Pés no chão, parte 2

Por questões pessoais – não, eu não estava correndo atrás de gata nua no Parcão e, sim, Stela foi uma grande paixão nos verdes anos – ando um pouco ausente aqui no boteco. Sem contar que como todos vocês ando meio desiludido com essas coisas do futebol, ausência de títulos e de esperança.

Ah, sem contar a derrota eleitoral em termos nacionais. Tudo muito difícil de suportar.

Por isso, exploro os amigos. É o caso do Conrado, que enviou o texto que segue e que, não por casualidade, concorda que uma política séria de contenção de despesas pode levar a títulos:

“Bem, sobre o seu último post, da política de pés no chão em 2015, tenho a dizer que me sinto otimista em relação a esta política.
Senão vejamos. Olha o plantel do tricolor que levantou a nossa última libertadores:

Elenco:
1- Danrlei
2- Arce
3- Luciano
4-Adilson
5- Dinho
6- Roger
7- Paulo Nunes
8- Goiano
9- Magno
10- Nildo
11- Carlos Miguel
12- Murilo
13- Vagner Mancini
14- Wagner
15- Alexandre
16- Jardel
17- André Vieira
18- Carlos Alberto
19- Arílson
20- Antônio Carlos
21- Dega
22- Jé
23- Scheidt
24- Rivarola
25- Jaques

Tirando o Adilson, Dinho e Goiano que já tinham passagens com destaque por grandes clubes brasileiros, vendo este plantel de ilustres desconhecidos, daria pra imaginar que chegariam tão longe? Quem era Arce (lembro que foi motivo de piada quando chegou, diziam que jogava em todas as posições), Rivarola (nome de molho), Paulo Nunes (veio de troco no negócio do Magno), Jardel (veio pra ser reserva do Magno), Alexandre (xoxó), Carlos Miguel (lateral esquerdo no ano anterior), Roger, Arilson…

Aí, lembro que em 1996, perdemos o Jardel e o ataque foi montado com Paulo Nunes (que virou centroavante) e Zé Alcino. Isso sem contar, que até o Zé Afonso se machucar naquele ano, ele era o artilheiro do campeonato brasileiro, juntamente com o Paulo Nunes (se não me engano tinham 6 gols no momento).

Olha, confio no Felipão e no Koff. Não deem dinheiro a eles, deem oportunidade.

att,
Conrado Schmiedel”

Política de pés no chão para 2015

O patrono deste espaço, o alegretense Francisco Coelho, radicado na praia da Boa Viagem, contribui para reflexão e debate com uma lista publicada na ZH sobre o grupo do Grêmio.

Com uma rápida olhada já é possível constatar que foram muitas tentativas e poucos acertos nas contratações. Até aí nada de novo, porque mais se erra do que se acerta. O problema é quando se erra demais e de forma muito onerosa aos cofres do clube, sem que os resultados esperados apareçam.

A lista começa com os jogadores em SITUAÇÃO INCERTA e com prazo para o final do contrato:
Alán Ruiz, 21 anos — 31/12/2014
Dudu, 22 anos — 31/12/2014
Edinho, 31 anos — 31/12/2015
Gabriel, 25 anos — 31/12/2014
Werley, 26 anos — 3/12/2016
Zé Roberto, 40 anos — 31/12/2014

Não considero nenhum deles imprescindível. Alán Ruiz, se custar baratinho, até pode ter mais uma chance, mas só por empréstimo. Dudu, em função da idade, pode valer um investimento, mas nunca os 6 milhões de euros que são divulgados. O melhor é mandar em frente e investir nos jovens da base, que custam menos e até podem dar mais resultado.

Em resumo: se nenhum deles ficar não haverá choro nem lamentos. Claro, dentro da minha ótica.

Vamos ao segundo bloco: PRECISA RENOVAR
Léo, 19 anos — 31/3/2015
Fellipe Bastos, 24 anos — 9/6/2015
Riveros, 32 anos — 19/6/2015
Matías Rodríguez, 28 anos — 30/6/2015
Saimon, 23 anos — 28/02/2015

Desses cinco, eu ficaria com Fellipe Bastos. O Léo eu não conheço, mas não custa caro. Então, merece ser observado. Riveros e Matias Rodriguez têm mais um semestre pela frente. Não há pressa. Saimon tem qualidade, mas vive se lesionando. Dependendo do custo, vale a renovação.

Agora, os que têm UM ANO INTEIRO PELA FRENTE:
Bressan, 21 anos — 31/12/2015
Erik, 19 anos — 31/12/2015
Follmann, 22 anos — 31/12/2015
Geromel, 29 anos — 31/12/2015
Marcelo Moreno, 27 anos (emprestado ao Cruzeiro) — 31/12/2015
Pará, 28 anos — 31/12/2015

O próprio título já diz: um ano inteiro pela frente. Então, não há pressa. Mas eu mandaria em frente o Pará e o Moreno, que muitos querem de volta. Acho que custa caro demais e é bom aproveitar o momento para fazer caixa com ele, que aqui em Porto Alegre deu mais trabalho que alegrias.

Bressan é um zagueiro eficiente, para grupo. Geromel mostrou que é um bom zagueiro. Erik deve receber mais oportunidades. Pode até jogar no lugar de Dudu, mas ainda precisa provar, o que só acontece jogando mesmo. O goleiro Follmann também merece ser observado.

CONTRATOS LONGOS
Barcos, 30 anos — 8/2/2016
Kleber, 31 anos (emprestado ao Vasco) — 30/11/2016
Marcelo Grohe, 27 anos — 31/12/2016
Ramiro, 21 anos — 31/12/2016
Breno, 19 anos — 31/3/2017
Maxi Rodríguez, 24 anos (emprestado ao Vasco) — 10/5/2017
Tiago, 21 anos — 31/5/2017
Matheus Biteco, 19 anos — 31/10/2017
Fernandinho, 28 anos — 31/12/2017
Luan, 21 anos — 31/12/2017
Rhodolfo, 28 anos — 31/12/2017
Lucas Coelho, 20 anos — 31/01/2018
Everton, 18 anos — 31/5/2018
Walace, 19 anos — 30/6/2018
Giuliano, 24 anos — 31/7/2018

São contratos longos, então qualquer negócio depende de oportunidade e interesse das partes. Por mim, tentaria, com afinco, fazer negócio com Barcos, Kleber, Ramiro, Maxi Rodriguez e Fernandinho.
Se desse e fosse bom para o clube em termos financeiros, faria negócio também com Giuliano.

Os demais, seriam mantidos no grupo com melhor aproveitamentos dos jovens. Temos um Gauchão pela frente. Nada melhor para fazer experiências aliando os jovens da base com algumas contratações pontuais. Entre elas, um meia de articulação.

O importante é aliviar a folha e qualificar o time sendo criterioso nas negociações.

Enfim, uma política de pés no chão.

Grêmio atual já lembra o de Enderson

O futebol também nos reserva algumas ironias. O gol de empate em Curitiba neste sábado, início de noite, foi uma ironia em dose dupla: primeiro, pelo cruzamento de Pará; segundo, pelo cabeceio de Riveros, que teve de se curvar para desviar do goleiro Vanderlei e empatar, sujeito a sofrer as travas de uma chuteira no rosto, algo que Barcos jamais faz com receio, talvez, de ferir seu proeminente nariz.

Então, temos Pará, criticado por errar cruzamentos e isso vai continuar enquanto Barcos for o centroavante – ele tem a capacidade de nunca estar no lugar certo, o que é uma arte -, metendo a bola para o paraguaio Riveros, representando a tão criticada raça dos volantes gremistas.

Um volante salvou o Grêmio de uma derrota. Mas é preciso registrar, e o faço antes que alguém se exalte, só quando o técnico Felipão sacou Matheus Biteco que jogava equivocadamente com atribuições para colocar… Um articulador. Simples, sem invencionice, sem medos.

Alàn Ruiz não é lá essas coisas, nem merece ser titular, mas entre ele e Biteco numa função mais adiantada, é melhor começar com o argentino, que ao menos sabe o que fazer com a bola na intermediária ofensiva. Gosto de Biteco, mas como primeiro ou segundo volante, nunca como o volante que sai mais para o jogo. Aliás, nem Riveros e Ramiro conseguem jogar bem tendo que armar o jogo. Felipão já teve tempo suficiente para saber disso.

Corrigido o equívoco, com Ruiz em campo o Grêmio melhorou, foi mais incisivo na busca do gol. Mas aí teve um Barcos em tarde/noite infeliz, para não me aprofundar. Tem um cruzamento de Zé Roberto, da linha de fundo, ali pelos 30 do segundo tempo, que poderia ter resultado no primeiro gol gremista. O problema é que Barcos, um bom jogador, não é exatamente um camisa 9, daqueles que antevê a jogada e tem agilidade para concluir. A bola passou rasante por Barcos, que poderia ter se atirado na bola para fazer o gol de cabeça, de ombro, de nuca, mas ele não tem reflexo para isso, ou tem medo de encontrar uma chuteira assassina pela frente. Ou as duas coisas.

Desesperado, Felipão colocou dois atacantes de área em campo: Nicolas Careca, curiosamente no minuto seguinte a esse lance com o Barcos que descrevi acima, e Lucas Coelho. Os dois entraram bem no jogo.

Por outro lado, a defesa ficou mais vulnerável aos contra-ataques.

Não fosse Marcelo Grohe, de novo, o Grêmio teria perdido. Aliás, o empate acabou sendo uma dádiva pelo mau futebol que o Grêmio voltou a apresentar.

Felipão tem meu respeito, minha admiração e meu reconhecimento, mas o futebol atual do time está me fazendo lembrar a triste passagem do Enderson Moreira.

Algo precisa ser feito. A seguir assim, o Grêmio vai ficar mesmo em torno do sexto lugar, conforme preví faz algum tempo.

FILA

O Inter finalmente fez o dever de casa contra um time de menor porte. Bateu o Bahia por 2 a 0, gols de Alan Patrick e Nilmar, ainda no primeiro tempo. O time de Abel, muito vaiado antes do jogo, foi avassalador no início. O time segue no G-4, mas agora ninguém mais fala em título.

O Inter, como o Grêmio, continua na fila.

A grande ‘competição’ dos dois é ver quem chega melhor colocado. É o que nos resta.

Grêmio avança a passos paquidérmicos, mas avança

Enquanto o Inter com seu ‘quarteto mágico’ faz campanha de time rebaixado – nos últimos cinco jogos ganhou apenas 3 pontos -, o Grêmio segue a passos de paquiderme gordo e sonolento rumo ao G-3.

Sinceramente, duvido que o Grêmio chegue lá, mas do jeito que estão as outras equipes tudo pode acontecer.

Mantenho minha opinião de tempos atrás. O Grêmio vai terminar ali pelo quinto ou sexto lugar. O Inter também vai ficar nessa faixa.

A grande competição para a dupla ficou reduzida ao nosso provincianismo futebolístico: quem vai chegar na frente de quem. É o grande ‘título’ agora em disputa. A ser mantida a tendência atual, o Inter em queda vertiginosa e o Grêmio se arrastando, mas subindo, vai dar o tricolor mais uma vez à frente do seu maior rival.

Nem a presença de Nilmar melhorou o futebol do Inter. São dois jogos e duas derrotas com Nilmar, que por enquanto só engordou a folha de pagamentos milionária do Inter.

Difícil de entender o comportamento da crônica esportiva: ela não cansa de dizer que o Inter tem uma equipe poderosa, que rivaliza com Cruzeiro e São Paulo em nomes, mas não é veemente na cobrança de resultados ao técnico ABel Braga. A lógica é simples: ele tem um ‘baita’ time, mas está fazendo uma campanha modestíssima neste segundo turno do brasileirão, com direito a levar 5 a 0 da Chapecoense. Quer dizer, está falhando o Abelão.

De qualquer modo, sugiro três nomes de técnicos, os mesmos sempre lembrados por setores da imprensa quando algum treinador do Grêmio está ameaçado: pela ordem, Lisca, Roth e Argel. Qualquer um deles viria num estalar de dedos.

Já no Grêmio Felipão está sólido como um rochedo. Felipão está se revelando seguidor de Renato Portaluppi. Ontem, depois de mais uma atuação modesta, mas agora com vitória, Felipão frisou que seu negócio não é jogar bonito, é vencer. E para isso, como cantaria o Tim Mais, ‘vale tudo, só não vale dançar homem com homem, e mulher com mulher’ – aliás, não sei como o pessoal ‘alternativo’ ainda não mandou alterar essa letra tão politicamente incorreta.

Como eu já desisti de ver o Grêmio jogando bonito – e penso que a maioria dos gremistas também já jogou a toalha nesse aspecto -, fico mais do que satisfeito com um singelo resultado positivo de 1 a 0. Pode ser de mão, em impedimento ou até com pênalti inexistente. O que interessa é somar pontos.

Ontem, na Arena, muita gente não viu pênalti no lance que resultou na vitória sobre o Figueirense. Foi um lance duvidoso, mas o juiz estava muito perto e não vacilou. Li uma análise do grande Adalberto Preis no twitter a respeito desse lance e fecho com ele. O zagueiro deu um carrinho, quase uma voadora, e levantou o Zé Roberto com a perna esquerda. Sem contar que a bola ainda tocou no braço do jogador, aparentemente de forma voluntária, como indica a foto que ilustra texto do W. Carlet, que não viu infração no lance, o que, aliás, já estava previsto. Ele não concede nem o benefício da dúvida:

http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2014/10/para-derrotar-o-figueirense-gremio-precisou-de-penalti-inexistente-4626968.html

SUBSTITUIÇÃO

O mesmo W. Carlet manifesta perplexidade pelo fato de Felipão fazer substituição nos acréscimos. Colocou Alan Ruiz aos 47 minutos. Ele diz não entender por que Felipão fez isso. Eu explico o que não precisaria ser explicado: todos os treinadores já usaram e usam esse tipo de expediente para esfriar um pouco o adversário que está perdendo e ainda ganhar alguns segundos preciosos. Perplexo fico eu com a perplexidade manifestada por um cronista da envergadura do Carlet.

O Boteco e seus parceiros talentosos

De tanto ler e ouvir que esse Boteco é bom, começo a acreditar. Mas é bom não só pela cerveja de alto nível, como a 1983, a 1903, a Mazembier, a Kidiaba e a Olímpico, mas principalmente pelos textos postados nos comentários.

O meu texto serve apenas de escada para os leitores/parceiros/sócios brilharem. São informações, opiniões, análises, críticas, elogios (estes mais raros porque os tempos estão difíceis já faz tempo, com perdão da redundância) sempre interessantes. Muita polêmica. De vez em quando uma agressãozinha.

Afinal, tantos anos sem conquistar um grande título qualquer torcedor pode virar um monstro a qualquer momento, saltando na jugular do ‘oponente’. Felizmente, logo os ânimos se aquietam e continuamos aqui vivendo em harmonia, ou quase harmonia.

Hoje, o Marcio Tremarin nos brinda com uma dica legal: http://oledobrasil.com.br/debate-presidencial-ole-brasil-aborda-temas-futebol-confira-propostas/

Aqui, só uma amostra que ele colocou no comentário do post anterior. Ri muito:

Três volantes
Aécio Neves: “Candidata, assim como a economia brasileira, que não cresceu no seu governo e estagnou, a utilização de 3 volantes faz com que as equipes fiquem engessadas e sem saída. A partir do governo do PT se viu muitos times jogando com 3 volantes sem que nada fosse feito para impedir. O que a senhora propõe para impedir que os treinadores escalem 3 ou mais volantes daqui para frente?”

Dilma Rousseff: “Candidato, o senhor está enganado. Nós temos trabalhado sistematicamente para que isso acabe no Brasil. Você não deve ter notado, mas o Celso Roth está durando pouco tempo nos clubes justamente pelo trabalho do governo federal em impedir que se escale 3 volantes em uma partida. Para o próximo ano, vamos criar o “Meu Meia Criativo, Minha Vida”, que vai incentivar os clubes a escalarem meias no lugar de volantes em troca do perdão de parte das dívidas das agremiações”.

No post anterior tem uma série de comentários interessantes, com destaque para uma análise legal do Giovanni Agendes sobre o Grêmio e suas circunstâncias. O texto é longo, mas vale a pena a leitura.

Tem ainda o Francisco Coelho, que mesmo adoentado lá em Recife, sempre traz contribuições importantes, como esta:

Confira os jogadores que voltam ao Grêmio no fim da temporada:

Marcelo Moreno – atacante emprestado ao Cruzeiro
Maxi Rodríguez – meia emprestado ao Vasco
Adriano – volante emprestado ao Vitória
Everaldo – atacante emprestado ao Figueirense
Marco Antônio – meia emprestado ao Figueirense
Rondinelly – meia emprestado à Luverdense
Emerson – meia emprestado ao Santa Cruzeiro
Douglas Grolli – zagueiro emprestado à Chapecoense
Bergson – atacante emprestado à Chapecoense
Júnior Viçosa – atacante emprestado ao Atlético-GO
Felipe Nunes – atacante emprestado à Portuguesa
Moisés – lateral emprestado ao Goiás
Paulinho – atacante emprestado ao Londrina
Wangler – meia emprestado ao Náutico
Rafael Thyere – zagueiro emprestado ao Boa Esporte
Tinga – lateral emprestado ao Boa Esporte
Tony – lateral emprestado ao Santa Cruz

Fiquei assustado com essa lista. Quanto será que custará mensalmente todo esse pessoal até que a maioria arrume outra barca pra navegar?

É por essas e outras que esse Boteco é mesmo bom. Estou convencido disso. Não é por nada que estamos entre os cinco mais votados no Prêmio Press 2014, categoria jornalista de web do ano.

Sinceramente, se permanecer no G-5 já será uma vitória. Festa de comemoração na Goethe, que andas às moscas faz tempo.

A CORNETA

O blog do meu amigo Ricardo W. segue a mil. Quer dizer, a milhão. Já se aproxima dos 2 milhões de acessos. E o RW com esse poderio todo está em campanha para me eleger.

Ele é o meu Fábio Koff, e eu sou o Romildo dele. Rumo à vitória.

http://www.cornetadorw.blogspot.com.br/

Seca em SP e no ataque do Grêmio

Ver o Grêmio com tanta dificuldade para fazer um gol, um golzinho que seja, dá uma aflição…

Lá pelo meio do segundo tempo, bateu o desespero, agravado pelas bolinhas que apareciam na tela seguidas do anúncio do narrador que havia mais um gol na rodada.

O sentimento é de paulista sofrendo com a seca, a falta de água nas torneiras, e aqui chovendo em abundância, em excesso.

Enquanto uns têm tanto, outros não têm nada.

Deu uma bruta inveja dos torcedores do Fluminense, que viram quatro gols, proeza que o Grêmio ainda não alcançou neste Brasileirão.

Pensei, e se eu mudar de canal para ver o São Paulo contra o Bahia? Eu fico ali diante da TV e quem sabe não aparece na telinha uma chamada de gol no Serra Dourada, gol do Grêmio, claro.

Fiz isso durante uns dez minutos. Nada de cruzar a bolinha na tela. Desisti, e quando mudei o Bahia, sim, o Bahia descontava. E no Maracanã o Criciúma fazia dois gols, eu disse gols, no Fluminense. Levava quatro, é verdade.

Claro que é bom não levar gol. No caso do Grêmio, é a salvação, porque o ataque gremista é de time caindo para a segundona. Quem está salvando a pátria é o sistema defensivo montado por Felipão, seguindo diretrizes traçadas lá atrás pelo Doutor em tripé de volantes, o Renato Portaluppi, idealizador do sistema conhecido ‘por uma bola’, aperfeiçoado por Felipão.

Não vale a pena nem comentar o desempenho do time, principalmente no aspecto individual. Resumindo, eu diria que todos fizeram a sua parte, o que estava ao seu alcance.

Só fique um pouco decepcionado com o Luan, de quem sempre espero mais porque se trata do mais promissor projeto de craque do grupo de jovem que estão subindo. Luan me pareceu pouco à vontade e, principalmente, fugindo à responsabilidade quando poderia tentar o drible no mano a mano, ele que é extremamente – para usar uma expressão que o Pedro ‘Legado’ Denardin repete a cada minuto -, habilidoso. Uma dezena de vezes ele optou por reter a bola, ameaçar o drible e depois recuar para a jogada recomeçar.

Agora, estou com Felipão. O empate diante das circunstâncias foi bom resultado.

Aqueles que não se incomodariam de ter perdido, ou seja, ficado sem somar um ponto, poderão mais adiante lamentar a falta de um pontinho, que, no futebol, muitas vezes, é a diferença entre o céu e o inferno.

Por fim, assim como a chuva um dia voltará a desabar sobre São Paulo, acredito que um dia o Grêmio marcará gols em profusão, algo que hoje não acontece nem nos treinos no Olímpico.

ELEIÇÃO

Fui à Arena votar. Chapa 04. Felizmente, vitória de Romildo Bolzan, que terá ao seu lado o dirigente mais vitorioso do Sul do Brasil, o Mito Fábio Koff. Feliz a torcida que pode ter um dirigente dessa envergadura e, principalmente, não o despreza, ao menos em sua ampla maioria como ficou comprovado no resultado da eleição.

Os outros, aqueles não ligaram para a presença de Koff na chapa da Situação, bem, esses que constituem a minoria não sabem o que fazem. Por isso, estão perdoados.

O importante agora é que Bolzan consiga não apenas os títulos, como também a união do clube, um de seus objetivos.

Jeito para isso ele tem.

MULTICAMPEÃO, O PEQUENO GIGANTE

É importante registrar a organização de todo o processo eleitoral. Eu, que votei pela primeira em eleição de clube, fiquei impressionado.

Parabéns aos envolvidos.

Pra fechar, estou orgulhoso de pertencer ao Movimento Grêmio Multicampeão. Um grupo ‘chiquitito pero cumpridor’.

Sob a liderança do presidente Mattiello, a turma pegou junto e ficou gigante na Arena. Parecia a seleção da Holanda em 74. Mattiello nosso Rinus Michels. Krebs nosso craque, o Cruyff.

O ‘carrossel’ do Multicampeão funcionou, ninguém guardou posição. Todos se movimentavam por todas as frentes, mas com organização e método, preenchendo os espaços e deixando o rival atordoado.

Fiquei satisfeito por participar desse ‘esquema de jogo’, ajudando a panfletar e a pedir votos.

No final, a recompensa pela vitória esmagadora, e o reconhecimento pelo trabalho incansável do grupo.

Eu não dispenso vencedores!

Quando Grêmio e Goiás entrarem em campo no Serra Dourada de dolorosas lembranças, a eleição para o biênio 2015/2016 já estará encerrada.

Já terei cumprido meu dever. Votarei em Romildo Bolzan.

Nada contra Homero Bellini, um grande gremista como tantos outros, entre eles Bolzan.

A diferença é que apenas um deles, nesta eleição, conta com o apoio, e não apenas isso, como a presença de Fábio Koff no futebol do clube, ali, ao lado de Felipão. É o Bolzan.

Há dois anos defendi a candidatura de Koff.

A razão é muito simples: a torcida que pode contar com esse dirigente multicampeão, o maior da história do Sul do país, sem qualquer dúvida, não pode abrir mão de seu trabalho, de sua experiência, de sua sabedoria.

Há quem duvide que Koff irá realmente participar da administração de Bolzan.

Informo que dias atrás Koff mostrou o quanto está disposto a continuar atuante no Grêmio. Ele declarou, durante uma reunião, para não deixar dúvida:

– Eu não me entrego nunca. Só vou deixar o Grêmio depois de conquistar pelo menos mais um grande título.

É também por isso que meu voto vai para Romildo Bolzan, porque apenas ele tem o aval de Koff e a certeza de que Felipão continuará no clube por mais dois anos.

Eu não dispenso vencedores!

JOGO DE RISCO

Todos os jogos do Brasileirão são de risco. E isso vale para todos os clubes, porque as equipes estão muito instáveis, oscilando em termos de qualidade de futebol de um jogo para outro.

O time que mais mantém regularidade de bom futebol é o líder Cruzeiro, virtual campeão.

Então, não tem jogo fácil pra ninguém.

É o caso do jogo desta sábado no Serra Dourada, onde o Grêmio já passou por um ou outro vexame.

Para evitar que isso ocorra, Felipão, sabiamente, vai com três volantes. Primeiro evitar o gol do adversário, depois trabalhar para parir um golzinho e fazer 3 pontos em cima do time do sr Enderson, que, a julgar por alguns comentários, deixou viúvas no RS.

O Grêmio mais uma vez vai alterado. Felipão conseguiu repetir a escalação apenas uma vez desde que chegou.

Vamos ver o que ele consegue com a formação abaixo:

Marcelo Grohe; Pará, Bressan, Pedro Geromel e Zé Roberto; Matheus Biteco, Ramiro e Fellipe Bastos; Alan Ruiz, Luan e Lucas Coelho.

Penso que é o melhor que a casa oferece para o momento.

ENTORNO DA ARENA

O Movimento Grêmio Multicampeão tem um interessante projeto para unir moradores do entorno da Arena ao Grêmio. Confira:

Entorno da Arena poderá ser conhecido como o ‘bairro do Grêmio’

Outra grande conquista do presidente MULTICAMPEÃO

Grêmio e OAS chegaram a um acordo depois de meses de negociação.

O presidente Fábio Koff está conquistando talvez o título mais importante de sua história marcada por grandes vitórias.

O Grêmio vai pagar um total de R$ 480 milhões – este número pode ser menor – em parcelas anuais. O clube deu como garantia à OAS a verba da TV, que hoje está em torno de R$ 60 milhões por ano. A dívida com o BNDES – uns R$ 200 milhões – permanece com a empreiteira.

Em maio deste ano, o Boteco do Ilgo foi o primeiro a noticiar que o Grêmio buscava a compra da gestão da Arena, e que, para surpresa de muita gente, a empreiteira estava disposta a abrir mão do controle do empreendimento.

Reproduzo o texto publicado no dia 14 de maio:

ESCRITO POR ILGO EM MAIO 14, 2014 PARA: FUTEBOL|74 COMENTÁRIOS – DEIXE O SEU TAMBÉM

O presidente Fábio Koff está na fase semifinal do seu grande campeonato: ter o controle pleno da Arena. Desde que assumiu, além de carregar o peso de uma década de decepções e frustrações do time em campo, Koff trabalha obcecadamente para mitigar os efeitos danosos do contrato que levou à construção da majestosa Arena.

Koff entrou em campo com fogo nos olhos ao descobrir, logo nos primeiros dias, quando ele, como presidente do clube, teve dificuldades para entrar na nova casa gremista. Este e outros fatos ainda mais alarmantes o levaram a declarar que a Arena, na realidade, não era do Grêmio. Os mais sensíveis, os ufanistas e os alienados ficaram chocados. Como assim?

Foi duro de ouvir, admito, mas era necessário que a torcida soubesse que a OAS mandava e desmandava na Arena, para entender que ali começava um outro campeonato, mais difícil que qualquer Libertadores: a conquista talvez do maior título da história do Grêmio, a conquista da Arena.

Depois de várias etapas, todas muito espinhosas, Koff e sua diretoria foram avançando no jogo travado fora de campo, onde vale tudo, até carrinho por trás e voadora como as que o Leandro Vuaden eventualmente deixa impunes quando praticadas por algum colorado em Gre-Nal.

Um jogo muito difícil, derrota iminente, mas em campo está Koff, o presidente multicampeão, o homem que conseguiu multiplicar a verba de televisão dos clubes em desgastantes negociações com a TV Globo nos anos 90, na condição de presidente do Clube dos 13, hoje, sem ele, uma entidade amorfa, domesticada.

Se em campo os resultados se mantinham ruins, nos gabinetes o Grêmio, praticando um jogo convincente e firme, avançava lenta e gradualmente.

Para isso, conquistou um aliado tão valioso quanto inesperado: a própria OAS.

A empreiteira já percebeu que essa história de erguer e administrar arenas é mais complicado do que construir pontes, estradas, prédios, etc

Enfim, a Arena descobriu que esse negócio de Arena não é exatamente a sua praia.

Chegamos ao que interessa: a OAS já concorda em entregar a Arena a quem de direito: o Grêmio.

Se tudo der certo, o torcedor gremista terá de novo uma casa para chamar de sua.

Mas há obstáculos a serem superados. O jogo é mais difícil que uma final de Libertadores contra o Boca, na Bombonera, com arbitragem argentina e o Chico Noveletto como observador da Conmebol.

A OAS num determinado momento admitiu a hipótese de continuar pagando o BNDES: total de 200 milhões aproximadamente. Mas recuou.

O restante o Grêmio pagaria para a OAS, mensalmente, até completar os 20 anos do contrato.

O problema, agora, é conseguir quem assuma o débito do financiamento, o que não pode ser feito por clube de futebol.

Como eu disse lá no início, o clube está na semifinal de uma disputa que pode ser considerada a mais dura de sua história.

O troféu é gigantesco, monumental, suntuoso: a Arena. A Arena – realmente – do Grêmio.

Vale a pena lutar.

As noites de sábado não combinam com futebol

Tenho medo dos jogos nos sábados à noite.

As noites de sábados são apropriadas para outras atividades: namorar, sair pra balada, jogar conversa fora num boteco.

Decididamente, as noites de sábado não são para o futebol.

Foi com esse pensamento que decidi sair bem na hora do jogo. Tinha um aniversário para ir. Poderia chegar mais tarde, mas preferi ser pontual e esquecer o jogo contra o Palmeiras.

Fui pontual, tão pontual quanto o aniversariante, meu amigo Andrey, um colorado de CINCO costados. Chegamos quase juntos ao pub, o El Toro, onde havia um show previsto para iniciar às 23h e só começou uma hora depois.

Pois fui pontual, mas não esqueci o jogo. Acompanhei tudo pelo twitter. Sofrimento pelo twitter é dose de Underberg com limão e sal. Sem gelo, claro.

Pelo relatos de poucas linhas das tuitadas e muita revolta, constatei que o Grêmio foi operado, talvez numa tentativa orquestrada de salvar o Palmeiras.

Hoje, vi o blog do meu amigo Ricardo, o cornetadorw.blogspot.com. Tem uma foto que prova que Barcos foi expulso injustamente. Ele não cometeu falta, levou o amarelo mesmo assim, era o segundo, e fui expulso. Aí começou a reação do Palmeiras.

Agora, mesmo com um a menos é possível resistir a esse time ruinzinho do Palmeiras. Mas o Grêmio não resistiu.

Até teve oportunidades para marcar, como a de Matias, que chutou a gol enquanto Dudu entrava livre no lado oposto. Depois, Barcos, livre, praticamente atrasou para o goleiro.

O que aconteceu de novo foi a questão que venho repetindo aqui faz muito tempo, a velha história da falta de qualidade, com um agravante: Felipão não consegue repetir o mesmo time desde que chegou. Acho que conseguiu isso apenas uma vez, não tenho certeza.

Contra o Goiás, mais uma vez terá um time diferente do que jogou no Pacaembu, bastante diferente, e ainda por cima sem o goleador Barcos.

Ah, o jogo será sábado à noite, porém mas mais cedo. Dá pra assistir e depois sair pra comemorar ou encher a cara de desgosto.

Só não quero mais acompanhar o jogo pelo minuto a minuto do twitter.

VITÓRIA JUSTA

O Inter mereceu vencer o Fluminense. Foi superior e criou boas chances de gol. O Flu ameaçou alguma vezes e no final quase cometeu o crime.

Fred, que fica ali dentro da área como quem não quer nada, saindo esporadicamente ao contrário do camisa 9 do Grêmio, aproveitou o cruzamento e empatou a cinco minutos do final.

Antes, Alex, o melhor do jogo, havia feito 1 a 0. Valdívia, que é realmente muito promissor, garantiu a vitória com uma bomba da entrada da área dois minutos depois do gol de Fred.

O que mais chamou a atenção é a diferença de postura do Inter que levou 5 da Chapecoense e deste que venceu.

A explicação talvez passe pela presença fiscalizadora e cobradora da torcida no Beira-Rio.

Vexame na Arena Condá: 5 a 0

Nada supera o fiasco de ser eliminado pelo Mazembe quando se projetava um bi mundial.

Agora, levar 5 a 0 da Chapecoense, clube que luta para não ser rebaixado, é também um vexame daqueles difíceis de esquecer. Por colorados e, principalmente, por gremistas.

Já visualizo a cerveja Condá sendo disputada ferozmente por gremistas e torcedores do modesto clube de Chapecó, que nem em seus  sonhos mais doces poderiam imaginar que um dia aplicariam goleada tão estrondosa num clube que até há pouco ambicionava o título brasileiro depois de 35 anos de espera.

O que se viu na Arena Condá decididamente não pode ser explicado apenas pelo que aconteceu no gramado.

Conflitos de bastidores com certeza contribuíram para derrota tão estrondosa. Por que será que D’Alessandro jogou tão mal a ponto de ser substituído no intervalo, e não foi por lesão segundo ouvi de Alex ao final do jogo. Opção do Abel. Será que o argentino não acertou a renovação do contrato, ao contrário do que foi divulgado? Ou será que ele achou pouco 900 mil reais por mês para jogar esse futebolzinho tico-tico?

É verdade que o time colorado tem deficiências sérias, embora os colorados tanto das arquibancadas quanto dos microfones e das canetas sempre alegaram que se o time não jogava bem era por culpa do treinador. Costas largas têm o Abel.

É preciso fazer justiça ao meu ex-colega de CP, o Wianey Carlet, voz isolada nas críticas ao time e ao técnico, que realmente foi contraditório muitas vezes.

Enfim, o Inter que priorizou o Brasileirão para chegar ao tetra e quebrar um longo jejum, se aproxima do final da temporada de forma melancólica e difícil de entender, porque uma equipe que custa 8 milhões de reais por mês não pode levar 5 a 0 de uma Chapecoense.

Fico pensando no torcedor colorado assistindo pela TV, no fim do jogo, o festejado Nilmar, que entrou no segundo tempo, dando entrevista todo sorridente em meio ao clima sombrio que se abateu sobre o time.

Abel, sem dúvida, está caindo. Inclusive assumiu a responsabilidade na entrevista coletiva pós-jogo, e não poderia ser de outra forma.

Jogou a toalha ao dizer que o Inter começa a jogar por sua dignidade.

Entre os técnicos disponíveis, ele, Celso Roth.