O Grêmio correu um sério risco de goleada. Imagino que Renato e Cia projetavam um Flamengo misto ou como o próprio Grêmio, um time formado por reservas. Aí o o técnico Jesus vem de força máxima.
Confesso que acreditei nas especulações de que seria um duelo de reservas, um jogo parelho. O que se viu foi um jogo desigual, apesar da brava resistência tricolor.
A derrota foi, portanto, natural. Mesmo assim tem gente atacando o time reserva, cobrando uma vitória sobre os titulares do Flamengo.
Imaginar que esse time escalado por Renato, com respaldo da direção, suponho, poderia vencer nessa circunstância é acreditar que o Flamengo não tem a mínima condição de vencer o Inter pela Libertadores, quartas de final. É matar minha esperança de vê-los eliminados.
Então, repudio as críticas ao time reserva, que é limitado conforme já demonstrou em jogos anteriores, em especial contra o CSA. Não venceu o CSA vai vencer o Flamengo?
As críticas devem ser direcionadas à direção, nunca aos jogadores.
Com base nesse jogo de sábado, 3 a 1, e poderia ser mais se o Flamengo não tivesse tirado o pé do acelerador em alguns momentos, Pepê, por exemplo, deixaria de ser a esperança que é, como foram Pedro Rocha e Éverton, que só evoluíram realmente depois da lapidação.
Até Éverton, que entrou no segundo tempo, pouco fez, a exemplo do que tem acontecido com assustadora frequência.
É isso, vamos com calma nas críticas a jogadores como Thaciano, Tetê e outros que estão buscando seu espaço.
O Grêmio vai com time reserva para o enfrentamento com o Flamengo neste sábado, no Rio. Até pouco tempo atrás, estaríamos abrindo o berreiro contra a decisão do clube. ‘Ora, jogar com reservas esse clássico nacional… ‘
Hoje, a gente se conforma e vê, por conta disso, o título do campeonato mais chato do mundo cada vez mais distante. Uma chatice que aumenta à medida em que o time da gente cai na tabela.
Percebo que a cada ano o Brasileirão perde um pouco do brilho de outros tempos. Tempos em que os clubes pensavam mil vezes antes de escalar time reserva ou misto, e que só poupavam quem realmente estivesse na iminência de uma lesão muscular, como essa do Edenílson.
Nesses tempos, coisa de poucos anos atrás, os defensores dessa chatice, defendiam a competição com um argumento básico: campeonato por pontos corridos é mais justo, vence aquele que faz melhor campanha, não é o retrato de um momento, como os torneios mata-mata.
Hoje, com os clubes intercalando equipes reservas, mistas ou titulares de acordo com seus interesses – situação causada pela CBF – o Brasileirão já não premia o melhor time. Os grandes clubes são submetidos à essa situação ridícula. Com isso, equipes com uma só competição pra disputar, caso do Santos, passam a ser fortes candidatas ao título. Onde está a justiça tão apregoada anos atrás?
Sem contar o absurdo, estabelecido em regulamento, que dá aos clubes a possibilidade de uma equipe VENDER seu mando de campo. Mais um fator de desequilíbrio.
Alguém consegue imaginar esse tipo de excrescência numa Copa do Brasil?
Sempre defendi, a exemplo de muita gente, o Brasileirão de pontos corridos no qual o campeão de um turno enfrentaria o do outro. Se o mesmo clube conquistasse os dois turnos, seria dele o troféu. A possibilidade uma grande final, em um ou dois jogos, traria mais emoção, mais vida a um campeonato que a continuar desse jeito irá definhar até ser sepultado.
TEIMOSIA
O técnico Renato Portaluppi parece que gosta de jogar com dez. Ou quando escala André ou, como neste sábado, com Galhardo no meio de campo. Nos dois jogos em que jogou nessa função, Galhardo fracassou. Tudo indica que Renato vai repetir essa experiência desastrosa.
Renato desafia os deuses do futebol e assusta a torcida tricolor.
Se Galhardo não serve pra lateral-direita, menos ainda para jogar na meia.
Que a estrela de Renato brilhe nesse confronto em que estará frente a frente com Jesus.
JESUS NO TEXAS
Até Jesus tem um pé no Texas, como diria o cornetadoRW. Diante da informação de que o Flamengo está tentando contratar Balotelli ( o Flamengo não jeito mesmo), o técnico Jesus revelou seu lado texano: “É fundamental termos um centroavante”. Só falta agora ele pedir um volante suja-calção.
Hoje senti na pele o que anda sofrendo o torcedor do Cruzeiro. Que time medíocre, comandado por um técnico que vira e mexe joga apenas por uma bola. É duro torcer pelo Cruzeiro.
E tem gente que reclama do Grêmio…
O problema no esquema de Mano Menezes é que única bola é uma melancia, ou assume outras formas geométricas, como um quadrado.
Impressionante como um time de tradição, com uma grande torcida e multicampeão consegue apequenar-se tanto.
Em 90 minutos contra o Inter não criou nenhuma chance de gol.
O que mais criou e arriscou foi Pedro Rocha. Esse Thiago Neves, que alguns gremistas queriam trocas por Luan, é se arrasta em campo e sequer consegue dominar uma bola para dar andamento a uma jogada.
Um time que tem como referência técnica esse Thiago Neves de hoje realmente não pode ser grande coisa. Isso ajuda a explicar por que o Cruzeiro está há oito jogos sem marcar gol.
E o que dizer de Fred? Silêncio.
O Inter venceu por 1 a 0, e não seria injusto de marcasse mais um gol, que só não aconteceu graças ao goleiro Fábio, que eu pensei que só defendesse contra o Grêmio.
Resumindo, o gol de Edenílson dá uma vantagem muito grande ao Inter, que joga em seu estádio, onde o time se impõe e quando não consegue isso conta com a ajuda dos erros humanos e da máquina.
Agora, apesar dessa ruindade técnica e tática, não duvidem se o Cruzeiro não aplicar.
Mano Menezes arma uma retranca – ele é especialista nisso – e espera o Inter. Aí, é só resistir e explorar contra-ataque. Difícil, mas não impossível.
Tem um detalhe, Mano pode cair nas próximas horas.
A tendência no Beira-Rio é que o Inter avance na Copa do Brasil. Se o Grêmio passar, e vai passar pelo Atlético PR, teremos Gre-Nal.
O VAR mais uma vez decidindo contra o Grêmio. É o que aconteceu nesta noite de segunda-feira, na ponta do rabo da rodada, onde o Grêmio tinha tudo para somar 3 pontos e ficou apenas com 1 no empate por 3 a 3, em plena Arena, contra a Chapecoense, time candidato ao rebaixamento.
Foi pênalti em kannemann. Empurrão pelas costas. Quando a vítima é alguém do Grêmio nesses empurrões, nunca é com intensidade suficiente para derrubar ou algo assim. Foi o que aconteceu com o zagueiro argentino (ele e Geromel em jornada bem abaixo do normal) no lance de pênalti que o juiz marcou, mas voltou atrás depois da intervenção do VAR, sempre tão generoso e compreensivo com o Inter neste Brasileirão.
Então, a arbitragem prejudicou o Grêmio.
Agora, quem mais prejudicou o Grêmio foi o próprio time gremista. Começou indolente, desatento, sem concentração, e chegou a estar perdendo por 3 a 2, uma derrota evitada pela dupla Luan e Tardelli, este autor do gol de empate na reta final do jogo, após cruzamento meticuloso de Luan. Os dois entraram na metade do segundo tempo para apagar o incêndio.
Generalizando, praticamente ninguém jogou bem no time do Grêmio. A rigor, apenas Éverton e Matheus Henrique se salvaram. Os demais desenharam o quadro da dor.
Está certo que o time foi mal, mas ainda assim, com sua melhor formação do momento, tinha obrigação de somar três pontos, e nunca sofrer três gols de um time modesto apesar de muito aplicado que foi a Chapecoense.
E assim, de empate em empate, o Grêmio vai se distanciando da ponta de cima do campeonato. Era jogo para vencer e encostar no G-6. Sábado, 19h, é contra o Flamengo, no Rio.
A história do Grêmio é preservada por alguns abnegados, gente preocupada em manter acesa a memória do clube.
Uma dessas pessoas conheci no final dos anos 70, dona Ema Coelho de Souza, que tratava de juntar aqui e ali, literalmente, peças de uma quebra-cabeça que conta a história do clubes. Muita coisa estava jogada em alguma dependência do Olímpico.
Perseverante, dona Ema, em 1984, conseguiu criar a Sala dos Troféus, que deu origem a esse museu maravilhoso instalado na Arena, fundindo passado e presente.
Lembro também de um torcedor que registrou em super 8 a primeira excursão do Grêmio nos anos 50 (quem tiver detalhes me ajude).
São pessoas como essas duas, entre outras anônimas, que contribuíram para manter vivo o passado glorioso deste clube que é um dos maiores do mundo.
Uma história que se depender do pesquisador Daison Sant’anna não será esquecida jamais. Dono de memória privilegiada e incansável em suas pesquisas, Daison está lançando o livro 1989, que conta conta detalhes da conquista do primeiro título da Copa do Brasil pelo Grêmio.
Eu vivi intensamente como repórter essa caminhada gloriosa do Tricolor rumo ao título da primeira edição da CB. Portanto, tenho grande interesse pelo assunto.
Bem, os autores, Daison e Alberto Franco, estão lançando a obra nesta terça, 19h, no Bar do Beto. Eu estarei lá para garantir um exemplar e tomar um chopp no capricho.
Agora é briga de cachorro grande. Os guaipecas foram eliminados, se bem que sobrou um que há tempo só assistia a Libertadores muito de longe, de luneta.
Mas vamos ao que interessa, o Grêmio – mesmo com um ‘jogador a menos’ na maioria dos jogos – está entre os oito melhores times da América do Sul e entre os quatro melhores do país.
No jogo em que ‘o jogador a menos’, conseguiu desencantar, deu goleada, e uma classificação tranquila dentro do que se projetava quando a Libertadores começou – derrota para esse mesmo Libertad na Arena.
André continua sendo um atacante muito mais ou menos, mas é preciso admitir que ontem, em Assunção, ele mandou bem, esteve ‘irreconhecível’, marcando não apenas um, mas dois gols. Espero que ele tenha mais alguns reservados para o Palmeiras.
Já projetando esse embate entre o Mestre Felipão e o Renato Midas (será que ele está transformando também o André para espanto dos incréus?), espero que o time mantenha a estrutura do time que bateu o Libertad por 3 a 0.
Espero, por outro lado, que o Grêmio não dê os espaços oferecidos aos paraguaios, que deram muito trabalho ao grande Paulo Vitor. Um time mais qualificado como o Palmeiras certamente será mais efetivo.
No mais, é manter o futebol que vem apresentando nos mata-mata, prioridade número 1 dos gremistas, e de todos os clubes brasileiros que disputam a CB e a Libertadores.
Os outros olham e invejam tanta emoção.
OBSERVAÇÃO
Faltou luz na minha zona. Vi o jogo pelo celular, e só agora consegui escrever alguma coisa sobre a grande vitória.
O vereador Felipe Camozzato (por casualidade, colorado) publicou artigo na Zero Hora, edição de 23 de julho, manifestando seu apoio à verticalização de Porto Alegre, partindo da pretensão do Internacional em erguer um monstrengo que pode atingir até 130 metros de altura às margens do Guaíba, junto ao Beira-Rio, desvirtuando o que foi acertado na doação da área pela prefeitura municipal há 63 anos.
Em contrapartida ao espigão e a mais um prédio menor ao lado, o clube de se compromete a fazer benfeitorias, que, por melhor que sejam, nunca irão compensar a enorme perda para a cidade e sua população.
No mesmo dia – provavelmente após ler o artigo do vereador Camozzato -, David Coimbra escreveu um texto em seu blog atacando fortemente a proposta absurda.
Aqui vai um trecho:
“Esta área, onde agora querem erguer um complexo imobiliário, foi doada para o Inter para empreendimentos esportivos, não para desfigurar Porto Alegre. Seria até uma traição ao município”.
Nesta quarta-feira, dia 31, Paulo Germano, publicou em ZH o artigo intitulado ‘Espigões do privilégio’, também detonando a iniciativa da direção colorada, que, apesar de esdrúxula e afrontar o bom senso e até a legislação, segue tramitando nos órgãos municipais.
Confira este oportuno trecho da coluna do Paulo Germano:
“O tamanho das torres, o desrespeito ao Plano Diretor, o bloqueio do ar que vem do Guaíba, tudo isso poderia ser discutido. Eu aqui, honestamente, não tenho nada contra essas construções imensas em grandes centros urbanos. Desde que o investidor, claro, compre a área onde vai investir. Se ele ganha essa área – e ganha do poder público, que estabelece as condições para usá-la –, não pode, agora, sair faturando como bem entender”.
Bem, quem me conhece sabe que há anos denuncio essas doações gigantes e contrapartidas minúsculas, isso quando elas acontecem. Até ganhei um Prêmio ARI com uma série de reportagens sobre esse assunto publicadas no Correio do Povo nos anos 90.
Ainda sobre essa questão escrevi aqui neste espaço, em 17/11/2017, o artigo “O Inter e a generosidade do poder público”. Nele, foco principalmente outra doação, de 88 hectares, em Guaíba, para o Inter construir seu CT.
Por fim, a respeito desse espigão, penso que a direção colorada colocou um bode na sala. Propõe um edifício de até 130 metros de altura para conseguir, mais adiante, quando a polêmica chegar à Câmara de Vereadores, um prédio que respeite o limite de 52 metros (ou seja, 17 andares), conforme estabelece o Plano Diretor. Mais baixo, mas ainda assim um monstrengo em todos os sentidos.
A grande vantagem do clube em meio à essa polêmica, que recém está começando e logo será grenalizada, apesar de envolver o meio ambiente que interessa a todos nós, gremistas e colorados, é que a destinação original da área fique em segundo plano e os prédios comerciais sejam erguidos , abrindo caminho para outros que, certamente, virão mais adiante.
O Campeonato Brasileiro, ao natural, já é chato. E é ainda mais insuportável para quem tem potencial para disputar o título, e aos poucos se vê cada vez mais distante do topo da tabela.
É o caso do Grêmio, que mais uma vez prioriza a Libertadores e a Copa do Brasil – neste aspecto nada a opor -, mas será pedir demais que o técnico Renato ao menos não invente?
Por que insistir com Galhardo? Defendi a experiência com Galhardo na função de Ramiro no Gre-Nal até como muleta para Léo Moura, mas depois do que se viu o mais racional e lógico seria desistir dessa tentativa e partir para outras soluções.
Mas o que faz Renato, amparado por grandes títulos e partidas antológicas nos últimos três anos? Escala o pobre do Galhardo, que foi de novo para o sacrifício.
Não deu certo, nem nunca dará certo. Espero que Renato esteja convencido disso, caso contrário o time continuará entrando em campo com um jogador a menos. E o que resta de esperança de título rapidamente vai virar fumaça.
Não se diga que ele não tinha alternativa. Patrick, que ele foi buscar no time de transição, tem juventude, gana e qualidade para jogar pelo setor direito, fazendo o corredor e ajudando Léo Moura. Se é pra apostar, que se aposte em alguém que tem futuro.
Mas o Grêmio não perdeu dois pontos no empate por 0 a 0 com o CSA – vice-lanterna do campeonato – por causa de Galhardo. O time todo não foi bem, alguns jogadores foram até decepcionantes, a começar pelo trio ofensivo: Pepê (perdeu um gol pro cocuruto), Luan e Tardelli.
O grande culpado pelo empate melancólico e revoltante foi mesmo o técnico Renato Portaluppi, pela insistência em começar os jogos com um jogador a menos (acontece isso também quando André é escalado).comcia dulRANA
O jogo (tortura) desta segunda-feira foi jogo para os dois times deixarem o campo com zero ponto. Seria como um castigo dos deuses do futebol, expressão consagrada pelo Milton Jung.
No mais, penso que agora só falta um horário para o Grêmio completar a cartela de opções da CBF: jogar uma vezinha só que seja num domingo, às 16 ou 17 horas.
Ao que tudo indica isso TALVEZ aconteça apenas no segundo turno.
A geração que marcou o apogeu do rádio no Estado sofre mais um desfalque: Milton Jung, que desencarnou na manhã deste domingo aos 83 anos.
Conheci o Milton nos corredores da Caldas Júnior, onde trabalhou por 56 anos.
O que pouca gente sabe é que Milton, além de excelente narrador, que nunca deixou transparecer seu gremismo durante os jogos, também produzia textos publicitários para a rádio Guaíba.
Escrevia muito bem e cobrava dos redatores do Correspondente Renner, às vezes sutilmente no ar, na entonação de voz ou na redução do ritmo de leitura. Na redação, todos sabiam que era a senha de algum erro na elaboração da notícia.
Aliás, Milton tinha um ritmo acelerado na leitura, um ritmo forte e constante. Outros locutores não conseguiam manter essa velocidade.
Era impressionante a forma como ele lia as notícias, sempre com um dedo tapando um ouvido, concentrado, como se estivesse em transe, e aquela voz transbordando energia. Um grande profissional.
Meu primeiro contato mais próximo com ele aconteceu em 1978, final de ano, quando subi do primeiro andar, onde era a redação da Folha da Tarde, para o terceiro, onde ficava a Rádio Guaíba.
Eu, jovem repórter, fora incumbindo de coletar a sua seleção do campeonato gaúcho daquele ano, coisa tradicional da imprensa gaudéria. Naquele tempo, ninguém poupava jogadores no campeonato. O Gauchão era hiper valorizado.
Quando o encontrei, ele já foi me estendendo a lista de sua seleção, que seria publicada no dia seguinte na Folha.
Fiquei espantado quando li a relação: era o time inteiro do Grêmio, do goleiro ao ponta-esquerda. E foi sempre assim, ano após ano.
Hoje, refletindo sobre isso, concluí que essa era uma maneira que o gremista Milton encontrou para reagir contra os colorados da imprensa, que sempre privilegiaram seus jogadores na hora de formar seleções de campeonatos.
Milton foi, portanto, um dos raros gremistas, assim como Antônio Augusto e Paulo Sant’ana, que reagiu ao ataque em bloco daquilo que o blog ‘cornetadorw’ define como IVI, hoje uma expressão inquestionável.
Apesar de consagrado como a ‘voz do rádio’, Milton sempre foi um sujeito humilde. Para ilustrar essa afirmação, lembro-me de uma história. Eu era diretor da rádio da Universidade/Ufrgs.
Havia um greve. Um grupo de estudantes da Fabico pediram um espaço na rádio – também em greve mas funcionando só com música – para informar sobre a paralisação e alguma atividade em andamento. Lá pelas tantas, o grupo (eram uns 20 alunos), decidiu oferecer um prêmio (um GOL) para sortear entre os (poucos) ouvintes.
Terminada a greve, foi anunciado no ar o nome do vencedor, que teria direito mesmo ao gol.
O Gol não era o carro, mas o grito de gol narrado por Milton, que dias antes havia concordado em gravar o seu ‘gol, gol, gol’ para a gurizada.
Bem, esse foi um pouco do Milton que conheci e de quem recebi um exemplar do livro, lançado na Feira do Livro do ano passado, por ele autografado.
Bem, a voz do rádio silencia. Ninguém nunca mais vai narrar um gol do Grêmio com tanta verdade, tanta paixão.
Acostumado a jogar com dez, o Grêmio nem sentiu a falta de Geromel, expulso no começo do segundo tempo. Tudo indicava, porém, que seria uma noite de terror, até porque a arbitragem estava pra lá de suspeita.
O técnico Renato ‘Midas’ Portaluppi, tirou uma carta da manga. Sacou quem não deveria sequer ter entrado e colocou em campo o zagueiro David Braz, cuja contratação foi bastante questionada (‘óooh, vai tirar espaço do jovem Rodrigues’, diziam).
Renato, forçado pelas circunstâncias, tirou quem pouco contribui e nada acrescenta.
O espaço ocupado por André na área de forma nada produtiva acabou sendo preenchido por outros jogadores de maneira mais resolutiva.
Isso ficou claro nos dois gols da vitória por 2 a 0 sobre o Libertad. No primeiro, aos 25 minutos, Kannemann (excelente atuação) disputou com a zaga e desviou de cabeça para Tardelli bater de voleio à queima-roupa. Como teria sido se André estive ali?
A mesma pergunta vale para o segundo gol. Aos 38, David Braz, de cabeça, mandou para a rede. As duas bolas levantadas para a área foram de Alisson, outro de bela atuação.
O Grêmio como um todo foi muito bem. Teve 77 por cento de posse de bola no primeiro tempo, mas sem efetividade. No segundo, na base da superação a partir da expulsão de Geromel após consulta ao VAR, o Grêmio foi mais objetivo, atacando com eficácia e bloqueando a entrada da área.
No jogo da volta, o Grêmio se classifica mesmo perdendo por 1 a 0. Espero que o gol ajude Tardelli a recuperar a confiança. O time vai precisar muito dele, assim como de Luan.
NOS ACRÉSCIMOS
Fiquei empolgado com a atuação do meia Franco. Jogou muito.