Provável punição do Sport pode ajudar o Grêmio a sair do Z-4

O caminho do Grêmio para sair do grupo de zumbis do Z-4 foi, em princípio, aplainado pelo Sport Recife, adversário do tricolor, no domingo, 20h30m, com a Arena recebendo público depois de mais de um ano.

A inscrição irregular de um jogador cedido pelo Inter, o zagueiro Pedro Henrique, pode custar a perda de 17 pontos do clube pernambuco, ou seja, rebaixamento antecipado.

Pedro Henrique teve sete partidas oficialmente disputadas pelo Inter na Série A e não poderia defender outro clube na competição – conforme consta também no regulamento específico do Brasileiro, além do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

Penso que a participação do Inter nesse imbroglio deveria ser examinada com lupa, porque o clube, imagino eu, sabia da situação irregular do atleta para fins de escalação no Campeonato Brasileiro.

Há farta documentação sobre esse fato.

Se for confirmado o que está previsto e não aparecer um PDF adulterado o Grêmio escapa facilmente da queda, porque duas vagas já teriam donos: Chapecoense e Sport.

ARENA

Pois é esse Sport em crise, envolvendo dirigentes e jogadores, que o Grêmio irá enfrentar no retorno de público na Arena depois de mais de um ano.

É um reforço importante para o tricolor contar com a volta do grito da torcida, do seu apoio, de sua energia positiva. Acredito que alguns pontos nas primeiras rodadas da competição não teriam sido perdidos tendo a torcida ao lado.

É claro que se o time não corresponder minimamente o efeito pode ser o contrário. A torcida está aflita, assustada, irritada com alguns fatos e ansiosa para manifestar-se ao vivo, não apenas pelas redes sociais.

ALERTA

É importante que o torcedor não se deixe influenciar pela campanha sórdida de colunistas vermelhos e até de gremistas contra Felipão. Pregar a queda do treinador nesse momento é coisa de quem não deseja o bem do clube.

Derrota constrangedora abala a confiança do torcedor

Qual é mesmo o Grêmio que luta para sair da constrangedora situação de candidato ao rebaixamento? O que bateu o poderoso Flamengo na rodada anterior ou o que levou 4 a 2 do ‘poderoso’Atlético Paranaense neste domingo, em Curitiba?

Há quem tenha apostado no primeiro e até tenha projetado um crescimento do time na competiçao para buscar vaga na Libertadores/2022. Alguns, mais desconfiados, se vacinaram para reduzir o impacto de uma eventual desilusão, como esta que acabou acontecendo no gramado sintético da Arena da Baixada diante de um time misto dos paranaenses.

A minha impressão é o Grêmio verdadeiro vai escapar da queda, mas será com mais sofrimento do que o previsto pelos mais otimistas e confiantes no trabalho do técnico Felipão e na capacidade do grupo de jogadores. Da direção eu não espero mais nada. Onde está o meia armador? Onde está o lateral-esquerdo?

Como acreditar no grupo quando o técnico se vira, olha para o banco, e tem como opções para reagir e buscar um resultado mais digno os seguintes jogadores: Sarará, Darlan (pensei que nem estivesse mais no clube), e o glorioso Léo Pereira. Antes, havia entrado Douglas Costa, que ainda não justificou o enorme investimento nele feito pela direção?

Ah, como explicar, ainda, que Campaz, mesmo diante do nível do banco tricolor, não sirva nem para entrar no decorrer do jogo? O que está havendo de verdade? As explicações de Felipão não convencem.

Como atenuante o fato de o adversário ter feito 1 a 0 antes do relógio marcar 1 minuto de jogo. Gol de Pedro Rocha, que venceu uma disputa com Ruan, tocou para o companheiro, que devolveu na frente para PR reafirmar a lei do ex. Ele ainda faria o segundo gol, cabeceando livre entre a dupla de zagueiros. Legal que ele comemorou com moderação.

No final, Vanderson, recebendo uma rara metida de Douglas Costa, amenizou o fiasco, fazendo o segundo gol. O primeiro gol gremista foi marcado por Thiago Santos, de cabeça.

Depois desse banho de água fria, cabe a Felipão trabalhar bem a cabeça dos jogadores e colocar o colombiano famoso pra jogar.

O time está carente de qualidade técnica. Só esforço não ganha jogo.

O clube maior devedor do país perto de grandes títulos

O Atlético Mineiro é o líder no ranking dos clubes endividados no país, com um total de R$ 1,2 bilhão. Só neste ano, o débito cresceu R$ 33 milhões. O clube não gerou receita suficiente para bancar o time.

Não fosse um grupo de ‘abnegados’, entre eles os donos de uma grande construtora, o Galo estaria cacarejando como uma galinha assustada.

O que eu tenho de conhecidos que invejam o clube mineiro não é pouca coisa. Nas redes sociais, é só elogios ao time comandado por Cuca. Líder do Brasileirão, o Atlético MG ainda busca o título da Libertadores.

No primeiro jogo contra o Palmeiras, pelas semifinais, nesta noite, o Atlético ficou no empate por 0 a 0, com Hulk, principal destaque do time, perdendo um pênalti. Foi um jogo ruim, truncado, correria, típico de uma Libertadores.

Acredito que em casa o Galo irá garantir a vaga, porque tem um time com mais qualidade que o do Palmeiras.

Teremos, então, o clube maior devedor do país se aproximando de um grande título. Agora, se o Galo não ganhar nada…

No momento, o que mais se vê é gremistas elogiando a política dos mineiros e atacando a estratégia do Grêmio, chamado por alguns nas redes sociais ‘de clube do superávit’.

Concordo que o Grêmio não é um exemplo em termos de contratações. A maioria não deu certo. Poucos realmente se firmaram. Em alguns casos houve falta de sorte. Um exemplo é Diego Tardelli, cuja contratação foi saudada por muitos que hoje a criticam na maior cara de pau.

No quadro atual do futebol, ainda sofrendo os efeitos da pandemia, não tem como não apoiar a política de investimento do presidente Romildo Bolzan, que, apesar de parcimonioso, investiu um bom dinheiro para qualificar o time.

Talvez não o suficiente e da forma mais adequada, mas ao menos o clube de mantém fiel aos seus princípios, o que é elogiável, ainda mais agora que a imprensa faz um carnaval em torno de Daniel Alves, um jogador de 38 anos e de custo fora da realidade.

Apesar do exemplo do Cruzeiro, que desabou no cenário nacional, ainda há dirigentes que administram seus clubes sem a responsabilidade necessária. Hoje, pelo menos quatro clubes disputam Daniel Alves, entre eles o Inter, que figura no G-6 dos clubes mais devedores, detalhe não o impede de entrar na disputa pelo quase quarentão Daniel Alves.

Clube rico é outra coisa…

RANKING DOS DEVEDORES

1º – Atlético Mineiro: 1.208,5 milhões de reais
2º – Cruzeiro: 962,5 milhões de reais
3º – Corinthians: 949,2 milhões de reais
4º – Botafogo: 946,2 milhões de reais
5º – Internacional: 882,9 milhões de reais
6º – Vasco da Gama: 830,6 milhões de reais
7º – Flamengo: 680,8 milhões de reais
8º – Fluminense: 649,1 milhões de reais
9º – São Paulo: 575,1 milhões de reais
10º – Palmeiras: 565,2 milhões de reais
11º – Santos: 539,7 milhões de reais
12º – Grêmio: 396,1 milhões de reais
13º – Coritiba: 299,5 milhões de reais
14º – Bahia: 267,9 milhões de reais
15º – Athletico Paranaense: 200,3 milhões de reais
16º – Red Bull Bragantino: 144 milhões de reais
17º – Goiás: 60,4 milhões de reais
18º – Fortaleza: 38 milhões de reais
19º – Atlético Goianiense: 33,3 milhões de reais
20º – Ceará: 26,5 milhões de reais

A vitória do time humilde e aplicado sobre a soberba flamenguista

Depois de dez jogos sem vencer o Flamengo, o Grêmio teve uma vitória de lavar a alma, nesta noite, no Maracanã, ao fazer 1 a 0 sobre o time carioca, que, do alto de sua soberba, sucumbiu aos pés tricolores, calçados com a chuteira da humildade.

O Grêmio subiu uma posição, mas segue no Z-4: é o 17º colocado, com 22 pontos e dois a jogos a menos que a maioria de seus concorrentes. O Flamengo se manteve em terceiro lugar, com 34 pontos e dois jogos a menos que Palmeiras e Atlético MG.

Felipão provou mais uma vez que sabe armar como ninguém um time para defender-se. A marcação forte na intermediária defensiva resistiu à insistência flamenguista, que na realidade pouco criou em termos ofensivas. Mérito de Felipão e da aplicação tática de seus comandados. Nem Chapecó, que saiu lesionado no início do segundo tempo, nem Brenno, tiveram maiores dificuldades durante a partida.

Aqueles que esperavam um novo massacre saíram frustrados.

Cabe agora ao treinador gremista armar um time mais equilibrado e criativo para enfrentar outro tipo de adversário, não tão bom tecnicamente, mas que praticam jogo semelhante ao do Grêmio atual, que está sepultando meu tipo preferido de jogo (era Renato), mas com um objetivo nobre: tirar o Grêmio da zona do rebaixamento e quem sabe atingir metas mais elevadas.

Difícil destacar alguém individualmente. O Grêmio foi um time homogêneo, com todos muito aplicados e determinados. Com sangue nos olhos para dar uma resposta aos ‘cariocos’, como dizia o grande Lauro Quadros.

A lamentar que Borja tenha desperdiçado o pênalti quase ao final, quando o risco de sofrer um empate me preocupava.

Tecnicamente, o melhor do Grêmio foi Ferreirinha. Sem ele o Grêmio não tem ataque. Foi dele o cruzamento primoroso para Borja saltar entre os zagueiros para fazer 1 a 0, um resultado justo que pode marcar um divisor de águas na campanha tricolor neste Brasileirão.

Jogo contra o Flamengo está na lista dos ‘perdíveis’

Quando se analisa a tabela de jogos no início de alguma competição a gente projeta quais são os jogos ‘perdíveis’ e os que podem resultar em empate ou vitória.

Este jogo contra o Flamengo, que tem sido nosso carrasco nos últimos tempos, no começo do Brasileiro figurava como um jogo para empatar e, com menos chance, até vencer.

Mas foi só o campeonato começar que em poucas rodadas ficou claro que o jogo no Maracanã era de alto risco, o que acabou se confirmando. As chances de o Grêmio vencer são remotas.

Mas o Inter foi lá, desacreditado, e goleou nosso carrasco. O time colorado é melhor que o gremista? Não. Então, com um pouco de sorte e falhas do goleiro flamenguista, como aconteceu contra o Inter, a vitória não é impossível. Improvável, sim.

O problema é que o time de Felipão, cada vez mais organizado para não perder e depois seja o que Deus quiser, carrega uma carga pesada demais: os jogos iniciais sob o comando do técnico Tiago Nunes, que deixou o clube com ridículos 8% de aproveitamento. É um peso que deve ser considerado.

Em resumo, o Grêmio tem tudo para levar mais uma chinelada dos cariocas, cada vez mais soberbos. A soberba flamenguista, estampada na cara do tal de Gabigol, pode ser o trunfo maior do tricolor.

Já o Grêmio deve manter a sandália da humildade, mas com um pouco mais de ousadia. Se ficar muito encolhido, a derrota será inevitável.

Ah, em função dessas casas de apostas, vou apostar no Grêmio, que está pagando muito mais, assim como foi contra o Inter.

A EQUIPE

O time terá retornos importantes, como os de Vanderson, Ruan, Thiago Santos, Alisson e Ferreira. As principais dúvidas estão no gol (Gabriel Chapecó ou Brenno) e na defesa (Rodrigues ou Kannemann). Geromel e Douglas Costa continuam de fora. 

Escalação provável: Gabriel Chapecó (Brenno), Vanderson, Ruan, Rodrigues (Kannemann) e Rafinha; Thiago Santos, Lucas Silva; Alisson, Villasanti e Ferreira; e Borja. 

Deu a lógica: Flamengo confirma sua superioridade

Os 6 a 0 do Flamengo sobre o Grêmio nos dois jogos das quartas de final da Copa do Brasil expressam o abismo que separa os dois times.

No confronto desta quarta-feira, o presente da torcida gremista pelo aniversário do clube foi mais uma derrota para o Flamengo.

Agora eu sei como sofreram os colorados em grenais nos últimos anos.

Está certo que o time foi guerreiro, aplicado taticamente, e que manteve um duelo equilibrado na maior parte do tempo e até criou duas ou três situações de gol.

No final das contas, venceu o time reserva do Flamengo, que tem mais qualidade em termos de individualidade. Por exemplo, sai Gabriel (que seria titular no Grêmio) e entra Pedro, que também seria titular no Grêmio, e, talvez, em qualquer outro time do Brasil.

Na comparação com os dois, Borja perde. Não que Borja seja mau jogador. Não, ele até me surpreendeu neste jogo, mostrando que não é apenas um centroavante parasita, que vive do esforço dos outros.

Gostei dele, mas o time segue com um problema grave: a falta de criatividade ofensiva, do meio para a frente. O meio de campo parece que existe para desarmar o adversário e, por falta de qualidade, devolver a bola para ele.

Os atacantes sofrem. Não é de hoje que venho apontando essa dificuldade. A bola não chega, e quando isso acontece falta pontaria nas conclusões.

No mais, é evidente que o time de Felipão é mais compactado na comparação com o que deixou o antecessor Tiago Nunes, que armou um time que era uma peneira. Um time sem defesa, sem meio e sem ataque. Resultado: 8% de aproveitamento no Brasileiro.

Ainda sobre o jogo desta noite no Maracanã, com público porque o Flamengo tudo pode, entendo que o Grêmio começou a cair na partida quando saiu o volante/meia Mateus Sarará. Pode ser coincidência, mas o time desandou e o Flamengo cresceu em campo a partir da saída desse jovem da base.

Agora, o que importa mesmo é o jogo de domingo, de novo no Maracanã, e mais uma vez com torcida, ao que tudo indica.

O time terá Ferreirinha e, provavelmente, Campaz, que misteriosamente não foi escalado por Felipão, o que abre espaço para especulações maldosas.

Diante da superioridade do Flamengo, e da dificuldade do técnico Felipão para armar um time mais equilibrado, até por falta de material humano, não vejo possibilidade de o Grêmio vencer. Talvez um empate.

Esse é o tipo de jogo em que a gente examina a tabela de jogos e contabiliza como 3 pontos perdidos. É assim que eu vejo o jogo de domingo. Jogo para perder.

Misto do Grêmio busca um resultado digno contra o Flamengo

Enfrentar o Flamengo titular é uma coisa, o time de reservas é outra coisa. Mas, ao que se sabe, Renato não vai arriscar. Com certeza ele mandará a campo um time de reservas com alguns titulares para manter um pouco do padrão de jogo da equipe, minha favorita para conquistar o título.

O Grêmio terá contra si, além de um adversário de boa qualidade, mas sem o entrosamento do time titular, uns 25 mil torcedores.

O STF do futebol, o STJD, ignorou o regulamento que impediria que um time pudesse jogar em algum momento com seus torcedores nas arquibancadas por uma questão de igualdade, de equidade.

O Grêmio jogou sem sua torcida na ida, por isso confiava que no jogo da volta também não haveria público.

Mas o Flamengo é o Flamengo, e o STF, digo o STJD, é esse órgão que tem mais flamenguista que as areias do Leblon num final de semana de sol.

Aí, quando falam que os clubes vão se unir, eu acho graça, só “riro”, como diz um parceiro aqui do blog.

Bem, vocês vão achar que eu sou louco, e ou sou mesmo, mas eu acho que dá pra vencer o Flamengo. Até vou me inscrever num site desses que apostas – presentes em todas as camisas do Brasileiro – para cravar vitória do Grêmio nesta quarta, 21h30, no Maracanã. E não duvido que repita a dose domingo, 20h30, também no Maracanã.

Jogar duas vezes contra o time mais forte da competição, na casa dele, e com pouca diferença de dias, só acontece com um clube no mundo.

Ah, destacando que o Grêmio terá um time misto também e vai em busca de um resultado digno.

Vamos ver o que acontece. O futebol é uma caixinha de surpresa, como dizia o filósofo Dino Sani.

Confiram o provável time que começa a partida (não questiono nem entro no mérito, até porque é um jogo para cumprimento de tabela):

Brenno; Rafinha, Rodrigues, Kannemann e Cortez; Fernando Henrique; Jhonata Robert, Lucas Silva, Villasanti e Léo Pereira; Borja.

Já o Flamengo, com Renato fazendo mistério, virá com um time misto, que pode ser o seguinte:

Diego Alves; Matheuzinho, Rodrigo Caio (Bruno Viana), Gustavo Henrique e Ramón; Willian Arão, Thiago Maia (Andreas Pereira), Vitinho e Everton Ribeiro; Michael e Pedro.

É um time de respeito, meia dúzia teria lugar no time titular do Grêmio e de praticamente todos os clubes do Brasileirão.

PRÊMIO PRESS

O grande Júlio Ribeiro está lançando nova edição do consagrado Prêmio Press, do qual fui finalista na única vez em que participei.

Decidi voltar ao tatame.

Estou na disputa.

Grêmio vence sem sustos, mas com humildade e muito suor

Os primeiros minutos do jogo foram assustadores. Se eu fosse como alguns apressadinhos rápidos no gatilho para criticar e mais rápidos ainda para omitir opiniões e palpites infelizes, eu teria feito um twitter preconizando outro resultado negativo e anunciando que o fim está próximo.

Mas me contive, e valeu a pena. O time reagiu, mesmo sem jogar um bom futebol, e aos poucos foi controlando o jogo e, por consequência, acabou chegando aos dois gols, ambos de jogadores que admiro.

O primeiro foi de Diego Souza, que aparou de cabeça uma bola ‘leve’ cruzada por Alisson, subiu e cabeceou com estilo, impulsionando a bola, que ganhou peso e chegou à rede. Não é coisa para principiante o que DS, que uns especialistas em peteca vivem corneteando, fez nesse lance. Mérito também de Alisson, sempre tão criticado – muitas vezes com razão.

Já o segundo gol foi marca registrada de Ferreirinha, corta pra dentro e chuta no canto oposto ao do goleiro. Um belo gol. Ferreirinha é o tipo de jogador que me faz tirar a bunda da poltrona (esta expressão tem sido muito usada ultimamente) para ir ao estádio, no caso a Arena gremista.

Com os 2 a 0 no placar, o Grêmio foi para o segundo tempo com mais serenidade, podendo trabalhar melhor a bola. Felipão ganhou o duelo tático com Tiago Nunes, que, aliás, perdeu do Ceará quando treinava o Grêmio, e agora como técnico do Ceará, voltou a perder.

Importante ressaltar que quando Felipão substituiu TN o Grêmio tinha 8% de aproveitamento – salvo engano. Hoje, tem 56% (5 vitórias, 3 derrotas e 2 empates.

Quem desprezar estes dados é no mínimo mal intencionado. No futebol, nada é mais eloquente que os números.

Confesso que depois do susto inicial, passei a acreditar que o Grêmio não vai cair. O veterano Felipão está arrumando a casa, isso é nítido. Não é o futebol que aprecio, mas é o futebol de resultado, que, ao final das contas, é o que realmente importa.

Ainda sobre o jogo. Gostei do Rafinha, o melhor do defesa, pela inteligência, seriedade e aplicação tática. Mas todos do setor foram relativamente bem. O meio-campo se manteve sólido, faltando mais criatividade na criação de jogadas. Os atacantes se valeram de seus talentos para marcar os gols.

OS CLIQUES

Os caçadores de clique estão na deles, deixo bem claro. Não é fácil atrair e manter leitores nas redes sociais. Muita gente atuando. Então, muitas vezes o pessoal exagera, o que leva à perda de credibilidade – início da derrocada de qualquer jornalista e/ou blogueiro e afins.

Neste domingo, um título chamou minha atenção: ‘Grêmio ganhou do Ceará sem fazer força’. Como assim?

Aí, você vai ler o comentário e vê que o conteúdo não tem nada a ver com o título provocativo. O autor, tido como gremista, quis dizer simplesmente que o Grêmio venceu o Ceará sem maior atropelos, sem maiores sustos, diferente do que vem ocorrendo.

A verdade é que o Grêmio teve que se esforçar muito para vencer. Foi sem susto, mas com muito suor.

Em resumo: caí na pegadinha do título e gerei mais um clique para o autor.

Grêmio precisa calçar a ‘sandália da humildade’ para sair do grupo da morte

Caiu a ficha. Custou, mas agora estou convencido de que a realidade gremista é conviver com a turma do rodapé da tabela de classificação.

Mesmo que o time consiga sair do grupo da morte, a vergonha é irreparável. Em poucos jogos um dos clubes mais cotados para disputar o título do Brasileiro afundou na competição. Não é vergonhoso?

A vergonha será ainda maior se o time não conseguir superar essa crise.

Fui me dar conta da situação miserável que vivemos durante a rodada desta noite de 7 de setembro, quando o Juventude, fora de casa, largou na frente diante do Corinthians, que conseguiu com muito esforço empatar.

E empatou com um gol de Roger Guedes, que boa parte dos gremistas, inclusive uns daqui, queriam no Grêmio. Guedes provou que é um definidor, e já no primeiro jogo marcou o gol que impediu a derrota do Corinthians. Ah, batendo falta ao estilo de Zico. Quem faz isso no atual grupo tricolor?

Foi aí que eu vi que o Juventude (o Juventude!!!) não deve nada ao Grêmio. É duro escrever isso, mas é fato. O mesmo vale para os demais participantes, com exceção da pobre Chapecoense, virtual rebaixada.

O Grêmio pode ser um dos outros três que irá cair. É preciso ter consciência disso. Admitir para si mesmo que estamos à beira do abismo é o primeiro passo para não cair. É preciso reconhecer o risco, e respeitar TODOS os adversários.

É um bom momento para deixar a soberba de lado e calçar a sandália da humildade.

Para começar, é importante parar de falar em penta da Copa Brasil, do tri da Libertadores, da série de vitórias em Grenais e os títulos regionais conquistados. E, por favor, vamos parar de lembrar que até pouco tempo atrás o Grêmio praticava o futebol mais bonito e eficiente do país. Passou.

Vamos concentrar nossas energias torcendo para Grêmio, começando pelo jogo contra o Ceará, dia 12, e, óbvio, secando nossos rivais, time medianos como este Grêmio que está aí.

Mediano, sim. Até prova em contrário. Vamos ver se as duas contratações, Villasanti e Campaz, realmente podem fazer a diferença e acrescentar a qualidade e competitividade que faltam ao time.

Conforme escrevi dias atrás, se eles não derem a resposta que o time precisa, e Douglas Costa não começar a jogar de verdade, a queda será inevitável.

Como desgraça pouca é bobagem, me toquei hoje que o jogo contra o Flamengo, pela CB, será dia 15, data de aniversário do tricolor. Mais humilhação à vista?

MAICON

Mais do que merecida a homenagem da torcida ao Maicon, que honrou o manto tricolor enquanto teve pernas para correr normalmente. Maicon tem lugar garantido entre os dez melhores meio-campistas que vi jogar com a camisa gremista. Ao lado dele, por exemplo, jogadores como Iúra, Valdo, Dinho e Tita.

Maicon foi, também, muitas vezes, um torcedor dentro de campo, especialmente em Grenais.

Protesto na Arena e a nova realidade do vestiário tricolor

A torcida do Grêmio se antecipou ao anúncio da liberação de público nos estádios de futebol, feito ontem pelo governo, e voltou à Arena por sua conta e risco.

Cumpriu com galhardia a missão de municiar a imprensa (vermelha ou não) com elementos para deboche e gozação.

A manifestação, que era para ser pacífica não foi exatamente na Arena, mas no Centro de Treinamento. O pessoal começou a chegar às 13h, horário de almoço. Não se sabe se houve distribuição de sanduíche de ‘mortandela’.

O fato é que o pessoal estava com apetite para bagunçar.

Até o batalhão de choque da gloriosa Brigada Militar foi acionado para conter a pequena e agressiva multidão composta, até onde se sabe, apenas por gremistas, todos muito irritados com o rumo que o time tomou pouco tempo depois de conquistas memoráveis.

No auge do tumulto, o policiamento teve de apelar para bombas de efeito moral e gás lacrimogênio.

Se por um lado é bom esses jogadores saberem que ninguém aqui é bobo, por outro, não há dúvida de que esse tipo de iniciativa não dá futebol pra ninguém.

Talvez até contribua para perturbar os jogadores mais suscetíveis à pressão desse tipo.

É possível que o Grêmio retome diferente sua participação no Campeonato Brasileiro, passando a jogar um futebol à altura de sua grandeza e representatividade.

Não faltará quem diga que essa transformação seria, então, em função do protesto violento ocorrido nesta tarde de quarta-feira.

Não, se houver um crescimento do time na competição será acima de tudo porque Felipão ganhou carta-branca para trabalhar, mantendo no grupo apenas os jogadores verdadeiramente comprometidos com a instituição e, em especial, com as ideias de futebol do técnico.

É a nova política do vestiário tricolor. Quem não estiver de acordo, vai sair.