O torcedor antes de tudo é um forte

Acordei com uma dúvida me atormentando: eu sou um homem ou sou um rato? Passei o dia refletindo. Li e ouvi alguns torcedores do Grêmio e fiquei com a sensação de que estou mais pra rato.

Ainda mais depois que soube que alguns companheiros do blogremio – briosa corporação de blogueiros gremistas – já compraram passagem e ingresso para ir a São Paulo no jogo da volta contra o Palmeiras.

Vergonha. Eu aqui afundado, trabalhando como um louco para afastar a depressão, evitando noticiário e debates esportivos, e os caras prontos pra luta, acreditando ainda na classificação.

Parodiando o Euclides da Cunha, ‘o torcedor antes de tudo é um forte’.

Eu ainda tenho uma desculpa: sou aquele tipo de torcedor chato, forjado nos duros anos 70. Fico apontando defeitos, analisando. Um cara que não consegue disfarçar seu desconforto quando vê que seu time se encaminha rumo ao precipício, e que, na verdade, se esquece de torcer. Confesso, sou um mala.

Mas, decididamente, não sou um rato. Cheguei à essa conclusão no começo da noite, depois de degustar uma Mazembier gelada no ponto.

Por que será que fico com moral elevado, mais animado, mais confiante, mais feliz sempre que bebo a Mazembier? A cerveja desce redonda, espuma cremosa.

O torcedor é mesmo um forte. O torcedor do Inter também. Levou aquela paulada humilhante de um modesto time africano, ficou todo desconjuntado, mas está aí de novo nos escombros do Coliseu gaudério vibrando como um desvairado, como fez contra o Fluminense para desabar mais uma vez.

Não adianta, é assim mesmo. É um perde-ganha sem fim.

No futebol se ganha, se empata e se perde como dizia o filósofo Dino Sani.

No meu caso, mais perdendo do que ganhando.

A Copa do Brasil já foi, é passado, embora respeite quem pense o contrário – a diversidade de opinião também faz parte do universo do futebol, mesmo entre torcedores do mesmo time.

O torcedor também essa característica: a de acreditar sempre, até o último minuto. Afinal, se o Palmeiras fez dois gols aqui, por que o Grêmio não pode fazer o mesmo lá em Barueri?

Eu poderia responder essa pergunta, mas ficaria muito tempo escrevendo. Mas resumo: o Grêmio não tem capacidade de criação ofensiva para reverter os 2 a 0.

Neste domingo, tem o Náutico. O Grêmio vai com força máxima, de acordo com o que eu penso: foco agora é o Brasileirão.

Eu não sei bem o que é força máxima do Grêmio. Em princípio é o time eleito por Luxemburgo como titular.

Mas uma força máxima que tem Marco Antônio como titular realmente é mínima, porque, como tenho escrito há tempo,deixa o time com um jogador a menos.

Luxemburgo poderia começar o jogo contra o Náutico com o Rondinelly, ao menos a gente saberia se pode realmente contar com o guri.

Até o Miralles na meia faria mais que o MA.

Bem, estou pronto pra outra.