Tomara que seja verdade

Tomara que seja verdade o que está nas manchetes dos jornais: Inter e AG fecharam finalmente o tal acordo – engraçado, pensava que isso estava definido no pré-contrato, aquele aprovado pelos conselheiros colorados em dezembro – e vão assinar o contrato segunda-feira. Tem até horário certo: 11 horas.

É claro que só acredito depois de tudo assinado. Mas torço para que tudo dê certo e as obras do BR reiniciem.

Com isso, a direção arenista, digo gremista, passará a pensar mais no futebol, esquecendo a Copa.

Outro aspecto positivo é que, até prova em contrário, não será erguida uma muralha na nobre área do entorno do estádio rubro, conforme consta no plano B do Inter -li na ZH, estarrecido, que técnicos da prefeitura estão colaborando na elaboração do projeto, que, conforme escrevi no post anterior, prevê dezenas de edifícios à beira do Guaíba.

Torço, também, que pelo novo acordo a AG também não tenha permissão para erguer edifícios ali, porque eles, nesse caso, serão construídos. Disso não tenho a menor dúvida, mesmo que seja mais uma agressão ao rio e à cidade.

Vou torcer, ainda, para que a presidente Dilma tenha o mesmo empenho que teve em relação ao Beira-Rio para liberar os recursos necessários ao entorno da Arena, coisa de uns 50 milhões de reais.

Sei que o entorno deles é mais bonito, mas o nosso também merece um pouco de carinho e atenção.

MIRALLES

Terá faltado mais carinho e atenção para Miralles? Ele chegou aqui lesionado. Quem o indicou não teve tempo para aproveitá-lo. Depois, os outros treinadores o relegaram a um segundo plano, e ele teria contribuído para isso.

Bem, agora a informação é que ele teria dito ao técnico Luxemburgo que não quer mesmo ficar no Grêmio, que não gostou daqui. Enfim, está se lixando para o Grêmio.

Então, que vá jogar a sua bolinha lá no Chile, porque nem em sua terra, a Argentina, ele deu certo.

Eu até acho que ele poderia ser útil, mas jogador contrariado…

Ameaça: muralha de edifícios no entorno do BR

Está em gestação um projeto escabroso que deve parir um monstrengo na orla do Guaíba, mais exatamente no entorno do Beira-Rio.

O grupo de empresas gaúchas que têm um plano B para o Inter quer erguer inúmeros edifícios na área em troca de reformar o estádio sem custo, conforme revelou o ex-presidente Vitório Piffero.

Notem bem: sem custo, gratuitamente. O que dá uma ideia do valor dessa área que compõe uma das vistas mais bonitas da Capital. Se o projeto for adiante, será aprovado na Câmara e na Prefeitura, tudo em nome de manter a Copa em Porto Alegre, mesmo que exista um estádio novinho em folha como alternativa.

A área em questão está hoje legalmente em poder do Inter, que até poucos anos atrás a ocupava irregularmente. A área era da cidade, mas havia sido tomada para uso particular do Inter.

Os nobres edis, com aval da prefeitura, aprovação mais essa doação. Em troca, o Inter manteria um projeto social de práticas esportivas (futebol para crianças carentes. Baita negócio. Para o Inter, não para a cidade, como se vê mais do nunca agora.

Mas que área é essa que o Inter ganhou assim de mão beijada?

Em 13 de janeiro de 1997, iniciei uma série de reportagens no Correio do Povo revelando que a prefeitura -prefeito Pont e vice Fortunatti- se debruçava sobre áreas que Grêmio e, principalmente, o Inter ocupavam de forma irregular.

Para erguer o Beira-Rio e o Gigantinho, o Inter recebeu 14 hectares da prefeitura. Aos poucos, foi avançando aqui e ali, chegando a ocupar até aquele ano um total de 31 hectares, comprovadamente, segundo afirmou na época o Fortunatti, encarregado do assunto.

E isso que não estou contabilizando outros 8 hectares doados para o Parque Gigante

Meses depois, a prefeitura enviou tratores para derrubar cercas e muros erguidos pelo Inter em espaços que pertenciam ao município, ao povo gaúcho, a gremistas, colorados, ateus, cristãos, ciclistas, homoafetivos, negros, brancos, etc.

Lembro que o falecido Paulo Rogério Amoretti postou-se diante das máquinas e evitou a queda do muro colorado. E ficou por isso mesmo.

Até há alguns anos, uns três ou quatro, foi finalmente oficializada mais uma doação ao Inter.

Essa área, agora, poderá servir para uma ‘nobre’ causa: garantir a Copa em Porto Alegre, e no Beira-Rio, claro.

Em troca, então, teremos um paredão de arranha-céus junto ao Guaíba.

A Copa vai durar um mês, a muralha de concreto será eterna.

Vamos deixar isso acontecer?

Miralles, as esposas e a Copa

Gosto do Miralles. Pelo pouco que vi, não tenho dúvida de que tem o seu valor, e que seria muito útil, mesmo na reserva.

Agora, Miralles parece que não gosta daqui. Há rumores de que seria sua mulher o problema. Mulheres normalmente não são problemas, são solução. Mas quando a mulher quer ser um problema, ela é um problemaço.

Lembro do Astengo, zagueiro chileno que veio parar no Olímpico graças a uma forcinha que eu dei. Lembro que acompanhei sua chegada até o apartamento no bairro Petrópolis, na rua do Barba Azul, se não me engano. Era ele e a mulher, uma bela chilena. Tempos depois soube que Astengo anda abatido. Perturbado mesmo. Causa: sua mulher teria se apaixonado por… uma gaúcha.

A vida não é fácil pra ninguém, nem pra jogador de futebol muito bem remunerado.

Então, sabe-se lá por que razão um jogador não se adapta a determinado lugar. Uns se apaixonam por Porto Alegre, apesar do clima; outros, mais sensatos, preferem ir embora o quanto antes. Miralles parece ser do segundo tipo. Não o condeno.

O problema é que o Grêmio pagou mais de 2 milhões de dólares por ele.

O valor é alto. Lembro de uma frase: “E pensar que perdi tanto tempo da minha vida com uma mulher que sequer me amava”.

Miralles parece que nunca gostou de ter vindo. Antes de vir, já detestava Porto Alegre. Ou será que é apenas influência de sua mulher?

Soube faz tempo que ele não gosta de treinar, e não se esforça nos treinos. E aí o técnico reclama, cria um clima. Se ele veio para cá, se chamou a atenção mesmo sem ser um atleta,  não seria o caso de tratá-l0 de modo diferente, até para ver o que ele é capaz de render, mesmo sem treinar como todos os outros?

Bem, o Grêmio estaria tentando fazer um troca com Bernardo, do Vasco. Bom jogador, talvez fosse um acréscimo. Mas soube que Rodrigo Caetano, que trabalhou com o jogador, não o quer no Fluminense. “Se ele vier, eu saio”, teria dito o prestigiado Caetano,

Se o Caetano pensa assim, por que eu vou defender essa troca? Antes, tentaria o Felipe, meia habilidoso, inteligente, MUITO MELHOR que o Marco Antônio.

Ainda acredito que Luxemburgo possa recuperar Miralles. A temporada é longa e é preciso ter um grupo de qualidade.

COPA 2014

A Andrade Gutierrez segue enrolando. Está evidente que ela desistiu, mas está sendo forçada pelas forças rubras e políticas a manter o que propôs. Há muito dinheiro em jogo.

O Inter aproveita e enrola também. Luigi, que é contestado pela grande maioria dos colorados que conheço, sabe que seu futuro político no clube está em jogo, e isso, para ele, é mais importante do que qualquer coisa. Se Porto Alegre perder a Copa é o de menos.

Para ele, se a AG romper, o discurso será de que ele fez tudo para resguardar os interesses do Inter, não cedeu ao poderio da grande empreiteira.

O mico de perder a Copa ficará minimizado. Mas se perder a Copa para a Arena, aí será grave. Mais do que um mico, um King Kong.

Luigi até não se importa de perder a Copa à esta altura, desde que ela não fique em Porto Alegre.

A Copa em Porto Alegre, na Arena, é o fim de Luigi -e de seu grupo- como dirigente do Inter.

Por isso, por que pressa? Além do mais, ele conta com o respaldo de gestores públicos acomodados e temerosos de tomar a decisão lógica e racional: anunciar a Arena como candidata à sede da Copa.

Não que eu queira isso. Até estou pensando em lançar uma campanha:

ARENA: Copa aqui Não!

Grêmio e Inter se equivalem

Estava eu aqui mergulhado numa profunda meditação a respeito dos times de Grêmio e Inter. Depois de longos 35 segundos, concluí que o Inter está longe de ser o time poderoso que os colorados e os jornalistas esportivos gaúchos e até de outros pagos acreditam; e ao mesmo tempo – sim, eu sou capaz de ter duas conclusões ao mesmo tempo sem dá um nó nas tripas cerebrais -, concluí que o Grêmio tem um time equivalente ao do rival.

Quero dizer com isso que nem o Inter tem qualidade para ser campeão da Libertadores, sua grande meta em 2012, nem o Grêmio reúne condições de conquistar a Copa do Brasil.

Daqui a alguns minutos começa o jogo do Inter, amplo favorito a vencer. Afinal, o adversário é muito fraco. Agora, desconfio que até o final desta noite muita gente vai começar a concordar comigo.

Num dos 27 programas que o Reche participa, o da Ulbra TV, onde tenho Cadeira Cativa todas as segundas-feiras, afirmei – foi ontem isso – que apenas dois jogadores colorados teriam lugar no meu time tricolor, hoje.

Goleiro por goleiro, Victor sem dúvida.

Na defesa, vejo equilíbrio, as duas não são confiáveis. O Grêmio ainda leva vantagem nas duas laterais. Mas admito que isso é discutível.

No ataque, vejo equilíbrio. Mas Kleber tem feito a diferença. Para espanto do Reche e do Caldas Milano, jovem conselheiro colorado, afirmei que aceitaria também o Damião, mas para a reserva – de luxo – de Moreno e Kleber.

Agora, ao que interessa: o meio de campo. Reconheço que o do Inter hoje é melhor, mais entrosado, mais equilibrado. É daí que eu confiscaria os reforços que colocariam o Grêmio como forte candidato ao título nacional.

Sempre lembrando que o meu esquema é com três volantes. Então, com Fernando e Souza enchendo as medidas, eu gostaria de contar com Guinazu para fazer o lado esquerdo.

O segundo reforço seria Oscar ou D’Alessandro. Mas isso por enquanto, porque ainda não sabemos qual a resposta que Facundo dará começando uma partida – quem me garante que ele não é do tipo que estraçalha só quando entra no segundo tempo?

Facundo correspondendo, e estou convencido disso, dispenso Oscar e D’Alessandro. Se bem que o D’Ale seria uma alternativa valiosa para formar o meio campo com dois volantes e dois meias.

Bem, e os colorados ficariam com quem do Grêmio, me perguntei enquanto me senti entrando no paraíso ao dar um longo gole na 1983 bem gelada.

Arrisco dizer: Victor, Gabriel e/ou Edilson, Júlio César, Souza – a julgar pelo que tenho lido e ouvido de colegas rubros -, Fernando e talvez Kleber para formar dupla com Damião.

Portanto, time por time, os dois são parelhos e, se não melhorarem, irão morrer abraçados, com o risco de perder até o Gauchão.

FIM DE NOITE

Terminou o jogo do Inter. Goleada estrondosa que parece indicar que estou completamente errado e que o Inter tem time para ser campeão da América de novo. Quem quiser que acredite nisso. Mantenho o que escrevi. Os dois times, no momento, não estão com equipes em condições de brigar por grandes títulos.

Facundo, muito mais que uma esperança

Luxemburgo começou a mostrar serviço. Escrevi que ele precisaria fazer isso imediatamente sob pena de passar a sofrer pressão.

A goleada de 5 a 0 sobre o Novo Hamburgo, que vinha de onze jogos sem derrota, é alentadora. Um sinal de que o time começa a tomar forma sob o comando do Luxa.

O que mais me deixou satisfeito é que Luxemburgo parece estar consolidando um esquema com três volantes, que venho defendendo aqui. Não existe remédio melhor para uma zaga inconfiável ou em afirmação do que uma blindagem, uma proteção mais forte e efetiva.

Com Fernando, Souza e, que seja!, Léo Gago, o time ficou mais compactado defensivamente. O ataque do NH foi neutralizado de uma forma tal que é difícil avaliar o estreante Warley, vítima de preconceito porque, além de uma passagem ruim no Atlético Mineiro, veio indicado por Luxemburgo.

Se não tem como analisar o zagueiro em sua área, foi possível verificar que ele é um zagueiro de personalidade, que não se intimida, e que vai ao apoio no momento certo, e com qualidade. Gostei. Merece continuar na equipe.

Para o meio render mais falta um terceiro volante com mais técnica, mais regularidade, tanto para marcar como para atacar. Léo Gago é reserva de um time que ambiciona título nacional. Para o Gauchão, ele até pode resolver. O importante é que ninguém se iluda ou crie expectativa demasiada a partir do que aconteceu no Olímpico.

Vale o mesmo para M. Antônio, que continua pouco participativo, mas que nesse jogo foi importante em dois ou três gols.

Aliás, qual o Grêmio verdadeiro? O do primeiro tempo, deprimente ofensivamente, ou do segundo, quando o NH se abriu mais?

Em ambos os tempos, o Grêmio foi superior. Amordaçou o adversário com uma marcação forte. A diferença é que no segundo criou mais e melhores situações de gol, tendo um aproveitamento raro.

Para mim, que vê o Gauchão apenas como um laboratório para ajeitar a equipe para a Copa do Brasil, o Grêmio realmente competitivo e que dá esperança de título começa com Facundo Bertoglio.

Ele tem tudo para jogar com os três volantes, saindo o MA. Mas também pode jogar ao lado do centroavante, como foi aproveitado por Luxemburgo nessa partida. Agora, essa possibilidade só no caso de ser contratado um meia como o Alex, que chegue e já tome conta da posição.

Por enquanto, a conquista da Copa do Brasil passa por Facundo Bertoglio. O argentino torna o time mais criativo, mais criativo e ousado. Afasta aquela mesmice do toque para o lado que os adversários agradecem.

Facundo é mais que uma esperança, é uma realidade animadora e reconfortante.

FORÇA MÁXIMA

Aqueles que cobram força máxima em todos os jogos devem estar inquietos. D’Alessandro sofreu uma lesão importante no jogo contra o Santa Cruz. Dorival não quis poupar ninguém para o jogo da Libertadores, terça-feira. Talvez até para não levar mais pau. E deu nisso, o jogador mais importante ameaçado de ficar de fora em nome do Gauchão.

Espero que Luxemburgo não incorra nesse erro em jogos decisivos da Copa do Brasil. Tampe os ouvidos e deixe a corneta soar.

ARBITRAGEM

Daronco está me impressionando. Foi muito bem no Gre-Nal e agora nesse jogo contra o Novo Hamburgo.

Já o Jean Pierre voltou a errar feio na minha cidade. Contra o Avenida no primeiro turno ele não marcou um pênalti do Bolívar que até o pipoqueiro fora dos Eucaliptos viu.

Sábado, o Damião acertou um coice por trás num jogador do Santa Cruz logo no começo da partida. Lance para expulsão direta. Levou só o amarelo. Eu queria ver se fosse um jogador do Santa Cruz que fizesse o que Damião fez.

Aliás, muito estranha essa agressão do centroavante. O jogo estava fácil para o Inter, tranqüilo. Acho que o Damião está perturbado com essa história de transferência para o exterior.

Moedor de carne

Colegas afoitos especulam que Luxemburgo vai mexer no time. Falam em Pará no lugar de Gabriel e Werley na zaga. Exatamente os dois que o técnico indicou, aliás, os únicos que ele sugeriu e a direção contratou.

Ainda estou esperando pelo Alex, esta sim uma indicação excelente e incontestável.

Acho difícil que Luxemburgo comece a partida com esses dois, jogadores de futebol questionável, para dizer o mínimo.

Gabriel até que está bem. O problema não começa nem passa por ele. Antes do Pará eu daria uma chance para Edilson. Mas Luxa deve mesmo começar com Gabriel contra o Novo Hamburgo.

A zaga sim merece muita atenção. Não penso que seja o momento de Werley. Luxa não vai correr o risco de queimar a sua contratação. É mais sensato colocar o jogador durante o jogo, numa emergência. Eu colocaria o Saimon ao lado do Naldo, ou ao lado do Grolli.

Passaria o Gilberto Silva para atuar como volante/líbero, compondo com Souza e Fernando. Uma zaga inconfíável ou em afirmação precisa de maior proteção. Mais à frente, livre, o Facundo Bertoglio.

Banco para Marquinhos e Marco Antônio.

Quero ver o argentino desde o começo, para avaliar se ele não aquele tipo que só joga quando entra no decorrer das partidas.

Depois do futebolzinho apresentado contra o River Plate 171, Luxemburgo começa a ficar na obrigação de tirar mais desse grupo, que realmente parece não ter a mínima condição de disputar uma final de Copa do Brasil.

Luxemburgo terá de provar que pode tirar mais de cada jogador.

Caso contrário, mesmo com todo seu prestígio, não terá vida longa no Olímpico.

O futebol é um moedor de carnes.

O mesmo vale para Dorival Jr. O time colorado é muito bom da metade ofensiva para a frente. No restante, é tão ruim quanto o Grêmio.

Dorival, que deu explicação demais a respeito do esquema adotado contra o Santos, irritou os cronistas esportivos colorados da praça. Sinal de que a chapa começa a esquentar.

Inter cai, Grêmio escapa do fiasco

Antes do jogo do Inter contra o Santos escrevi que o técnico Dorival Jr estava certo em escalar três volantes. Com isso, escrevi, não evitaria a derrota, mas escaparia de uma goleada.

E não deu outra. Eu previa que o vovô Índio não teria condições de enfrentar o endiabrado Neymar. Portanto, iniciar com dois volantes, e nenhum deles fixo, seria um suicídio. Seria pedir para ser goleado.

Adivinho que os críticos colorados, todos eles querendo que o Inter começasse com dois volantes para manter o Dagoberto, vão responsabilizar o técnico pela derrota por 3 a 1 na Vila Belmiro. Eles não conseguem aceitar as limitações defensivas do time colorado.

Eles acreditam naquela bobagem de que no futebol a melhor defesa é o ataque.

Agora, por falar em limitação, o que dizer desse time que o Grêmio mandou a campo para enfrentar o glorioso River Plate?

O técnico Vanderlei Luxemburgo – e eu escrevi isso antes – insiste em manter o time e o esquema herdado do Caio Jr e que foi aquele fiasco na fase classificatória do Gauchão.

Será que ele não se deu conta de que enquanto tiver Léo Gago e Marco Antônio no time não irá a lugar algum, a não ser o fundo do inferno?

Esse Marco Antônio é o meio-campo mais omisso que eu conheci em meus 30 anos de reportagem esportiva.

Já o Léo Gago, repito, é um jogador indefinido, nem volante, nem meia.

Outra coisa, volto a repetir, o Gilberto Silva foi um grande volante. Não é mais. Improvisá-lo como zagueiro é uma crueldade. Melhor mantê-lo como volante, um líbero, num esquema com três volantes.

Quando escrevo o River Plate, que não é o da Argentina, acabou de fazer 2 a 0.

Pode existir maior humilhação?

Só mesmo perder para o Mazembe quando se sonhava com o bi mundial.

Retomo o texto quando o Grêmio acaba de fazer 3 a 2, virando o jogo. Foi uma atuação ridícula. O primeiro gol da reação foi contra, com o zagueiro do River sendo puxado pela camisa e com isso mandando a bola para a rede.

Mas com Facundo em campo, tudo pode melhorar. Até o futebolzinho ridículo que o time apresentava pode se tornar luminoso.

O meia argentino fez toda a jogada do gol de empate, um golaço do Kleber.

Depois, Facundo fez o gol da vitória após grande jogada de André Lima, restabelecendo a lógica do futebol.

Facundo, repito, é o nome da esperança. Mas ainda é pouco, muito pouco para tornar o Grêmio uma equipe em condições de disputar o título da Copa do Brasil.

Não podemos esquecer que o River terminou com um jogador a menos.

Falta, principalmente, meio de campo. Mas a zaga também deixa muito a desejar.

Os volantes de Dorival e Luxa

O Inter vai com três volantes contra o Santos.

O Grêmio mantém seus dois volantes para enfrentar o River Plate, poderosa agremiação esportiva do Sergipe.

Dorival Jr mostrou que de bobo não tem nada. Enfrentar o Santos na Vila Belmiro com dois volantes, sendo que ambos são mais da segunda função do meio de campo, é suicídio. Ele coloca mais um volante e saca Dagoberto.

Uma decisão sábia, mas que irritou nove entre dez colorados que conheço, inclusive alguns da imprensa. Mas como, deixar o Dagoberto fora para colocar mais um cara pra marcar? – protestaram cuspindo fogo.

Se a proposta der certo, eles irão se calar. Se der errado, desaba o mundo sobre o Dorival.

Esquecem os colorados de mais um detalhe: o veteraníssimo Índio precisa de proteção, precisa de blindagem especial ainda mais que terá pela frente o Neymar, o endiabrado Neymar.

Sem falar no centroavante pigmeu, que fez dezenas de gols no ano passado e agora já não marca mais. Já aconteceu isso antes com o Borges. Em seguida, ele arrumou outro clube, novas ‘luvas’ pela transferência, etc. E aí ele volta a empilhar gols. Gente boa ele. Quem quiser que se engane…

Bem, com três volantes, crescem as chances de o Inter deixar a Vila sem goleada.

Já o Grêmio vai na verdade de um volante. Léo Gago é um ser indefinido. Não é volante, nem meia.

Souza, que deveria jogar ao lado de Fernando, está se recuperando de lesão. Já escrevi e repito: a fase do Grêmio é tão urubuzada que só os bons se lesionam. A questão é saber quando o Facundo e o Kleber irão desfalcar o time por causa de uma lesão. Ah, tem o Victor ainda.

Léo Gago, Marquinhos e Marco Antônio, esses não se machucam. Também, quase não se expõem.

Mas voltando ao esquema do Luxemburgo: cedo ou tarde ele terá de aderir aos três volantes. Com a zaga inconfiável e sem um meia realmente definidor e inquestionável, o melhor é colocar um volante centralizado e dois fazendo o vai e vem. O problema é que aí falta um volante de qualidade. Eu colocaria o Gilberto Silva ao lado do Fernando e do Souza.

Contra adversários de maior qualidade esse é a pedida. Caso contrário, o time continuará tendo dificuldade até para vencer o Cerâmica.

Na meia, o Facundo, que me deixou entusiasmado em sua estreia.

SAIDEIRA

Está esquentando a CPI do Instituto Ronaldinho na Câmara de Vereadores. O Instituto, entre outras coisas, teria de devolver 500 mil reais à prefeitura de Porto Alegre. E a casa noturna aquela continua interditada.

Esperança, teu nome é Facundo

O Grêmio de Luxemburgo continua sendo muito parecido com o de Caio Jr. O futebol que o time mostrou durante a maior parte do tempo contra o Cerâmica não transmite confiança nem para conquistar o returno do Gauchão.

A defesa continua vazando, a marcação no meio de campo segue vulnerável e o ataque permanece sendo o setor mais forte, mais eficiente. Tudo isso considerando a fragilidade do adversário.

Agora, há um divisor de águas, ou de mágoas. Facundo Bertoglio.

Esse argentino me devolveu a esperança. Em 15 minutos, ele mostrou o que se espera de um  meia avançado: ousadia, destemor, drible, velocidade e, algo que é raro, inteligência e visão de jogo.

De cara, Facundo lembra o Escudero, tanto pelo futebol como no aspecto físico. A diferença maior é que Facundo além de ter movimentação, enfrentar a marcação e driblar, ainda consegue pensar.

Pode ser que mais adiante eu me decepcione com ele, mas acho difícil. O que nunca esperei de Escudero, espero agora de Facundo.

Facundo, até prova em contrário, tem lugar no time. Com ele, o ataque do Grêmio cresceu e chegou com mais perigo. Foram 15 minutos de muita presença na área do Cerâmica, com alguns lances muito bons do argentino. Para uma estréia, nota 10.

Ainda o meio de campo, setor vital para qualquer time: Marquinhos e Marco Antônio melhoraram em relação a si mesmos. MA fez o lançamento para Marquinhos sofrer pênalti e marcou o gol da vitória, mostrando frieza e técnica na frente do goleiro. Mas não tem condições de ser titular de um time que busca título nacional.

Gostei também do Gabriel, que melhorou em relação ao que vinha jogando. Kleber, de novo, excelente. Moreno entrou bem no jogo.

É importante Luxemburgo reavaliar a presença de Gilberto Silva na zaga. Se contra o cerâmica é problemático, imagine contra um time mais forte. Léo Gago, então, nem se fala.

Resumindo: o Grêmio com Facundo Bertoglio é um time que me dá esperança.

Jogo para avaliar Luxemburgo

Depois de perder a formidável chance de ser campeão do primeiro turno – fez o mais difícil, que era eliminar o Inter -, o Grêmio começa neste domingo a caminhada pelo título do segundo turno. Enfrenta o glorioso Cerâmica, um time cuja folha de pagamento -160 mil reais- não paga um terço do salário do Kleber.

Não espero grande coisa desse jogo. O time do Vanderlei Luxemburgo é quase igual ao que derrubou Caio Jr, ou seja, um time no qual não aposto uma cerveja 1983.

O meio de campo é do tipo ‘derruba-treinador’. Fernando, que parece estar sofrendo um processo de desaprendizado, Léo Gago, Marquinhos e Marco Antônio. É óbvio que no papel esses jogadores são superiores ao do Cerâmica, mas no campo é outra história. Esse quarteto é desafinado, pior que banda de pagode que deixa o Traíra cantar.

Prevejo muita dificuldade. É bom não esquecer que o Grêmio com esse time só não caiu na fase classificatória do primeiro turno porque o Cruzeiro perdeu os pontos no tapetão.

Caio Jr fracassou com esses jogadores. Quando começava a dar um jeito, perdeu Mário Fernandes e Júlio César. Não teve o tempo necessário para formatar a equipe. E duvido que o conseguisse.

Agora, vamos ver se Luxemburgo consegue tirar mais desses jogadores insuficientes para um clube que busca título nacional. Se ele conseguir fazer esse meio campo jogar, marcando com eficiência, articulando com velocidade, objetividade e criatividade já estará justificando sua contratação. Mesmo assim, não vejo chance alguma de título expressivo – sequer de Gauchão – com esses jogadores.

Espero que Facundo tenha oportunidade no decorrer do jogo. Se ele for o jogador veloz e vertical que imagino, pode sacudir o time, beneficiando os dois atacantes. O zagueiro Werlei e o lateral Pará também estão à disposição. Vamos ver se as indicações do treinador são boas mesmo.

A lamentar que Souza tenha se lesionado. Mostrou muita qualidade em poucos jogos. É aquela história: jogador bom no Grêmio se lesiona facilmente, os ruins nunca.

Então, o jogo contra o Cerâmica será útil para começarmos a conhecer o time de Luxemburgo, que treinou forte durante toda a semana, tentando ajustar essa máquina emperrada montada pela direção gremista.

Se Luxemburgo for mesmo um técnico diferenciado, vai fazer esse time jogar um pouco mais.

Enquanto isso, fico no aguardo do Alex. Só um jogador desse nível pode colocar o Grêmio como forte candidato ao título da Copa do Brasil. Se ele não vier, ou outro de igual envergadura, vamos ficar de novo no meio do caminho. E eu já estou cansado disso.