Seleção parece jogar com onze ‘macunaímas’

O problema da Seleção Brasileira é de caráter. Se ‘Macunaíma, o herói sem nenhum caráter’, de Mário de Andrade, é o símbolo de um povo em busca de sua identidade, a Seleção Brasileira, hoje, simboliza a apatia da grande maioria da população diante de sucessivos escândalos que corroem a economia do País e dos fracassos do outrora melhor futebol do mundo.

Precisamos, agora, encontrar a identidade do nosso futebol.

Em outros tempos era mais fácil, ou não tão difícil vencer a maioria dos vizinhos e os europeus. Nossa técnica superior prevalecia. Hoje, essa técnica já não é tão superior – até os japoneses, coreanos e outros evoluíram.

Precisamos muito mais do que dribles e lindas jogadas, até porque nossos adversários também driblam e fazem belas jogadas.

A diferença é que eles, nossos antigos fregueses de caderno, ou sem caderno, fazem algo mais.

Nada dessa bobagem de que nossos jogadores usam tatuagens demais ou que estão desgastados, como se os outros, esses que já não tremem diante da ‘amarelinha’, não usem tatuagens em abundância e igualmente não estejam cansados. Nem os árbitros que antes nos ajudavam, hoje nos tratam de igual para igual – ora vejam só! -, num sinal muito claro que estamos nos aproximando do fundo do poço.

Se não tomarmos cuidado, podemos ficar de fora da próxima Copa do Mundo. Alguém duvida? Imaginem como ficará uma rede Globo, que já comprou os direitos do Mundial… 

A diferença que vi, por exemplo, entre jogadores paraguaios e brasileiros, é o caráter. Assim como na Copa do Mundo, continua faltando temperamento, fibra. Está faltando aquilo que Dunga andou criticando num adversário: jogar por um prato de comida. Jogar como Dunga sempre jogou e hoje não consegue transmitir aos seus jogadores. Falta fibra, energia e gana de vencer. Tudo isso sobra nas seleções que vi nesta Copa América. Seleções que, como o Brasil, são formadas por jogadores que atuam na Europa.

Os jogadores estão refletindo em campo o caráter dos nossos comandantes, em todos os setores e instâncias.

Como incutir nesses jogadores a vontade de jogar por um prato de comida, jogar com doação e garra, se o escudo que eles usam na camisa é de uma entidade como a CBF, que tem um ex-presidente preso por corrupção no futebol. E mais: eles olham para o lado e dão de cara com um dirigente que até pouco tempo fazia negócios com jogadores, conforme lembrou o sempre craque Zico.  São apenas dois exemplos negativos. Há muito mais. 

Poderia citar o técnico Dunga, sempre protagonizando situações constrangedoras, inclusive para ele próprio, mas principalmente para o futebol brasileiro, como aquele bate-boca com um argentino, conforme registrado no blog cornetadorw. É essa a postura de um técnico da Seleção Brasileira, seleção que segundo os ufanistas de sempre representa a pátria verde-amarela?

Os jogadores, é visível, entram em campo como o funcionário que acabou de bater o cartão ponto de entrada e só espera passar 90 minutos para pegar o paletó e bater o ponto da saída do expediente. Eu não os condeno. Tampouco torço por eles. Aliás, cada vez mais cresce o número de pessoas que não estão nem aí para a seleção.

Então, esse grupo indolente, macunaímico, ainda teve a infelicidade de ser comandado por dois treinadores em má fase – vamos deixar assim. Felipão na Copa e Dunga agora. Os dois já realizaram bons trabalhos na Seleção. Mas agora fracassaram, e por culpa deles também. Os dois não souberam montar equipes competitivas quando perderam Neymar. O que é um atestado de incapacidade. 

Essa questão do caráter avança também sobre alguns analistas. Uns tratam de blindar Dunga sabe-se lá por que. Os mesmos que detonaram Felipão hoje amenizam com Dunga sob o argumento, pífio, de que falta time. Não posso acreditar que estão grenalizando um assunto tão sério. 

Não aceito a tese de que falta qualidade. Devo concluir, então, que a qualidade do time paraguaio é superior a do Brasil? Óbvio que não. Há ótimos jogadores, o que falta é, principalmente, recuperar em cada jogador o antigo orgulho de vestir a amarelinha. 

Já seria um bom começo, mas não é fácil, porque não há indicativos de que a estrutura do futebol brasileiro sofrerá qualquer alteração.  

Até lá vamos continuar jogando como onze macunaímas, um time em busca de sua identidade.

GRÊMIO

O técnico Roger faz um bom trabalho. Surpreendente até, porque não ganhou reforços. A auto-estima dos gremistas aumentou. É visível.

O torcedor está começando a acreditar que algo especial pode acontecer.

Há entusiasmo. Confiança. Esperança. Por isso, acredito que a Arena, apesar do horário ingrato, terá mais de 30 mil gremistas a empurrar o time contra o Cruzeiro. 

Uma vitória colocará o time em posição de liderança do Brasileiro, coisa que poucos acreditavam até poucos dias atrás.

Ah, esse time do Roger já provou que tem caráter. Pode faltar um pouco mais de futebol, mas caráter tem de sobra. 

Torcida festeja Roger e o futebol da gurizada

Pode ser coincidência, mas o Grêmio de novo teve uma largada fulminante, repetindo o que aconteceu contra o Corinthians. Prefiro acreditar que é uma ideia de jogo, uma estratégia armada por Roger. Sair com tudo nos minutos iniciais quando o normal é os dois times se estudarem, assumirem uma postura mais cautelosa para evitar surpresas desagradáveis. Sem contar que nem sempre o adversário entra focado, realmente concentrado.

O gol relâmpago de Pedro Rocha, aos 37 segundos, desmontou o Avaí, que só no segundo tempo voltou a se equilibrar, chegando a marcar um gol, mas sem levar muito perigo para um time que jogava em sua casa – sua em termos, porque o Ressacada parecia campo neutro tal o entusiasmo da torcida gremista.

Minutos depois, o gol de Luan, que cada vez mais se consolida com craque de futebol. Muito tempo atrás eu o comparei a Rivaldo. Fui criticado, mas também seguido por alguns nessa comparação. Não quero dizer que ele é ou será melhor que Rivaldo. Apenas acho o futebol dos dois parecido. Talvez Luan não desabroche o suficiente e fique pelo meio do caminho, mas não me parece ser essa a tendência. 

Luan cobrou falta ao estilo dos melhores cobradores. Está com jeito de quem treina cobranças de falta. Nesse aspecto, é interessante relatar que o lateral Marcelo Hermes é um exímio batedor nos treinos. Houve uma falta pelo lado direito de ataque, perto da área, perfeita para um pé esquerdo. Douglas deu um carteiraço e afastou Luan, o que acho um erro por que o guri estava cheio de moral depois do gol que marcou. Mas era também uma chance de ver Hermes, que foi muito bem a meu ver, mostrando essa qualidade.

Sobre Douglas: pouca mobilidade e poucos acertos em sua maior virtude, a bola metida para os atacantes. Para justificar sua presença como titular só com mais acertos na armação de jogadas. Agora, é justo frisar que o lançamento do primeiro gol saiu dos seus pés, contando com o vacilo do zagueiro e a velocidade de Pedro Rocha.

O guri fez sua melhor partida como titular. O gol logo no começo o deixou mais à vontade, mais confiante para arriscar o drible. Tudo indica que trata-se um diamante em fase de lapidação.

Outro guri que entusiasma a torcida é Wallace. Joga com elegância e firmeza. Se o volante Dourado vale 100 milhões de reais, conforme foi noticiado açodadamente, Wallace vale o dobro.  

Em relação ao outro lateral, o estreante Lucas Ramon. É o começo. Portanto, qualquer avaliação é precipitada. Mas não vi maiores qualidades nele. Um jogador médio. Não me pareceu melhor que Tinga, por exemplo. Contra ele, o pênalti que por pouco não comprometeu a vitória.

O importante é que o Grêmio venceu, e venceu fora de casa, condição básica para aspirar algo maior no campeonato.

É evidente que o time ainda está em fase de armação e que falta mais qualidade tanto para titularidade como para formação de grupo, mas o simples fato de estar jogando um futebol que por vezes chega a empolgar e, principalmente, somar pontos, já é algo a ser comemorado.

Quem temia o risco de rebaixamento, penso que hoje está mais tranquilo. Já dá pra parar de rezar… 

Com um lateral-direito de qualidade, mais um volante aguerrido e um goleador, o Grêmio pode até sonhar com o título brasileiro.

Para concluir, a torcida gritou o nome de Roger no intervalo do jogo. Foi um coro de milhares de vozes agradecidas. Roger merece.

INTER

O Inter conseguiu o principal no Beira-Rio: somar três pontos. Jogou mal, um futebol pobrezinho tecnica e taticamente. E isso que encontrou pela frente um Santos menor. Fazia tempo que não via um time jogar tão mal em Porto Alegre. È muito ruim esse time do Santos, o que explica sua situação na tabela. Se perder o Lucas Lima, por exemplo, terá de lutar para não cair.

SELEÇÃO

É comovente o esforço da maioria dos cronistas esportivos gaúchos em livrar a pele de Dunga pelo fracasso na Copa América. Ser eliminado por um Paraguai de participação ridícula nas eliminatórias é um fiasco. E o maior responsável é Dunga. Não sei se essa defesa de Dunga é porque ele é gaúcho, ou porque é colorado. Ou as duas coisas. É claro que Dunga não é o único culpado, mas ele é o comandante. 

Falta uma devassa geral no futebol brasileiro

Pouca coisa ainda me surpreende nesta vida. Não me impressiono, por exemplo, com a blindagem da mídia gaúcha ao presidente da Federação Noveletense. Afinal, trata-se de um dos maiores anunciantes do ramos varejista.

Ninguém investiga por que a federação é tão rica e os clubes vivem de pires na mão, mendigando trocados. Uma inversão. A Federação não precisa de toda essa opulência, uma sede tão majestosa. Por que? O futebol gaúcho precisa de clubes fortes, isto sim.

A última vez que realmente fiquei de queixo caído foi quando vieram me contar que determinada pessoa era viado, homossexual para não melindrar ninguém. O cara tinha todo jeito de machão. Prova de que as aparências enganam. Não tenho nada contra.

Aliás, a julgar pelas novelas da Globo os homo estão ficando maioria. Ali, eles são sempre alegres, felizes, ricos e bonitos nessas novelas. Confesso, estou com medo de sofrer discriminação por ser assim, como esse ‘defeito’ de fábrica, e ter que fundar uma espécie de associação protetora dos heteros. Nesse ritmo, ainda teremos o Dia Mundial do Orgulho Hetero.

Tenho medo de que no futuro apocalíptico os heteros sejam caçados e vítimas de violência covarde como hoje ainda são alguns gays, em especial os pobres, aqueles que se viram nas ruas pelo ‘pão (eu disse pão) nosso de cada dia’. 

Tudo isso só para dizer que hoje li algo que me deixou realmente impressionado. Ah, antes quero destacar que esses rolos todos envolvendo dirigentes da Fifa, Conmebol, CBF e agregados não me surpreenderam. Sempre desconfiei desses velhinhos safados que mandam no futebol.

É lógico que as denúncias envolvendo um árbitro da Conmebol também não me surpreenderam. Só espero que em breve apareçam os outros. Lembro de imediato dos dois que apitaram jogos do Grêmio contra o Olímpia, em 2002, no Olímpico, e contra o Boca, este em 2007, na Bombonera. O Jorge Larrionda deu um gol em impedimento triplo no primeiro gol do Boca.

Aguardo notícias do mesmo tipo envolvendo árbitros brasileiros. Garanto que não me surpreenderei.

Mas vamos ao que interessa. O que me deixou perplexo foi essa notícia:

 http://espn.uol.com.br/noticia/521758_presidente-revoga-lei-e-conmebol-perde-status-de-vaticano-no-paraguai?utm_content=buffer779c3&utm_medium=social&utm_source=twitter.com&utm_campaign=buffer

Em síntese, diz: 

“O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, revogou a lei que concedia inviolabilidade à sede da Conmebol, situada na cidade de Luque, conforme foi publicada nesta quinta-feira no diário oficial do país. Com isso, acaba a proteção similar a de embaixadas e órgãos diplomáticos – como, por exemplo, o Vaticano -, que a entidade tinha direito. A medida já havia sido aprovada por deputados e senadores paraguaios nas últimas semanas. A lei de 1997 concedia à Conmebol a “imunidade contra revistas, desapropriação, confisco e toda outra forma de interferência, seja de caráter “executivo, administrativo, judicial ou legislativo”.

Depois dessa, começo a acreditar que o futebol pode começar a vive um novo tempo. 

Agora, ficarei surpreso mesmo é se a sede da CBF também tiver esse tipo de privilégio absurdo.

Ou o faraônico prédio da federação noveletense.

Gostaria também de ver um pente fino da Receita e do Banco Central nas transferências de jogadores. Siga o dinheiro!

Aliás, o futebol brasileiro está precisando de uma devassa, e não estou me referindo à cerveja.

Grêmio de Roger devolve esperança ao torcedor

Em cinco jogos, três vitórias. A vitória sobre o bom time do Palmeiras – que vai crescer muito neste campeonato pela qualidade do seu grupo e de seu treinador – confirma a tendência de alta das ações gremistas na bolsa de valores do Brasileirão.

É inegável que existe a mão de Roger Machado nessa ascensão.

O resultado foi bom e a atuação do time também foi boa. O primeiro tempo foi sofrível dos dois lados. No segundo, os jogadores voltaram turbinados e o jogo ganhou em emoção. Situações de gol nas duas áreas.

O Palmeiras voltou mais ameaçador. O goleiro Thiago brilhou em dois cabeceios mortíferos, um deles à queima-roupa, para baixo. Imagino que quem tinha alguma dúvida sobre a qualidade desse jovem cria da casa a perdeu.

Aos 10 minutos, logo após esses lances de perigo, Maicon marcou seu primeiro gol com a camisa tricolor. O volante não estava muito bem, mas tudo mudou quando ele clareou o lance e chutou colocado fora do alcance do goleiro palmeirense. Maicon ganhou moral e mereceu os aplausos unânimes da torcida. Foi um dos destaques do jogo ao lado de Luan, Wallace, dos zagueiros e, principalmente, Marcelo Oliveira.

Desde o começo gostei desse jogador, que, ao contrário de muitos que estão por aí, nunca desiste de disputar a bola. Sem contar que tem boa técnica e sempre leva perigo ao adversários com suas arrancadas de trás. Marcelo cavou dois cartões amarelos e levou um, o que o deixa de fora do jogo contra o Avaí, sábado, 16h. E pensar que muitos pediam o jovem Júnior em seu lugar, inclusive xingavam Felipão de tudo por preferir M. Oliveira, um jogador que honra a camisa que veste.

Desde os tempos de Iúra que gosto de jogador assim, que joga por ‘um prato de comida’, só para repetir expressão usada por Dunga referindo-se aos colombianos que bateram a seleção brasileira.

Eu não sei aonde esse time comandado por Roger pode chegar. Ao título, com o material humano atual, impossível. Falta sem dúvida um atacante definidor. Por enquanto, os homens do meio de campo estão resolvendo, mas não será sempre assim.

Giuliano, que se mostrou imprescindível e por pouco não ficou de fora desse jogo de sábado, não vai decidir sempre. A direção gremista precisa agir rapidamente, sem deixar-se iludir pela boa sequência de Roger.

Agora, precisa ser um tiro certeiro. Teve mais sorte que juízo no caso envolvendo o atacante chileno Munoz. O sr. Rui Costa precisa melhorar sua pontaria.

Falando nisso, ainda levo fé em Braian Rodriguez. Ele entrou bem na parte final do jogo e por pouco não fez um gol. O problema dele tem sido exatamente esse: por pouco ele não marcou inúmeros gols. Ainda assim, acredito que, como acontece na vida de qualquer um, a hora da virada dele vai chegar. Ainda assim, por via das dúvidas, é preciso um definidor, um matador.

Por fim, a gente percebe que um time começa a ficar compactado, ajustado e seguro de si quando sobram elogios até para jogadores mais questionados, aqueles que a torcida quer ver longe. É o caso de Gallardo. Sei que ainda não é o lateral dos sonhos, mas ele está crescendo, pegando confiança. Vamos ver.

A conclusão é que, diante do material disponível, Roger está fazendo um ótimo trabalho.

Título no Brasileirão é quase impossível, mas na Copa do Brasil…

Aqueles que não acreditam, por favor, permitam-me sonhar.

DORIVA

Quando o Grêmio tentou Doriva e deu naquele carnaval todo protagonizado pelo fanfarrão Eurico Miranda, eu escrevi que não demorar muito o próprio Eurico mandaria o treinador, apesar de sua promessa de mantê-lo de qualquer jeito. O time do Vasco é muito ruim. 

Só escapará do rebaixamento por milagre. A informação é que toc-toc-toc Celso Roth vai assumir. Encrenca feia.

ARENA

A negociação iniciada por Fábio Kof finalmente está chegando ao fim. O Grêmio está próximo de assumir a gestão da Arena, resultado de um trabalho incessante e meticuloso do presidente Romildo Bolzan e seus companheiros.

A posse plena da Arena é fundamental, e urgente. O clube está fechando no negativo todos os meses.

AG/BEIRA-RIO

O mínimo que se espera, agora que a ‘construtora boazinha’ – como diz o RW – que reformou o Beira-Rio caiu na vala comum da Lava Jato, é que a imprensa gaúcha trate o assunto com o mesmo zelo e interesse que dedicou à operação OAS/Arena.

Inclusive colocando belas fotos do estádio colorado para ilustrar as reportagens.

Dunga e o prato de comida

Dunga, quando acuado e pressionado, reage com truculência. Grossura mesmo. Quem acompanha sua trajetória sabe disso. Na hora do sufoco, sai o técnico que se esforça para ser simpático, e entra o volante que não levava desaforo pra casa.

No Gauchão, ano passado, ele atacou o tribunal esportivo da Federação do Noveletto de forma acintosa. Levantou suspeições sobre arbitragens, mesmo sendo favorecido. Lobo com pele de ovelha.

Agora, depois de uma série de vitórias e algumas boas atuações, Dunga voltou a mostrar os dentes e o quanto convive mal com a crítica, com os revezes.

A derrota para a Colômbia foi como um soco no estômago do treinador da Seleção Brasileira. Primeiro, ele reagiu como faz a maioria dos treinadores brasileiros. Culpou a arbitragem.

Depois, como não tem humildade para reconhecer seus erros, culpou o adversário:

– Os colombianos pareciam jogar por um prato de comida.

Uma agressão estúpida. Se o Brasil jogasse sempre por um prato de comida talvez fosse imbatível, independente do treinador. Talvez até tivesse vencido a Colômbia.

Dunga poderia ter admitido que convocou mal e de maneira muito estranha. Poderia assumir que escalou mal, que posicionou o time de forma equivocada. Poderia até elogiar o empenho e a bravura dos colombianos. De vez em quando é saudável reconhecer o mérito do outro.

Mas aí não seria o Dunga que todos nós conhecemos.

Como se não bastasse, Dunga conseguiu incutir nos jogadores o sentimento de perseguição que faz parte de sua natureza desde a Copa do Mundo de 1990. O mundo desabou sobre o cabeça do então jovem e valente Dunga. Desde então, Dunga não disfarça sua mania de perseguição. Todos estão contra ele; todos querem derrubá-lo; a imprensa é mal-intencionada, etc. Sempre há uma armação contra ele.

Percebi isso quando ouvi o Daniel Alves dizer, depois do jogo, que o Brasil está sozinho na América do Sul, onde todos falam espanhol. O Brasil está isolado. Por isso, pode ser vítima de arbitragens suspeitas e de adversários rancorosos e invejosos.

Identifiquei ali, naquelas palavras, o jeito Dunga de ser.

Estão todos contra nós, precisamos nos unir. Imagino o Dunga esbravejando no vestiário, cuspindo fogo como um dragão ferido.

É o Dunga lutando contra um velho fantasma que ele não consegue exorcizar.

A continuar assim, ele viverá outra ‘era Dunga’, agora como técnico de futebol.

O curioso fascínio por argentinos e afins

Que o Grêmio precisa de um atacante goleador ninguém questiona.

O que me deixa intrigado e inquieta também a maior parte da torcida gremista é por que esse jogador precisa falar espanhol? Se for argentino e cabeludo – o que é quase uma redundância -, melhor ainda para o farejador e garimpador de ‘talentos’ do clube.

Dia desses o nome da vez era Munhoz, um chileno com trajetória mediana. Nada que indique ser ele melhor que Pedro Rocha ou Mamute. Ah, mas ele é argentino, cabeluno e, o máximo dos máximos, usa tiara.

Hoje, migramos para o argentino e, claro, cabeludo,Pavone. Joga de Velez e, aos 33 anos, ostenta três ‘rutilantes’ títulos:  Torneio Apertura da Argentina (2006), Copa México (2013) e Liga dos Campeões da Concacaf (2014).

Pelo que li Pavone começou no Estudiantes, onde ficou uns sete anos. Depois, como um macaco – posso usar essa expressão porque ele é de etnia branca -, foi pulando de galho em galho.

Assim, de longe, não me parece ser superior ao Braian, contratado pelo mesmo descobridor de talentos.

Tudo indica que nenhum deles é solução para o Grêmio, que nos últimos anos empilha jogadores de fora com raros casos de sucesso.

Entre jogadores medianos de fora ou daqui mesmo, melhor investir firme e honestamente na gurizada da base.

Por enquanto, dos Pavone, prefiro a Rita dos meus tempos juvenis. Às vezes acho que o martelo que ela segura enquanto canta seu maior sucesso poderia ser útil nessa hora.

NOS ACRÉSCIMOS

Escrev i o texto acima faz dois dias. Hoje, dia 17, mais dois argentinos estão na parada: Cristaldo, que pode deixar o Palmeiras, e Pablo Osvaldo, que defendeu o Boca e pertence a um clube inglês. Ah, Osvaldo usa a tal tiara. Acho que este tem mais chance de vir.

O DVD

Passei o fim de semana em Saudades, a 50km de Chapecó. Num lugar chamado Linha Coxilha.

Na maior parte do tempo junto a um fogão à lenha. Muita cuca e chimarrão.

Não pude ver os jogos do Brasileirão.

Pelos comentários dos amigos botequeiros, o Grêmio mereceu vencer. O time de Roger está tomando forma, pelo jeito.

Vi os melhores lances agora há pouco, na internet.

Quero dizer que não vi falha no gol sofrido por Thiago. Chute forte, no canto direito. Depois, Thiago salvou o time de um empate.

Já o Inter perdeu para sua maior assombração nos últimos anos.

A torcida paulista lembrou o DVD feito pelo hoje radialista Fernando Carvalho. Lance de bom humor.

Tem gente que não gostou. Gente mal-humorada.

O pior é que o funcionário que colocou a frase ‘#põenodvd’ pode ser demitido.

A arte de valorizar jogador com factóides

Dia desses, zapeando de canal em canal, deparo com o Falcão dando entrevista para uma dessas emissoras alternativas. Peguei a conversa no final. Ele concluía dizendo que a imprensa mudou muito, que, ao contrário de outros tempos, não segue a regrinha básica de ouvir as partes envolvidas antes de publicar alguma coisa.

Pronto, Falcão dando um puxão de orelhas em seus ex-colegas (ele trabalhou na Gaúcha um tempo). Na hora fiquei meio chateado. Afinal, Falcão não seria a pessoa mais habilitada a falar sobre jornalismo, mesmo sendo casado com a Cristina Ranzolin e ter transitado pela profissão.

Mas acabei admitindo que ele tem boa dose de razão.

Vejam essa caso do Rodrigo Dourado. Ele tem uns 20 jogos pelo Inter, surgiu para o mundo futebolístico agora. Já estaria despertando interesse de clubes europeus. E não é qualquer porquera, não, é clube grande, poderoso.

Até aí tudo bem. Pode ser coisa de empresário, um planta notícia aqui, outra ali. Daqui a pouco a especulação oriunda de Porto Alegre pode virar notícia vinda da Europa. Já era assim antes da internet, imagine agora. Eu chamava de efeito bumerangue.

O empresário chega para o repórter – normalmente louco por um grande furo – e diz que tem uma notícia quente, uma bomba, mas que não é pra ele publicar. O repórter, claro, diz que é um túmulo. O empresário sabe que será só virar as costas que a ‘notícia’, o furo de reportagem, estará circulando.

O repórter, eventualmente, pode ainda manter contato com um veículo de comunicação do outro país. Vai dizer que tem a informação de que Rodrigo Dourado, por exemplo, está nos planos do Manchester  United, nome que o empresário lhe passou. O jornalista além mar diz que não sabe de nada, óbvio. Final do contato, por email, face, telefone, sei lá, o repórter inglês no caso colhe informações sobre Dourado e, mesmo que o Manchester não confirme interesse específico e concreto, lança a informação. A notícia, plantada muitas vezes na mesa de um bar na Cidade Baixa, acaba voltando como se a fonte original fosse europeia. E isso, amigos, atiça as equipes de reportagem.

Afinal, se veio de um jornal inglês, italiano ou alemão, deve ser verdade. Os mais experientes sabem que não é bem assim, mas deslizam na onda, muitas vezes porque é apenas algo novo e até porque a especulação pode virar fato.

Mas falta um número nessa brincadeira. Quanto o clube europeu está disposto a pagar? Alguém chuta: 100 milhões de reais. No caso de Dourado é um absurdo. Mesmo sendo jogador do Inter, que normalmente lança números estratosféricos em suas negociações.

Nos velhos tempos jogador brasileiro só valia mais do que 10 milhões de dólares se tivesse vestido a amarelinha, o que não cabe a Dourado, ao menos por enquanto.

Geferson, por exemplo, pelos critérios anteriores, valeria mais que Dourado, porque já vestiu a camisa da Seleção, mesmo que isso cause o maior espanto.

No meu tempo de jornal eu chamava esse processo todo de efeito bumerangue. Admito, já fiz disso, e o interessante que não raro as partes gostam de ideia e o negócio acaba saindo.

Esse tipo de notícia sacode o ambiente esportivo, rende milhões de opiniões e debates nas redes sociais e veículos tradicionais.

ATENÇÃO

Ficarei uns dias fora do ar. Estarei escondido num sítio do Oeste catarinense. ‘Lá onde não mora ninguém’, como canta o Agepê, e a internet é movida a manivela.

De lá, conforme os acontecimentos, cruzo a fronteira e vou pedir asilo na Argentina, que é ali do lado. Ou embarco direto para o Congo, onde acredito que já encontrarei o RW encharcado de garrafas de Bardal.

Não verei o jogo de domingo na Arena. Duvido que a TV de lá passe o jogo do Grêmio, embora a região seja quase toda de gremistas.

Espero a análise de algum botequeiro para compensar esse vácuo na programação.

Pode mandar o texto para o meu email: ilgowink@gmail.com

Rendeu até esse post.

Se eu fosse treinador de futebol…

Se eu fosse treinador de futebol – quer dizer, se eu fosse contratado para treinar um time, porque na verdade todos nós somos’treinadores de futebol’ ou metidos a – chegaria no clube e analisaria as características de cada jogador para só depois definir o esquema.

Todos nós ‘treinadores não reconhecidos’ temos nosso esquema preferido e gostamos de brincar com os números. Há também os que criam losangos e outras figuras geométricas, mas isso é para os seres superiores, os que enxergam o que poucos privilegiados conseguem ver. Eu fico só nos números. Gosto de um 4-4-2, mas aprecio um 4-3-3, com variação para 4-3-2-1, mas nada muito rígido, porque quando a bola começa a rolar tudo pode acontecer.

Então, conhecendo o Grêmio e já tendo opinião formada sobre quase todos os seus jogadores – tem uns da base, como o Raul, que não conheço porque me sonegam essa oportunidade para escalar gente que decididamente não tem condições de titularidade. Mas isso é outra história, uma história que talvez seja proibida para menores de 18 anos.

Eu tenho ideia fixa sobre a importância do meio de campo. Acredito firmemente que um meio de campo forte, consolidado, estruturado, mesclando técnica e marcação dura, é não apenas o centro do time, mas também a alma do time. O coração do time. É o meio de campo que bombeia o sangue para manter vivos e ativos o ataque e a defesa.

O Grêmio que eu vejo – respeito muito quem pensa diferente – tem um meio de campo que pode ser chamado de meia-boca. E isso já faz tempo. É um meio de campo concebido por alguém que gosta do futebol elegante, do volante que pede licença para tirar a bola do adversário e que raramente – Deus me livre! – suja o calção.

E aí, meus amigos, não há defesa que resista. A zaga do Grêmio, considerada por muito a melhor do ano passado, vira peneira, casa de mãe Joana, onde todos entram sem bater à porta.

Cabe no Grêmio atual um reforço no meio de campo. Quem sabe um famigerado – para muitos – trio de volantes. Mas não vejo volantes com as caraterísticas necessárias para montar um trio ao mesmo tempo combativo, rápido e minimamente criativo.

Com o ataque atual, que é fraquinho, o correto seria armar um time defensivo e depois jogar no erro do adversário, jogar por uma bola, como fez Renato São Portaluppi em sua segunda e mais uma vez exitosa passagem pelo Grêmio como treinador. Desculpem-me os anti-renatistas, mas eu não resisto à uma provocação. Perco o amigo, mas não perco a provocação.

Sem me alongar mais, eu ousaria armar um esquema com três zagueiros. Com isso, ganharia em solidez defensiva – Rodolpho já provou que é ótimo ladeado por zagueiros – e versatilidade para atacar.

Meus laterais/alas seriam Gallardo, que se projeta bem, e Marcelo Oliveira, ou Júnior, que começou em alto nível e depois caiu. Quem jogou bem uma vez, pode repetir. Os dois obrigatoriamente devem apoiar, e muito.

Agora sim é possível aceitar volantes mais técnicos, porque o serviço sujo vai ser feito pelo trio de zagueiros. Wallace e Maicon à frente dos zagueiros, mas ambos com liberdade para avançar e juntar-se aos atacantes como elemento surpresa. O melhor seria que um deles fosse mais rápido e mordedor, estilo Ramiro, por exemplo.

Mais à frente, dois meias ofensivos: Giuliano e Luan. Ambos com menos obrigações defensivas, mas não isentos de combater até a intermediária eventualmente.

Na frente, como referência, o Mamute, que é o que a casa oferece de melhor: força e velocidade. Pode ser também o Pedro Rocha.

Pois o meu time como treinador seria esse, observando apenas que é um time montado com base nos jogadores que estão sendo mais utilizados.

É óbvio que entre buscar jogadores médios e investir e dar força para a base eu ficaria com a segunda hipótese.

Mas isso se eu fosse treinador e, claro, tivesse o poder de indicar e/ou vetar jogadores que o diretor de futebol tentasse me empurrar goela abaixo.

Acho que eu não duraria como treinador de futebol. Melhor ficar por aqui dando meus palpites.

A dura realidade gremista e a gangorra emperrada

Alertei sobre a ‘revolução’ que Roger estava fazendo no Grêmio, segundo li no jornal ZH logo após a alentadora vitória sobre o Corinthians. Digo estava porque quero ver o que vão dizer  aqueles ‘especialistas’ que viram em Roger Machado capacidade de transformar água em vinho em poucos dias de trabalho.

Não existe milagre no futebol. É fato comprovado cientificamente que existe, isto sim, os deuses do futebol. Se alguém duvida é só ir ao Beira-Rio, onde pelo jeito estão morando.

Mas milagre mesmo ainda não vi. O mais próximo de milagre no Grêmio, nos últimos cinco anos, foi protagonizado por Renato ‘São Portaluppi’, quando ele conseguiu fazer Douglas jogar tanto a ponto de ser convocado à Seleção. Sem contar outros que nada jogavam e que de repente, como num passe de mágica, começaram a jogar. Mas é melhor não falar de Renato, que, segundo alguns, em especial colorados invejosos e revanchistas, nem treinador é.

O assunto é Roger. Pois Roger não é mágico. Qualquer gremista de qualquer ponto do planeta, e até algum extraterreste que esteja entre nós, sabe que o Grêmio ‘malimal’ tem um time para disputar vaga na Sul-Americana.

Além de ter um time titular que não convence e não assusta ninguém, apesar do bom desempenho contra o Corinthians, o Grêmio sofre com a falta de reservas suficientes para encarar uma campanha tão longa e desgastante como o Brasileirão, e ainda com a Copa do Brasil em paralelo.

O que se viu sábado, em SP, foi um técnico desesperado à beira do gramado, se desdobrando para acertar a marcação e o posicionamento com a bola andando. Os ouvidos mais sensíveis não curtem treinador assim, gritão. Eu acho importante esse temperamento sanguíneo, dentro e fora do campo de jogo, principalmente dentro.

E também nesse aspecto o Grêmio está sofrendo. Enquanto Roger vibra e tenta jogar com o time – o que em Felipão era um defeito grave para os anti-scolaristas -, o que se viu no Morumbi um time como um todo por vezes apático. Não adianta meia dúzia pegar junto enquanto outra parte da equipe não doa mais de si em favor do coletivo.

Os últimos minutos foram deprimentes. Todos devem lembrar o lance em que Braian Rodriguez corria de um lado para outro para roubar a bola, até que ele parou um segundo para cobrar o mesmo empenho dos jogadores mais próximos. Era o momento de ir para cima com tudo, sem medo, porque o SP vencia por 2 a 0.

Nesse aspecto, me parece que faltou essa voz ativa e forte do homem à beira do gramado. Não sei se Roger cobrou mais garra e vibração de sua equipe para interromper o ‘olé’ do time paulista. Se ele, como o time, nada fez para conter aquele toque de bola humilhante, bem, aí minha preocupação aumenta.

O Grêmio já sofre com a falta de maior qualidade no time, em especial de um goleador com boa presença de área (Alecsandro me serve).

Agora, não se pode ficar assim: um dia o time vence, e tudo está bom; no jogo seguinte perde, e aí tudo não presta.

O time tem imperfeições. Roger conseguiu dar nova dinâmica ao time em dois jogos, mas não repetiu contra o São Paulo, que, afinal, jogando em casa, é normalmente favorito contra qualquer time.

Mesmo sem jogar grande coisa, o Grêmio perdeu por detalhe. O primeiro gol foi quase um acidente, uma infelicidade da zaga na bola aérea. O segundo gol foi um escândalo. Não houve pênalti. Marcelo Oliveira encolhe o braço na hora do cruzamento. Mais absurda que a marcação do juiz, que deve decidir na hora e tem outro ângulo de visão, é a opinião do comentarista de arbitragem Márcio Chagas, um gremista arrependido. Depois de ver e rever o lance, seguiu dizendo que foi pênalti.

Penso que ele, Chagas, insiste porque caso contrário não teria como explicar por que viu aqueles dois ‘pênaltis’ contra o Cruzeiro/RS, quando ele e outros luminares do apito gaudério vieram com aquela lorota de que o jogador, ao se jogar na frente do adversário para interceptar o cruzamento ou chute a gol, está assumindo o risco de ter a bola batendo em seu braço, configurando, então, pênalti. Ora, vão catar coquinhos.

Estou curioso para ver o que dirá Chagas num lance assim marcado contra o Inter. A favor do Inter e contra o Grêmio a gente já sabe como ele posiciona.

O Grêmio foi prejudicado pela arbitragem contra o São Paulo. Toda a imprensa paulista reconhece isso. Mas o maior prejuízo gremista foi causado pela limitação técnica do time. Não adianta a direção vir dizer que tem muita gente boa na base. Não tem. Tem alguns como o lateral Raul, que ninguém consegue entender por que não é testado, e se prefere improvisar um volante com pouca velocidade na lateral. Hoje está todo mundo dando pau no pobre Felipe Bastos.

A respeito de FB, lamentável a discussão entre ele e Luan para cobrar uma falta. Na próxima vez, que joguem uma moeda para cima, porque nenhum deles é sumidade em cobrança de falta. FB ganhou no grito, mas cobrou mal como normalmente acontece. Nada garante que Luan cobraria melhor.

Por fim, penso que Roger armou bem o time com o material disponível para o momento. Que culpa tem ele se Júnior, motivo de muito ranger de dentes contra Felipão, jogou um futebolzinho de quinta categoria. de novo. Esse rapaz surgiu muito bem, mas depois nunca mais repetiu as atuações iniciais.

Que culpa tem Roger se ele olha para o banco e vê como opções para melhorar o ataque o Vitinho, com aquele jeito de ‘o-que-é-que-eu-estou-fazendo-aqui’?

Se Vitinho não jogar nada, como parece ser o caso, estaremos diante de uma situação que vai exigir uma ‘CPI’ no futebol do Grêmio.

Vou parar por aqui porque minha coluna lombar está me fazendo sofrer, não tanto quanto o Grêmio e a posição da gangorra no RS, mas dói.

INTER

O Inter venceu o Coritiba até com facilidade. E não poderia mesmo ser de outro jeito. Estádio lotado e um time confiante, seguro de si.

O Coritiba até que lutou, mas caiu ao natural.

Foi uma bela festa em homenagem a Fernandão, um dos mais importantes jogadores da história do clube. A comparação com Falcão que andei lendo por aí atribuo apenas ao fato de ele ter morrido tão cedo e de forma tão trágica.

No Brasileirão, repito que vejo o Inter é um dos favoritos ao título. A gangorra emperrou com o Inter na parte de cima.

Elogios em excesso e a ‘revolução’ de Roger

Diz o ditado que elogiar nunca é demais. Todos sabem que não é bem assim, principalmente quem tem filhos.

Eu sempre desconfio de elogios em excesso. Encha a bola de um jogador, por exemplo. Se o cara não tiver boa estrutura ele já sai caminhando diferente e no jogo seguinte entra de salto alto.

No vestiário, depois, ele volta à realidade. Isso se o time todo não ficou contaminado com aquele vírus que por vezes atinge jogador convocado para a seleção brasileira.

Por isso, me preocupo quando leio e ouço tantos elogios ao Roger e quando usam a expressão ‘revolução’ para rotular um trabalho que recém começou.

Não que Roger não mereça elogios. Ao contrário. Ele começou muito bem e tudo indica, por suas entrevistas ponderadas e serenas, que ele deve levar o time ao um outro patamar.

Desde, é claro, que receba reforços.

Desconfio até que certos elogios têm como objetivo dizer que está tudo certo, que não precisa reforçar e que o time atual com Roger no comando pode sim sonhar com o título brasileiro.

Espero que esse tipo de manifestação entre por um ouvido e saia por outro.

O Grêmio ao que tudo indica ganhou um treinador competente, mas o time ainda precisa de reforços. Por exemplo, um goleador, um matador.

Depois, com mais qualidade e também quantidade – o campeonato é longo -, Roger poderá mesmo iniciar uma revolução.

Antes disso, Roger, desconfie de tantos elogios.

DESFALQUE

Contra o São Paulo, que vem de ótima atuação contra o Santos, venceu por 3 a 2, o Grêmio não terá Wallace.

Desfalque importante. Wallace foi destaque do time nos dois últimos jogos.

O pior é que não há substituto à altura. Roger talvez tenha que improvisar. Passar Marcelo Oliveira para o meio, colocando Júnior. É o mais lógico.

O problema é que Marcelo com mais liberdade é um trunfo, como mostrou contra o Corinthians.

Outro desfalque é Gallardo, logo agora em que ele começa a mostrar bom futebol.

Seria uma oportunidade para colocar Raul, mas o guri segue fora dos planos.

Duvido que seja apenas por questão técnica.