Técnicos que quero ver longe do Grêmio

Depois de assistir ao tenebroso primeiro tempo cometido por Cruzeiro e Flamengo na decisão da Copa do Brasil, concluí que:

o segundo tempo seria igual ou pior;

não sairia gol;

e, por último, confirmei o que eu já mais ou menos havia decidido: se depender de mim Mano Menezes nunca mais treinará o Grêmio.

Não dá, o cara é muito cagão, retranqueiro, só sabe armar time para defender, não para atacar. Tinha um Mineirão com recorde de público a favor dele, e o que se viu foi um Cruzeiro com medo e com um futebol precário, sem jogadas, sem toque de bola. Enfim, o Cruzeiro que deveria propor o jogo tratou de nivelar por baixo. Mas foi campeão.

Tem um pessoal que gosta do Mano e na primeira oportunidade vai defender sua contratação.

Um título que seria do Grêmio não fossem as lesões, as suspensões e a venda de Pedro Rocha. Hoje, conversando com gremistas, desses que conseguem entender as dificuldades do treinador para armar um time desfalcado de seus melhores jogadores, ficou claro que o Grêmio deixou escapar talvez a CB mais em sua mão entre todas as já conquistadas.

Confesso que não gosto de Mano Menezes desde 2006, quando ele armou um time muito parecido com esse do Cruzeiro agora, e conseguiu chegar à final com um futebolzinho de doer.

Na decisão com o Boca Juniors cometeu erros que abriram o caminho para o time argentino vencer. A favor de Mano o fato de que a Libertadores era o grande trunfo para o presidente do clube vencer a eleição para prefeito de Buenos Aires, que aconteceria dois ou três meses depois. Não sei se me entendem. Se não me entenderem não tem problema, eu também muitas vezes não me entendo.

Então, Mano desde seu início é perito em armar times que jogam alguma coisa parecida com futebol. E eu não quero mais ver isso no Grêmio!

Quem viu o Grêmio de Renato e Roger, nesta ordem em função da hierarquia superior do atual técnico gremista, jogar não pode mais tolerar um time que só sabe jogar assim aos trancos e barranco, com o regulamento debaixo de braço, sem compromisso com a qualidade, a alegria, a estética.

O Grêmio de Renato – com todos os titulares – e o de Tite, em 2001, provam que é possível ser competitivo e jogar bonito, com arte e elegância. Isso só pra ficar nos mais recentes.

Aproveitando o tema, além do Mano, não quero ver na casamata tricolor técnicos como Celso Roth, Luxemburgo, Autuori e Abel. Há outros menos votados.

Ah, e qualquer um que chegue com livros debaixo do braço e com currículo de estudos em clubes europeus.

Cícero

O Cícero que vi jogar em outros tempos, especialmente no Fluminense, onde trabalhou com Renato, me serve. Tem boa experiência em Libertadores, foi vice campeão com Renato, em 2008, perdendo o título para a LDU nos pênaltis. Vi esse jogo e digo que foi um ‘crime’ o Fluminense não ter sido campeão.

Diante de um mercado restrito e da falta de mais recursos financeiros, vejo a contratação de Cícero como importante e oportuna.

Aipim pra mim só frito ou cozido

O treinador de futebol arma seu time de acordo com o ‘material’ que dispõe. Agora, se ele é treinador de uma seleção, pode armar o time dentro de um modelo pré-estabelecido.

Felipão, na Copa do Mundo, ratificou aquilo que mostrou ao longo de sua carreira: preferência por um camisa 9 típico, cabeceador, alto, espadaúdo. O tal aipim, ou cone, como queiram.

Eu cheguei a pensar que Roger Machado e Renato Portaluppi pensassem diferente, que a opção deles seria por atacantes de movimentação e meias e volantes com qualidade para chegar à frente.

O Grêmio de Roger, até a chegada de Bobô, era assim, um time jogando do jeito que eu gosto, minha preferência pessoal. Não tenho nada contra quem goste de aipim, até porque eu também gosto: frito ou cozido, com um molho encorpado.

Então, na primeira oportunidade, Roger enveredou pelo caminho do mal. E se quebrou. Não, não foi apenas por isso, mas foi também por isso: pela ilusão do camisa 9, aquele que já teve seu momento no futebol, mas que hoje é um animal em extinção, embora muitos não acreditem e não aceitem isso.

O mais grave é que Roger chegou a afirmar que jamais armaria um time pra jogar apenas para um jogador, cruzando bolas para a área.

Roger acabou caindo no Grêmio e depois no Atlético, onde encontrou um aipim com grife, mas decadente, o Fred. Roger acabou fritado. Hoje, o Atlético perde uma atrás da outra porque insiste nos chuveirinhos e balões para dentro da área.

Pois não é que Renato, o cara que soube dar mais peso e consistência ao time herdado do Roger para crescer e se tornar campeão da Copa do Brasil, também foi seduzido pela lenda do centroavante de carteirinha. Incrível, mas parece verdadeiro.

Não sou completamente contra o aipim. Acho que um time pode ter um no grupo, como terceira opção. Jael, domingo, jogou os 90 minutos. Um atacante com sua limitação pode jogar no máximo uns 15 minutos, no final, quando a alma do time já foi encomendada e a salvação só pode vir no desespero das bolas cruzando o céu sobre a área inimiga.

Então, se o treinador chega a um clube e não encontra jogadores para fazer o esquema com atacantes de movimentação e vê centroavantes em abundância, ele acaba armando o time para jogar de uma determinada forma, que talvez não seja a de sua preferência.

O titular é Lucas Barrios, um centroavante de movimentação como era, por exemplo, André Catimba, só pra fazer uma referência ao time campeão de de 1977, o time que quebrou a hegemonia colorada no Estado e se tornou um marco para o clube, um divisor de águas. Não esqueçam de comprar Os heróis de 77.

Se Barrios não puder jogar, que Renato mantenha Jael como uma opção distante, nunca como solução imediata. Que escale dois atacantes pelos lados, como jogava o time campeão de 2016. É o que espero.

PREMIO PRESS

Não esqueçam do RW, nosso candidato:

http://revistapress.com.br/v15/index.php/colunistas/

Vaga no G-4 começa a ficar ameaçada

Jael pode estar para Renato Portaluppi o que Bobô foi para Roger Machado. Os dois técnicos não conseguir resistir ao canto dos aipins e seus defensores, gente que não consegue imaginar um time vencedor sem centroavante de carteirinha, tipo o Leandrão, que tentaram colocar no Grêmio no ano passado.

Os dois, por suas características e também por suas limitações técnicas, não encaixam no tipo de jogo que tem dado certo no Grêmio. Se um técnico encontra uma forma de jogar, adota um conceito de futebol, deve defender aquilo que implantou.

Renato parece ter esquecido que o time dele – herança que recebeu de Roger e aperfeiçoou – foi campeão da Copa do Brasil sem um jogador típico de área.

Então, não vejo sentido em começar um jogo com Jael – diria o mesmo se fosse outro centroavante comum, não é nada contra o Jael -, tendo um garoto como Éverton, que talvez só precise de uma sequência – dada ao Pedro Rocha – para afirmar-se como titular.

Renato poderia ter começado com Éverton e Arroyo – que hoje mostrou algumas qualidades – e deixado Jael para entrar no segundo tempo se fosse o caso. O pior é que Jael ficou até o fim. Sua melhor contribuição foi uma bola recuada por ele para Patrick chutar na trave.

A favor de Jael, um jogador de finalização que depende de bolas jogadas para a área, o fato de que até agora não dá pra criticar por ter perdido algum gol, simplesmente porque não foi lhe dada uma oportunidade sequer, que eu me recorde.

Mas o Grêmio, com um time misto, não perdeu apenas por isso. Mais uma vez o time jogou a maior parte do tempo no campo do adversário, mas pouco criou. O goleiro do Bahia quase não trabalhou. Sinal de que o ataque não estava funcionando, e que talvez fosse melhor jogar com atacantes de movimentação para confundir a marcação. Éverton e Patrick entraram e já deram outra cara ao time, mas não foi o suficiente.

No final, um pênalti muito discutível de Edílson, faltando alguns segundos para o jogo terminar. Era um jogo para somar três pontos. O Grêmio estava levando um apenas. Acabou sem ponto na bagagem.

Renato tinha razão sobre o Corinthians despencar na tabela. O problema é que o Grêmio está despencando junto no Brasileirão. A campanha do segundo turno é perturbadora. Mais um pouco o time sai do G-4.

 

 

A ‘cura gay’ e os texanos do futebol

Começo a desconfiar que é mais fácil a ‘cura gay’ do que a conversão de um ‘texano’ adorador do futebol brigado, do calção embarrado, do volante sedento de sangue, das pernas lanhadas por travas criminosas e dos chutões que levam a bola, coitada!, a cruzar o campo de tudo que é jeito.

O ‘Texas’, no futebol, para quem não sabe, é o Rio Grande do Sul. Inspirada criação do blog cornetadoRW.

Aqui vicejam os texanos, defensores fanáticos do ‘centroavante aipim’, figura tosca, gigolô do talento alheio e que de vez em quando decide um jogo após 300 cruzamentos para a área. Está em extinção, mas os poucos que restam sempre conseguem bons empregos, ainda mais aqui Abaixo do Mampituba.

Ah, eles defendem que se jogue fora de casa buscando sempre o empate, no esquema ‘por uma bola’, para decidir em casa. Renato contrariou essa lógica e foi campeão da Copa do Brasil.

Os texanos acreditam que são detentores da fórmula para vencer a Libertadores. Animicamente os jogadores precisam entrar em campo com sangue nos olhos, faca na boca e o coração na ponta da chuteira. Nenhuma palavra sobre qualidade técnica.

O modelo do time campeão da Libertadores não pode prescindir, segundo eles, do volante cabeça de área, quebrador de bola e de canelas inimigas. Sim, inimigas.

O primeiro mandamento do estilo texano de jogar é que o time do outro lado não é adversário, mas um inimigo a ser exterminado. Ou quase isso. Então, vale tudo para matar uma jogada.

Entrar com as travas da chuteira erguidas numa dividida é o cartão de visitas e deve ser exibido logo nos primeiros minutos, porque na Libertadores – defendem os texanos – é raro o juiz dar cartão vermelho na primeira entrada desleal.

Até pouco tempo, quando o Grêmio jogava um futebol bonito e ao mesmo competitivo, os texanos andavam meio encolhidos, inibidos, embora alguns de vez em quando se traíam. Tanto pediram por um centroavante ortodoxo que o Grêmio contratou Bobô. Foi o início do fim do técnico Roger, que até então estava se dando bem com atacantes de movimentação.

É evidente que há lugar para atacante de área num grupo, até como alternativa de jogo. Até um volantão pode ser útil quando o jogo estiver encaroçado.

Mas o que torna um time campeão de uma Libertadores ou outra competição qualquer é a qualidade e o empenho de seus jogadores, a capacidade do seu treinador e a força de sua torcida.

Contra o Botafogo, adversário que seria batido já no jogo de ida se Luan e Geromel tivessem jogado, o Grêmio garantiu a vitória e a classificação à fase semifinal da Libertadores não apenas porque foi valente, guerreiro e raçudo – como apregoam os texanos -, mas principalmente porque teve, apesar da ausência de seu craque, Luan, qualidade suficiente tanto do time como do seu treinador para superar as adversidades que foram surgindo.

Que o técnico Renato Portaluppi mantenha o tipo de jogo que aplicou até agora – houve algumas exceções motivadas por desfalques -, sem cair na conversa dos texanos. Estes, sim, precisando de tratamento para entender que o futebol mudou.

Como ensinava o botafoguense Neném Prancha, “bola tem que ser rasteira, porque o couro vem da vaca e a vaca gosta de grama”.

 

Grêmio vence com espírito de Libertadores

A classificação veio com sofrimento, mas veio. E isso é o que importa.

O Grêmio fez uma excelente partida. Calma, em comparação com o que já jogou desde a Copa do Brasil do ano passado, a atuação foi por momentos horrorosa. Mas em termos de Libertadores, uma competição que premia muitas vezes o time mais competitivo, mais aplicado e mais esperto, a atuação no segundo tempo foi muito boa, alentadora, compensando o que aconteceu nos primeiros 45 minutos.

O Grêmio jogou como se deve jogar uma Libertadores, onde muitas vezes vale mais a força, a dedicação, o empenho e a gana de brigar por cada bola. E quando fez o seu gol, o time de Renato deu aula de como truncar e picotar um jogo.

Está certo, cada escanteio para o Botafogo era como um filme de terror, tipo o massacre da serra elétrica, ou algo do gênero. Mas aí o sistema defensivo como um todo – o primeiro tempo foi assustador – funcionou de maneira exemplar. Até o Grohe chegou a sair fora da pequena área para afastar uma bola pelo alto.

Enfim, depois do gol, o Grêmio foi um time argentino. É o melhor elogio que posso fazer ao desempenho do time que vencia por 1 a 0 e não podia sofrer o empate de jeito algum.

Eu poderia escrever um pouco mais sobre o primeiro tempo, mas é duro relembrar coisas ruins do passado. O primeiro tempo foi de apagar da memória, porque foi tenebroso. Até Geromel e Kannemann ficaram atordoados, errando e cometendo faltas desnecessárias e perigosas.

Se o primeiro tempo foi do Jair, o segundo foi do Renato. Quando os dois times foram para o intervalo pensei com meus botões – meus melhores confidentes, porque não questionam nada – que chegara o momento de Renato provar de uma vez por todas que é o melhor treinador do futebol brasileiro atualmente.

Ou ele muda o modo de jogar do time, ou perde e irá arder no fogo do inferno de seus críticos, hoje menos verborrágicos, mas sempre à espreita para gritar: “Eu não disse?”.

Pois Renato encurralou o Botafogo. Não foi aquele futebol bonito de meses atrás, mas foi o futebol necessário para o que a situação exigia. Um futebol de muita garra, aquele em que não há bola perdida nem disputa frouxa como se viu em alguns lances do primeiro tempo.

Para completar, registro um erro de Renato, que escalou Léo Moura quando deveria ter começado com Éverton. Equívoco que Renato corrigiu a tempo, o que contribuiu para uma melhor atuação do time no segundo tempo.

Quero destacar mais uma vez o Fernandinho. Foi o atacante mais perigoso de novo, infernizou a defesa dos cariocas. O gol de Lucas Barrios, que a SporTV está tentando anular repetindo o lance trocentas vezes, saiu de uma falta sofrida por ele, o Fernandinho.

Aos que só enxergam defeitos no Fernandinho, jogador que eu já critiquei muito, pergunto: qual atacante do Botafogo fez perto do que fez Fernandinho? Insisto nisso porque não gosto de injustiça e de gente que morre abraçado com suas teses, mesmo que os fatos apontem diferente. Um pouco de humildade para admitir erros é sempre saudável.

No mais, destaco apenas o coletivo do Grêmio, porque individualmente as atuações ficaram na média 7. Um primeiro tempo sofrível, que me fez prever um desastre, e um segundo tempo alentador, estimulante, que me faz acreditar que o título da Libertadores é mesmo possível, mas desde que Luan esteja apto a jogar com a plenitude de sua forma.

O próximo jogo é contra o Barcelona do Equador, que eliminou o Santos na Vila. Fico pensando se isso acontece com o Grêmio, como seria? Eliminado por um time equatoriano dentro de casa. Cruel.

Entre Santos e Barcelona, eu preferia o time equatoriano. Até porque a altitude de Guayaquil é tolerável, 2,5 mil metros. ERRATA: é ao nível do mar.

 

O Grêmio de hoje e o de um ano atrás

Numa comparação rápida e rasteira, o Grêmio campeão da Copa do Brasil/2016 era muito superior ao atual, ainda mais se Geromel e Luan não jogarem.

Agora, se a gente for analisar com um pouco de cuidado e profundidade, verá que naquele momento (meses de setembro e outubro), antes, portanto, da conquista histórica, havia muita desconfiança em relação ao time, mais ou menos como agora.

Na quartas, o Grêmio pegou o Palmeiras. Venceu por 2 a 1 na Arena, gols de Ramiro e Pedro Rocha, naquele momento dois jogadores contestados pela maioria da torcida.

No jogo da volta, contra um mistão do Palmeiras, até os 30 minutos do segundo tempo o Grêmio perdia por 1 a 0 e estava eliminado. Minutos antes entrou Éverton – outro criticado por muitos. No primeiro lance, ele causou a expulsão de um zagueiro. No lance seguinte, Éverton recebeu de Douglas, cortou o marcador e fez o gol da classificação.

Detalhe: Éverton substituiu Pedro Rocha. Curiosidade: Lucas Barrios jogou pelo Palmeiras.

Então, esse Grêmio hoje tão festejado, que foi crescendo de produção na reta final, poderia ter morrido ali na arena alviverde. A história seria muito diferente.

O que eu quero dizer é que no futebol a diferença entre a consagração e o fracasso por vezes é pequena, um detalhe.

O time de hoje é também visto com olhares desconfiados, e com razão, como era um ano atrás, sem muita diferença.

De lá pra cá, o vaiado Pedro Rocha (‘o perdedor de gol’, como todos nós o tratávamos, ou já esqueceram?) virou imprescindível, quase craque. Há quem diga que ele é mais importante que Luan para o time. Futebol é apaixonante também por isso.

Pedro Rocha faz muita falta. Faz mesmo. Mas ele sem Luan seria um jogador pela metade. Talvez valha o inverso, quem sabe?

Então, temos hoje um sentimento muito parecido com aquele de antes do jogo contra o Palmeiras, também na Arena. Havia muita esperança, e muitas dúvidas, muito temor.

Havia, ainda, como um fantasma ou uma nuvem escura sobre a Arena, o peso de 15 anos de espera, de frustrações, de decepções.

Hoje, esse fantasma já não assusta tanto, mas deixou traumas que se manifestam em jogos decisivos como esse. Ainda mais diante das circunstâncias do momento, com o time jogando um futebol instável, que realmente não inspira muita confiança (mas era mais ou menos assim também um ano atrás).

Claro, preocupam as possíveis ausências de Luan e Geromel. Qualquer time no Brasil sofreria com ausências desse nível. O Grêmio sente, normal.

Se eles jogarem, acredito numa vitória mais tranquila, mais serena. Sem Geromel e Luan, tudo complica, mas o Grêmio tem condições de se impor com ajuda de sua torcida e garantir a vaga.

Pode ter sofrimento, pode doer, mas depois vai ser bom, muito bom.

Ah, na vida a gente tem momentos em que pode decidir por ser otimista ou pessimista. Estou optando pelo otimismo.

MÍDIA

O Botafogo está usando material publicado na imprensa gaúcha para motivar ainda mais o time. São manchetes e textos que buscam diminuir o time carioca. Alguns desses textos são desprovidos de fundamento, afrontam a inteligência. E passam a impressão de ter unicamente esse objetivo: atiçar o adversário.

Triste, deplorável em todos os sentidos.

PREMIO PRESS

Continua a votação, é simples:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2017/09/a-disputa-e-fortenova-parcial.html

 

 

 

 

 

Grêmio perde e aumenta preocupação

Perder para a Chapecoense em casa é deprimente; perder jogando mal, quase sem exigir o goleiro rival, é preocupante; e, por fim, perder num momento como este, às vésperas de uma decisão pela Libertadores, objetivo maior, é assustador.

Então, perto de mergulhar no poço da depressão, não vou reagir como alguns nas redes sociais e na mídia tradicional, questionando e, pior, atacando asperamente decisões tomadas pela direção e pelo treinador.

O Grêmio se planejou para ter um time competitivo na Libertadores, especialmente no mata-mata. Ouvi alguém criticando, numa potente emissora de rádio, o planejamento do clube porque justo na hora decisiva o time não contava com seus dois melhores jogadores, Luan e Geromel.

Quer dizer, ter jogadores lesionados é falta de planejamento. O Grêmio fez de tudo para poupar seus melhores atletas. Falta de cuidado não foi. O papel, a tela e o microfone realmente aceitam tudo.

Nesse jogo contra a Chape, o técnico Renato achou por bem testar Jael, até porque é preciso saber exatamente com quem contar nos momentos decisivos. Tem gente criticando essa decisão. Outros queriam Arroyo – aliás, já no jogo anterior contra o Botafogo teve gente pedindo o equatoriano.

Eu estava curioso para saber se Arroyo é o ‘cara’, como pensam alguns, e também porque chegou o momento de sabermos que tipo de contribuição ele pode dar. Ele entrou no segundo tempo e o que eu vi foi um atacante dando toquezinho pra trás e para os lados. Nenhuma investida sobre o marcador, o drible, a penetração. Nada.

Saudade de Pedro Rocha. (suspiro!)

Pela amostra, pequena, é verdade, esses dois não me convenceram de que podem mudar uma partida enroscada. Mas, é o que a casa oferece.

Penso que o jovem Patrick, com toda a sua inexperiência, acrescenta mais ao time que essa dupla aí de cima. O guri entrou no lugar de Ramiro, foi pra cima,mostrou forte personalidade. Foi mais atrevido que o experiente Arroyo, com seu futebol burocrático.

Então, o Grêmio perdendo por 1 a 0 (a dupla de área reserva ficou naquela de ir mas não foi, e o atacante arriscou, gol) contava para reagir com Arroyo, Patrick e e Lucas Barrios. O melhorzinho dos três foi o guri.

Outra coisa que me preocupa: quando Fernandinho é o atacante mais perigoso do time é porque algo está errado, muito errado. E Fernandinho foi de novo o melhor atacante do time. Barrios segue devendo.

O jogo deste domingo na Arena já passou. O Brasileirão já passou. O Corinthians ganhou – gol com o braço direito de Jô, na cara do árbitro auxiliar – e o campeonato está decidido.

Dez pontos de diferença sobre o Grêmio e 12 sobre o Santos (ninguém vai reclamar que o Santos está prejudicando o campeonato por ter jogador com time reserva sábado?)

Ah, dos dez pontos de diferença, seis referem-se a Avaí e Chapecoense, com o Grêmio jogando praticamente com força máxima. Na Arena!

O negócio, mais do que nunca, é pensar na Libertadores, focar no jogo contra o Botafogo. E é aí que me bate quase uma depressão.

Não sei se Luan vai jogar. O fato é que ele precisa jogar. O Grêmio precisa dele, mais até do que de Geromel, ao menos para o jogo de quarta-feira. Claro, eu gostaria de ver os dois em campo, desde que realmente recuperados.

O Botafogo vai complicar, disso não tenho dúvidas, mas nem tanto por ele, e sim pelo Grêmio, que já não transmite aquela segurança e confiança de algumas semanas atrás.

 

Ponto comum entre Telê e Renato

O que tem em comum o mestre Telê Santana e o atual melhor treinador em atividade no futebol brasileiro?

A pergunta por si só é provocativa, vai atiçar os lobos que apenas toleram Renato Portaluppi , aqueles que não reconhecem nele um técnico com ideias modernas, arejadas, e que estão sempre na tocaia.

Um técnico que é mais que um técnico, é um gestor de vestiário, como ele mesmo se intitulou em entrevista publicada em Zero Hora deste final de semana.

A pergunta, assim de sopetão e tão fora de contexto nesta manhã chuvosa de sábado – sempre que acontece chuvarada assim não consigo deixar de pensar no pessoal alojado no acampamento farroupilha – leva a uma resposta rápida:

– Nada, ué. Não tem o que comparar.

Pois eu acho que tem. Lendo um texto que cometi no dia 21 de abril de 2006, no meu primeiro blog – eu escrevia para mim mesmo, era como um palhaço sozinho no picadeiro, sem plateia -, deparei com uma frase do mestre, morto naquela data depois de uma longa agonia.

Eis a frase, que poucos treinadores podem repetir hoje, sem corar, conforme registrei:

– Se for para mandar meu time matar a jogada, dar pontapé no adversário ou ganhar com gol roubado, prefiro perder o jogo.

Não sei se Renato prefere perder o jogo a ganhar com gol ‘roubado’, mas que o time dele também não dá pontapé, isso é inegável.

O Grêmio de Renato lembra aquele Grêmio de Telê, de 1977, campeão gaúcho. Título que me proporcionou imensa alegria, porque quebrou a hegemonia vermelha no RS.

Era um Grêmio que jogava bola, de raras intervenções faltosas.

Igual ao Grêmio de Renato.

Para completar, repriso o restante daquele artigo, de onze anos atrás:

“Mais que um grande treinador de futebol, Telê foi um exemplo de ética num meio em que cada vez mais prevalece a força do dinheiro e, com isso, tudo o que vem a reboque. Não é preciso entrar em detalhes.

Só conheci um técnico equivalente a Telê, ao menos nesse aspecto da seriedade, da honestidade. O Ênio Andrade. Dele, guardo uma frase: “Eu vivo do futebol, não no futebol”. Havia coisas nesse meio que o incomodavam, por isso a frase.

 

O corpo de Telê será sepultado neste sábado. A sua morte, porém, se deu há mais tempo, quase dez anos. Quando teve o AVC que o afastou do futebol, sua maior paixão. “O futebol é minha vida, não consigo me afastar dele”, disse, certa vez.

 

Telê se vai deixando a sua marca, muitas vitórias e alguns revezes. Acima de tudo uma lição de honestidade e moralidade. Telê se vai com as mãos limpas.

 

Mãos que nem de longe lembram as erguidas pelo presidente Lula, hoje, numa bacia de petróleo. O Grande Guru mergulhou as palmas das mãos no óleo e as ergueu para fotos, imitando gesto de Getúlio Vargas, em 1952.

 

Cheguei a pensar, por um momento, que eram mãos encharcadas de lama.”

Histeria para desfalcar o Grêmio

Um dia eu ainda vou entender por que as pessoas gostam tanto de ver seus melhores jogadores desfalcando suas equipes pela ‘honra’ de vê-los vestindo a amarelinha.

Tivemos recentemente a onda ‘Luan na Seleção’. Tem gente que até xingou o técnico Tite por não convocar Luan. O pior é que grande parte desse pessoal é gremista.

Quer dizer, o Grêmio envolvido em competições difíceis, brigando para fechar o ano com um título, e havia, e ainda há, gremista querendo desfalcar o time. É uma histeria coletiva.

Bem, Luan foi convocado. Ficou dois jogos à disposição da Seleção. Jogou alguns minutos. Voltou com lesão muscular. Parabéns aos envolvidos!

Entre esses que contribuíram estão muitos cronistas esportivos, principalmente Abaixo do Mampituba.

Agora, temos de novo: torcedores gremistas e a imprensa em geral engajados na ‘onda Arthur na Seleção’.

De alguns cronistas colorados eu não poderia esperar mais nada mesmo. Tudo o que eles querem é ver Arthur sentado no banco de reservas da Seleção em algum jogo das eliminatórias, enquanto o clube precisa dele.

Depois, não se sabe como o jogador volta. Alguns voltam de cabeça virada, deslumbrados.

Então, aqui no meu canto, na minha trincheira, venho declarar que não quero o Arthur na Seleção Brasileira. Pelo menos não agora.

De camarote, vou assistir a reação desse pessoal se Arthur for convocado. Talvez ocupem a Goethe para comemorar.

Em caso de não convocação, os revoltados da vez, irão, imagino, bloquear ruas e avenidas em passeata rumo à Esquina Democrática para um grande ato em desagravo do Arthur.

ATENÇÃO – Eu já havia escrito o texto acima quando aconteceu a convocação de Arthur. Portanto, não haverá ato de protesto na Esquina Democrática. Mas sim festa na Goethe.

GRÊMIO

Nesta data tão especial, só tenho a dizer ‘muito obrigado, Grêmio’. Pelos títulos, pelas grandes vitórias, pelas profundas emoções, e também pelos eventuais insucessos, que só me fizeram ser ainda mais gremista do que já sou. Com muita honra, muito orgulho.

Grêmio pragmático garante o empate

Sem Luan e Geromel, dois jogadores que figuram em qualquer seleção que se faça do Brasileiro, o técnico Renato Portaluppi optou por um esquema mais cauteloso para sair do Engenhão com um empate. E conseguiu.

O empate por 0 a 0 coloca o Grêmio como favorito à classificação, que será decidida na Arena. Além do resultado em si, ficou claro que o time carioca está pelo menos um degrau abaixo do tricolor. O Botafogo não conseguiu tirar proveito das dificuldades do Grêmio, que jogou também sem Michel.

Houve quem criticasse o esquema emergencial (repito, emergencial) armado por Renato. Queriam um Grêmio mais ofensivo, nunca um time mais preocupado e vocacionado a não levar gol antes de tudo.

O Grêmio jogou com quatro homens no meio de campo, um deles, Léo Moura, improvisado. Eu acharia melhor começar com Éverton, recuando Fernandinho. Renato, conhecendo melhor as qualidades e defeitos do adversário, optou por Léo, deixando Fernandinho mais adiantado.

E Fernandinho acabou sendo o jogador mais perigoso do Grêmio em termos ofensivos. Lucas Barrios mais uma vez saiu lesionado. Há tempo que ele vem jogando aquém de suas melhores condições. Por detalhe Fernandinho não fez seu gol ao aparar um cruzamento de Léo Moura, com o zagueiro tirando a bola com o goleiro já batido.

É inegável que Renato estudou bem o adversário e acabou acertando em sua proposta de ganhar o meio de campo. A defesa quase não foi exigida, Grohe quase não trabalhou. E o ataque, dentro de suas limitações, até que criou alguns bons lances.

Já o Botafogo pareceu enredado, sentindo a marcação, sem conseguir alternativas para levar perigo ao goleiro gremista.

Portanto, méritos de Renato, que armou um time de forma pragmática para decidir tudo em casa, aí reforçado de Michel e, provavelmente, Geromel e Luan.

Na Arena, será outra história.

ARTHUR

Foi o grande nome do jogo. Com Jaílson como primeiro volante, Arthur jogou mais adiantado e mostrou que pode evoluir muito como articulador. Assumiu mais a responsabilidade de criar e não teve medo de invadir a área a dribles quando possível. Numa dessas investidas, sofreu uma falta na risca da área, que o juiz ignorou. Não fosse isso, teria chegado na cara do goleiro.

É preciso destacar, também, que Bressan evitou o gol do Botafogo ao interceptar um arremate de Roger, após falha de Bruno Cortêz. Bressan deu uma vacilada no início da partida, mas depois voltou a ser um zagueiro eficiente e seguro.

Destaco, ainda, Edílson, que teve grande atuação.