Imperícia nas conclusões e show da torcida na Arena

Foi uma grande atuação na Arena. Domingo de sol, calor do meio-dia. Superação total. Um show.

Não estou falando do time que ficou no empate por 0 a 0, jogo duro como eu previ no texto anterior e fui chamado de pessimista.

Estou me referindo à torcida. Um espetáculo. E eu estava lá, enfrentei uma longa fila para entrar. Vi, com espanto, que a 10 minutos do jogo, havia centenas de torcedores em longas filas para adquirir ingresso. ‘Esses vão ver só o segundo tempo’, pensei.

Realmente, até o intervalo entrava gente. É muita paixão. Teve torcedor que pagou um ingresso e viu meio jogo.

Realmente, o show foi da torcida mais fanática do Brasil, e a maior do Sul do país.

Agora, o time em campo não decepcionou. Honrou a camisa tricolor e deu a vida em cada jogada até em respeito aos 46 mil gremistas que por momentos transformaram a Arena num caldeirão, um caldeirão de paixão e entusiasmo, e de temperatura elevada mesmo.

O Grêmio fez o que estava ao seu alcance. Foi superior ao Coritiba, que só criou algumas situações de gol no primeiro tempo. No segundo, só deu Grêmio, com raras escapadas do adversário e de alguns escanteios, sempre assustadores, porque é ali que o time inferior em campo pode derrotar o time superior técnica e taticamente, no caso o Grêmio.  

O Grêmio só não venceu por causa de seu velho problema. Não, foi porque o meio não criou e faltou insistência, pressão. Faltou perícia nas conclusões. E não dá pra culpar apenas um jogador por ter perdido ‘aquele gol imperdível’.

Todos do meio pra frente capricharam na arte de chutar fraco e desviado, forte e desviado. Enfim, sempre desviado. Fora quando insistiram em adentrar a área com infinitos toques de bola em vez de arriscar o chute. Irritante, e nesse quesito nada supera o maestro Douglas.

Bem, não me lembro de alguma defesa do goleiro do Coritiba. Dito isso, penso que está dito tudo. Vão chutar mal assim em algum potreiro em meio aos bovinos. É o caso de colocar Fernandinho, Douglas, Luan, Giuliano, Pedro Rocha e Wallace para treinar chute a gol, de curta e média distância. alguém lembra de algum gol recente em chute de fora da área? Ninguém chuta. 

Hoje, até nem sei o que é pior, porque se chuta, erra, se não chuta, perde a bola e arma contra-ataque. Foi assim contra o Coritiba. Exceções recentes foram os jogos contra o Inter e o Atlético. Depois, o time caiu de rendimento. Não foi o caso desse jogo, porque o Grêmio voltou a ter supremacia, quase não correu riscos e criou chances de gol. O erro: não aproveitar as oportunidades criadas.

O problema agora são os desfalques em função de cartões, lesões e principalmente convocações.

A briga será para continuar no G-4 e ainda arriscar um segundo lugar, torcendo para que o Corinthians comece, enfim, a perder, o que não parece estar nos planos do Tite, sempre compenetrado e focado, principalmente agora que pode dedicar-se apenas ao Brasileirão.

Não alimento nenhuma esperança de título no Brasileiro. Venho dizendo isso há horas. Imagino que hoje muito mais gente comece a pensar assim. 

Resta a Copa do Brasil. Esta sim pode levar a um título depois de 15 anos. Vaga em Libertadores é bom, mas é prêmio consolação.

Estou cansado de ser consolado. Espero que o presidente Romildo Bolzan – aconselho que todos leiam ou ouçam o forte e oportuno pronunciamento dele após o jogo – também pense assim e comece a concentrar energias na Copa do Brasil, sem descuidar, claro, do Brasileirão.

 

RECORDAR É VIVER

Só lembrando o que escrevi no texto anterior, projetando o jogo deste domingo. Aqui duas frases: 

1 – “O Grêmio caiu de rendimento depois dos 5 a 0 no Inter e da vitória eloquente sobre o Atlético Mineiro na casa do rival. Já não é mais aquele time que empolgou e que fez o torcedor sonhar até com o Campeonato Brasileiro. Há muito tempo venho alertando que o Grêmio, pelo time e pelo grupo que tem, pode ambicionar duas coisas: uma vaga na Libertadores no Brasileirão e o título da Copa do Brasil”.

2 – “Domingo, 11h, na Arena, o Grêmio pega o Coritiba, que vem com sua melhor formação porque luta para não cair. Pelas dificuldades que o time titular do Grêmio teve nesta quinta-feira, acho difícil uma vitória”.

 

CACHOEIRA DE LÁGRIMAS

O oba-oba em torno do técnico colorado terminou. O técnico do ‘rachão moderno’, conforme definiu o RW em sua corneta (leiam abaixo), vai conhecer agora a ira dos bajuladores da semana passada. Argel terá de responder com uma vitória imediata para não ser devorado pelas feras que até poucas horas o colocavam no patamar dos técnicos mais promissores do futebol brasileiro, se não mundial.

Perder de 3 a 0 de um time que vai cair para a segunda divisão é humilhante. Não vi o jogo. Dizem que a arbitragem foi muito prejudicial ao Inter.

O fato é que teremos muito choro, o que é normal. Teremos cachoeiras de lágrimas. 

Confiram:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2015/08/o-fim-do-sonhoe-derrocada-dos-machosdo.html

Grêmio avança na CB e pode pegar o Inter

Com mais seis jogos o Grêmio poderá festejar o penta – neste ano do ‘cinco’ – da Copa do Brasil. Poderá conquistar um título nacional depois de 15 anos, mas a julgar pelo que vi nos últimos jogos acho muito difícil chegar à final do torneio.

O Grêmio caiu de rendimento depois dos 5 a 0 no Inter e da vitória eloquente sobre o Atlético Mineiro na casa do rival.

Já não é mais aquele time que empolgou e que fez o torcedor sonhar até com o Campeonato Brasileiro. Há muito tempo venho alertando que o Grêmio, pelo time e pelo grupo que tem, pode ambicionar duas coisas: uma vaga na Libertadores no Brasileirão e o título da Copa do Brasil.

São poucos os clubes com essas possibilidades. Portanto, o Grêmio está hoje num grupo de elite. O que não é pouco levando-se em consideração que até algumas semanas atrás havia muita gente com calculadora na mão para ver quantos pontos faltavam para escapar do rebaixamento. 

Todos aqueles que temiam pela queda para a segundona devem estar hoje soltando foguetes, porque a ameaça já não existe. Pelo contrário, o Grêmio está na ponta de cima e liderando um certo campeonato só nosso: o campeonato Gre-Nal. Sei, é uma coisa menor, mas terminar o Brasileirão na frente do rival tem praticamente o peso de um Gauchão.

A competição do Grêmio, aquela que pode levar a um título importante e, de lambuja, a volta à Libertadores, é a Copa do Brasil. O Corinthians, favoritaço agora ao título do Brasileirão, fez a sua opção: abriu mão da Copa do Brasil. Acabou eliminado. Tite deve estar festejando secretamente.

Já o Grêmio claramente, ao menos para mim, está jogando todas as fichas – sem descuidar completamente do brasileirão – na CB. Tanto que poderia ter poupado dois ou três titulares com evidente desgaste – é o caso de Giuliano, dúvida até a última hora. Ao escalar Giuliano o Grêmio mostrou que vai com tudo na Copa do Brasil. O que interessa é um título, não uma vaga.

Eu cheguei a pensar que Giuliano e/0u Douglas poderiam ser poupados. Felizmente o técnico Roger colocou em campo o que há de melhor. Se com força máxima – sem Maicon, lesionado -,  o time sofreu para vencer o mistão do Coritiba, imagino como seria sem Giuliano, por exemplo.

Feitas essas considerações, vejo que o Grêmio terá vida curta na CB se em algum jogo contra adversário mais qualificado que o Coritiba – Figueirense e Vasco são os únicos que destoam entre os oito classificados – estiver desfalcado de jogadores como Luan, Giuliano e/ou Douglas.

Mais uma vez o Grêmio teve uma atuação preocupante. Venceu por 3 a 1, mas não convenceu. 

Não gosto de ver Fernandinho começando o jogo. Pedro Rocha fecha melhor o esquema. Ah, mas ele conclui mal. E o Fernandinho, conclui bem? O melhor Grêmio do ano teve Pedro Rocha no ataque. Fernandinho é uma arma importante para entrar no segundo tempo. Espero que Roger recupere essa ideia.

No mais, é torcer para que nos jogos da CB o Grêmio esteja sempre com sua força máxima. Aí, o título será possível.

Domingo, 11h, na Arena, o Grêmio pega o Coritiba, que vem com sua melhor formação porque luta para não cair. Pelas dificuldades que o time titular do Grêmio teve nesta quinta-feira, acho difícil uma vitória.

O Inter, por sua vez, bateu o Ituano: 2 a 1. Sem muito esforço. O adversário é mesmo muito fraco. O gol do Ituano termina com essa lenga-lenga da mídia esportiva gaúcha, que já falava em cinco jogos sem sofrer gol. Esse discurso morreu. 

Na segunda-feira, sorteio para definir os jogos da CB. Pode dar até Gre-Nal.

Coluna de jornal pode motivar o Coritiba

O Grêmio é o favorito contra o Coritiba, sem dúvida. Mas ainda precisa confirmar esse favoritismo. Portanto, é preciso respeitar o adversário. 

O fato de o Coritiba estar focado em escapar do rebaixamento no Brasileirão – por isso, o jogo contra o Grêmio que lhe interessa realmente é o de domingo – é favorável ao tricolor, que ainda tem a vantagem de jogar pelo empate e com apoio de sua torcida.

Agora, esses ‘considerandos’ não permitem que um analista com um mínimo de bom senso possa decretar que é jogo jogado. Muito menos autorizam que um profissional da imprensa ocupe seu espaço num jornal para afirmar que o Grêmio passa pela Coritiba nesta quinta-feira até com time de juniores (na verdade, ele escreveu sub-15).

Ora, sabendo-se que o futebol por vezes é traiçoeiro e causa as maiores surpresas – uma goleada de 5 a 0 em Gre-Nal é um exemplo, que, aliás, não canso de lembrar -, é de se perguntar o que leva um analista esportivo profissional, que jacta-se de seus longos anos de crônica esportiva, a declarar simplesmente que um time junior do Grêmio seria capaz de bater o Coritiba?

Se ele fizesse o mesmo em relação ao Inter contra o Ituano, até seria aceitável. Poderia ser um arroubo bairrista. Mas só o Grêmio?

Não gostaria de acreditar que possa ser uma iniciativa insidiosa, ardilosa. Uma forma premeditada de estimular o adversário do Grêmio. 

O técnico Ney Franco pode agora pegar a coluna do referido jornalista e levar para o vestiário. Junta os jogadores e diz:

– Olha o que estão dizendo de nós na imprensa gaúcha. Dizem que perdemos até para um time de garotos do Grêmio.

Pronto. Está feita a lambança. O Coritiba vem turbinado contra o Grêmio. Não seria a primeira vez que um recorte ou página de jornal é utilizada como estimulante, fator de motivação extra. 

Claro, não posso acreditar que seja essa a intenção do respeitável colunista, mas que é estranho, é.

MOMENTO CULTURAL

Significado de insidioso:

 adj. Diz-se das doenças que, principiando com aparência de benignidade, só manifestam seus sintomas quando a afecção já evoluiu: o começo do câncer é quase sempre insidioso.
Que arma ciladas: questão insidiosa.
Característica do que é traiçoeiro, pérfido: indivíduo insidioso.
(Etm. do latim: insidiosus)

 

Milagrohe cresce ainda mais quando tudo está mal

Pode ser exagero, mas acho que essa atuação que o Grêmio ‘cometeu’ contra a Ponte Preta, neste domingo, no potreiro do Moisés Lucarelli, foi a sua pior do Brasileirão.

Existe muita subjetividade nessa avaliação, mas há um fato inquestionável a favor da minha conclusão, que deve ser a de muitos: o time criou apenas uma chance de gol. Uma.

Em outros tempos eu diria que o Grêmio jogou por uma bola só. No primeiro tempo, foi uma cobrança de falta em que a bola passou longe. Só. E isso que o time era o titular, com a volta de Luan.

Luan, que fez muita falta nos dois jogos anteriores, não fez nenhuma falta neste empate com a Ponte Preta por 0 a o. Luan parecia uma zumbi em campo. Ele estaria ainda debilitado por causa da doença e da febre que teve dias antes. Pode ser. O fato é que sua volta nada acrescentou. Mas ele tem crédito, e com certeza voltará a ser o Luan que nós conhecemos.

O Braian que todos nós conhecemos voltou a mostrar que não é um goleador. Por falta de sorte e também por falta de técnica. No lance fatal, no finalzinho, quando o Grêmio esboçou a reação do moribundo depois de ficar se defendendo o tempo todo, Braian pegou mal na bola, mas enganou o goleiro. Mas aí apareceu um zagueiro desvairado para impedir o gol que poderia ser o da redenção do atacante. Mas Braian, além de tudo, não tem sorte. Como diria Baltazar, Deus deve estar guardando algo melhor para ele.

Agora, não joguemos sobre Braian a responsabilidade pelos dois pontos perdidos. O time todo errou o tempo todo, só crescendo nos minutos finais com a entrada de Pedro Rocha – aliás, eu escrevi que esse Fernandinho é jogador só de segundo tempo, mas não me leem e/ou não acreditam em mim. 

Agora, para o bem do time e da imensa torcida gremista, quando tudo parece desmoronar em campo, eis que se mantém altiva e imponente a figura de Marcelo Grohe. 

Foi graças a ele – e também a pontaria deficiente dos atacantes da Ponte  – que o Grêmio garantiu ao menos um ponto. 

Milagrohe evitou o pior. É um goleiro que cresce quando o time está mal. Claro, há quem não admita.

Por fim, meu consolo é que essa atuação pífia aconteceu no Campeonato Brasileiro, no qual o Grêmio não tem nenhuma chance de título, apesar dos otimistas e sonhadores de plantão.

Repito: a competição a ser vencida – não falo de vaga para isso ou para aquilo, falo de título nacional – é a Copa do Brasil. Portanto, só espero que nos jogos pela CB o Grêmio não repita o que aconteceu no potreiro do Moisés Lucarelli (o estado do campo contribuiu para a má atuação).

ARGEL

Pois não é que Argel está dando certo. É cedo para uma avaliação segura, mas o fato é que o Inter está jogando melhor. A atuação diante do Atlético PR, pelo menos no tempo em que vi o jogo, foi muito boa. O início do time foi o que se pede de um time quando joga em casa. Pressão total. Várias situações de gol.

A continuar assim, o Inter vai brigar por vaga no G-4. O problema é continuar assim.

 

 

Roger sinaliza que descarta rodízio no Grêmio

‘O desgaste é natural e é para todos’. Foi com essa frase singela e serena que o técnico Roger resumiu seu pensamento sobre a maratona de jogos do Grêmio.

Espero que com isso as vozes que já estão pregando rodízio de atletas deem um tempo e silenciem. E aqueles que ficam se lamuriando pelos cantos e nas redes sociais em função do excesso de jogos se aquietem.

É fácil reduzir o número de jogos: é só perder do Coritiba. Alguém quer? Que eu saiba só os colorados. Nem os torcedores do Coritiba querem, porque para eles o foco neste momento é fugir do rebaixamento. Para eles, a Copa do Brasil é um estorvo, já que o título é algo inatingível para o time paranaense.

Alguém já disse: o excesso de jogos no futebol brasileiro é o ônus do clube grande.

É fato que os jogadores sentem. Ah, mas Messi joga sempre e se ele pode os outros também podem, alegam. Contra esse argumento, lembro apenas que as viagens aqui são muito mais longas, com enervantes esperas em aeroportos e coisa e tal.

Como diz o Roger, sabiamente, o desgaste atinge a todos. Mais, é claro, aos times que disputam competições paralelas, como é o caso do Grêmio e de alguns outros clubes, entre eles fortes candidatos ao título. Rivais que terão de ser superados. Se o Grêmio enfrenta problemas com lesões, dores musculares e até estresse, os outros clubes passam pela mesma situação. 

O importante é saber administrar esse problema, planejar bem para chegar nos jogos decisivos, em especial os mata-mata da Copa do Brasil com o time mais completo possível.

Está certo o Roger em escalar força máxima para enfrentar a Ponte Preta domingo, 11h, em Campinas. Até Luan está de volta, o que é garantia de mais qualidade ao time.

E também estará certo o treinador gremista se decidir poupar alguns titulares que, segundo avaliação médica, poderiam estar necessitando de uma pausa para meditação.

Agora, se todos estão cem por cento, o que eu  duvido, que volte a jogar o time titular completo.

O mais sensato mesmo será poupar quem está precisando de um descanso, porque daqui pra frente os jogos serão ainda mais duros na Copa do Brasil, que é a competição ser vencida depois de tantos e penosos anos de seca.

Grêmio vence e encaminha classificação

O Grêmio voltou a sentir falta de Luan. Repetiu a atuação pobre de domingo, mas foi o suficiente para vencer o Coritiba por 1 a 0, encaminhando sua classificação à próxima fase da Copa do Brasil. Agora, basta um empate na Arena no jogo da volta.

O resultado foi bom até para o Coritiba, que ao perder poderá dedicar-se inteiramente ao que realmente lhe interessa: fugir do rebaixamento no Brasileirão. O técnico Ney Franco provavelmente virá de time misto a Porto Alegre, muito mais para cumprir regulamento. O grande título do Coritiba neste segundo semestre é mesmo escapar da segundona.

Já o Grêmio precisa manter o foco na Copa do Brasil. É a competição a ser vencida, o título ao alcance de um time titular forte, mas de grupo insuficiente. Prova disso é que o time mostrou-se Luan-dependente. Sem Luan, o Grêmio se transforma num time comum, capaz de conseguir no máximo uma vaga na sul-americana de 2016.

Sem Luan, o Grêmio escapou por pouco de uma derrota diante do Joinville. E nesta quarta, em Curitiba, o time não mereceu mais do que um empate. Em ambos os jogos venceu. Para seguir vencendo, o Grêmio terá de jogar mais do que jogou no Couto Pereira. Foi praticamente um chute a gol, e um gol. Aproveitamento fenomenal. O Grêmio jogou por meia bola.

O sistema defensivo foi bem, melhor do que domingo ao menos. O Coritiba dominou, mas poucas vezes levou perigo ao goleiro Marcelo Grohe.

O problema foi a criação e as conclusões. Douglas teve duas boas chances de chutar com a esquerda e preferiu dar o passe. 

Giuliano se movimentou muito, mas visivelmente sentiu a falta de Luan para tabelar. O mesmo vale para Douglas.

Na frente, Bobô penou pela falta de jogadas de linha de fundo. Mas em próprio não se ajudou. É cedo para uma avaliação definitiva, mas por enquanto ele está mostrando que não pode ser mais que um reserva. 

Pedro Rocha caiu de rendimento. Fernandinho entrou em seu lugar e deu nova vida ao ataque. Agora, com pouca efetividade. Muitos dribles, muita agitação, e pouca objetividade. 

Vitinho foi lembrado por Roger. Sinceramente, difícil de entender a entrada desse jogador, principalmente quando havia Lincoln no banco.

O importante, contudo, é que o Grêmio venceu e tem tudo para avançar na Copa do Brasil.

Contra a Ponte Preta, em Campinas, é preciso ir com força máxima. Se for o caso, poupar um ou dois jogadores, não mais do que isso.

O título do Brasileirão é muito difícil, mas terminar no G-3 é possível.

Portanto, não é hora de priorizar esta ou aquela competição.

Grêmio em busca do título mais ao seu alcance

O título a ser conquistado é o da Copa do Brasil. Venho dizendo isso faz tempo. Foco na Copa do Brasil, mas sem descuidar do Brasileirão. Afinal, quem não arrisca não petisca (esta é do meu tempo de guri de calça curta).

A escalada rumo ao título segue nesta quarta-feira. O Grêmio precisa garantir ao menos o empate em Curitiba. É jogo pra vencer. O Coritiba vai jogar com alguns desfalques importantes e ainda por cima tem coisas mais importantes para preocupar-se, como fugir do fantasma do rebaixamento.

Portanto, sem subestimar o adversário – como ensinou o Joinville -, o Grêmio deve ir para cima, se possível marcar sob pressão e encaminhar a vitória cedo para evitar maiores sofrimentos.

A notícia alvissareira (acho que é a primeira fez que uso essa palavra tão comum até meados do século passado) é a presença de Lincoln na delegação.

 

Tenho a impressão que o técnico Roger chegou à conclusão que eu cheguei depois do jogo de domingo na Arena: Maxi Rodriguez não é o cara para ser alternativa ao Douglas ou ao Luan. É preciso investir em outro jogador. E não vejo outro melhor que o Lincoln. E se Roger buscou o guri é porque está confiando nele como uma alternativa real. É ou nao é uma notícia alvissareira?

Essa iniciativa do Roger mostra também que ele está atento ao pessoal da base. O que é muito bom.

A lamentar apenas que Luan está fora do jogo por motivo de doença. Luan fez falta contra o Joinville. 

Gostei que o Roger mantém Bobô na equipe. Sei que muitos querem Fernandinho desde o início. Mas não se enganem: Fernandinho é jogador de um tempo só, no máximo um tempo só, de preferência no segundo tempo aproveitando o desgaste físico do adversário. 

Fernandinho tem se revelado uma arma poderosa quando entra. É um trunfo do treinador.

Fora isso, é importante que Bobô pegue ritmo, se adapte ao time. O Brasileirão é longo. E a droga da seleção olímpica vai  retirar do Grêmio o seu maior talento individual. Curioso é que há quem vibre quando Dunga e seus parceiros desfalcam o Grêmio.

Por fim, nova chance para Edinho. Eu que não acreditava mais nesse jogador, admito que ele pode ser útil. O fantástico é que esse volante estilo ‘brucutu’, espécie em extinção no futebol, participou, e bem, da melhor atuação do Grêmio nos últimos anos: a goleada de 5 a 0 no Gre-Nal.

Edinho está mordido. Primeiro por ter sido escanteado no Grêmio; segundo, porque nesse período o Inter não o acolheu. A resposta Edinho deu depois dos 5 a 0 – não me canso de repetir esse placar -, quando declarou que foi o maior jogo de sua vida, uma alfinetada naqueles parceiros colorados que não o ampararam no momento difícil. Sem proposta do Inter, Edinho foi pescar.

Agora, ele está no time. É um jogador vitorioso. Um time para ser campeão precisa de jogadores com histórico de grandes títulos. Nem que seja para compor o grupo e entrar de vez em quando. 

ARGEL E OS CELULARES

Enquanto isso, o Inter recebe o Ituano. É preciso vencer a fazer saldo, porque o jogo da volta não será fácil. 

Argel está iniciando seu trabalho no clube que o projetou no futebol. 

Apesar de ser um técnico novato, ele me parece ter métodos superados. Tem essa história de cartilha. Que ele nega.

Mas proibiu o uso de celulares. Grande erro. Se isso fosse determinante no futebol outros clubes iriam aderir. Na verdade, é o tipo de coisa que só irrita os jogadores. Pior que tirar o celular de um jogador de futebol, só mesmo atrasar salários, prêmios, etc.

Bem, vamos dar tempo ao tempo.

Sem Luan, Grêmio sofre para somar três pontos

Com gols de dois jogadores que até bem pouco tempo eram apenas tolerados pela torcida, aceitos com ressalvas, o Grêmio fez o que tinha de fazer contra o Joinville. Venceu por 2 a 1. Somou três pontos e segue na disputa pelo título do Brasileirão.

Já escrevi que não acredito em título, e já me darei por satisfeito se o Grêmio ganhar um vaga direta para a Libertadores. Aliás, hoje isso estaria na mão. Corinthians lidera, Atlético Mineiro está em segundo ao lado do Grêmio, vencendo por saldo de gols. Bem que eu achei que 5 a 0 no Gre-Nal seria insuficiente.

Brincadeira à parte, foi uma atuação frustrante do time que vinha de uma goleada histórica sobre o seu maior rival e de uma vitória entusiasmante sobre o Atlético em pleno Mineirão.

Eu imaginava que o time perderia em qualidade sem Luan, hoje o melhor jogador do campeonato. O pior é que ele vai desfalcar o time em três jogos por causa da seleção. Neste domingo, a ausência do guri só foi superada no segundo tempo.

No primeiro, só deu Joinville, um time esforçado, com alguns bons jogadores. Destaque para Marcelinho Paraíba, saudado pela torcida tricolor com toda a justiça. Pois Marcelinho fez alguns lances que nos remeteu para aquele maravilhoso 2001. Ao deixar o campo, no início do segundo tempo, por cansaço, ele foi aplaudido com entusiasmo pelos gremistas. Bela homenagem.

Não foi só o veterano Marcelinho que cansou. Eu previ no meio do primeiro tempo que o Joinville não teria resistência física para exercer a marcação forte que impunha ao Grêmio e que a reação poderia vir daí.

Se no primeiro tempo o Joinville foi melhor e merecia até ter vencido por 2 a 0, no segundo o Grêmio foi muito superior. Fernandinho entrou bem no lugar de Pedro Rocha. O time ganhou uma boa jogada pela esquerda.

Agora, é importante admitir que o Grêmio ganhou muito mais pela bravura de seus jogadores do que pela técnica superior. Erazo empatou de cabeça e consolidou-se como um dos nomes principais desse time armado por Roger. 

Ninguém, porém, foi melhor que Gallardo no jogo. Antes mesmo de marcar aquele golaço cobrando falta ele já chamava a atenção pela eficiência defensiva e principalmente pela qualidade em seus avanços ao ataque. 

Gallardo, tão contestado, firmou-se como titular sob muita desconfiança. Hoje, penso que ninguém mais duvida de que finalmente o Grêmio tem um lateral muito bom, exorcizando o fantasma Pará.

A questão é que se Gallardo foi o melhor é também porque referências técnicas como Douglas, Maicon e Wallace não conseguiram manter o nível elevado dos últimos jogos. 

Com certeza, pela falta de Luan.

O Grêmio venceu na superação, na pressão da torcida e muito pelo melhor preparo físico.

Sobre Bobô, a dizer apenas que ele como qualquer camisa 9 de ofício vai penar com o tipo de jogo do Grêmio. Mesmo assim, Bobô poderia ter jogado melhor. Ao contrário, protagonizou um lance bisonho. Braian, que entrou em seu lugar, também pouco acrescentou. Só foi mais guerreiro.

Maxi Rodrigues entrou e fez um ou outro lance bom. Talvez com sequência e mais tempo para jogar ele mostre mais futebol. Por enquanto, o banco é um lugar quente e acolhedor para ele. 

ARGEL

O Inter conseguiu um bom empate contra o Cruzeiro. Esse Cruzeiro que levou 3 do Joinville na rodada anterior. Aliás, o Cruzeiro é uma caricatura do que foi no ano passado.

Para Argel, foi ótimo. Dá mais tranquilidade para realmente começar o seu trabalho.

Árbitro de ‘casa’ x árbitro de ‘fora’

Reproduzo material publicado no blog do combativo e incansável RW. Primeiro, porque é oportuno. Segundo, porque faz justiça à minha pessoa. Sou mesmo um defensor de juiz de fora em grenais desde 1909.

Depois de lerem o texto abaixo, verifiquem os gráficos esclarecedores através do link.

 
Este post é em homenagem ao Ilgo Wink.
Grande batalhador por árbitros “de fora” em Grenais.
Os números não mentem.

Grande RW,
 
Primeira vez que te escrevo, tô sempre de olho no blog.
Fiz um rápido levantamento sobre a arbitragem dos últimos 20 Grenais( anexo) e gostaria de compartilhar contigo.
Resumindo. 

Entre Gauchão e Brasileiro, o Inter NÃO GANHOU NENHUM dos 6 Grenais em que o árbitro foi de fora do RS. 3 vitórias do Grêmio e 3 empates.

Já o Tricolor só ganhou 2 dos 14 Grenais com árbitro Gaúcho. Enquanto o Inter ganhou 8 e houve 4 empates.
Depois a IVI quer me dizer que sou paranóico,que sou passional. E não é pra ser?
A saudar a postura da direção em exigir arbitro de fora no Brasileiro. Vamos ver quem vai chorar mais no Grenal do 2º turno.
Ainda bem que o Presidente Conselheiro Isento não tem mais trânsito livre na CBF.
Abraço.
FV- Canoas – Bairro Fátima
 
Agora confiram:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2015/08/arbitro-de-casa-x-arbitro-de-fora.html

Grêmio: por 90 minutos um time de craques no Mineirão

Quando há tanta dificuldade para escolher o melhor em campo, como é o caso desta vitória fantástica sobre o então líder do campeonato e time quase imbatível no Mineirão, só resta uma saída: o melhor é o técnico do time vitorioso.

Roger Machado é o grande responsável por essa atuação brilhante do Grêmio, a melhor que vi do tricolor nos últimos tempos. Roger armou o time de uma maneira que transformou todos os jogadores em craques por 90 minutos.

A grandeza do adversário valoriza ainda mais esse trabalho coletivo.

Começando pelo goleiro. Marcelo Grohe foi o salvador nos raros momentos em que a defesa foi superada pelo envolvente ataque atleticano, principalmente no segundo tempo.

Gallardo, Geromel, Erazo e Marcelo Oliveira foram soberbos. Em especial os dois zagueiros. Soberbos!

E a dupla de volantes? Simplesmente sensacional. Jogaram por música. Quase podia ouvir um violino ao fundo a cada roubada de bola.

Depois, a linha ofensiva. Douglas recuou mais e foram de seu pé esquerdo mágico que saíram os lançamentos que originaram os dois gols.

O primeiro gol foi uma pintura, vinheta de programa esportivo. A bola foi roubada por Geronel na linha de fundo, passou por toques precisos e rápidos, chegou até Douglas no círculo central. Ele lançou Giuliano, que recebeu na corrida, enveredou para o meio atraindo a marcação e tocou com genialidade para Douglas, que mandou um chute forte e rasteiro para fazer o gol da jogada mais bonita do ano. Douglas fez o lançamento e correu para marcar o gol, como se um guri fosse.

No segundo gol, Douglas viu Giuliano solto pela esquerda. Giuliano avançou em velocidade e quando chegou em condições de chutar, optou por encostar uma bola carinhosa e mansa nos pés de Luan: 2 a 0. O Mineirão, por instantes, mas só por instantes, calou. Foi um silêncio de surpresa e de reverência, de respeito a um grande adversário. 

Luan foi mais discreto, mas também em nível elevado no jogo. Pedro Rocha foi útil puxando alguns contra-ataques e perturbando a marcação.

Por fim, aquele que em campo em considerei um pouco acima dos demais: Giuliano.

O que ele fez nos lances de gol foi coisa de craque. Sobrou inteligência, visão de jogo e técnica apurada.

Já não sei mais até onde pode ir esse Grêmio. Até o jogo desta noite no Mineirão eu acreditava que o título seria impossível.

Ainda acho muito, muito difícil, mas já não vejo como impossível.

 

A ÉTICA DE CONVENIÊNCIA

Os defensores da ética nas negociações no mundo da bola devem estar indignados com o Inter. Deixou o Figueirense, que luta para não afundar os pés na lama da zona do rebaixamento, sem pai nem mãe. Ou pelo menos sem treinador.

A direção colorada, que sai do 80 para o 8 rapidamente – deixou vazar que pretendia um top, Sampaoli, e acabou ficando com um emergente que não entusiasma sua torcida – manteve contato com o treinador Argel e não deu a mínima para o clube catarinense. Faltou ética e sobrou cara-de-pau.

A mesma ética que o Inter e setores da imprensa exigiram de clubes que negociaram diretamente com o chileno Aranguiz faltou no caso Argel. Sem falar o caso Doriva/Vasco.

O presidente do Figueira manifestou sua indignação durante entrevista coletiva de Argel no final desta quinta-feira. Reclamou – sem muita ênfase, é verdade, quase pedindo desculpas – que o Inter não teve a gentileza de ao menos informar interesse no profissional.

É claro que Argel sairia do Figueira de qualquer jeito, assim como Aranguiz conseguiu o que queria.

Aguardo agora críticas da imprensa ao comportamento do Inter nesse caso. Depois, espero que parem com essa indecência de cobrar ética de todos que de uma forma ou de outra prejudicam o Inter, sem exigir o mesmo quando acontece o contrário. Como é o caso Argel. É a ética da conveniência, muito comum neste país.

Justiça seja feita: Maurício Saraiva, na rádio Gaúcha, criticou a direção colorada logo que ouviu a entrevista do dirigente do Figueira.

Sobre a decisão de Argel de trocar o Figueira pelo Inter. Fez muito bem. Argel sabe que o Figueirense o demitirá sem dó nem piedade caso o time comece a desandar mais no Brasileirão, o que não é difícil de acontecer.

Aconteceu isso com Doriva, que recusou proposta do Grêmio e semanas depois estava no olho da rua, o que, aliás, eu  previ na ocasião. Ninguém dura nesse time do Vasco. Assim como não tem anjo no futebol, nem dentro nem fora de campo.