Jogo em Caxias equilibra a decisão

Se o Inter se empenhasse como fez em 2012, quando o Beira-Rio podia ser comparado ao Coliseu, para realizar o Gre-Nal de domingo em sua casa, agora limpa e vistosa, não tenho qualquer dúvida de que saberia sensibilizar de novo os órgãos de segurança pública do Estado.

É fato que existem alguns problemas no estádio remodelado, mas nada que realmente impeça a realização de um jogo que contará com número muito pequeno de torcedores rivais, facilitando o trabalho do policiamento.

Se em agosto de 2012, dia 28, o Gre-Nal aconteceu em meio aos escombros, com lonas pretas cobrindo entulhos, por que mesmo não pode haver outro clássico no estádio que acabou de receber perto de 50 mil pessoas. A torcida do Grêmio chegou ao estádio escoltada pela BM e foi separada dos colorados com tapumes para ter acesso às arquibancadas, ou o que restava delas naquele momento. Se foi possível em 2012, por que não agora?

Não posso acreditar que o Inter teme que o Grêmio faça festa em sua nova casa. O Inter é mais do que favorito, é o virtual campeão gaúcho, tetra por sinal.

O Grêmio levou 2 a 1 na Arena, e poderia ter levado mais não fosse o goleiro Marcelo Grohe. É claro que o Grêmio pode reverter, mas é muito mais provável que o Inter aproveite a vantagem de jogar por empate e até por derrota por 1 a 0 e faça ele mesmo a festa no novo BRio.

Se a direção colorada realmente teme a derrota a ponta de transferir o jogo para Caxias – ou Erechim, proposta absurda feita durante à tarde e rechaçada pelo Grêmio -, é porque merece perder o título, que ficará mais ao alcance do Grêmio se o jogo for mesmo em Caxias do Sul.

Analisando friamente, o Gre-Nal em Caxias beneficia o Grêmio. Mas dez entre dez gremistas querem a decisão no Beira-Rio só pela esperança de poder dar a volta olímpica na casa remodelada do grande rival.