Barça e Santiago de Compostela

O Barcelona é o sonho de consumo de todo o torcedor. Quem não gostaria de ver seu time jogando assim: bonito, elegante, impositivo, competitivo, objetivo e, como consequência, vencedor?

Já virou clichê dizer que o Barcelona quando joga dá aula de futebol.

Contra o Santos, que tem um time muito bom, o time catalão voltou a dar a tal aula de futebol.

Eu me lembro daqueles professores de cursinho pré-vestibular. Eles tinham no meu tempo, e acredito que isso ainda persista, facilidade para tornar os temas mais complexos é ásperos em algo agradável, de fácil compreensão. Era a aula-show.

É isso que o Barcelona faz: aula-show.

E é fácil aprender. É muito simples. Não há mistério, nem segredo.

A base de tudo é treinamento, muito treinamento. Muito trabalho. E é aí que a coisa complica, porque se um clube brasileiro quiser seguir os ensinamentos da equipe de Messi, Xavi e cia terá de exigir muito empenho de seus jogadores, muita dedicação, muito trabalho.

Não é fácil reunir um grupo que pegue parelho para trabalhar, trabalhar de verdade.

Depois, outro probleminha: inteligência. É preciso um grupo de jogadores, além de aplicados e determinados, inteligentes.

Há muito tempo venho dizendo que o jogador de futebol brasileiro não é muito inteligente, nem pra jogar bola. De modo geral, são habilidosos e criativos, e isso pode passar a impressão de que são inteligentes.

São raros os jogadores inteligentes, que, aliás, conseguem se destacar muitas vezes mesmo sem algum talento excepcional. Cito como exemplo Fernandão. Muito do sucesso do Inter campeão do mundo se deve a Fernandão, que tinha dois companheiros também muito inteligentes: Nilmar e Iarley. Um trio que aliava qualidade técnica com inteligência.

Douglas é um jogador muito inteligente. Muito. Também tem técnica elevada. Mas precisa sacudir a preguiça do corpo. Ele não entraria nesse time do Barcelona. Nilmar e Iarley, talvez.

Mas antes de começar a contratar jogadores com esse perfil: inteligentes, trabalhadores (profissionais) e com qualidade técnica, é preciso firmar um conceito de futebol.

O Barcelona fez isso há décadas e procura manter um determinado padrão. Nem sempre atinge a (quase) perfeição, como agora.

Na década de 90, com Felipão, o Grêmio manteve por três ou quatro anos um padrão de futebol competitivo, velocidade, força, imposição física e boa técnica. Tivesse planejamento e organização, poderia ter dado continuidade. Para isso, teria sempre de contratar jogadores com determinado perfil. (jogadores inteligentes do Grêmio naquela época vitoriosa e saudosa: Paulo Nunes, Dinho, Adilson, Mauro Galvão, Arce e Roger)

Tivesse usado esse time como modelo e passado isso para as categorias de base da década de 90, hoje o Grêmio teria um time semelhante, em termos de proposta de jogo, aquele organizado por Felipão.

Quer dizer, o Barcelona apontou o caminho, que não é o de Santiago de Compostela, mas que também é longo e com muitos trechos íngremes.

Para chegar ao fim da jornada, é preciso planejamento, organização, conhecimento e esforço.

Ah, claro, esqueci de um detalhe: craques como Messi e Xavi.

Não é simples?

NEYMAR

Neymar saiu frustrado de campo. Derrotado. O guri vitorioso caiu do cavalo pela primeira vez. Mas mostrou-se altivo, sereno. Triste, abatido, mas tranquilo. Nas entrevistas foi humilde e reconheceu a superioridade absurda do adversário.

Neymar é um craque, entraria fácil nesse time do Barça. É inteligente, habilidoso e trabalhador. Craque.

Gostei que ele referiu uma frase do Guardiola: para o Barcelona vencer como agora teve de perder muito antes.

Neymar aparentemente aprendeu uma lição: nem sempre se vence.

E que é também com as derrotas, com as quedas e as desilusões que a gente cresce e molda um caráter.

Melhor que secar é festejar títulos

O melhor do futebol é festejar títulos, de preferência títulos daqueles que causam comoção pública, tanto em vencedores como em vencidos e/ou secadores.

O Grêmio conquistou seu último título de expressão há dez anos. É uma década de expectativas, de esperanças e de sonhos frustrados.

O que restou foi esse outro aspecto do futebol apimentado pelo rivalidade: a desgraça do rival.

Uma derrota para um modesto e desconhecido clube africano, considerado galinha morta, jogo jogado, no caminho para o topo do universo é algo para não se esquecer.

No caso, os vencidos, os colorados, em especial aqueles que gastaram uma grana para ver o seu time conquistar o bi mundial em cima da Inter de Milão, querem esquecer a qualquer custo.

Assim como os gremistas, que não gostam de lembrar das passagens pela segundona.

Mas ‘tragédias’ desse tipo ficam marcadas para sempre, como uma tatuagem feita no capricho.

Prato cheio para os rivais. Confesso que me empanturrei de Mazembe. Tomei um porre de Mazembier nas últimas semanas. Estou de ressaca.

O que eu quero agora é título. E não é qualquer título,não. Brincadeiras ficam para mais tarde, ficam em segundo plano a partir de agora.

Afinal, temos um ano inteiro pela frente. Bem, ao menos espero que 2012 tenha doze meses, que não termine como aconteceu neste ano em julho ou agosto, quando o Grêmio afundou tanto que passou a ter como objetivo máximo uma vaga para a Libertadores, prêmio consolação do Brasileiro.

É triste e doloroso chegar ao meio do ano sem perspectivas maiores.

Em 2012, mais do que secar e festejar derrotas do rival, quero comemorar títulos que estejam de acordo com a grandeza do Grêmio.

Espero chegar no próximo 14 de dezembro sem lembrar que é mais um Mazembe Day.

É o que eu quero. Mas se não for possível…

DAGOBERTO

O Inter está certo em tentar trazer Dagoberto antes.

O São Paulo está certo em pedir uma compensação financeira para liberar seu jogador.

O Inter só não poderia pensar que encontraria facilidades. Afinal, Oscar, uma das principais revelações do SP vei parar no Beira-Rio de graça.

O Inter é para o SP o que o Paris Saint Germain foi, e sempre será, para o Grêmio no caso do sujeito aquele que desfila no Rio com barangas e pesados colares falsos como…

Deixa pra lá…

Então, o SP o que faz? Pede um jogador titular do Inter (nome é mantido em sigilo) ou muito dinheiro para antecipar o final de contrato de Dagoberto.

Cada um defendendo seus interesses.

Vingança é um prato que se come frio.

ARENA

Aeronáutica quer que prefeitura cumpra limites de altura para prédios novos em Porto Alegre. A norma, que é de cinco atrás, pode atingir os 18 prédios previstos para a área da Arena. Os prédios teriam 72 metros e ficam muito próximos do aeroporto. Eu lembro que isso foi discutido há uns dois anos.

A OAS teria chegado a um acordo com as autoridades do setor. Teria.

Um dia iluminado: o Mazembe Day

Que belo dia!

E pensar que exatamente há um ano eu acordei angustiado, preocupado, nervoso, tenso. Resumindo: borrado mesmo, com todo o respeito porque este é um boteco família.

Pressentia que o Inter seria campeão do mundo de novo. Tanto esse sentimento me atormentava que criei, em agosto, logo depois que eles venceram a Libertadores pela segunda vez porque até espirro do Giuliano resultava em gol, a cerveja 1983.

E por que a 1983? Para lembrar aos desmemoriados de todas as colorações que o primeiro clube gaúcho campeão do mundo é e sempre será o Grêmio, queira a Fifa ou não. Os colorados esperaram (sofreram) durante 23 anos para chegar lá. O primeiro é sempre o primeiro. Depois, vêm os outros.

Um segundo título mundial do Inter seria insuportável. Já antevia o riso escancarado de meus ex-colegas colorados da redação do CP, Rádio Guaíba,, Zero Hora, etc.

Mas passou. Os deuses africanos, com seus tambores e suas mandingas seculares, auxiliados pela soberba que acometeu os colorados de chuteiras e de bandeiras, salvaram aquele 14 de dezembro de 2011.

É inesquecível aquela festa de despedida no Beira-Rio na exibição de um filme que encalhou. Inesquecível lembrar o capitão Bolívar, então festejado pelos colorados, prometendo uma festa ainda maior na retorno de Dubai e tendo como resposta gritos e aplausos. Êxtase total dos colorados. Quase um orgasmo coletivo.

Covarde, confesso que não vi nem ouvi o jogo. Se pudesse, teria me escondido debaixo da cama como criança assustada. Mas fui trabalhar. Só estranhei o silêncio na cidade, nas ruas quase desertas.

Lá pelas tantas, me esforçando para não ligar o rádio na minha sala só pra dar uma conferidinha, um gremista abre a porta e pergunta com um sorriso safado:

– Sabe quanto tá o jogo?

Nem respondi.

– Eles estão perdendo. Tá 1 a 0…

Arregalei os olhos.

– Tu tá de sacanagem. Como é que o Inter pode estar perdendo do Mazembe, isso não existe.

De repente, me enchi de coragem. Liguei o rádio. Ouvi uma narração chorosa, quase escorriam lágrimas do aparelho tamanha a choradeira. Quase uma transmissão de velório. O defunto era o Inter.

Fiquei animado, mas logo me lembrei que sou pé frio nessas secações de jogos importantes. Quando fui desligar o rádio o narrador gritou gol. “Viu?, quem manda se meter a besta?, eles empataram. Empataram e agora vão virar”, pensei, reclamando de mim mesmo.

Mas de repente pareci ouvir violinos lânguidos, um coro de anjos, música celestial. Era o narrador, com a voz quase desabando:

– … é gol do Mazeeeembeee, 2 a 0. O Inter está sendo eliminado pelo Mazembe, inacreditável…

Bem, aí eu não me contive. Abracei um colega gremista, o Fred, aquele que veio me diz que estava 1 a 0 para o Mazembe. E caí de joelhos, mãos para o céu.

– Deus é Pai, Deus é Pai!

Patético!

Mas o que se há de fazer? Sentia-me leve, feliz.

A última vez que tive uma reação assim foi em 1983. Não preciso dizer a razão.

Atravessei a noite e a madrugada daquele distante 11 de dezembro trabalhando em estado de graça para fazer uma edição especial da revista Goool comemorativa ao título de campeão mundial do Grêmio.

O primeiro título de campeão mundial conquistado por um clube gaúcho.

Quando saí da redação, ao lado do saudoso amigo Paulo Acosta, que beijou a tela da TV na repetição do segundo gol do Renato, já era dia.

Um dia iluminado como este 14 de dezembro de 2011. O Mazembe Day.

Escutem e se deleitem:

http://tvider.com/view/72808

SITE DO MAZEMBE DE NOVO

Nous avons publié quelques témoignages de ces supporters du Gremio de Porto Alegre, grand rival de l’Internacional, qui ont vécu l’exploit congolais comme un cadeau du ciel. Ce mercredi, au Bar Box 21 de la cité du Rio Grande do Sul, ils vont se retrouver pour fêter le premier anniversaire du succès de Mazembe. Plus de 250 internautes ont soutenu l’opération. Et ils vont dîner en buvant de la Mazembier blonde ou de la Kidiaba brune, les deux bières artisanales créées par Ilgo WINK, l’homme des médias.

Pour montrer votre sympathie à nos amis brésiliens, vous pouvez aussi aller sur la page spécialement créée sur facebook pour l’occasion et intitulée « Mazembe Day ». Glissez-leur un petit commentaire en français, en swahili, en anglais, peu importe. Voire même en portugais comme « Dahle Gremio ! » (« Allez Gremio ! ») ou « Abraço a todos os Gremistas ! » (« Accolade à tous les Grémistes ») par exemple…

Grêmio, Beira-Rio e o Banrisul

Toda a qualidade que faltou ao ataque do Grêmio neste ano tudo indica que irá sobrar em 2012. Hoje, o incansável Paulo Pelaipe confirmou o acerto com Marcelo Moreno, um atacante rápido, que joga pelos lados, como o Kleber, mas que igualmente aparece bem como centroavante.

Ataque o Grêmio já tem. Com esses dois, o técnico Caio Jr poderá trabalhar melhor jogadores como Miralles, Leandro e Biteco. Talvez até o Viçosa. Brandão ou André Lima. Um deles deve sobrar. É bom ter um pau fincado como alternativa.

No meio de campo, cresce a chance de Douglas ficar. Não comemoro, mas também não me frustro. Qualidade ele tem, falta-lhe é vontade. Ocorre que o Corinthians, que é o maior interessado em Douglas, está para fechar a contratação de Montillo. Já acertou tudo com o argentino, mas o Cruzeiro está complicando. Fechando com Montillo, o time paulista abre mão de Douglas, a quem só restará prorrogar seu contrato com o Grêmio, o que está sendo providenciado.

O Grêmio estaria tentando o Jobson, aquele mesmo de tantas complicações mas de imenso futebol. Quem tentou o V. Love pode arriscar no Jobson, que ao menos é mais baratinho. O problema é que o Osvaldo Oliveira quer o jogador no Botafogo. Outro meia que esta sendo comentado no Olímpico: Ederson, do Lyon. O Flamengo está na disputa. O jogador passou pelo Inter e pelo RS. Hoje, brilha na França. Excelente nome.

Pelaipe está pensando grande. E isso é importante. Rever é outro nome que surge com força. Iria formar dupla de área do Saimon, que cresceu no meu conceito depois do pontapé no Ronaldinho. É um jogador de qualidade que se identifica com o Grêmio.

Mário Fernandes. Se aparecer uma boa proposta, algo como uns 10 milhões de euros para o clube, melhor vender. MF é um jogador meio complicado, talentoso, mas complicado. Além disso, tem o Gabriel na lateral, o que não impede de investir em algum lateral mais novo que esteja despontando.

O Grêmio está tomando jeito.

BEIRA-RIO

Há rumores fortes de que o Banrisul pode apoiar a reforma do estádio colorado. Se isso acontecer, como metade dos correntistas é gremista, pode-se dizer que o torcedor do Grêmio estará ajudando o Inter.

Ainda bem que não sou correntista do Banrisul.

Campeão da Liga no Cartola FC

O botequeiro Rodrigo Fernandes é o grande vencedor da Liga Boteco do Ilgo no Cartola FC.

Ele veio buscar o prêmio neste sábado e saiu agraciado com o Kit de 3 Cervejas Artesanais 1983 e um Copo Especial da 1983.

O time do Rodrigo, Metal FBPA, dominou o campeonato de ponta a ponta. Termina a peleia com 2561 pontos, cerca de 62 pontos a frente do segundo colocado.

Parabéns ao Rodrigo e a todos os demais participantes!


Douglas, fim de um ciclo

Desde os seus tempos de Corinthians que admiro o futebol de Douglas. Tenho um amigo, conselheiro do Inter, que indicou Douglas para Fernando Carvalho quando ele ainda jogava no Criciúma.

Soube que Felipão rejeitou Douglas quando ele recém começava a jogar no time de cima do Criciúma. Acontece.

Hoje, conhecendo melhor esse jogador, firmo a convicção que Douglas não tem condições de exercer uma função de tanta responsabilidade num time de futebol. Talvez ele nem queira ser o centro do time, o cérebro, o articulador, o cara que recebe bolas e as encaminha com talento para que resultem em gol.

O melhor momento de Douglas no time foi quando ele tinha perto dele um jogador que dividia essa responsabilidade de criação ofensiva. Com Jonas o futebol de Douglas se iluminou, brilhou tanto que ele chegou à Seleção. Ali ele com certeza brilharia ainda mais porque haveria outros talentos ao redor. Mas Douglas não teve tempo, porque em poucos minutos cometeu aquele erro já conhecido de todos os gremistas, armando contra-ataque do adversário por excesso de soberba, de auto-confiança.

Sem Jonas, Douglas ficou como uma andorinha solitária querendo fazer o verão. Quando percebeu que afundaria com o time tratou de preparar sua saída, sua volta ao futebol paulista, de preferência ao Corinthians.

Douglas não quer ficar no Grêmio. Cabe ao Grêmio fazer o melhor negócio possível com ele. O talento de Douglas vai fazer falta, não sua negligência, seu distanciamento, seu pouco envolvimento com o clube que lhe paga e que, indiretamente, abastece sua geladeira de long neck.

Douglas ao lado de Kleber, Douglas Costa e Moreno, por exemplo, tem tudo para jogar mais e melhor. Mas está mais do que claro que ele prefere jogar futebol em outro lugar. Por outro lado, boa parte da torcida já não o suporta. Enfim, é hora da separação.

Cabe ao Grêmio buscar um substituto. Eu gostaria que fosse Montillo ou Ibson. Mas há outros bons nomes por aí, é só pesquisar.

Agora, é fundamental que Caio Jr participe desse processo e que as contratações não sejam feitas com base nos interesses de empresários, mas dentro de critérios que cabe ao treinador e à direção estabelecerem.

Se Caio Jr foi contratado porque estava disponível e porque manifestou há algum tempo desejo voltar ao seu ex-clube, conforme revelou o presidente Odone, não a partir de uma avaliação criteriosa, como seria de esperar, é imprescindível que a partir de agora cada passo seja calculado e estudado minuciosamente.

Caio Jr já disse que quer um time com mais velocidade, como exige o futebol atual. É a partir dessa premissa que ele e a direção devem montar o time.

E um time com mais velocidade e realmente competitivo passa pela saída de Douglas, que já faz algum tempo está com um pé fora do Olímpico.

Mazembier cruza o Atlântico

As cervejas Mazembier e Kidiaba fazem sucesso em outros continentes. Tudo graças ao site do Mazembe, o clube que me deu a maior alegria dos últimos tempos no futebol.

Hoje, dia 6, o site do clube africano, atual vice-campeão mundial, publicou foto da Mazembier e um texto referindo-se a mim como um ‘consultor multimídia’. Gostei. Só faltou o ‘mestre cervejeiro’. Nada é perfeito. (link: http://grem.io/R3J)

Ontem, o mesmo site destacou o projeto Mazembe Day, que segue colhendo depoimentos. Infelizmente, muita gente esquece de mandar fotos. Estou no aguardo. (link: http://grem.io/R3k)

Hoje, veículos como o Clicrbs (Clube da Bolinha) e Globo.com (Donas do Campinho) repercutiram a notícia que saiu no Congo. Curioso, são dois canais de comunicação rivais de um jornal, o Correio do Povo, onde trabalhei a maior parte da minha vida e que ignora solenemente as iniciativas de um ex-companheiro. (links: http://grem.io/R4a e http://grem.io/R4b)

O importante é que objetivos estão sendo atingidos. Até mais do que eu esperava. Hoje, dezenas de legítimos torcedores do Mazembe (gente do Congo e dos EUA) entraram no boteco e acessaram o banner que leva ao projeto Mazembe Day. Sensacional.

Esse sucesso eu divido com todos os botequeiros e botequeiras de todas as querências, gremistas e colorados de bom humor.

Vencedores do Cartola

A Liga Boteco do Ilgo, conforme prometido, vai premiar os dois melhores colocados no Campeonato Brasileiro.

Vejam os três vencedores, todos com vaga na Libertadores 2012:

Em primeiro o Metal FBPA, comandado pelo Rodrigo Fernandes; em segundo Lamb FC, do Matheus Wink, o pupilo que supera o mestre (eu);

e em terceiro, Equipe Cooler, do Pedro Trindade.

O campeão vai ganhar uma camisa 1983, A cerveja Campeã, um copo 1983 e um kit com 3 cevas.

Como o segundo lugar ficou na família, o premio vai para Pedro Trindade, que ganha um kit com 3 cevas e um copo 1983.

Apesar não previsto no regulamento, o 4º, o 5º e o 6º colocados vão ganhar uma cerveja 600 ml cada um.

Confiram o link com o regulamento:

Todos os agraciados terão retirar os prêmios até o dia 10/12. Depois dessa data as cervejas servirão para amenizar o calor e matar a minha sede descomunal.

Não vou me estender porque o meu time, o TP Alfredo, está em crise. Ficou em 15º, sua pior classificação em todos os tempos. Precisamos encontrar um novo treinador. Estou pensando num tal de Celso Roth… O que vcs acham?

Bem, vejam os top ten:

  1. Metal FBPA –               2561.86

2º   Lamb FC –                     2499.17

3º   Equipe Cooler –           2421.69

4º   Futebol Clube Bira      2420.47

5º   SkullGreen F.C            2417.09

6º   MUCH. BORRACHOS  2235.37

7º   S.S. Lazio 1900            2160.48

8º   Villareal CF 1919        2064.08

9º   Gremio Lex Luthor     2063.48

10º   MDeufel FC              2055.84

Caio Jr, Roth e Dorival

A comemoração colorada é ruidosa aqui na minha rua, no meu bairro, e imagino em toda a cidade, em todo o Estado. Parece até que voltou a conquistar o título brasileiro depois de 32 anos. Mas não é uma festa exagerada. Faz parte da nossa nova realidade: comemorar uma vaguinha aqui, outra ali, a fuga do rebaixamento…

Tivesse o Grêmio vencido o clássico e também garantido vaga na Libertadores de 2012, a festa seria igual.

O Inter foi melhor que o Grêmio, não muito, mas foi melhor. O suficiente para terminar o campeonato na frente. Ao Grêmio coube o triste papel de um figurante que tinha como maior objetivo na última rodada atrapalhar a vida do maior rival.

É como aquele cara que está a fim de uma mulher, mas não consegue, e por isso tenta impedir que alguém a conquiste. É pouco. O Grêmio é maior que isso, embora já há alguns anos sucessivas direções tentem torná-lo menor por falta de competência.

No Gre-Nal, o Grêmio foi valente. O resultado mais justo seria um empate. Estou esperando até agora que a RBS repita o lance em que Miralles levou um encontrão dentro da área, aos 18 do segundo tempo, logo após o gol colorado. Miralles reclamou falta. Eu vi um encontrão. Vuaden, perto do lance, mandou a jogada seguir. Um lance que merecia repetição da TV. Eu fiquei em dúvida.

Por que a TV não repetiu a jogada? Minutos depois, Índio ergue os braços ao seu estilo carinhoso e derruba Miralles, fora da área. O argentino pediu falta. Quem conhece Índio sabe que ele gosta muito de enfiar o braço na cara do atacante para impedir sua passagem. Mais uma vez nada de repetição. Estranho.

A mim ficou a impressão de que Carlos Simon tem um legítimo sucessor em grenais: Leandro Vuaden. Entendam como quiserem.

D’Alessandro fez a diferença. Foi o melhor do jogo. Pelo Grêmio, Fernando e Victor. Tem gente que quer melhorar o Grêmio começando por tirar Victor. É de enlouquecer. Se há uma posição em que o time está bem servido é a de goleiro. A campanha irregular de Victor é reflexo da irregularidade do time, não causa.

Aqueles que atacam Victor isentam, por exemplo, Douglas. Alguém viu Douglas em campo? O melhor dele foi um escanteio em que a bola bateu na trave. Ele esteve omisso a maior parte do tempo. Outro que não jogou nada: Rochemback. Mas este ao menos lutou.

Depois do jogo, entre vaias e palavrões de tudo que é tipo, o presidente Odone confirmou Caio Jr. como treinador.

Não é pra comemorar, nem pra lamentar. Interessante que Odone revelou que há algum tempo foi procurado pelo Caio, que se ofereceu para treinar o Grêmio, que seria um sonho pessoal, profissional. Espero que o critério, se ele existe, para contratar Caio não tenha sido a vontade de trabalhar no ex-clube. Espero que a decisão seja resultado de muita análise, muita reflexão.

É o que espero, mas eu sei que não é assim. E isso não é um bom sinal.

Mas ao menos uma coisa boa, ou melhor, duas: Roth está fora (até quando?) e Dorival continua (até quando?).

Ah, Roth pegou o time em 11º e entregou em 12º. E pensar que cheguei a chamá-lo de professor, iludido por alguns resultados positivos.

Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra.

CAMPEÃO

Outra coisa boa neste final de domingo: Tite campeão brasileiro. Desde que ele saiu que peço sua volta ao Olímpico. É o melhor treinador que o Grêmio teve neste século. Estou feliz com a sua vitória. Ser campeão com o Corinthians não é pouca coisa. Só Tite mesmo sabe o que teve de passar para conseguir o título. Está em boas mãos.

Caio Jr e a importância dos dirigentes

A contratação de um técnico exige em primeiro lugar que a direção saiba o quer. Depois, uma avaliação metódica e criteriosa dos nomes que se enquadram dentro de determinado perfil. O passo seguinte é colher informações sobre o comportamento do profissional, o jeito que lida com jogadores, dirigentes, imprensa, torcida.

Não sei se a direção do Grêmio está fazendo esse tipo de análise. O maior erro é trabalhar apenas com os nomes disponíveis, mais ‘fáceis’ de contratar. Não deveria ser assim. O critério não pode ser o da disponibilidade.

Fosse eu dirigente, jamais contrataria técnicos como Paulo Autuori e Osvaldo de Oliveira. Não gosto de treinador com fala mansa, pose de intelectual. Gosto mais do estilo Felipão, Muricy, Abel, que chega a partir pra porrada com jogador malandro.

Confesso que não sei como é Caio Jr, hoje o nome mais cotado para substituir Celso Roth, se é que ele vai mesmo sair.

Assim meio de longe ele me parece o tipo de treinador certinho, bom sujeito, me lembra o Vágner Mancini. Eu não gosto do estilo Vágner Mancini.

Caio Jr mostra como treinador uma postura semelhante a que teve como jogador: elegância. Não gosto de treinador elegante. A não ser que essa elegância fique de fora do vestiário na hora em que é preciso brigar, cobrar, exigir, impor.  Tem uma hora em que jogador de futebol só entende a linguagem do palavrão, do pontapé na porta, dedo na cara. Mas há também o momento em que é preciso ser amigo do jogador, conselheiro, companheiro, confidente. Promover churrascadas…

Roth, por exemplo, apela muito para ofensas, xingamentos, palavrões. Sei que não é o tipo brincalhão, capaz de aliviar um ambiente tenso com brincadeiras e piadas. Sei que Renato, só como exemplo, fazia isso com extrema habilidade, o que explica em parte o seu sucesso quando chegou para tirar a corda do pescoço do Grêmio.

O bom treinador é o que consegue manter esse equilíbrio. E, claro, com boa capacidade de ‘leitura’ do jogo, conhecimento de técnicas e táticas.

Agora, qualquer treinador, mesmo nomes consagrados, precisa de uma direção competente e de um bom grupo de jogadores. Nesse grupo não pode haver batata podre para contaminar todas as demais.

O Grêmio não tem uma direção competente. Considero Paulo Pelaipe um bom dirigente, mas ele me parece um dirigente para tiro curto, para emergências. Posso estar errado. Espero estar errado. Além disso, ele me parece isolado.

Pelaipe teve sucesso ao assumir o comando do futebol neste ano, com o campeonato em andamento. Júlio César foi ele quem trouxe. Também Brandão deu boa resposta. Era o que havia no mercado.

Por falar em dirigentes, os melhores do clube nos últimos tempos foram Alberto Guerra e Rui Costa. Com eles, Renato conseguiu realizar aquele trabalho extraordinário e surpreendente. Muito superior ao de Roth agora.

Renato, sem dúvida, foi uma aposta, uma aposta desesperada do ex-presidente Duda para terminar dignamente sua desastrada gestão no futebol (não vou esquecer também como ele recebeu o chefão do clã Assis Moreira, cheio de afagos e gentilezas).

Caio Jr é outra aposta. A diferença é que Renato já havia conquistado títulos importantes (Copa do Brasil e vice da Libertadores), enquanto Caio Jr. faz uma carreira mediana, uma carreira nota 7.

No Grêmio ele terá de chegar perto da nota 9. Sinceramente, duvido que consiga.

Mas vou torcer para que Caio Jr se consagre no Grêmio, da mesma forma como aconteceu com Felipão, Tite e Mano.

É difícil, mas no futebol nada é impossível.

Se até Gabiru foi capaz de decidir um título mundial…

GRE-NAL

Minha previsão é de vitória do Inter. Vitória tranquila até graças à direção do Grêmio que aceitou manter o demissionário Roth.

Aliás, considero essa decisão equivalente àquela de esperar pelo filósofo Paulo Autuori com a Libertadores em andamento.

Time desmobilizado, torcida desmobilizada. Eu desmobilizado. E um Inter com força total para brigar por vaga na Libertadores dentro de um Beira-Rio lotado de colorados.