Feliz festas aos botequeiros e botequeiras

A todos que frequentam este boteco um Feliz Natal e um 2014 pleno de realizações.

Estou saindo para descansar um pouco.

Férias coletivas no Boteco.

Agora, quem quiser postar algum comentário é só mandar para o meu email.

Talvez eu escreva alguma coisa antes da Virada.

Pra que ninguém fique de olho grande, prometo que manterei o Boteco aberto mesmo ganhando a Mega da Virada, que, como todos nós sabemos, irá para algum pequeno município do sertão.

Mesmo assim, não deixo de apostar.

Afinal, como dia o sempre Plantão das Multidões, o gremistão Antônio Augusto, ‘fora do jogo não há salvação’.

Se há ou não salvação, não sei, mas sempre que posso faço o meu joguinho.

Se eu ganhar sozinho, vou investir em alguns jogadores de ‘talento’. Por exemplo, Marco Antônio e Léo Gago, entre outros. Compro todos eles e empresto para o Inter, de graça.

É isso, boas festas a todos vocês que me motivam a seguir escrevendo.

Ah, bebam com moderação, lembrando sempre que a vida segue.

E que é bom viver, mesmo sem título há doze anos.

OBS –  A foto que ilustra este post foi tirada em Lisboa, autoria do Mario Westphalen. É a 1983 ganhando o mundo.

Edinho, Renato e as cadeiras fantasmas

Ainda intrigado com a contratação de Edinho, decidi buscar informações para saber por que a direção gremista decidiu investir no volante.

Além de ser um jogador questionado, Edinho já não é mais guri. Completa 31 anos em janeiro.

Diferente do que eu imaginava, o técnico Enderson Moreira não indicou o ex-volantão colorado. Foi informado e aprovou a vinda.

A decisão foi do núcleo forte da diretoria, a partir do entendimento que o Grêmio precisa mesmo de um jogador com o perfil de Edinho: liderança dentro de campo, capacidade de marcação e de ‘chegada’ na arbitragem.

Com Edinho, os dirigentes avaliam que os meias poderão ficar mais liberados para atacar, para chegar ao ataque sem tanta preocupação em marcar, como aconteceu neste ano.

Teremos, portanto, um Grêmio mais leve e atrevido do meio para a frente. Talvez com isso Barcos volte a ser goleador.

Nesse aspecto, passo a concordar – não que isso tenha alguma importância – com a contratação de Edinho, que está na origem de uma nova formação tática do time.

Contribui para a minha mudança de atitude em relação a Edinho o fato de que o Grêmio teve dois volantões de muita raça e dedicação quando foi campeão da Libertadores: China e Dinho.

É preciso ser considerado, ainda, que a troca de camisa de Edinho irrita e preocupa a maior dos colorados, da mídia e fora dela.

Fora isso, tenho uma quedinha por cabeça-de-área competente.

RENATO

Em minhas andanças, acho que descobri a verdade sobre a saída de Renato. Não foi só pelo dinheiro. Na real, o dinheiro ficou em segundo plano.

Renato aceitaria continuar por um salário mais próximo do teto do clube. O que mais pesou para o desacerto foi saber que não haverá grandes investimentos em jogadores diferenciados em função do custo.

Renato, então, lembrou que saiu meio chamuscado do Grêmio em 2011 porque não foi formado um time à altura da grandeza da Libertadores – Jonas inclusive foi embora.

O grande ídolo de parte da torcida gremista refletiu e concluiu: não vou me queimar de novo.

E partiu para outra.

ARENA

Coloquei no tuíter, sábado, uma informação que exclusiva – mais uma, a anterior foi a notícia sobre Marseredian – que será notícia nos próximos dias na mídia formal.

Sabem aquelas 1.400 cadeiras fantasmas? Pois o Grêmio, depois de uma árdua negociação com a OAS, conseguiu ressarcimento.

A empreiteira vai pagar R$ 10 milhões em troca das cadeiras prometidas e não entregues.

Quer dizer, aos poucos as coisas vão se ajustando.

WELLINGTON PAULISTA

Se o Grêmio amontoa volantes, o Inter amontoa centroavantes.

Juntando He-Man, Scocco e W. Paulista não dá um Leandro Damião da fase pré-propostas milionárias que nunca se confirmaram mas que abalaram o jogador.

Agora, W. Paulista é um perigo. Não tem jogo que ele não marque gol no Grêmio.

Renato tentou ser moderno no Grêmio

Mauro Pandolfi dá outra excelente contribuição ao Boteco, que é mais liberal que baile funk e ‘zona’ de cidade do interior.

Acompanhe, é longo mas vale a pena. Ah, concordo com a análise que o Mauro faz sobre a passagem (vitoriosa) de Renato por aqui. O tempo vai provar o quanto Renato acertou em sua proposta de futebol:

“É um texto tardio. Relutei em enviá-lo. Mas… vamos lá!

O Ilgo perguntou algo sobre Renato. O que ele fez? Uma coisa assim. Poxa! Juntei os meus botões, li textos, parei, reli, tentei analisar, reanalisar o Grêmio de 2013. Dida foi discutido o ano inteiro. Ora, falhava e Marcelo Grohe ressurgia. Quando salvava, tornava-se personagem do gênio-idiota da penúltima página. Pará foi tosco, bisonho e Alex Telles – ganhou a Bola de Prata e eleito o melhor do Brasileirão – não sabia cruzar.

Sacrificamos zagueiros a temporada toda. Salvou-se Rodolfho. Quando Fernando foi embora – sofreu com várias críticas neste boteco – abriu-se um caminho antes nunca percorrido. Entraram vários. Adriano sucumbiu com sua limitação. Sousa, Riveros e Ramiro tentaram suprir a ausência com dedicação, qualidade tática e técnica. Porém, foi difícil ser volante meia o tempo todo.

Zé Roberto e Elano provocaram duelos verbais neste espaço. Foram mais eficientes fora do que no campo. Os guris, tentaram, apagaram, não deixaram rastros. Onde estão os Bitecos e o Calyson? E, o ataque! Ataque? Existiu? Deram uma frota por Barcos que naufragou. Era o craque, foi tratado como tal, o símbolo de uma era. E, do pirata sobrou apenas o tapa olho, o olho de vidro e a caveira. E, a perna de pau? Não vou fazer esta maldade.

O gladiador bateu, caiu, deu bundada, caiu, brigou, caiu, xingou o juiz, caiu, chutou, caiu. Foi assim o ano inteiro. O veloz, criativo Vargas fez turismo em Porto Alegre. Máxi virou esperança. Lucas Coelho, Mamute, Paulinho foram motivos de piadas, chacotas, culpados pela eliminação da Copa do Brasil neste boteco. Sobrou pouco, muito pouco, quase nada no elenco do time. É isto que deduzi pelas colunas, comentários, pitacos neste espaço.

Agora, o time? Foi do moderno, ao comum, passou pela falta de padrão e acabou na retranca. Um sistema que preferia defender, utilizando triangulações pelos lados, com cruzamento medidos. Alguns – poucos, verdade! -, viram assim. A maioria enxergou um time mal escalado, defensivo e só atacava a base do chutão. Um timeco igual aquele da turma do lago.

Na segunda-feira acompanhei o julgamento da virada de mesa. Pelo que li no boteco, achei que o tricolor beneficiado era o Grêmio. Mostraram a tabela na tevê. Nós fomos vice-campeão! Segundo! Tratamos o nosso time como se fosse rebaixado ou segurado numa ponte que quase partiu.

O que queremos? A Arena parecia um estádio europeu, lotado, com cânticos, vaias. Parecíamos o Bayern ou o Barcelona. Nunca vi Messi ou Ribery. No banco não estava Guardiola ou Mourinho. Na arquibancada, aqui no boteco, eramos torcedores destes times. Cobramos, exigimos desempenho na altura de Barcelona e Bayern. Estamos longe, muito longe, distante demais. Quero título. Mas reconheço os nossos limites.

Renato é o meu ídolo. O ponta moderno, destruidor é o meu preferido da história gremista. Aprendi a gostar do treinador. Não é um mero motivador. Está em transformação. Mudou muito nas duas passagens. Mostrou-se mais tático. Fez um trabalho espetacular no Grêmio.

Entretanto, leio nos blogs, nos comentários, nas colunas, escuto nas rádio, críticas exacerbadas sobre o trabalho. Não treina e levou um nó tático de vários técnicos. Mancini, disseram muitos, foi um deles. Na decisão contra o Flamengo, a câmera flagrou Mancini orientando o time: “Vamos, porra!!” Ótimo, este Mancini! Péssimo o Portaluppi e sua falta de esquematização. Renato tornou-se um pária nos comentários. Um Celso Roth – este, também, exageradamente demonizado – com grife. Ele nos deu uma bela lição na carta de despedida. Agradeceu, nos elogiou e disse até algum dia. Nós, os gremistas, estamos dizendo: “até nunca”! Boa sorte, Renato.
Não conheço Anderson Moreira. Estou como um gremista goiano quando o Grêmio buscou o Silas. E, Silas era ótimo. Não suportou a pressão, o desespero, a intolerância e o mau humor dos gremistas. Perdeu-se e foi devorado, sem dó, nem piedade.Tenho confiança no Moreira. Espero que a direção, também, tenha confiança. Boa sorte, Moreira!

A vida, meu caro Ilgo, tem as pequenas alegrias. A felicidade está no sorriso do filho, no beijo da mulher amada, na derrota de um canalha. Torci pelo Raja. Vibrei com a vitória. Porém, fiquei impressionado com a idolatria do Ronaldo Assis. Nunca tinha visto isto. A derrota do Galo é um recado ao futebol brasileiro. Estamos longe, perdido no tempo e espaço, suspiramos por um futebol ultrapassado, equivocado e sem futuro.

Renato tentou ser moderno no Grêmio. Compactou o time, armou triangulações, buscou velocidade e esbarrou “nos detalhes tão pequenos” do ataque: os gols que Barcos, Kleber e Vargas sonegaram.

Sonhamos, ainda, com um dez. Estão por aí. Ganso, Zé Roberto, Ronaldo Assis encantam. Não participam do jogo, flutuam, aparecerem, somem e escondem-se nos momentos decisivos. Não há mais lugar para o velho dez. O jogo pede intensidade, bravura, empenho e decisão. O time precisa de um jogador de noventa minutos. O de um lance só, acabou. Você só o encontram nos livros antigos, nos velhos manuais ou na memória de um saudosista. O tempo é devastador. Nada sobra quando o novo sai debaixo do sol. Agora, o velho dez só é destaque nos jogos perdidos do you tube. Cruel? Sim, muito cruel! Mas, é o futebol, a vida.

Estou saindo de férias. Um Feliz Natal para todos os botequeiros e um 2014 vitórioso para o nosso Grêmio. Tenho fé, esperança no renascimento do futebol. Agradeço o espaço, as palavras, os comentários sobre meus texto. Obrigado!”

MAURO PANDOLFI

Mahrseredjian confirmado: o Boteco já sabia

Quem frequenta o Boteco sabe antes. No dia 13, enquanto parte da mídia perdia tempo com Paulo Paixão, eu fui atrás da informação correta, quente, e descobri que Fábio Mahrsededjian estava sendo contratado pelo Grêmio. Quando escrevi a notícia faltavam alguns detalhes.

É um grande preparador físico. Este sim um grande reforço, um nome à altura dos desafios de um grande clube, de um clube que irá disputar a Libertadores.

Notícia publicada nesta tarde pelo Grêmio:

http://www.gremio.net/news/view.aspx?id=16931&language=0&news_type_id=4

Texto publicado aqui no dia 13:

http://botecodoilgo.com.br/?p=3770

Biscateiro de pequenas alegrias

Eu ando me sentindo como o biscateiro da minha zona. Ele vive de pequenos serviços para sobreviver. Arruma um trabalho aqui e outro ali, e vai levando a vida.

Hoje, sou um biscateiro emocional, ao menos no futebol. Vivo, ou sobrevivo, de pequenas alegrias.

São pequenos momentos que me deixam muito feliz, eufórico até.

São momentos que fazem-me acreditar que posso deixar as trevas de frustrações onde mergulhei nos últimos doze anos para ganhar a superfície luminosa das vitórias e das grandes conquistas.

Assim, quando o Grêmio belisca um título importante, conquistando um vice com muito sacrifício, jogando com bravura e indignação que sobravam na década coruscante de 90 e que Renato conseguiu resgatar, embora sem o mesmo futebol rutilante daqueles anos, eu sinto essa pequena alegria.

Agora, quando esse lampejo de felicidade é seguido de ações que apequenam o Grêmio com a desculpa de que não há dinheiro – e daí, nunca houve mesmo e ainda se esbanjou dinheiro como se as cédulas nascessem em pés das pitangueiras que abundam, ops, em Porto Alegre – aí  a depressão é inevitável. No meu caso, depressão acompanhada de revolta e indignação.

Foi tão difícil conquistar a vaga direta na Libertadores que é revoltante ouvir as vozes conformadas que oriundas do velho Olímpico dos discursos inflamados de um Hélio Dourado e até mesmo do Fábio Koff denunciando o esquema Parmalat, hoje anunciar um técnico sem a estatura de um clube que sempre entra – ou entrava – na Libertadores para brigar, e brigar mesmo, pelo título.

Quando aquele Grêmio do Felipão seria expelido da Libertadores da maneira apática como ocorreu neste ano com o glorioso Luxemburgo? Nunca. Jamais. Não aquele Grêmio.

A vida é mesmo como uma montanha russa. Em meio ao processo depressivo, eis que o Raja Casablanca me surpreende e elimina o time do RG. Quando liguei a TV, não sabia o resultado: só deu tempo de ver a bola chutada entrando e o narrador dizendo que o jogo estava em 1 a 1.

Vibrei no fundo do abismo emocional onde me encontrava. E parei para ver o resto do jogo. RG deu um balãozinho tipo foca amestrada no meio do campo, bem longe da área. Depois, errou meia dúzia de passes seguidos. Cada erro, um sorriso meu.

Por outro lado, o ‘Montauri’ acabava com o jogo com vitalidade, categoria, visão de jogo, talento.

No final, a derrota de RG. Só não fiquei mais feliz porque a imagem do Cuca com expressão de incredulidade e frustração foi tocante.

Mesmo assim, foi mais uma pequena alegria.

Uma alegria que aumentou quando o narrador da TV lembrou Mazembe e Inter em 2010, esta sim uma imensa alegria, tanto que criei as cervejas Mazembier e Kidiaba.

O fato é que o narrador foi cruel, muito cruel com os colorados.

Mas foi outra pequena alegria, talvez a última que terei no futebol por um bom tempo.

Grandes alegrias, então, só por milagre.

Não dizem que acontecem milagres no Natal?

Libertadores começa com jeito de ponto final

Se o Grêmio não tivesse uma Libertadores pela frente, eu entenderia a contratação de Enderson Moreira.

Se restasse ao Grêmio apenas o campeonato regional, eu entenderia a contratação do ex-treinador do Goiás.

Afinal de Gauchão, ele entende. Teve uma experiência breve, é verdade, e não das melhores.

Foi demitido do Inter B após eliminação para o Cruzeirinho, no verão de 2011.

A rigor, o Grêmio contratou um profissional que há dois anos era demitido do Inter B. Há dois anos.

Uma das coisas boas da vida é que ela nos reserva surpresas. Tudo pode acontecer. De bom e de ruim. É como uma montanha russa.

Logo em seguida, Enderson estava no Fluminense comandando o time numa Libertadores. Vejam só. Do Inter B para a Libertadores do Flu de Fred e Conca em questão de semanas.

No Flu, ele foi eliminado nas oitavas pelo Libertad. Venceu em casa por 3 a 1. Tinha tudo para classificar-se. Mas conseguiu levar 3 a 0 no jogo da volta.

Este, em rápidas palavras, é o treinador que o Grêmio traz para disputar a Libertadores.

Um técnico que iniciou no Ipatinga, há cinco ou seis anos. Uma ascensão rápida.

É óbvio que Enderson tem algum valor. Só o fato de fazer Walter jogar, e jogar bem, já o credencia.

Terá ele capacidade de fazer o esguio Barcos fazer gols como o balofo Walter?

Há uma semana, quando começou a aparecer com mais força o nome de Enderson para o lugar de Renato, alguém da imprensa afirmou que ele traria junto o Walter. Confesso que ri na hora.

Parei de rir hoje. Só espero que a informação esteja 100% completo e que Walter desembarque no Olímpico.

Ao menos isso. Poderemos ter, então, Walter e Barcos. O Gordo e o Magro.

E seja o que Deus quiser.

Agora, duvido que Deus irá querer a Libertadores para o Grêmio se o próprio Grêmio não parece determinado a fazer todo o possível pela Libertadores.

O Grêmio lutou tanto para conseguir essa vaga direta, tanto.

A Libertadores começa assim, com um jeito triste de ponto final.

FELIPÃO

Dias desses questionei a tuitada do grande João Garcia, amigão do Scolari desde os tempos do Brasil de Pelotas.

JG informou que Felipão havia sugerido Enderson para o Grêmio.

Retruquei na hora que o mesmo Felipão certa feita alardeava as qualidades de Joel Santana como treinador.

Veio o Enderson. Muito por razões financeiras, é claro, mas desconfio que há mesmo o dedo de Felipão nessa história.

A minha esperança agora é que o Paulo Sant’Ana sempre se quebra em suas previsões no futebol. Há anos ele prevê que o Inter vai ser campeão brasileiro, por exemplo, e sempre se quebra.

PABLO

Em duas colunas na ZH – lembradas no cornetadorw -, ele previu que o Grêmio não tem chance na Libertadores, isso antes de confirmada a vinda de Enderson, e que sem Dida o Grêmio não terá goleiro.

Só resta, agora, acreditar que aconteça o inverso. É a minha esperança.

Confiram: http://cornetadorw.blogspot.com.br/2013/12/o-genio-da-padre-chagasvai-comecar-tudo.html

Grêmio: Marhseredjian pode ser o preparador físico

Meio da tarde desta sexta-feira, véspera do MazembeDay. Toca o celular. Olho pra tela do aparelho. Está lá escrito:

Ricardo Worthman. RW é um prego no sapato de boa parte da imprensa esportiva.

A voz rouca do RW tem um tom beirando ao desespero. Não, desesperada mesmo:

– Ilgo, estão falando demais que pode ser o Celso Roth. Me diga que não é o ‘treinador trabalhador’. Quatro Corneteiros da Redenção já morreram só com essa possibilidade, um está na UTI e dois foram vistos no aeroporto rumo ao Congo.

O RW sempre é muito exagerado, mas dessa vez fiquei preocupado.

– Se vier o Roth também vou para o Congo. Tenho muitos admiradores lá, mais de quinhentos, desde que lancei as cervejas Mazembier e Kidiaba. Tenho certeza que serei bem recebido pelos congoleses – brinquei.

– A IVI só fala no Roth, que de repente ganhou dezenas de admiradores na mídia.

Lembrei-me na hora do Macedo e do Benfica na rádio Gaúcha, ontem, quinta-feira, no Chamada Geral. O Macedão dizia que a rejeição ao Roth é muito forte, e que havia sido assim em 2010, quando ele veio para substituir Fossati. Mas que o Roth acabou fazendo um bom trabalho e acabou sendo campeão da Libertadores. Fiquei esperando que ele ou o LHB lembrasse que meses depois Roth participou do Mazembaço no Mundial. Nada. Ficou no ar apenas a conquista da Libertadores, título que Roth herdou de Fossati.

– Érre-Dabliu, estou começando a ficar preocupado. Vou atrás de informações.

Bem, dei alguns telefonemas.

Antes de passar o que descobri, quero confessar que estava pensando que o Grêmio estaria usando a tática do bode na sala. Quer dizer, deixa vazar alguns nomes na mídia, todos nomes fracos e/ou com alto índice de rejeição, para depois confirmar Renato, que aí seria saudado por seus críticos.

Primeiro, o Gilmar; depois, o Enderson. Nenhum deles tem condições, com todo o respeito, de assumir um Grêmio na Libertadores.  Portanto, especulações sem qualquer fundamento.

A terceira já é mais preocupante: Roth. Preocupante porque Roth tem admiradores confessos e outros, em maior número, discretos, que só saem do armário rothiano com muita insistência e ainda assim com frases curtas com elogios contidos e moderados.

Alguns desses admiradores digamos, reprimidos, estão no Grêmio e podem influenciar na decisão. Numa reunião, em tom baixo, quase inaudível, um deles ousou desabrochar, perguntando:

– E por que não o Roth?

Ele pensou que seria vaiado, já pensava até em esconder-se debaixo da mesa. Mas, surpresa!, a ideia recebeu adesões. Sem muito entusiasmo, também porque ninguém pode ser tão louco. Ou pode?

O fato é que Renato estaria pedindo em torno de 600 mil por mês. Tite, o nome preferido, quer mesmo descansar seis meses na esperança de ser chamado para a Seleção após o Mundial.

Fora esses dois, restam apostas que eu considero de risco, de alto risco. Na verdade, qualquer treinador tem o risco de fracassar, faz parte. Alguns com risco maior, e esses são os disponíveis no mercado no momento.

Não há um nome mais confiável para encarar uma Libertadores. Ah, e que aceite ganhar ‘apenas’ 300 mil mensais, mesmo com premiação milionária em caso de título.

O Celso Roth aceita. Por isso, o nome dele ganha corpo e fomenta debates calorosos nos botecos.

Botequeiros e os Corneteiros da Redenção, os que estão sobrevivendo à base de Bardhal B-2 e álcool Zepellin, estão nervosos, tenso, raivosos.

– Roth não!

Diante disso, consultando as bases e após uma longa conversa com os meus botões, decidi criar o movimento ROTH NUNCA MAIS.

Se é para perder a Libertadores antes mesmo de ela começar, que seja então com um treinador que tenha a simpatia da torcida gremista, o Valdir Espinosa. Pelo menos com o técnico campeão do mundo de 1983 as chances de vitória são maiores, e não há risco de repetir um mazembeday ou de que algum garoto talentoso seja ofendido com palavrões.

Fora ele, sugiro o nome de Paulo Bonamigo, que anda lá pelas arábias, onde é amigo do rei, do imperador, do sheik e tudo mais.

Mas nem todas as notícias ou especulações são ruins.

O preparador físico deve ser Fábio Mahrseredjian, a despeito da campanha em favor do Paulo Paixão.

Mahrseredjian, um grande reforço. Com ele poderia vir o Tite. Esta é a boa notícia.

Agora, a ruim: ele foi campeão da Libertadores em 2010 com… Roth.

É preciso agir.

A interminável disputa interna no Grêmio

Quem nos brinda com um texto mais do que oportuno é o Walter Luís de Borba, advogado, pai de um guri de 4 meses, de olhos azuis como a camisa do Grêmio.

Walter enviou este comentário antes da publicação de uma reportagem, da ZH,  que estampa documentos internos do clube e que comprometem a gestão anterior, em mais um capítulo dessa infindável guerrilha que corrói as entranhas do primeiro clube gaúcho campeão do mundo.

Confiram:

Nos últimos anos, especialmente no fim do ano, temos nos deparados com teses, e mais teses do que está certo ou errado na Instituição Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Há uma incansável tentativa de buscar um culpado pelos mais de 12 anos de insucessos. Ora culpa-se o A, outra ora culpa-se B, e assim, em marcha e contramarchas segue sendo traçado destino do nosso imortal tricolor.

No meu sentir, credito boa parte desses insucessos a falta de união na instituição Grêmio.

Aquele ditado popular clichê diz: “A UNIÃO FAZ FORÇA”.

Pois bem:

Hoje existe divisão da torcida do Grêmio. Não se fala na torcida do Grêmio de maneira una, se fala na Geral do Grêmio, ou na Social Grêmio. Hoje no clube e na torcida, existe os “Koffistas”, os “Odonistas” e aqueles indefinidos, vg. X 9.

Existem as viúvas eternas do Felipão, que no sinal de uma crise, anunciam aos quatros ventos: se Felipão estivesse no comando, isso não aconteceria. Existem os adoradores de Renato, sendo este elevado a “status” de Santo, e por conta disso, não pode ter seu nome falado em vão.

Existem aqueles que preterem a BASE; pelo investimento em jogadores consagrados e medalhões, sem qualquer conhecimento da história do clube.

Existem aqueles que abominam o maior craque de futebol surgido no Rio Grande do Sul. Assim como, existem aqueles que elevam a ídolo jogadores de segundo nível como Maxi Lopes, Herrera, Loco Abreu, Amato, Miralles, entre outros.

Há dúvida se ARENA é nossa. Há dúvida se Olímpico será demolido.

Já houve até a previsão da falência do Grêmio.

Ora, é obvio que existem divergências quando o assunto é o Grêmio. Ninguém está 100% certo quando afirma algo, assim como, ninguém está 100% errado ao fazer um contraponto.

Creio eu, que essas arestas divergentes podem ser aparadas. Aparadas as arestas, não tenho dúvidas que retomaremos o caminho das glórias passadas. Para isso, é necessária a União. O trabalho em conjunto. A troca de ideias e de princípios.

Koff e Odone, já formaram uma dupla vencedora.

Nas nossas maiores conquistas, não existia distinção da torcida geral ou da torcida social do Grêmio. O Olímpico pulsava pelo som da TORCIDA DO GRÊMIO. Seja dos torcedores que estavam sentados no cimento, sejam aqueles que estavam nas cadeiras.

O que eu espero de 2014, é a retomada de uma união em prol do clube buscando um único ideal.  Vencer, Vencer e Vencer. Chega de picuinhas prejudiciais ao clube.

Afinal, todos somos gremistas, e todos queremos ver o grêmio vencedor.

Por fim, finalizo com uma estrofe da canção do Lulu Santos, Tudo Azul, a qual, nos 90 era toada a cada campeonato conquistado pelo tricolor:

“Nós somos muitos

Não somos fracos

Somos sozinhos nessa multidão

Nós somos só um coração

Sangrando pelo sonho de viver”

Colorado vence a Liga do Boteco

Matheus (esq.) entrega o prêmio ao campão Eduardo (dir.)

O Portões Fechados FC é o grande vencedor da liga Boteco do Ilgo no Cartola.

O treinador da equipe, o colorado (arghh!) Eduardo Schiefelbein, recebeu das mãos do garçom deste boteco, Matheus Wink, o tão desejado kit de cervejas artesanais Mazembier, Kidiaba, 1983, 1903 e Olímpico. Foi entregue, também, um copo especial e algumas bolachas.

Parabéns Eduardo! E no próximo ano tem mais!

Reflexões sem dores

O belo texto abaixo é do botequeiro Mauro Antônio Pandolfi, 53 anos, natural de Erechim. “É, mais um bota amarela. Moro há muito tempo em Santa Catarina. Passei por Lages, Florianópolis e estou em São José. Mas, o Grêmio me acompanha. Está na alma, nas entranhas e no coração”, diz o Pandolfi, sem esclarecer o que é essa história da ‘bota amarela’.

Bem, mais uma grande contribuição para o nosso boteco. Apreciem sem moderação:

André Renato tem 15 anos e está descobrindo o futebol … no playstation.

Foi algumas vezes ao estádio – ver o Figueirense, seu time por influência dos tios -, assistiu algumas partidas do Grêmio, pela tevê, comigo. Mas, o futebol nunca o fascinou. Num sábado, tempo atrás, voltou a jogar. E, me surpreendeu. Não é habilidoso. Porém, sabe se posicionar, tem um bom passe e, para minha alegria, “sabe ler o jogo” – como dizem os modernos comentaristas. André Renato entra eufórico pela casa, pulando, gritando “ganhei! Fui campeão da Libertadores do condomínio. E, com o Grêmio, pai! Ganhei do River do Alberto – é guri argentino, muito amigo do André -, pai! E, sabe que time usei? De tanto escutar você, escalei o Grêmio com Marcelo Grohe, Saimon, Rodolfho, Bressan, Matheus Biteco, Ramiro, Jean Deretti, Guilherme Biteco, Alex Telles, Maxi e Iuri Mamute. Ganhei todos os jogos, pai! Será possível o Grêmio jogar com este time na Libertadores?”, disse, balançando o pequeno troféu rumo ao seu quarto. Larguei o jornal, pensei, sonhei e falei, com os meus botões, “e por que, não?” Bom assunto para o Boteco do Ilgo. Estou preparado para os urros, ranger de dentes, as porradas e o aplauso solitário do Francisco Coelho.

Futebol é um jogo que vai além do gol. É mágico e pragmático. Organizado e cheio de improviso. Desenhado numa prancheta ou num pé fantástico de um craque. Futebol é fascinante. Um jogo arriscado. Tudo pode ser perdido por um gol. Ou, vencido por uma defesa. A vitória pode vir por um chute longo, forte ou despretensioso. Também, num lance arquitetado, ensaiado durante a semana. Futebol é aleatório. O impossível não existe. Há o Cruzeiro, na Série A; a Chapecoense, na B. Tudo planejado, estruturado, seguido com rigor. Há o Flamengo e o Figueirense. Onde o perdido se transforma em vitória. Buscam força, talento, gana num canto da alma e na poesia do jogo. E, tento enquadrar o Grêmio. Não consigo. O Grêmio é uma esfinge. Decifra-me ou te devoro! Sou devorado, em partes, para ser mais dolorido.

Sou um gremista em dúvida com a Libertadores. Não queria disputá-la. Sei que vai repetir a mesma estratégia de todos anos. O dinheiro é sempre curto. Mas, nunca para achar um medalhão disponível, decadente, disposto a ganhar uma megasena parcelada em 12 ou 24 vezes. Queria só o Gaúchão. A hora para inovar, ousar, descobrir talentos. Ou, esquecer as promessas, se forem falsas. Mas, se até o Bom Senso quer exterminá-lo. Sem os regionais, os guris do interior vão descobrir o futebol no playstation ou no sofá da sala. Este é um outro pitaco.

A Libertadores está aí. Não há como fugir. Ficaria com o Renato de técnico. Ele ainda não está pronto. É um técnico em transformação. Renato de hoje é diferente do outro tempo. E, ao contrário dele, gosto de quem não está pronto. Quem está pronto repete os mesmos erros e acertos. Enquanto o aprendiz é mais ávido por novidades e informações. Renato tem um perfil parecido com Espinosa e o Felipão. São agregadores, além de táticos. Não se enganem com o Portaluppi. Ele é um hábil artesão de times. Há um conceito e uma ideia em campo. Não acompanho treinos. Porém, fica claro o dedo do treinador. Vários jogos foram decididos assim. Arrogante? Soberbo? Não sou psicólogo, mas acho que é uma defesa de guri vindo do interior para vencer na capital. Deu certo! Não vai mudar mais. E, gente, como Renato, talentosa, a arrogância faz parte do charme.

2013 já é saudade. Hora das reflexões sem dores. Não soltei foguetes – nunca solto, é verdade! -, nem gritei ou buzinei por aí. Mas, gostei de ser vice-campeão. É melhor do que ficar se segurando na ponte que quase partiu. E, por falar em partir, chegou a hora de uma turma juntar os trapos, as chuteiras, a dinheirama e procurar outras camisas. Não sei se alguém merece o pé na calçada da fama. O pé na bunda, sim!

Não sou tão juveniilista assim. No lugar de toda medalhada, apostaria em um só: Diego Tardelli. Fez um ano maravilhoso. Tornou-se um hábil armador, um articulador eficaz e mortal artilheiro. Três em um melhor do que os nossos vários trios de ano inteiro. Acredito em Deretti e Guilherme Biteco. No entanto, tentaria Lucca do Cruzeiro. Ele tem, no mínimo, o nível de Éverton Ribeiro. Lucca é muito talentoso. Gostei muito da temporada de Maylson, Lins e Leandro. São jovens, são ótimos. Porém, imagino a Arena em vaia ao anúncio de seus nomes. Buscaria somente um ex-gremista. Anderson daria um toque de magia, de qualidade ao time. Ele precisa se redescobri e se ser redescoberto.

Tinha desistido do texto. Escrevi semana passada quase todo ele. A brutalidade de Joinville me assustou. Futebol é só um jogo. É a coisa sem importância mais importante da minha vida. Tudo vale mais do que um título e o rebaixamento não é uma escala social ou de vida. É só de um clube num campeonato. A violência do futebol é só um espelho do país. Estamos doidos, loucos, fanáticos e cheios de ódio. É o ódio que vi nos rostos e nos olhos dos ‘torcedores’. O ódio disseminado em larga escala. O ódio no discurso de Marilena Chauí contra a classe média. O mesmo ódio contra o Lula nas redes sociais. O ódio disfarçado em rivalidade estúpida nos jogos de futebol. Não são mais clubes. São tribos em guerra permanente. Pensei em largar o futebol, escondê-lo num canto da alma. Vi o olhar atônito de André Renato diante da televisão. “Ainda bem que não vou aos estádios”, disse ele. Refleti. Se quem gosta de futebol, quem vive futebol, abandoná-lo, ele será entregue, de bandeja, aos bárbaros. Enxuguei as lágrimas, escondi as dores de vergonha e reescrevi o texto. Só mantive o início e o final.

Escutei um grito de gol vindo do quarto do André. É do Mamute! Vou lá conferir o Grêmio que desejo ver. O imaginário do meu Grêmio é melhor do que o Grêmio real. Bom, pelo menos para mim!

Bom Natal e um 2014 vitorioso para nós.

PS: André Renato não é personagem. É o nome do meu filho mais velho. Era para ter Éder, também. Mas, minha mulher é fã do Celso Roth, achou exagero três atacantes. O outro filho chama-se Pedro Antônio. Minha mulher recusou Carlos Miguel. Tem algum Pedro e um Antônio na história do Grêmio?

DEZ MANDAMENTOS

O João Machado enviou a seguinte mensagem, publicada no rabo do post anterior, de autoria do Gustavo Medeiros. Achei tão legal que vale a pena compartilhar. Quem sabe não alegra um pouco aqueles corações mais amargos que já não enxergam direito o lado bom das coisas?

Fiquem com o JM:

“Prometi para mim, só coisas boas para terminar bem o ano.

– GRÊMIO 1º do Ranking da CBF.
– GRÊMIO vice campeão do Brasil em 2013.
– GRÊMIO um ano de Arena única no Rio Grande do Sul.
– GRÊMIO trinta anos CAMPEÃO DO MUNDO primeiro do Rio Grande do Sul
– GRÊMIO único time Gaúcho que quer ser(e será) tri-campeão da America em 2014.
– GRÊMIO único time Gaúcho com ARENA FIFA NOVA no Rio Grande do Sul(Resto é Reforma)
– GRÊMIO único time Gaúcho que 110 anos só cria (o outro só copia)
– GRÊMIO da camiseta tricolor, eleita a A MAIS BONITA CAMISA DE FUTEBOL DO MUNDO.
– GRÊMIO único time Gaúcho com a MAIOR torcida do SUL DO BRASIL.
– GRÊMIO único time Gaúcho eleito com a TORCIDA MAIS FANÁTICA DO BRASIL EM 2013.
Estes são os meus DEZ MANDAMENTOS da felicidade para terminar este ano e iniciar outro muito melhor. Convoco mais mandamentos para nossa felicidade”.