Chegou 1983: a cerveja campeã

Finalmente, desfeito o mistério.

Chegou a 1983, cerveja artesanal, tipo Ale. Uma cerveja dourada, de alta fermentação, levemente amarga, porque de doce chega a vida.

1983 é uma homenagem ao primeiro clube gaúcho campeão do mundo. O segundo a conquistar o Mundial de Clubes esperou 23 anos, mas igualmente merece uma homenagem, o que deve acontecer em breve.

1983: sabor campeão.

Exclusividade do Boteco do Ilgo.

Ainda mato um técnico, mas não é o Renato

Felizmente, a escalação que era anunciada com Lúcio jogando de volante ao lado de Adilson não foi confirmada. Resultado: 4 a 2 em cima do São Paulo.

Renato manteve o esquema com três volantes, o que venho defendendo aqui há muito tempo e que foi usado contra o Atlético Mineiro. Improvisou o zagueiro Wilson, que ele conhece bem, como primeiro volante, adiantando Adilson e completando com Lúcio. Douglas, assim, ficou mais livre para criar.

Foi com essa formatação que Silas viveu seu melhor momento no Grêmio. Era Adilson, Maylson e W. Magrão. Fora disso é invenção.

Renato, portanto, está mostrando que não é como Silas: sabe por que ganha, e sabe por que perde.

Fora isso, Renato mostra também que é criativo. Gosto de técnicos com criatividade, que ousam, mas desde que em cima de um esquema que privilegie o sistema de marcação.

Posso estar enganado, mas acho que foi a melhor partida do Grêmio. Forte na defesa, consistente no meio e efetivo na frente. No segundo tempo, ao contrário de outros jogos, não houve maiores sobressaltos. Ninguém morreu do coração. E isso é um ótimo sinal. Um sinal de que o time está se consolidando, e isso começa com a definição, finalmente, por um esquema com três volantes.

No final, Renato declarou que demorou um pouco, mas achou o esquema adequado. E o esquema adequado, amigos, é esse que defendo há horas: três volantes. Os nomes a gente vê depois. Mas ainda prefiro Adilson, Maylson e W. Magrão (ou F. Rochemback).

Além de resgatar a auto-estima da torcida e do próprio time com a vitória dentro de casa, e sobre um time forte como o SP, o jogo serviu para dar mais moral para o centroavante André Lima, que agora só tende a crescer.

Quando Jonas ia mal do Grêmio, a ponto de ficar na reserva do decadente Alex Mineiro na Libertadores do ano passado, eu dizia aqui que ele precisava de sequencia, de alguns gols, para ganhar moral, porque talento sempre teve.

Centroavante sem moral, sem auto-confiança, não existe. Morre por falta de gols.

Gostei também o Gilson na lateral-esquerda. Acho que deu por Fábio Santos.

Paulão na zaga foi soberbo. Gostei também do Wilson como cabeça de área. É uma alternativa. Méritos do Renato.

A criatividade que Renato tinha como jogador, mantém como técnico. É só cuidar para não cruzar a linha que pode torna-lo um inventor.

A meu ver foi pênalti do Paulão, que enfiou a perna no Marlos. Também foi Pênalti do Cléber, que tocou o braço na bola de propósito.

Registro ainda a falha de Ceni no gol de Diego Clementino. E isso que o pai de Ceni não é gremista, é colorado.

SAIDEIRA

O Inter levou 2 a 0 do Palmeiras. O time estava desfalcado, jogava fora de casa. Natural a derrota. O problema é que Renan falhou de novo. Justifica, assim, a angústia dos colorados. O Inter não tem um goleiro realmente confiável. Agora entendo porque muitos colorados, todos que conheço, gostariam de ter Victor. Bem, aí só daria Inter no futebol mundial e interplanetário.
Ah, os secadores do Felipão começam a morder a língua.

Treinadores: ainda mato um

Treinadores, treinadores. Ainda mato um, dizia um antigo dirigente do Guarani de Campinas, Beto Zine, se não me engano. O Noveletto andou repetindo esse mantra por aqui.

Vejamos o caso do Silas. Ele foi vaiado, chamado de burro. Primeiro, pela torcida do Grêmio. Agora, pela torcida do Flamengo.

“As críticas não foram para mim, é a cultura do futebol”, disse, após o jogo em Goiânia. Ele começou, vejam só, com cinco volantes. Aqui, gostava de jogar com dois.

Depois, arrogante, ainda comentou que ele não joga, não faz gol contra, uma referência ao gol contra de Jean. Que caraterzinho…

Todos os jogadores foram solidários ao zagueiro. Quer dizer, Silas está pela bola sete.

Aliás, Silas está confirmando o que escrevi aqui: é mau treinador e dificilmente será destaque nessa profissão. É o tipo que não sabe por que ganha, nem por que perde. Bem, talvez um dia aprenda.

O Fidel Castro não reconheceu, depois de meio século, que seu regime fracassou?

Ainda sobre treinadores. Começo a desconfiar que Renato Portaluppi segue a linha do Silas, ou seja, não sabe por que as coisas acontecem. Por enquanto, é só desconfiança.

Mas pode ser que ele seja um técnico do tipo ‘intuitivo’.

Contra o SP, hoje, ele volta ao esquema de dois volantes, sendo que um deles é um lateral improvisado, o Lúcio, que recém voltou de longo afastamento e não é mais guri. Na esquerda, ele coloca Gilson, finalmente na sua posição de origem.

É claro que essa invenção de Lúcio como segundo volante não vai dar certo. Se ele começasse com o Maylson no lugar do Roberson penso que haveria mais equilíbrio. E aí Lúcio poderia render mais, completando o setor com Adilson.

Agora, vai gostar do Roberson assim…

Treinadores, treinadores…

Política de novo, mas no futebol

O Grêmio tem tantas correntes, mais até do que os fantasmas que assombram velhos castelos, que eu me confundo. Nunca sei exatamente quem é quem.

Ontem, ao participar do Cadeira Cativa, na Ulbra TV, sentei ao lado do Homero Bellini Jr (que é a identidade secreta do Ernani Campello, de tão parecidos). Perguntei de cara qual é a facção dele. Grêmio Independente, ele respondeu.

O GI vai compor a nova diretoria ao lado do grupo liderado pelo Paulo Odone, que eu não sei exatamente qual é, mas acho que é o Grêmio Novo. Não sou muito ligado nisso.

Descobri que uma proposta do grupo vencedor, o Renova Tricolor (composto por Grêmio Independente, Grêmio Novo, Grêmio Sem Fronteiras e Grêmio Democrático) é de que o comandante do futebol gremista seja um vice-presidente, com assento no tal Conselho Administrativo.

Aparentemente é pouco, mas isso significa que o homem do futebol poderá participar das reuniões do CA, interagindo diretamente com o cara das finanças, da administração, etc.

Levei um susto quando soube que isso não acontece hoje, porque o homem do futebol não faz parte desse seleto grupo. Um absurdo que explica em parte o que acontece com o Grêmio.

Alguém consegue imaginar o Fernando Carvalho, homem forte do futebol, não debatendo diretamente com seus companheiros de diretoria?

Aliás, um aparte rápido: continuo apostando que FC será presidente do Inter, entrando no vácuo da disputa dos três nomes hoje cotados. Antes, seu projeto era o Clube dos 13, que ficou com o FK. Agora, só lhe resta o Inter.

Mas voltando ao Grêmio: o vice de futebol será mesmo Antonio Vicente Martins. O projeto é que ele fique acima de gente profissional no futebol. Não deve haver mais diretor não remunerado no futebol gremista.

Até aí tudo bem. Resta saber quem serão os indicados.

Já houve isso num passado recente, e os resultados não foram melhores.

Remunerado ou não, o que interessa é a competência e a honestidade.

Assim não dá pra falar de futebol!

Não fosse a imprensa, em especial a revista Veja e os jornais Estadão e Folha de SP, grande parte das falcatruas permaneceria ignorada. E falcatruas de todos os partidos, dos governos de plantão. Quem deveria fiscalizar as contas, os procedimentos, e tudo mais, não o faz com eficiência. Ou tapa os olhos e o nariz. E isso acontece em toda nação.

Não consigo acreditar que a fraude no Detran, por exemplo, tenha sido descoberta só depois de mais de quatro anos, e que hoje alguns de seus protagonistas continuem numa boa. O mesmo vale para o mensalão, cujos protagonistas desfilam por aí, nariz empinado, alguns de jatinho pago sabe-se lá por quem. E esses escândalos na Casa Civil? ‘Caraca, o que é esse dinheiro todo na minha gaveta?’.

No âmbito da União as descobertas da imprensa repercutem mais porque sempre envolve muito mais dinheiro, sem contar nomes que ocupam postos elevados na corte. As últimas notícias dão conta que grana alta jorra também em alguns Estados, como Tocantins.

Pois essa imprensa incomoda. E incomoda tanto que alguns setores insistem em tapar sua boca. Elaboraram até um projeto que institui a ‘lei da mordaça’, que tramita no congresso e agora, com a maioria que o tal partido terá, será aprovada talvez ainda em 2011.

Estamos enveredando por um caminho perigoso, seguindo exemplos de nossos vizinhos, em especial de Cuba, onde impera a voz oficial.

E o pior é que ainda há jornalistas apoiando o fim de liberdade de imprensa, ou seja, o fim de democracia. Até sindicatos de jornalistas são a favor de limitar a liberdade de expressão. Sindicatos pelegos, como tanto ouvi nos anos 70.

Escrevo sobre isso depois de ler a notícia que tirei do site do Estadão desta segunda-feira.

“SÃO PAULO – A Polícia Federal teve de ser acionada na madrugada deste domingo para garantir a distribuição dos 8 mil exemplares da revista Veja no Tocantins. Para tentar impedir que a publicação chegasse às bancas, o governo do Estado mobilizou efetivo de 30 policiais militares. Armados de fuzis, os PMs ficaram de prontidão no Aeroporto de Palmas à espera do voo que levava a revista.
Os PMs tinham a missão de localizar e apreender os exemplares de Veja. A revista, no entanto, não faz parte da lista de veículos de comunicação censurados pela liminar do desembargador Liberato Póvoa.
Acionado na madrugada, o procurador da República Álvaro Lotufo Manzano requisitou apoio da PF para escoltar o carregamento do aeroporto até a distribuidora da revista em Palmas.”

SAIDEIRA

Se a gente não reagir, será como naquele poema atribuído ao russo Maiakovski, mas que é de autoria do fluminense Eduardo Alves da Costa, escrito não por coincidência em 1964:

Despertar é preciso

Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma Flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite, Já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, Já não podemos dizer nada.

Roth, Renato e a urgente volantização do Grêmio

Celso Roth tem seus defeitos, mas ele guarda uma virtude que aprecio muito: gosta de armar seus times a partir de volantes. O Tite, que deveria ter voltado ao Grêmio há muito tempo, também é assim. Idem o Mano. E mais que idem o Felipão.

O Grêmio campeão da Libertadores com Felipão tinha três volantes: Dinho, Goiano e Émerson. Mais solto, Carlos Miguel. Na frente Paulo Nunes e Jardel.

É claro que ter três volantes não garante vitórias, mas é uma base para armar uma equipe capaz de vencer mais do que perder.

Se a felicidade não existe, não passa de um número maior de situações felizes; também não existe o time imbatível, mas aquele que vence mais do que perde. E, principalmente, vence na hora certa, na hora da decisão.

O Inter encarou o SP com três volantes. Dois deles reservas, só Tinga de titular. Mas manteve a estrutura, a ideia, a proposta, a filosofia de jogo.

Coisa simples, mas talvez por ser tão simples não existe no Grêmio, que ficou sofisticado com seu presidente fashion e com aquele vice que inventou o gentleman Autuori.

O Inter venceu por 3 a 1, humilhou o SP diante de sua torcida. O SP virou freguês de caderno.

Gostaria que Renato Portaluppi se mirasse nos técnicos que citei, e não no Silas, ou no Autuori, que passagem danosa pelo Olímpico. Renato, como seu antecessor, gosta de jogar com dois volantes. E, a exemplo de seu antecessor, vai dançar logo, logo, e com ele o Grêmio.

A salvação de Renato, e do Grêmio, é mudar seu conceito. ainda há tempo. Se ele tivesse dois meias de grande qualidade, ainda seria aceitável que mantivesse o esquema atual, mas nem Douglas, e muito menos e ventilador Souza, que parece ter um cérebro do tamano de uma ervilha, são craques. Longe, muito longe disso.

Gosto do Douglas, e também acho que Souza, em forma, pode ser útil. Mas não é o que estamos vendo. Não há nada que justifique sua presença no time. Ainda mais que no banco está Maylson. Ah, mas Maylson é comportado, não cria caso, não dá declarações polêmicas, não fala demais. E ainda por cima é da casa. E se é da casa, que espere sua chance, que virá quando ‘os de fora’ não puderem jogar.

Maylson não é o salvador da pátria, mas ao menos com ele se reconstitui um modelo que deu certo no próprio Grêmio, três meses atrás.

Não há no Olímpico alguém para encostar no Renato e transmitir essa informação pra ele? Ou já fizeram isso e ele não deu bola?

E mais: quando contrataram Renato não perguntaram qual o esquema que ele gosta de usar? Ou se preocuparam apenas em trazer um nome para sacudir a torcida?

Não é assim que se faz futebol.

Futebol exige planejamento, seriedade, organização. O factóide no futebol tem a duração de um grito de gol.

Se Renato não seguir o exemplo de Roth, povoando o meio-campo com jogadores que marquem e saiam rapidamente para o ataque, será atropelado e sequer terá tempo para anotar a placa.

Volantização é a salvação!

Vamos ver o que ele fará contra o Avaí. Estou começando a ficar apavorado. Pior que isso só o que estão apontando as pesquisas eleitorais.

E a festa virou velório

O técnico Renato avaliou que o time não repetiu jogos anteriores, caiu de rendimento em relação ao que vinha jogando.

Não é verdade. O Grêmio jogou o que vinha jogando. Nem mais nem menos.

O Grêmio somou alguns pontos e saiu da zona de rebaixamento, mas em todos os jogos o time sofreu muito, penou para empatar e vencer. Foram jogos equilibrados. O Grêmio venceu como poderia ter perdido.

É claro que o time cresceu com Renato, mas ainda falta muito futebol para ambicionar algo mais que uma vaga na Sul-Americana.

Nesta noite, que começou com festa e terminou em clima de velório, o Grêmio poderia ter vencido o Palmeiras. E também poderia ter perdido. Exatamente como foi nos outros jogos. O Grêmio ainda está devendo uma atuação convicente, alentadora.

Desta vez os ventos não sopraram a favor do Grêmio, que deixou o campo, no dia de seus 107 anos de existência, amargando uma derrota por 2 a 1. A dupla de área titular fez falta. Neuton é bom jogador, mas deu mole no lance do primeiro gol.

Mais uma vez a arbitragem, na dúvida, pendeu para o adversário. Normalmente isso acontece nos jogos fora de casa. A juizada não respeita mais o Olímpico, a exemplo dos adversários, que desde Silas fazem da casa gremista um salão para suas festas.

Difícil entender é a insistência de Renato com Souza. Depois do jogo, o técnico admitiu que Souza, que vem de longa parada, ainda está abaixo do que pode render. Mesmo admitindo isso, o mantém em campo quase até o final.

Quem tem Maylson para jogar na função erra ao insistir com Souza, um ventilador, uma enceradeira, esforçado, mas pouco eficiente e objetivo. Comece com Maylson e coloque Souza aos poucos. É a minha sugestão.

Para culminar, a lesão do Borges. Ficará fora uns 30 dias, é a estimativa.

Se for para contratar cabeça de bagre, que se invista no Robertson e no Bergson, fixando Jonas como centroavante. Roberson tem jogado muito bem.

Contratação agora só na série B. Ou no exterior. Quem sabe um argentino, um paraguaio ou um uruguaio?

Está faltando um castelhano nesse time.

Para completar, os dois laterais não foram bem. Gabriel ainda não me convenceu. Senti saudade do Edilson. E o Fábio Santos é isso aí.

Noite de 'festa' e o poder de Odone

Em outra circunstância o jogo desta quarta-feira no Olímpico seria de festa e confraternização.

Afinal, é o jogo mil do Grêmio no Brasileirão; justo na data de aniversário do clube; e com dois ídolos, dois dos maiores ídolos, frente a frente.

O problema é que não há clima pra frescura.

Grêmio e Palmeiras já abusaram demais, ultrapassaram a cota de maus resultados no campeonato e hoje precisam vencer para galgar posições mais dignas.

Por isso, fora os cumprimentos e sorrisos formais que irão trocar Renato Portaluppi e Felipão antes do jogo, sob aplausos e lágrimas de torcedores, hinos e tudo mais, o clima é de guerra, de hostilidade. Claro, isso quando a bola começar a rolar. Aí, é cada um defendendo o seu lado.

Espero que Renato não permita que o ambiente festivo contamine o vestiário. Tenho certeza que Felipão não vai deixar que isso aconteça no seu. Raposa velha, vai querer tirar proveito da situação para sair do Olímpico com três pontos, algo que seu time não tem conseguido com freqüência.

O Grêmio vai para o jogo sem sua dupla de área titular. E isso é outro problema. Até nem é um problema grave, porque os dois titulares são, na verdade, dois zagueiros razoáveis apenas. Estão quebrando o galho enquanto não aparece coisa melhor.

Assim, em princípio, Paulão e Neuton não ficam devendo nada aos titulares. A questão maior é o entrosamento. Paulão parece um zagueiro do estilo do titular, o Wilson, uma grata surpresa para mim; enquanto Neuton só não tem a experiência de Rafael Marques. Em troca, tem mais facilidade para aparecer na frente, de surpresa.

O Palmeiras não é lá essas coisas (Tadeu é o centroavante, vê se pode), mas tem um técnico ardiloso e experiente.

Afora o clima de festa que sempre me preocupa, Felipão no banco do Palmeiras é a minha maior preocupação.

Time por time sou mais o Grêmio.

Técnico por técnico, sou mais o Felipão.

Mas, parafraseando antigo personagem do Chico Anísio: “Mas quem não é?”

SAIDEIRA

Leio e ouço manifestações de conselheiros preocupados com o poder que Paulo Odone terá no Grêmio com a eleição de 150 conselheiros da oposição.

É muita força. A mesma, ou até menos, que Fábio Koff teria se atendesse o apelo e as orações da torcida e voltasse ao clube do seu coração, que hoje abriga também os integrantes do Clube dos 13.
Odone angariou inimigos ao longo de sua trajetória como dirigente. Mas também colecionou amigos e admiradores. Como todos nós, tem seus defeitos.

E também suas virtudes. Umas delas, é reconhecer em quem lhe faz oposição capacidade para colaborar de sua gestão. Já fez isso outras vezes pensando no bem do clube e, por tabela, de si próprio.

Para isso, é preciso grandeza. Uma grandeza que não percebi no grupo que está no poder há quase dois anos.

FECHANDO A CONTA

De novo a Casa Civil. De novo a lama fétida e nojenta atinge os pés do ídolo de barro. E, de novo, ali ficará.

Grêmio vence contra tudo e contra todos

Foi uma grande vitória. O técnico Renato, logo que terminou o jogo no Pacaembu, emocionado com o 1 a 0 garantido na raça e na bravura, desabafou que havia sido um desempenho de time que “quer chegar na Libertadores”.

É um exagero aceitável, porque o Grêmio havia acabado de obter sua primeira vitória fora de casa depois de um ano.

Mas o mais importante é que havia batido uma equipe muito forte, com alguns grandes jogadores, como o estupendo volante Jucilei. Melhor que ele no jogo só mesmo Adilson, mais uma vez insuperável. Uma muralha.

Agora, o que mais valoriza a vitória sobre o poderoso clube do presidente do País do Nunca Antes é que o Grêmio precisou ser superior também ao juiz.

Que a CBF não seja injusta com o alagoano Francisco Carlos do Nascimento. Ele, afinal de contas, fez o possível e até um pouco mais para ajudar o Corinthians, que além de um estádio novo quer também o título brasileiro no ano de seu centenário. Tem, ainda, um presidente parceirão do Ricardo Teixeira (chefiou a delegação do Brasil na Copa). E, vocês sabem, amigos merecem toda a atenção.

O juiz merece ser promovido, receber jogos internacionais para apitar, entrar no quadro da Fifa. Ele é esforçado.

Logo que começou o jogo percebi que ele estava ali para fazer o serviço. Minou o time do Grêmio com cartões amarelos, quase todos injustos, e foi benevolente com as faltas corintianas.

O cartão amarelo que ele deu para o Wilson, por exemplo, foi absolutamente injusto, sem contar o de Ferdinando logo no começo.

Mas é bom amarelar jogadores de marcação, não é mesmo?

Depois, percebendo que era preciso dar mais de si, o juiz marcou um pênalti, que se fosse para o lado oposto ele por certo ignoraria. E ainda expulsou o Wilson, segundo amarelo, porque já havia recebido um, aquele injusto. Viram como foi útil aquele amarelo?

O Grêmio resistiu heroicamente 30 minutos. Mais, porque, é óbvio, o juiz deu mais cinco de acréscimo.

Então, homens da CBF, continuem apostando no Francisco Carlos do Nascimento. Ele merece.

SAIDEIRA

Douglas, único jogador do Grêmio que eu tinha no meu time do Cartola, marcou um golaço. Pena que o saquei do time antes da partida. Coloquei quem do Grêmio, então? Sim, o Wilson. Me quebrei. Mas não importa. O que vale mesmo é essa vitória extraordinária do Grêmio. Um resultado que o reabilita na competição e que faz o Renato sonhar com a Libertadores.

Na minha opinião, o Grêmio não tem time para entrar no G-4.

E não podemos ignorar que o Grêmio teve, além de valentia, muita sorte para vencer o bom time do Corinthians e também o aplicado juiz.

FECHANDO A CONTA

Foi uma lavagem, como a gente dizia em Lajeado quando o meu batia o time da colônia por goleada. A Oposição deu um vareio. Elegeu todos os 150 conselheiros. Foi a resposta da torcida à gestão de Duda Kroeff.

Só não sei se isso (a falta de diversidade) é bom para o clube.