brasileirão. Pelo menos, a situação fica mais tranquila e o time pode dar atenção plena à Sul-Americana.

É claro que para chegar ao título precisará apresentar um futebol muito melhor do que o jogado contra o Barcelona do Equador. Eu previa uma noite de terror em função dessa queda de rendimento do time. Optei por sair de casa. Cansei de me irritar, ainda mais quando soube que o Marco Antônio começaria o jogo como segundo volante. Vi apenas o final, quando Elano deu aquele passe milimétrico para o Pico cruzar no primeiro gol, e depois o Zé Roberto desempatando de falta.

Quer dizer, vi apenas a parte boa.

O Grêmio nesse jogo me lembrou a novela Avenida Brasil. O pessoal passou o tempo sofrendo, passando pelas piores situações, e depois todo mundo, ou quase, acabou feliz, casando, sorridente. O Grêmio contra o Barcelona foi assim. O final foi feliz, mas o que aconteceu antes…

COTAÇÃO ZH

A Zero Hora se superou em sua cotação dos jogos de quarta-feira.

“Marcelo Grohe foi pouco acionado.Não teve culpa no gol à queima roupa.” Ele levou nota 5.

Vejam a do Muriel, que ganhou nota 7: “Uma defesa no chute de Juninho e nada mais fez”.

Alguém consegue entender? Ou explicar?

VELOCIDADE

Luxemburgo há tempo vem falando da falta de velocidade do time. Facundo Bertoglio pode ser esse jogador da velocidade. Ele treinou todo o tempo hoje e pode começar contra o Bahia.

RETRIBUIÇÃO

Melhorou o astral no Inter. Fernandão disse que a auto-estima do grupo cresceu após a importante vitória sobre o Vasco por 2 a 1. O Inter ainda tem esperança de buscar uma vaga na Libertadores.

É quase impossível, mas enquanto há vida há esperança.

O problema é que tem o Palmeiras neste sábado. Em 1999, o Inter precisava vencer o Palmeiras no Beira-Rio para não cair. Venceu. Um gol muito louco do Dunga, de cabeça. Desconfio que tenha sido o único gol de cabeça marcado por Dunga em toda a carreira.

Hoje, quem está ameaçado de rebaixamento é o Palmeiras.

Sabe como é, uma mão lava a outra.

ARENA

Na véspera da eleição no Grêmio, ouvi o Antonini dizer que dependendo dos patrocinadores que o clube conseguisse, talvez os sócios não precisassem pagar ingresso na festa da inauguração da Arena.

É claro que ele já sabia que os sócios teriam de pagar. Ontem, cinco dias depois, ele anunciou que os ingressos serão de 90 reais para cima.

Imaginem se ele diz isso antes da eleição?

Outra coisa, soube que vão gastar mais de 20 milhões de reais nessa festa. É preciso gastar tanto? Não é melhor reservar uma parte para qualificar o time?

Se a festa ao menos fosse a um custo menor para a torcida.

Luxa e os milhões de empresários

O Grêmio só deve manter Luxemburgo se ele levar o time a conquistar a Sul-Americana ou o Brasileiro.

Vaga em Libertadores não é título, não lota saguão de aeroporto e muito menos a Avenida Goethe.

É o que eu penso e reafirmo até como contraponto a essa quase histeria em torno do Luxemburgo.

Se Luxemburgo fosse bom mesmo teria feito o time com Marco Antônio e Marquinhos jogar e vencido o Gauchão.

Fosse Luxemburgo tão bom para justificar tanto entusiasmo com o seu trabalho não teria sido batido pelo time apenas esforçado do Palmeiras na Copa do Brasil.

Reconheço que Luxemburgo faz um bom trabalho, mas nada superior ao que já fizeram recentemente em Campeonato Brasileiro, pelo Grêmio, o execrado Celso Roth e o Renato Portaluppi.

Roth liderou o Brasileirão por inúmeras rodadas e entregou na reta final, tendo arbitragens suspeitas favorecendo o São Paulo.

Há dois anos, Renato pegou o time na zona de rebaixamento e o levou ao segundo lugar, e com um time inferior ao de Luxemburgo. Alguém aí lembrou do Clementino? Pois é.

Paulo Odone assumiu com a espada apontando para o seu peito, praticamente forçado a renovar com Renato, o que fez visivelmente contrariado.

O mesmo não pode acontecer agora com Koff. Se ele não tiver convicção de que Luxemburgo é o treinador adequado para o seu método de trabalho, que não renove.

Está no seu direito. Ou alguém acha que Koff não tem sabedoria, conhecimento e discernimento para fazer o melhor para o Grêmio?

Luxemburgo, antes visto com desconfiança por nove entre dez torcedores gaúchos, hoje parece ter por trás de si milhões de empresários lutando para mantê-lo em Porto Alegre.

Essa pressão a favor do Luxemburgo não pode intimidar o presidente eleito, que tem o direito de escolher o treinador que considera o melhor para essa sua volta ao clube.

Hoje, a grande maioria dos gremistas quer Luxemburgo. Hoje, a grande maioria dos colorados sonha com Luxemburgo.

É Luxemburgo na casamata e o Deus no céu.

Tudo bem, afinal trata-se de um dos cinco melhores treinadores em atividade no futebol brasileiro.

Agora, futebol é resultado.

Nem Koff nem Luxemburgo querem acertar alguma coisa agora.

Koff espera os próximos jogos para ver se Luxemburgo ainda conquista alguma coisa mais do que uma vaga na pré-Libertadores – o que eu considero pouco para que a renovação de contrato se imponha como obrigatória -; e Luxa trabalha para ver se consegue um título, o que valorizaria ainda mais o seu ‘passe’.

Os ventos que hoje sopram a favor, amanhã podem derrubar árvores.

O homem que viu Lara jogar

Morreu Jorge Mendes. Já escrevi algumas vezes sobre ele, que foi meu primeiro editor.

Eu era estagiário e fui fazer setor no Inter. O Jorginho foi comigo, me apresentou ao Minelli,

ao Falcão, ao Figueroa, etc.

Eu, recém saído das arquibancadas do Olímpico, gremistão doente, começava minha carreira no jornalismo fazendo setor do Inter, encarando os caras que só me faziam sofrer naqueles anos 70.

É a vida.

Morreu Jorginho. Conversei muito com ele recentemente. Tenho conversas gravadas e parte do material publiquei

no jornal Já, do Elmar Bones.

Morreu Jorginho, um grande sujeito, grande jornalista.

Morreu Jorginho, o homem que viu Lara jogar.

Não acreditam?

Confiram.

http://botecodoilgo.com.br/?p=687

Gremistas dão demonstração de força e de sabedoria

A torcida gremista provou sua força e seu comprometimento. Mais de 13 mil torcedores participaram da eleição. Nunca antes neste país, como diria um certo indivíduo, houve tamanha participação de torcedores num eleição de clube de futebol.

Então, está de parabéns a torcida do Grêmio.

E mais de parabéns ainda porque foi sábia: elegeu o melhor candidato para o momento.

Está de volta o presidente mais vitorioso na história do Grêmio e do futebol gaúcho, e um dos maiores vencedores do futebol brasileiro, talvez até o maior.

Koff venceu a eleição, confirmando o que se previa. A torcida do Grêmio cansou de quase ser campeã. Anseia por título. Tem fome e sede de títulos. Por isso, a vitória folgada de Koff e seus companheiros.

Agora, como frisou o presidente eleito, é o momento de planejar 2013, mas planejar em silêncio, porque o Grêmio está disputando duas competições importantes.

O presidente Odone e seus companheiros de diretoria, em especial a comissão técnica, precisam de tranquilidade para seguir trabalhando para atingir os objetivos: uma vaga na Libertadores e o título da Sul-Americana.

Começou bem, portanto, Koff. Não confirma nomes para o departamento de futebol, nem fala em contratação. Ratificou apenas que Luxemburgo é o nome número 1 para o cargo de treinador.

E apelou para que especulações sejam evitadas para não tumultuar.

É claro que esse apelo não terá boa acolhida na mídia, que ficará atenta a todos os passos de Koff sempre pensando em dar qualquer notícia em primeira mão.

Só espero que boatos e informações não afetem o vestiário, sempre muito sensível em relação a notícias, verídicas ou não, a respeito de contratações e reformulações de grupo ou de comando.

Koff eleito.

Que Odone siga trabalhando em paz e entregue o Grêmio nas melhores condições possíveis ao seu sucessor.

De preferência com um título.

NÚMEROS

A chapa vencedora somou 7.696 votos, contra 4.951 de Odone e 843 de Bellini. Importante, pouquíssimos votos em branco ou nulos, 56, mostrando o engajamento e o envolvimento da torcida.

ARENA

Não sei se estou escrevendo alguma bobagem, mas acho que Antonini, que sequer conheço pessoalmente, deveria continuar trabalhando – como um assessor pelo menos – na gestão da Arena. Sei que isso é complicado, mas penso que seria o melhor para o clube.

E seria também um gesto de grandeza de Fábio Koff.

BRASILEIRÃO

O Atlético Mineiro renasceu no campeonato ao bater o Fluminense por 3 a 2, um jogaço.

A arbitragem anulou, algo raro, um gol em cobrança de falta em favor do Atlético. Realmente, a barreira foi deslocada e a decisão foi correta. Só tenho dúvidas se o juiz marcaria essa infração se fosse gol do Flu.

Tenho dúvidas também se o gol de Nem,  se fosse do Atlético, seria validado.

O fato é que o Fluminense há horas vinha pedindo para perder.

As arbitragens vinham insistindo em evitar que seus pedidos fossem atendidos.

Hoje, o Atlético passou por cima e deu uma aquecida no campeonato.

O time do QUASE

Por mais que me esforce não consigo definir minha vida nos últimos dez anos apenas com uma palavra.

Façam vocês também essa tentativa. Vale a pena. Não é perda de tempo, porque ao menos vocês exercitarão a memória, o que, dizem, é um preventivo contra o ‘alemão’.

Mas se eu fizer a mesma tentativa para encontrar uma palavrinha só que defina o Grêmio nesse período não terei maiores dificuldades, e penso, desculpem a pretensão, que terei apoio próximo da unanimidade.

O Grêmio nos último dez anos – e podemos acrescentar mais um ano – é o time do QUASE.

Sábado, contra um Coritiba desfalcado, ficou apenas no empate em 0 a 0 no Olímpico.

Aliás, se alguma mente diabólica elaborasse um plano para desmistificar o Olímpico em seu derradeiro ano como o local em que o Grêmio, empurrado por torcida, é imbatível, não alcançaria tanto sucesso como faz o time do festejado Vanderlei Luxemburgo desde que pisou no clube.

Ironicamente, Luxemburgo não cansa de repetir que tinha medo de enfrentar o Grêmio no Olímpico, onde nos últimos tempos qualquer um vem e faz festa.

Sábado, mesmo com Elano e Zé Roberto, o Grêmio repetiu aquele futebol que cometia antes da chegada desses dois excelentes jogadores.

O goleiro do Coritiba, que jogou retrancado como muitos outros fazem, se não me engano não foi exigido uma vez sequer em 90 minutos.

Já o goleiro Marcelo Grohe evitou a derrota. Simples.

Apesar disso, a cotação ZH (e aí pego o tema preferido do blog do RW), que parece ligada no piloto automático na hora de depreciar os jogadores do Grêmio, pode parecer nesta segunda-feira algo assim: “Sem culpa nos gols e muito seguro nas intervenções, nota 4”.

O fato é que o Grêmio afastou por sua própria conta, com esse empate e outros resultados recentes nesse nível, afastou qualquer possibilidade de ainda buscar o título, sonho ainda acalentado pelo presidente Paulo Odone antes da partida.

O time do QUASE se impôs mais uma vez. As causas?

São inúmeras, mas cito aqui as que considero principais:

– os adversários aprenderam que precisam neutralizar Elano. Zé Roberto também, mas nem tanto, até por isso o ZR foi destaque, porque teve mais liberdade;

– Elano e Zé Roberto tiveram de ficar de fora em alguns jogos, o que proporcionou a entrada do ‘trio de carimbadores’;

– A insistência de Luxemburgo em promover MA e também de sacar Fernando;

– a péssima fase de Kleber, que se arrasta em campo, não dribla mais nem a trave da goleira e foge da área como o diabo da cruz;

– a pouca efetividade das laterais, onde dois jogadores ligam uma usina nuclear a cada jogo para conseguir um cruzamento certo por partida;

Cada um pode apontar suas razões. Devo ter esquecido algumas, e talvez tenha sido injusto em outras, mas é o que tenho para esta manhã de domingo.

Um dia muito especial, no qual a torcida do Grêmio vai decidir se quer continuar QUASE campeã ou se quer voltar a lotar a Goethe.

Em tempo: a continuar nesse ritmo de guri que desce a ladeira em carrinho de lomba, o time do QUASE pode perder a vaga no G-3 para o São Paulo, como venho alertando há tempo, e, se vacilar, fica fora até do G-4.

O Grêmio e seus três grandes candidatos

Grande é o clube que dispõe de três candidatos de tamanha envergadura.

Um ex-presidente glorioso, um atual presidente arrojado e um conselheiro que representa a renovação, o futuro.

Ao longo da história, centenas de gremistas dedicaram seu tempo e sua energia para o crescimento do Grêmio. Alguns com mais sucesso do que outros, mas todos buscando fazer o melhor. Todos, de uma forma ou de outra, contribuíram para consolidar o Grêmio como um dos maiores clubes de futebol do mundo.

Não tenho a menor dúvida de que aqueles jovens que no entardecer de 15 de setembro de 1903 fundaram uma agremiação para começar a praticar  um novo esporte jamais imaginaram que começava ali, singela e despretenciosamente, uma rica história de vitórias, conquistas, frustrações e superação.

Se grande é o clube, maior ainda é sua torcida.

É a torcida que faz um clube ser grande.

É grande a responsabilidade de cada torcedor.

Eu, que sobrevivi aos terríveis anos 70 e que ainda hoje comemoro o Gauchão de 1977 como se fosse um título de Libertadores, um título mundial, arrisco dizer que a eleição deste domingo vai definir qual será o tamanho desse grande clube nos próximos anos, nas próximas décadas.

Que o Grêmio continuará a ser grande, não resta dúvida.

A questão é saber qual o candidato que poderá dar a melhor contribuição para tornar o Grêmio ainda maior do que já é a partir de sua nova casa, prenúncio de uma nova era.

A resposta parece complexa, mas é simples, tão simples que muitos deixam de enxergar.

Odone é arrojado, audacioso e mobilizador, mas sua bagagem de títulos pode ser acomodada no bagageiro interno do avião.

Homero Bellini representa a renovação, o futuro. Se é o futuro, sua vez não é agora, é mais adiante, no futuro.

Resta Fábio Koff. Em seis anos, ele comemorou um título mundial – o segundo foi perdido no detalhe -, duas Libertadores e outros nacionais e regionais. Depois, comandou o Clube dos 13 durante década e meia, eleito por suas qualidades inquestionáveis.

Depois de Koff, o Grêmio diminuiu gradativamente de tamanho. Mas como havia crescido tanto, continuou grande apesar de anos e anos de insucessos e decepções.

Grande é o clube que dispões de três candidatos de tamanha envergadura.

Imenso pode ser o clube que tiver no comando um dirigente vitorioso como Fábio Koff.

Feliz – e invejada – é a torcida que pode votar em Fábio Koff para presidente.

Moreno na Copa Hélio Dourado

Nem o monumental orgulho que senti ao ver o time do Grêmio, com um jogador a menos, acuar o Fluminense, o campeão brasileiro, dentro de sua casa, como o gato encurralando o camundongo, consegue atenuar minha indignação com a atitude de Marcelo Moreno.

A primeira coisa que pensei na hora: 30 minutos antes a TV havia mostrado o Moreno na casamata, com cara de sono. É natural, havia jogado na véspera pela seleção boliviana e viajado às pressas. Será que ele foi obrigado a compor o banco? Estaria ele contrariado?

Eu só posso atribuir a uma eventual contrariedade a expulsão em menos de um minuto. Sem tocar na bola, sem tempo para ter atrito com algum adversário, é inaceitável a sua irresponsabilidade. Em sua primeira participação, uma cotovelada no adversário, Rafael Sobis.

Fosse o temperamental Kleber, que estava apanhando sem que o juiz marcasse falta sobre ele, eu até entenderia. Não aceitaria, mas seria capaz de entender. Mas o Moreno?

Então, cheguei à seguinte conclusão: jamais poderia ser dirigente de futebol.

Moreno me lembrou Borges, que foi expulsão em jogo pela Libertadores dentro do Olímpico, assim como quem provoca, pedindo para sair e prejudicar o clube.

Borges, fosse eu dirigente, nunca mais vestiria a camisa do Grêmio. O mesmo com Marcelo Moreno. Nunca mais vestiria a camisa do Grêmio.

É claro que o clube seria prejudicado, porque Moreno é um grande atacante e tem toda uma sul-americana pela frente.

Como dizem os doutos do futebol, eu estaria punindo o clube. É por causa desse time de raciocínio que os jogadores, de modo geral, se sentem à vontade para todo o tipo de ação prejudicial ao clube que os paga, em alguns casos de forma absurda, algo como um tapa na cara do trabalhador comum.

Moreno, se dependesse de mim, voltaria de ônibus. Mas é claro que os advogados espertos usariam isso contra o Grêmio. Então, ele voltaria de avião, sentado na janelinha. Tudo bem. Mas passaria a disputar a Taça Hélio Dourado ao lado de Wangler, Douglas Grolli e outros.

E ficaria assim até o final do seu contrato, ou da minha demissão, o que viesse antes. É lógico que eu seria demitido em pouco tempo, porque logo os torcedores, os mesmo que hoje estão revoltados com a atitude de Moreno, estariam pedindo a sua volta e, de quebra, a minha cabeça. Não culpo os torcedores. O futebol é assim.

Por isso, eu nunca poderia ser dirigente de futebol.

Sou absolutamente intolerante com certas coisas.

Por outro lado, todos aqueles que enfrentaram o Fluminense com dignidade, valentia, abnegação, mesmo cometendo erros técnicos, seriam premiados, fosse eu dirigente de futebol, com aumento de salário assim que pisassem no vestiário após o jogo.

Com exceção de Moreno, todos os outros jogadores dignificaram e honraram o Grêmio e sua história.

Merecem, portanto, meu aplauso, meu reconhecimento.

O JOGO

O Grêmio mereceu vencer. Seu gol saiu de uma jogada com bola rolando, penetração, qualidade. O árbitro deveria ter punido quem fez a falta com cartão amarelo, ou até o vermelho. Mas o juiz, o Ricci, deve ter pensado: já fiz demais ao marcar essa falta contra o Fluminense. E o Luxa ainda quer cartão, aí já é demais.

Elano foi sábio, mágico, e marcou um gol que só os craques costumam ter a frieza e a qualidade para marcar.

O Flu empatou com gol de cabeça, em cobrança de escanteio. Depois, Sobis, com o pé esquerdo, que nem é seu preferido, marcou de longe. Marcelo Grohe falhou. Por falar em falha, o que foi aquele lance logo no início em que o Pico lançou pra área e a bola bateu no travessão? Seria o frango do campeonato.

Aí, quando se pensava que com Moreno o Grêmio poderia buscar o empate e a vitória…

O árbitro deve ter ficado feliz e aliviado quando mostrou o vermelho, muito justo, para Marcelo Moreno, o melhor atacante do Grêmio no Brasileirão.

Morriam ali as chances de o Fluminense perder.

VIRADA

O Inter segue acumulando vexames no Brasileirão. Perdeu de virada para o Figueirense em pleno Beira-Rio. O time armado por Fernandão levou seis gols de lanternas do campeonato em dois jogos seguidos.

Quando escrevo estas mal traçadas linhas Fernandão ainda é treinador.

Talvez até seja mantido, até pra economizar alguns trocados. O time já não ambiciona nada no campeonato. Tem eleição. Não dá nem para planejar a próxima temporada.

O mais interessante é que o titular do futebol, Luciano Davi, que afastou Dorival Jr junto de Fernandão, então diretor de futebol, ainda estaria cotado para ser presidente colorado.

Os indícios são de que o Inter hoje começa a ser tornar o Grêmio de ontem.