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Felipão, Tiago e o clássico dos desesperados

Diferente daqueles que consideravam Abel Braga superado depois de uma série de resultados ruins, entendo que Luiz Felipe Scolari ainda tem lenha pra queimar, e, ao que consta, está com entusiasmo ‘juvenil’ para assumir e tirar o Grêmio do atoleiro.

Se Abel veio e alavancou o rival e por meio metro não acabou conquistando o título de campeão brasileiro, por que Felipão não pode voltar aos bons tempos?

O time atual, bem trabalhado, tem condições de dar uma resposta muito superior ao que vem apresentando. Se o grupo realmente pensa que manda, vai levar um susto. Felipão tem nome, trajetória vitoriosa e personalidade para agitar o vestiário e chamar para o seu lado todo o grupo, ou quase todo. Fica claro que com Felipão malandro não se cria.

GRENAL

Não poderia ser maior o desafio do técnico multicampeão. Pega o clube numa situação delicada, pra não dizer assustadora, e de cara enfrenta o velho rival, também de treinador novo e igualmente em crise, neste caso além de técnica, financeira.

Vejo muitas especulações sobre qual o time para começar o clássico deste sábado, 16h30, na Arena. A definição vai ocorrer no treino da tarde desta sexta.

Não vou arriscar algum palpite. Acho certo, no entanto, que Diogo Barbosa está fora, por mim até do banco. Sou mais o viejo Cortêz.

Na frente, Douglas Costa, Diego Souza e Ferreira.

O meio de campo é que está complicado. Matheus Henrique não vai fazer falta. Gosto dele, mas também ele caiu de rendimento.

Sem volante no estilo que gosta, Felipão deverá escalar Bobsin, Darlan e JP, que será devidamente pilhado pelo veterano técnico. não vai abrir mão de dois volantes de pegada. Assim, jogam Bobsin (Lucas Silva) e Darlan. Não acredito que ele aposte em Fernando Henrique, ainda pouco testado.

Importante: não esperem muita inovação. Ele vai conhecer mesmo o time um dia antes do jogo, praticamente sem treinar. Portanto, ele não vai inventar. A não ser que ache um volantão escondido.

TIAGO

Tiago Gomes tentou, mas realmente vencer ou empatar com o Palmeiras era demais para um treinador em formação. Ainda mais dirigindo um time em crise técnica e emocional.

Teve a infelicidade de sofrer um gol no primeiro minuto. Falha de Geromel. Depois, o segundo gol, falha de Dougas Costa, grande destaque tricolor na partida. Sinal de que será muito importante do time na retomada que virá, eu acredito, com Felipão.

Tiago Gomes – o Começo

Técnico que é acolhido pelo grupo tem mais chances de obter sucesso. Desde, é claro, que ele saiba se impor e não se submeta aos jogadores. É o que se espera do Tiago Gomes, alçado a técnico do time principal após a demissão de Tiago Nunes.

São inúmeros os casos de treinadores da ‘casa’ que começam bem, favorecidos por esse acolhimento, mas que não conseguem manter uma sequência exitosa por muito tempo. Pode ser o caso de TN, que assumiu o Atlético-PR depois de uma boa campanha com o time sub 23, e conquistou títulos como a Copa do Brasil.

Contratado pelo Corinthians, fracassou. Idem agora no Grêmio. Sentiu a falta de um apoio maior por parte dos grupos? Ou TN realmente não soube trabalhar como o técnico que chega num ambiente de areia movediça?

Hoje, ele discute na Justiça uma dívida de 700 mil, que o clube paranaense reluta pagar. Do Grêmio ele levará quantia equivalente. É um bom dinheiro, mas não suficiente para apagar o dano à sua imagem de técnico emergente.

Bem, Tiago Gomes começa acolhido pelo grupo, ao que se diz. Sua promoção seria em função de uma consulta da direção às lideranças do vestiário, onde tem muita cobra criada – no bom sentido. Outros nomes teriam sido rejeitados.

Tudo indica que o pessoal vai correr por ele. É o que acontece no início da relação. São inúmeros os treinadores que surgiram assim. Lembro do Cláudio Duarte, década de 70. Ele se lesionou e teve de parar. Foi acolhido pelos companheiros e assumiu de treinador. Acabou conquistando um título do Gauchão, que naquele tempo valia muito.

Palmeiras

O novo treinador do tricolor pode permanecer no cargo se as vitórias começarem a surgir, de preferência já nesta quarta-feira, 19h, em SP, contra o forte time do Palmeiras.

Tiago Gomes começa com uma alteração importante, que vinha sendo pedida nas redes sociais. Rafinha e Vanderson fazendo o setor direito, com Douglas Costa articulando pelo meio. É uma tentativa. Acho que o meio campo fica mais povoado, mais compactado. Esse é a ideia, vamos ver se funciona.

Não gostei de ver o nome de Diogo Barbosa na provável escalação. Por mim, ele ficaria em Porto Alegra. Sou muito mais o Cortêz, apesar de tudo. Ou Guilherme Guedes, mas não sei o que se passa com esse jogador.

A hora é de fechar com o time. É preciso começar a somar pontos o mais rapidamente possível. Nada melhor que iniciar uma reação batendo o Palmeiras em sua casa.

Acompanhe aqui os próximos capítulos dessa epopeia para fugir do fantasma do rebaixamento.

Tiago Nunes, parte III (final)

O Grêmio deu mais um passo rumo à Série B do Brasileiro ao conseguir, com muito esforço, ser derrotado dentro de sua casa pelo Atlético/GO. um time mediano, sem estrelas, mas aplicado taticamente, com seus jogadores sabendo o que fazer em campo.

Não se pode dizer o mesmo do time de Tiago Nunes, que mais uma vez não soube armar o time de maneira adequada para fazer gols e evitá-los. Diante disso, a demissão é inevitável.

No jogo deste domingo, na Arena, esperava-se um Grêmio mais incisivo no ataque, criativo no meio de campo e seguro na defesa. Nada funcionou.

Agora, como ser seguro se um dos quatro da linha de defesa erra demais, compromete toda a marcação e ainda atrapalha na frente. Eram 8 minutos de jogo e eu já pensava se ficaria mal tirar Diogo Barbosa naquele momento. Ele teve uma atuação calamitosa até ser batido vergonhosamente no lance do gol.

É claro que outros jogadores também não jogaram bem. O time todo foi esforçado, mostrou indignação, mas isso não é suficiente. É preciso mais, a começar pela organização tática. TN foi batido pelo técnico adversário, Eduardo Barroca, fato corriqueiro nessa fugaz passagem do treinador.

TN parecia sem reação. Cheguei a fica com pena dele quando aparecia em primeiro plano na tela da TV, em close. O que se passava pela sua cabeça? Ser demitido de dois clubes grandes em pouco tempo é terrível. Empaca qualquer carreira.

Aos 40 minutos do segundo tempo troquei a compaixão pela revolta. Foi quando vi à beira do campo o lateral Vanderson e o meia Darlan, jogadores que poderiam ser titulares. Ele deixou os dois para os minutos finais. Inexplicável. Parece até provocação.

Bem, quem vier terá muito trabalho. A melhor opção é Renato Portaluppi. Tem a vantagem de conhecer cada um dos jogadores. O que é importante diante do quadro trágico do clube.

Em segundo lugar, Felipão. Há quem diga que ele está superado. Abel também estava quando levou o Inter ao vice-brasileiro.

Além da troca de treinador, é preciso qualificar o time. A começar pela lateral-esquerda.

Tiago Nunes sob pressão – Parte II

O técnico Tiago Nunes teria recebido carta branca da direção para mexer na equipe. É o que informam as redes sociais e a mídia tradicional. E eu que pensava que todo treinador assume com carta branca…

É só mais uma bobagem para dar a impressão de que tem gente atenta e atuante no futebol do clube. TN sempre teve toda a liberdade para comandar o time. Não posso crer que seja diferente.

Bem, então continua tudo igual. O treinador continua treinando como fazia antes da derrota e da atuação deprimente diante do Juventude, ‘um gigante do futebol nacional’.

Resta saber o que ele fará com a tal ‘carta branca’.

Em princípio o time terá:

Brenno; Rafinha, Geromel, Kannemann e Diogo Barbosa; Victor Bobsin, Matheus Henrique e Jean Pyerre; Douglas Costa, Ferreira e Diego Souza.

Espero que o técnico do Grêmio (é errado dizer o ‘técnico gremista’ porque ele não é gremista) dê mais liberdade de movimentação na frente. Contra o Ju ele ficou preso entre os zagueiros, sem liberdade para ajudar na construção de jogadas.

Feita essa observação, muito oportuna de minha parte, não estou gostando da formatação do time, mais especificamente do meio para a frente. O Grêmio tem perdido o meio-campo em todo os jogos deste Brasileiro. Mesmo com Thiago Silva, agora lesionado.

A presença de Douglas Costa torna o setor ainda mais vulnerável, complicando a vida da defesa, em especial dos dois zagueiros – há um movimento de colorados – com eco de alguns gremistas nas redes sociais – decretando o fim da dupla. É o fim, sim, mas da picada.

Vamos ver se neste domingo, 20h30, na Arena, se DC não conseguirá mostrar mais capacidade de combate e aplicação defensiva, assim como fazia Ramiro, por exemplo. Temo que não. Ah, Alisson está voltando…

4-4-2

Como DC não pode ficar de fora, penso que Tiago deveria pensar numa alternativa de jogo, um esquema 4-4-2, mas flexível, sem rigidez.

O esquema seria bom também para fazer com que o futebol de Jean Pyerre melhore. Por enquanto, ele é um jogador dos anos 60 que não consegue se adaptar à ‘intensidade’ do futebol atual.

O Grêmio passaria jogar com dois volantes, dois meias (um deles JP) e na frente dois atacantes de movimentação: Douglas Costa e Ferreirinha. Um ataque com mais mobilidade, abrindo espaço para quem vier de trás.

O problema é que Diego Souza, goleador do time na temporada, ficaria como opção. Minha ideia, é claro, deveria ser testada em treinamentos. Se fosse mais jovem, eu diria que DS poderia ser o meia ao lado de JP, ambos com forte chega à frente.

O objetivo da mudança é também de criar um esquema em que JP possa evoluir neste século com o futebol dos anos 60/70. Se nem assim ele render…

Pressão Parte 2

Encerrando: o Grêmio precisa vencer (sei já escrevi isso anteriormente) para parar de flertar com a Segundona.

Sobre a permanência ou não de TN: a direção precisa ter competência para avaliar se o trabalho dele é bom, independente do resultado, que muitas vezes é o tal engana-bobo.

Sinceramente, eu espero que o time vença e também convença. Se vencer sofrendo pressão do Atlético Goianiense pode significar que as mudanças devem ocorrer, ‘duela a quem duela’.

ATENÇÃO

O blog não está mais aceitando comentários de áudio.

Tiago Nunes sob pressão

“Caiu Roth. Quem virá?”, este era o título de abertura de página do Correio do Povo em alguma edição da década de 90. Brinquei com o colega autor da sugestão: tu estás transferindo a resposta para o leitor, mas quem precisa ir atrás da informação somos nós. O título foi mantido.

Eram outros tempos, sem celular e muito menos internet com suas redes sociais, os caçadores de clics e as fake news, que vulgarmente a gente chamava de barrigada, ou seja, um chute do repórter que saiu pela linha de fundo. Outros tempos.

Eram tempos em que não se tinha muita paciência com técnico que levasse goleada do seu maior rival, ou mesmo de qualquer outro time, ou ainda que tivesse um começo de campeonato tão humilhante como este do Grêmio.

A derrota por 2 a 0 para o Juventude no Jaconi, nesta noite gelada de 30 de junho, coloca o clube numa situação delicada, assustadora. Em seis jogos são DOIS EMPATES E QUATRO DERROTAS. Resultados que mantém o time na lanterna isolada, seguido de Chapecoense, Cuiabá e o glorioso São Paulo, do até poucos dias festejado treinador Crespo, outro estrangeiro que logo irá embora.

Esses dados são eloquentes, falam por si. Nem adianta entrar numa análise técnica e tática do time (a preparação física, sim, parece boa), porque o time no momento está confuso, perdido em campo. O goleiro do adversário trabalhou bem menos do que o goleiro tricolor.

Além da péssima situação no campeonato, o time não dá sinais de que pode evoluir e voltar a ser um time que impõe respeito.

O que se vê hoje não é responsabilidade unicamente do treinador. Não é mesmo, mas ele tem boa parcela de culpa. Cabe a diretoria analisar e avaliar se é caso de demissão, porque outros fatores podem estar influenciando no desempenho da equipe, sem que o treinador possa fazer alguma coisa.

Mas, olhando assim de longe, sem conhecer detalhes do que levou o time a despencar tão rapidamente, o que passa é que Tiago Nunes não está conseguindo aplicar no Grêmio a fórmula de sucesso no Atlético, a exemplo do que aconteceu no Corinthians.

Vamos ver como ele reage sob essa intensa pressão.

Fico com a minha conclusão do post anterior: TN só deu certo porque foi abraçado e acolhido pelos jogadores após campanha exitosa com a equipe de transição. No Grêmio e no Corinthians ele não encontrou o mesmo ambiente.

Sobre o time e seu potencial: o Grêmio está entre os três ou quatro melhores grupos do Brasileiros. Encontrar um treinador que saiba tirar proveito disso é que é a questão.

Eu sei de um. Ele até se encontra desempregado, conhece o grupo como ninguém e indicou os três últimos reforços, todos de qualidade. Desconfio, porém, que se ele for convidado não irá aceitar.

Voltando ao primeiro parágrafo: caro leitor, se Tiago cair, quem virá?

O desafio de Tiago Nunes: mostrar que pode repetir o Atlético/PR

O que acontece com o Grêmio? A busca de resposta tem mobilizado as redes sociais, especialmente grupos de gremistas. É uma questão complexa, que pode envolver remuneração atrasada, inveja dos valores pagos à nova estrela do time, vestiário dividido, etc.

Vou lançar aqui, nesta madrugada gelada, outra resposta para acrescentar no sopão de hipóteses. Com pesar e torcendo para que eu esteja errado é que eu vejo Tiago Nunes despreparado para o desafio de comandar um time do porte do Grêmio. Um clube com uma torcida inquieta e rabugenta, que não aceita nada menos do que o primeiro lugar em qualquer competição que entre, ignorando que há outras equipes com os mesmos objetivos.

Tiago Nunes apareceu no cenário nacional levando o Atlético PR ao título da Copa do Brasil de 2019, batendo o Inter na final e lançando alguns jogadores que renderam bom dinheiro ao clube.

No clube paranaense, TN encontrou um ambiente propício para um treinador quase desconhecido mostrar suas qualidades. Treinador do time sub-19 do Atlético, ele conquistou o estadual e a Sul-Americana, em 2018, ainda como interino.

Foi promovido a técnico do time principal. A passagem pelo time de base, de transição, proporcionou ao técnico emergente a oportunidade de conviver com alguns jovens da casa. Ele subiu com a gurizada, que pegou firme com o treinador, o que é meio caminho andado para ser bem-sucedido..

No Corinthians e no Grêmio foi diferente. Ele veio de fora, encontrou grupos formados, com suas panelas e privilégios, e não conseguiu – ao menos no clube paulista – desenvolver seu projeto, suas ideias. Foi demitido.

A história pode estar se repetindo agora no Grêmio. Mas com apoio da direção e boa vontade do grupo, ele pode superar a situação crítica atual e deslanchar.

Seria mais ou menos como aconteceu com Renato Portaluppi no Brasileiro de 2019. Até a quinta rodada, como agora, ele havia obtido apenas 2 pontos, com 2 empates e 3 derrotas. O Grêmio era lanterna ao lado do Vasco.

Renato anunciou que o time iria decolar, e decolou. O Grêmio chegou em quarto lugar, com 65 pontos.

Se for realmente competente, o que inclui habilidade para conquistar o grupo, TN pode começar a decolagem já nesta quarta, contra o Juventude.

Time para isso ele tem. Com exceção de Flamengo e Palmeiras, não existe no Brasileiro times mais fortes que o Grêmio em termos de individualidades.

Aumenta a pressão: Grêmio segue sem vencer no Brasileirão

Não me conformo em estar na última posição da tabela de classificação, aquela mais conhecida como lanterna. Assim como é duro aguentar o Bragantino na ponta de cima, liderando a competição. Está tudo errado.

São cinco jogos sem vitória, dois empates. Humilhante.

O empate por 0 a 0 nesta noite de domingo, na Arena, diante do Fortaleza mostra que o time precisa jogar mais se quiser sair do buraco. O fundo do poço é logo ali.

Vejam, o empate foi com o Fortaleza, um clube que hoje estaria no G-4 da Libertadores, posição que naturalmente seria do Grêmio.

Na quarta-feira tem o Juventude, que ontem bateu o Flamengo, num jogo de polo aquático. Não importa, venceu, somou três pontos.

O Grêmio até jogou bem por alguns momentos, mas a instabilidade e irregularidade do time durante os 90 minutos assustam, preocuparam. Sim, o Grêmio poderia ter vencido.

Diego Souza perdeu um pênalti, em grande defesa do goleiro Felipe, quando o time se encontrava com um jogador a menos – Kannemann foi expulso. O Grêmio mostrou indignação ao menos e foi à luta, e por detalhe não fez seu gol.

Vale o mesmo para o adversário, que criou mais chances de gol. E também perdeu um pênalti, no lance que resultou na expulsão do argentino. Excepcional defesa do Gabriel Chapecó.

Um aparte: inaceitável que o Grêmio esteja em busca de um goleiro. Mas é o que se noticia por aí.

Difícil analisar atuações individuais nesse contexto de quase desespero do time para fazer 3 pontinhos.

Acima de qualquer análise sobre esquema de jogo, medidas tomadas pelo técnico, estratégia, estão os fatos, os resultados. E os resultados são realmente preocupantes.

São cinco jogos sem vitória no Brasileiro. E isso que o time está focado, diferente de outras temporadas, até em função das circunstâncias.

Não importa se este ou aquele jogador errou aqui ou ali. O fato é que até agora o Grêmio não fez nenhuma partida realmente animadora, alentadora.

E na quarta-feira, 21h30, mais um jogo em que o time entra em campo sob pressão, uma pressão que vai aumentar se não acontecer logo uma vitória, de preferência no próximo jogo.

Eu já vi aonde tudo isso leva.

Sobre o jogo deste domingo, repito o que escrevi antes: o Grêmio foi bem escalado contra o Santos e repetiu contra o Fortaleza, com a diferença de ter Douglas Costa iniciando e não Léo Pereira, uma espécie de Ramiro.

TN está ajustando seu time, mas precisa de mais tempo. Um tempo que para ele, infelizmente, está cada vez menor.

Ou ele consegue uma vitória na próxima rodada, ou ao menos uma atuação mais convincente, ou logo estará desempregado.

Torço muito pelo TN, até porque as alternativas para o cargo não são das melhores. E torcer por ele, acima de tudo, é torcer pelo Grêmio.

Grêmio melhora, mas cede empate duas vezes na Arena

O Grêmio melhorou em relação a si mesmo, mas não foi o suficiente para atingir seu principal objetivo: vencer. Depois de três derrotas seguidas, mais importante que jogar bem contra o Santos, seria somar três pontos para começar a sair do atoleiro em que foi parar na quarta rodada do Campeonato Brasileiro.

Importante lembrar que o jogo da volta será na Vila Belmiro, onde o Grêmio normalmente não vai bem. E isso dá a dimensão do que representou esse empate por 2 a 2, estando na frente no placar duas vezes.

Foi a melhor partida do time comandado por Tiago Nunes na competição, e contra um adversário de boa qualidade, apesar de ter um treinador que eu quero ver distante da casamata tricolor na Arena. Prefiro até aquele que não ouso dizer o nome – mas que pelo menos não é presunçoso. Mas há que se ter cuidado, porque esse técnico, o Fernando Diniz, tem admiradores aqui na aldeia.

Sobre o jogo em si, gostei do time a maior parte do tempo, sempre considerando o potencial do Santos, um time que foi saudado por muita gente boa no ano passado nos confrontos com o tricolor. Inesquecível a entregada de Jean Pyerre nos primeiros segundos do jogo. Tenho trauma, penso em consultar um psiquiatra.

Sobre o empate desta noite na Arena, destaque para Diego Souza, um golaço e uma assistência primorosa no gol de Matheus Henrique, que até ali vinha pedindo para sair. Até bateu boca com o técnico. Começou ontem e já quer questionar publicamente o técnico…

O Grêmio mereceu vencer, teve boas chances de gol. Muito mais que o seu rival. Agora, TN errou ao colocar JP e Ricardinho aos 42 do segundo tempo. Uma alteração de quem quem acredita em pensamento mágico: JP daria aquela enfiada para o jovem camisa 9, que tem sido um pé-quente.

Outra coisa que não gostei: no segundo gol santista, um erro grosseiro. Marinho recebeu naquele clarão que muitas vezes se forma no setor defensivo gremista, teve tempo de dominar sem ser importunado, e ajeitar a bola para disparar um torpedo indefensável para um goleiro que está iniciando, como é o caso de Gabriel Chapecó, mas que seria munição pesada contra Paulo Vitor e outros.

No mais gostei do Chapecó, tem bom potencial. Rafinha fez sua melhor partida desde que chegou. Kannemann foi o melhor do sistema defensivo. Até Diogo apresentou evolução. Thiago Santos muito bem de novo, mas não sei onde ele estava no gol de Marinho, bem na região em que ele deve ser o patrão.

Sobre Bobsin, está aí um cara que pode resolver o problema de articulação no meio de campo, onde JP afundou depois de um início coruscante. Ele participou do primeiro gol, ajudou a marcar, fez bons lançamentos e se apresentou para o jogo.

Mas o que importa mesmo é que o Grêmio se mantém na lanterna do campeonato. Em quatro jogos, três derrotas e um empate.

Não sei por vocês, mas eu já acendi o sinal de alerta.

Novo técnico colorado vê Inter escapar de derrota em casa

Um clube que não ganha nada faz tempo e um treinador que nunca festejou um título. Em síntese, é como pode ser definida a união do Inter com Diego  Aguirre.

Neste domingo, ele esteve no Beira-Rio. Deve ter ficado apavorado. Seu novo time escapou da derrota. O Ceará foi superior. Além de mais chances de gol, teve contra si um gol anulado e um pênalti estranho cometido por seu goleiro, em outro lance muito polêmico, discutível. Teve ainda um toque de mão de Edenilson dentro da área.

Enfim, a arbitragem, sem querer, por supuesto, claro, salvou o Inter de uma derrota perante seu novo treinador.

Mas se o Inter não comemora nada há horas, com exceção do futebol feminino, Aguirre também vive uma seca de títulos.

Desde sua primeira passagem pelo clube, em 2015, quando foi eliminado da Libertadores pelo Tigres, na fase semifinal, foram no máximo alguns ‘quases’. Foi demitido semanas depois.

Ainda no final de 2015, Aguirre foi anunciado pelo Atlético-MG para comandar a equipe na temporada de 2016. Em seu primeiro campeonato comandando o Atlético, conquistou a Florida Cup, após derrotar o Schalke 04, da Alemanha, e o Corinthians. Após perder o título do Campeonato Mineiro e ser eliminado nas quartas de final da Libertadores pelo São Paulo, pediu demissão do comando do clube mineiro.

A saída do Galo fez com que o uruguaio fosse procurado pelo San Lorenzo, da Argentina. Por lá, Aguirre ficou de junho de 2016 até setembro de 2017, quando saiu após a eliminação para o Lanús nas quartas de final da Libertadores daquele ano.

Um dos melhores trabalhos do treinador desde que saiu do Inter, em 2015, foi no São Paulo. Anunciado em meio a disputado do Paulistão, o novo comandante do Inter foi eliminado nas semifinais pelo Corinthians. Na Copa do Brasil, perdeu para o Athletico-PR na quarta fase.

O melhor momento do técnico à frente dos paulistas foi no Brasileirão de 2018. Chegou a ficar oito jogos sem perder no começo do campeonato e fez a melhor campanha do primeiro turno. No entanto, não conseguiu manter o desempenho no returno e foi demitido em novembro.

Depois de algumas experiências na América do Sul, Aguirre voltou para o Catar. Assumiu o Al-Rayyan (sua segunda passagem por lá). Em sua primeira temporada, foi vice-campeão e eleito melhor treinador da liga nacional do Catar, além de chegar às semifinais da Copa do Príncipe. No final de 2020, alegou problemas pessoais e deixou o clube.

Quer dizer, a trajetória de Diego Aguirre como técnico não é das melhores.Contagem regressiva para que surjam logo matérias na mídia enchendo a bola uruguaio, algo tipo ‘um sul-americano com metodologia europeia’. Duvidam?

Mau início do Grêmio faz a alegria dos adversários nas redações

Fazia tempo que eu não abria os sites de notícias com tanto constrangimento. Está lá, nos títulos e até como destaque de página : “Grêmio lanterna do Brasileiro”. E mais: “Único time sem pontuar na competição”. E por aí vai.

Em alguns textos o redator parece estar salivando de prazer, talvez até fazendo 5 contra um com um sorrisinho faceiro nos lábios.

Depois de 3 jogos seguidos com um nível preocupante, começo a desconfiar que o técnico Tiago Nunes não está preparado para o desafio de substituir Renato, mantendo o que de bom foi implantado e melhorando o que for possível.

O início foi fulgurante, mesmo considerando a nível dos adversários. O time fez algumas boas apresentações e passou a impressão de que Tiago estava no caminho certo. Os três jogos disputados no Brasileirão indicam o contrário.

Por mais que eu torça para o seu sucesso, não tem como negar que o time não evoluiu para uma nova forma de jogar, marcação forte, consistência defensiva e verticalização das jogadas do meio para a frente. Pelo contrário.

Ainda aposto em Tiago, confio nele, mas sei que remo contra a corrente. Nas redes sociais os gremistas estão em ebulição, buscando culpados e lembrando de jogadores que estão na reserva que seriam soluções.

O técnico do tricolor até lembrou esse detalhe em sua entrevista, quando alguém questionou porque este ou aquele jogador não recebe chance. “O de fora sempre é lembrado nessas horas”, disse TN.

Tiago partiu em defesa do goleiro Paulo Victor, que decididamente falhou no gol. O técnico comentou que a bola desviou e prejudicou o goleiro. Concordo, mas um goleiro mais ágil e com mãos firmes podaria ter evitado o gol.

Estão criticando o treinador por defender o goleiro. Queriam o quê? Queriam que ele queimasse o profissional e ele próprio se queimasse perante o grupo? Ele fez bem ao prestigiar seu goleiro, que será titular enquanto Brenno estiver a serviço da seleção olímpica.

Bem, o time jogou mal nesta quinta-feira. Foi um jogo horroroso. Ganhou o menos ruim, ou o que teve a ajuda do goleiro adversário.

O que me conforta é que o time tem vários jogadores de muita qualidade. A começar por Douglas Costa, que entrou pela metade do segundo tempo. Com mais ritmo de jogo, com certeza será muito útil.

Para finalizar, mesmo acreditando muito no potencial técnico do time e do grupo como um todo, penso que é preciso acender o pisca-alerta.

Zero ponto em três jogos não é brincadeira. A conta vai ser paga lá no final, quando se contar os pontos para uma posição melhor, como um G-4.

Título do Brasileiro não, sem chance mais uma vez. A diferença é que agora os resultados negativos são dos titulares mesmo.