Libertadores: caminho pedregoso e espinhoso

O Reche abriu o Cadeira Cativa, ontem à noite, na UlbraTV, fazendo uma série de projeções sobre possíveis adversários do Grêmio na próxima fase da Libertadores. Dependendo dos resultados da rodada, alguns jogos em andamento naquele instante – 20h -, poderia ser este ou aqueles outros. Eram umas cinco ou seis possibilidades, que se alternavam a cada gol que acontecia.

Até que interrompi as elucubrações do apresentador, porque já estava perdido naquele emaranhado, que mais confundia do que explicava.

– Reche, para simplificar, me responde, qual seria o adversário mais forte, mais perigoso, e que seria bom evitar neste momento?

– Ora, o San Lorenzo e o Lanús – respondeu ele.

– Então, não precisa mais fazer cálculos, Reche, porque será um dos dois, mais provavelmente o San Lorenzo, que eu considero mais forte que o Lanús.

– Mas por que isso? – devolveu o Reche, com os olhares do Fabiano Brasil e do João Garcia se voltando para mim.

Fiz uma pausa e respondi:

– Simplesmente porque para o Grêmio tudo sempre é mais difícil e complicado.

Eles riram. Coisa de gremista -, disseram, praticamente em coro.

Os resultados acabaram confirmando o que eu havia antecipado. San Lorenzo, o clube do Papa, torna o caminho rumo ao título pedregoso e espinhoso, adjetivos que usei no programa da UlbraTV e que repito agora, porque realmente o clube argentino, que nunca venceu uma Libertadores, vem com tudo.

Mas o pior vem logo em seguida: o Cruzeiro, que começa a crescer de novo. Existe uma chance de ser o Cerro Portenho, mas dentro da lógica já expressada, vai dar o mais difícil, claro, o clube mineiro.

Mas quem quer ser campeão e se julga preparado, não pode escolher adversário.

TORCIDA

Como se não bastassem as dificuldades dentro de campo, o Grêmio ainda precisa conviver com torcedores que conseguem prejudicar mais o clube do que qualquer colorado fanático.

NACIONAL

O Grêmio jogou para o gasto. O Nacional nunca foi um adversário tão temível, como apregoavam os secadores que falavam em Grupo da Morte, nem tão papinha, como proclamaram depois que o Grêmio foi lá em Montevidéu e venceu o time uruguaio, que de repente virou, para esses, uma desgraça de time.

O fato é que era um jogo tranquilo, ótimo para fazer experiências. O gol da vitória saiu cedo, com o bandeirinha sinalizando pênalti sobre Barcos, lance que o juiz estava deixando passar.

Com a vantagem, o Grêmio administrou e visivelmente seus jogadores tomavam cuidado nas divididas e não apertavam o ritmo.

No intervalo, o técnico Enderson Moreira fez o que eu imaginava e registrei aqui na ata do boteco: sacou Edinho e colocou um jogador ofensivo, o Jean Deretti.

O Grêmio passou a atacar mais e criou chances para ampliar, mas abriu um pouco seu setor defensivo. O Nacional chegou a levar algum perigo.

Deretti perdeu um gol de dentro da pequena área após bela jogada do Pará. É que ele foi pego no contra-pé. Depois, Deretti recebeu passe do Barcos, que jogou muito bem, e chutou por cima. O próprio Barcos teve chance de ampliar, mas por excesso de preciosismo perdeu o gol duas vezes.

Gostei do Lucas Coelho. Sei que alguém vai lembrar que ele chutou uma bola para a arquibancada. Mas é por esse lance que eu gostei do guri.

Ele recebeu pela esquerda, junto à grande área, cortou para dentro e livrou-se do marcador. Clareou a jogada, tinha tudo para fazer 2 a 0, mas o chute saiu muito alto.

O mesmo Lucas que teve serenidade e técnica para driblar, foi ansioso demais ao se deparar com a chance que o colocaria em outro patamar dentro do grupo. Coisa de guri inseguro que luta para se afirmar.

GRE-NAL

Se o Grêmio for campeão gaúcho e fizer a festa no Centenário, o presidente Luigi, que pensa que todo mundo é trouxa, poderá, então, dizer: viram como eu tinha razão em não querer jogar no Beira-Rio? A festa deles não aconteceu em nosso estádio novo.