E se fossem os titulares do Inter?

Se contra a baba colorada (tem jogador ali que eu nunca ouvi falar) foi essa dificuldade, imagino como teria sido contra o time titular do Inter.

E só de imaginar sinto calafrios.

Há algum tempo venho dizendo que o Grêmio tem seis titulares. Hoje, perdeu dois ainda no primeiro tempo. Até a saída de Mário Fernandes e Júlio César o Grêmio até que dava para o gasto. Era melhor, superior, como era de se esperar. Era obrigação.

Aí, ao ficar com quatro titulares em campo, equilíbrio no jogo. A baba vermelha começou a ameaçar o empate. Nos segundos em que escrevia no twitter que o Inter estava na iminência de marcar, gol. De cabeça, pra manter a rotina. E do Bolívar.

Admito que Leandro Vuaden contribuiu. O Josimar mereceu levar o segundo amarelo e a expulsão. Vuaden deixou passar. Jackson fez todo tipo de falta, e saiu de campo sem ser advertido. O carrinho no Mário Fernandes foi coisa de criminoso.

Vuaden segue invicto em Gre-Nal.

Confesso que saí do jogo deprimido. Contra o São Luiz, escrevi que fiquei triste e desanimado. Hoje, começo a entrar em depressão profunda.

Se o time já é fraquinho com seis titulares, como será sem os dois laterais que sairam lesionados? Prevejo vexame no Gauchão.

Agora, uma pausa para defender o treinador. Caio Jr perdeu dois jogadores ainda no primeiro tempo. No segundo, só tinha uma substituição. Marquinhos ou Marco Antônio. Os dois estavam jogando um futebolzinho varzeano. Marquinhos apenas mais participativo, mas já cansado. Marco Antônio omisso.

Caio  Jr fez o que estava ao seu alcance.

E os jogadores? A dupla de área esteve bem, não comprometeu. Fiquei preocupado com um lance bobo na área em que o Naldo saltou e ergueu um braço para tapear a bola (metade do segundo tempo mais ou menos), louco pra cometer pênalti.

Fernando foi disparado o melhor do time e do jogo.

Na frente, Marcelo Moreno está correspondendo plenamente. Já o Kleber…

Kleber, por enquanto, só me faz sentir saudade do Jonas. Muita briga, muito entrechoque e pouco futebol.

Pode ser que ele tenha jogado preocupado com essa história lamentável de agressão à esposa. Aliás, estranho que essa história tenha surgido só hoje, quando o fato ocorreu dia 28 de janeiro, segundo se divulga. De qualquer modo, ele terá de responder. Eu me lembro que ele dava entrevistas antes de vir que tinha como objetivo principal na vida ficar perto da família. E agora isso.

Quando a fase é ruim acontece todo tipo de coisa. Desde a lesão dos melhores até um fato deplorável como esse envolvendo jogador contratado por salário milionário.

Já Marquinhos e Marco Antônio saíram ilesos da partida. Nem um arranhãozinho.

O empate foi trágico. Foi como uma derrota. Nem tanto pela situação na tabela, mas principalmente porque o time titular do Grêmio não teve futebol para vencer os reservas colorados. E isso é deprimente.

Por outro lado, é positivo: faz a direção mobilizar-se ainda mais para reforçar a equipe, que a cada jogo se mostra insuficiente até para disputar o Gauchão.

Urgente: dois meio campistas titulares (soube que Elias, do Sporting, está cotado) e um zagueiraço. No mínimo.

O problema é que Caio Jr pode cair antes de receber os reforços que precisa.

Reservas x Mistão no Gre-Nal

O Inter vai mesmo com time reserva. A frase é um misto de informação com dedução.

O presidente colorado pode autorizar seu treinador a escalar os reservas porque não existe o risco de goleada, que é o maior pavor de qualquer dirigente da dupla.

O atual time do Grêmio não mete medo em ninguém, mesmo jogando em casa. Foi assim com o Lajeadense e com o São Luiz.

Então, o Inter pode tranquilamente preservar seus melhores jogadores para a Libertadores.

O Inter vai de franco atirador. Se perder, foram o reservas. Se empatar, ou vencer, humilhação tricolor. Claro, uma goleada gremista já cria um clima, uma certa instabilidade emocional, mas nada de preocupante.

Além do mais, o Grêmio nem tem um time titular de verdade. São apenas seis titulares, como tenho repetido. São eles: Victor, Mário Fernandes, Júlio César, Fernando, Kleber e Marcelo Moreno. Nas outras posições o que há são dúvidas, ninguém realmente afirmado.

Eu imaginava que o time como está poderia brigar pau a pau com o Inter pelo título, mas vejo que me enganei.

Copa do Brasil? Nem no sonho mais delirante.

Não me preocupo tanto com a dupla de área: com o Lugano e um jovem ao lado tudo se resolve.

O problema maior é o meio de campo. É ali que tudo se decide. Acho que falta um segundo volante que se imponha. No momento, talvez o melhor fosse colocar Gilberto Silva como primeiro volante, passando Fernando para a segunda função. Acho que o guri, agora um pouco mais experiente, talvez possa render o mesmo como segundo volante. Melhor que o Léo Gago ele é em qualquer posição.

O Marquinhos como segundo volante é invenção, que só pode dar certo contra times fracos, como o São Luiz. Aliás, eu que defendi a contratação do Marquinhos quando ele ainda estava no Avaí, estou jogando a toalha.

Nas duas funções mais adiantadas do meio, duas apostas, duas tentativas. Leandro e Marco Antônio. Acho que o Leandro pode dar certo, pode repetir o Taison, mas o ideal seria contratar alguém já provado, que pode ser esse argentino Facundo. Sei lá.

O Marco Antônio veio precedido de um baita cartaz. Na Portuguesa. Na segunda divisão. Portanto, todo cuidado é pouco na avaliação. Contra o São Luiz, na função que é a dele, que era do Douglas, ele não jogou grande coisa. Mas é preciso sempre levar em conta que a camisa do Grêmio pesa. O Gre-Nal pode ser a prova (quase) definitiva sobre esse jogador.  Por enquanto, ele não me entusiasmou.

Ainda sobre o Gre-Nal, gostaria que o Caio Jr. deixasse o guri Biteco no banco. Ele me parece ter mais potencial que o Mamute. É um guri arisco, atrevido, driblador, daquele tipo capaz de decidir num lance individual.

Outro que gostaria de ver no banco é o Viçosa. Ele fez bons grenais.

Forças ocultas

O boteco ficou fora do ar por mais de 30 horas. Portas fechadas, prejuízo incalculável.

Ainda não sei o motivo. Mistério.

Forças ocultas?

Por via das dúvidas não falo mais do ‘entorno da Arena’ e seus inimigos, que não são ocultos.

Mas sempre tem o lado bom:

Douglas se foi. Desconfio que ele nunca chegou realmente. Nunca esteve aqui de corpo e alma. Foi um turista, estava de passagem, só passando o tempo até voltar para o clube que ele nunca esqueceu: o Corinthians.

Mudanças oportunas de Caio Jr

Assim como nós ‘treinadores sem cargo’ temos o direito de opinar sobre qualquer time de futebol, o treinador com cargo tem o direito, e o dever, de fazer as suas escolhas, de preferência fundamentadas em suas convicções, observação criteriosa etc.

Portanto, ninguém pode negar a Caio Jr o direito de mandar para o banco de reservas o maior medalhão do time, o Douglas.

Eu, aqui do boteco aplaudo a decisão. Se Douglas estivesse jogando o futebol que apresentou no período de Renato Portaluppi como treinador, eu seria contra, e Caio não seria maluco de afastá-lo do time titular.

O que temos de Douglas hoje é uma flagrante má vontade, uma certa displicência. Enfim, como se costuma dizer, ‘está pedindo pra sair’.

Então sai. Parabéns ao Caio Jr.

Pior do que está não vai ficar. O time com Douglas perdeu para o Lajeadense em casa e para o Juventude, que parecia uma equipe poderosa quando bateu o Grêmio. Ontem, o Ju que tornou Victor, de tanto que chutou, o melhor em campo, levou CINCO do Veranópolis.

Não importa o tamanho da folha de pagamento. O futebol se joga com onze jogadores. Com Douglas, jogador que admiro pela técnica fora de série, o Grêmio entrou em campo três vezes com um jogador a menos.

Dito isso, aplaudo também a tentativa, repito, a tentativa, de testar Leandro como o meia mais adiantado, partindo de trás em velocidade, ajudando a compor o meio de campo. É o que imagino que Leandro vá fazer, que não vá ficar lá na frente formando um 4-3-3.

Quero ver Leandro jogando algumas vezes na posição que defendi aqui no ano passado, logo que ele apareceu: na função que consagrou Taison. Ele é rápido, forte, bom drible. Enfim, bem orientado (e Caio conhece muito essa função), talvez Leandro possa ser o quarto homem de meio-campo. Marquinhos com certeza não é. Talvez esse Felipe que veio do interior paulista. Infelizmente, o Mithyuê não recebeu uma sequencia de jogos para se firmar. Quem sabe o Biteco? Mas Caio começa com Leandro, no que ele está muito certo.

O jogo deste quinta no Olímpico é contra um time modesto, fraco mesmo. Mas o Lajeadense não era lá essas coisas…

Então, Caio arma um time bastante ofensivo, eu diria alegre mesmo. Apenas um volante de contenção, de combate, de pegada, que é o Fernando. Se bem que Fernando vem jogando sozinho mesmo nesse trabalho de marcação, porque seu companheiro, Léo Gago, parece uma barata tonta no meio, não marca, não faz falta, e quando clareia chuta como se fosse essa a única alternativa, estragando ataques.

Bem, o meio terá Fernando, Marquinhos (que não marca, só cerca), Marco Antônio (espero que seja na função que Douglas deveria exercer) e Leandro. Na frente, Kleber e Marcelo Moreno.

Naldo estreia na zaga. Sai o Saimon. Eu tiraria o Grolli, que parece um tanto afobado, bom zagueiro, mas ainda verde. Saimon tem um pouco mais de experiência, com passagem por seleção brasileira. Mas a diferença entre eles não é grande. Uma escolha do Caio Jr que eu respeito.

ARENA

O meu comentário anterior transformou o boteco num palanque político. Eu só remeti ao passado e referi o mensalão porque envolvia o PT do nobre deputado Pont. Não poderia, portanto, citar o caso Detran, já que o PT nele não está envolvido. Nada a ver uma coisa com outra, embora em ambas haja dinheiro público usado para fins obscuros, fraudulentos. Mas a patrulha petista é aguerrida, além de demonstrar tolerância com as falcatruas do seu partido. Só questionei o deputado porque é visível sua má vontade com a Arena. Por exemplo, logo no início do processo, ele queria que a empreiteira contratasse metade da mão de obra aqui do Estado, quando se sabe que a construção civil está a mil e faltam operários. Isso é fato. AoInter, se um dia reiniciar a obra no Beira-Rio, será feita a mesma exigência pelo sr. Pont?

Leiam o que o conselheiro Giuliano escreveu sobre o assunto e foi publicado no site do Correio do Povo, blog do Hiltor.

Sobre liberdade de expressão, que não existe na Cuba agora visitada pela presidenta Dilma e tão venerada pelos petistas, está resguardada aqui. Não cortei nenhum comentário, nem aqueles que me atacaram. Podem me chamar de tudo, menos de colorado, como acontecia muito quando escrevia no Correio do Povo. Não que me ofenda, é que não sou.

INTER

Por falar em Inter. Inveja. É o que sinto. Contratações pontuais, que reforçam a equipe e o grupo. Agora vem o Alex Silva. Dizem que ele não anda bem, mas acho que haveria lugar para ele na zaga gremista. Ou não?

Mas o Grêmio não quis porque ainda tenta Lugano.

Coloradismo 'entorno' da Arena

O deputado Raul Pont está vociferando contra a aplicação de dinheiro público nas obras, indispensáveis, no entorno da Arena.

Está no seu direito. Só tenho lá minhas desconfianças se ele o faz por ser um político realmente preocupado com o dinheiro público ou por puro coloradismo.

Ele já andou retrucando (em resposta ao conselheiro Giuliano Vieceli, que enviou sólidos argumentos contra a posição do deputado petista igualmente publicada no blog de Hiltor Mombach, no CP), que a segunda hipótese é risível, cheia de preconceito e fanatismo.

Não foi por preconceito e algum tipo de fanatismo que a Ford foi embora do Rio Grande do Sul?

Sempre respeitei o Sr. Pont. Raramente concordei com suas idéias no campo da política, mas as respeitei porque via nele um homem honesto, com sólidos princípios éticos. Um homem digno, enfim.

Mas tudo mudou com o episódio do Mensalão, aquele dos 40 ladrões conforme denúncia da Procuradoria Geral da República. Entre eles, homens do alto escalão petista. Gente que era a esperança de milhões de brasileiro.

Peixes graúdos nas malhas da corrupção.

Naquele momento, esperei que os petistas que eu respeitava fossem seguir os passos de Heloísa Helena e Luciana Genro, que tiveram a coragem de abandonar o aconchego do ninho do partido mais poderoso do país pela aventura de criar um novo partido. Luciana, se tivesse imitado Maria do Rosário, talvez hoje fosse ministra.

Sinceramente, mas sinceramente mesmo, eu não tive dúvidas de que a essas jovens idealistas, defensoras ardorosas da doutrina do antigo PT, logo se juntaria o Sr. Raul Pont. Não esperava isso do Olívio, da Maria do Rosário, do Tarso, do Paim.

Mas o Pont, sim. Ele levantaria a bandeira da ética às alturas em meio ao mar de lama de atingia o partido que cresceu combatendo a corrupção e os corruptos.

O Sr Pont oPTou. Foi só mais uma decepção na vida, nem foi das grandes. Pior foi ser goleado pelo Boca Jrs tempos atrás, ou cair pra segundona duas vezes.

O deputado, ao posicionar-se contra dinheiro público investido na Arena, afirma: “O dinheiro público, do Orçamento Público, sempre escasso diante de tantas prioridades deve ser gasto com muito zelo”.

Eu não me lembro de ele ter dito algo sequer parecido quando o governador do seu partido criou 975 contratos emergenciais no ano passado, causando uma repercussão financeira, em 2012, de uns R$ 33 milhões, mais uns R$34 milhões em 2013. Sem falar nas centenas de CCs.

Faltam, pelo que soube, R$ 30 milhões para concluir a obra de ‘mobilidade urbana’ na área da Arena.

Se depender do deputado Raul Pont, a obra não sai. Por preocupação com o dinheiro público ou por coloradismo?

Eu não tenho dúvida. Tenho a coragem de assumir meu ‘preconceito’ e meu ‘fanatismo’.

E ponto.

O melhor de Caio: sacar Douglas

Quem leu e prestou um mínimo de atenção ao que escrevi no comentário anterior não se surpreendeu com a derrota por 2 a 1 para o Juventude, um time modesto comandado pelo treinador que indiquei antes de contratarem Caio Jr.

Se com 45 minutos de bom futebol do Gabriel contra o fraquíssimo time do Canoas o técnico gremista jogou para o alto suas mais caras convicções e armou um esquema com três zagueiros (sem ter um zagueiro sequer realmente confiável), o que vai fazer depois de uma derrota em que seu goleiro, Victor, evitou uma goleada retumbante com grandes, ou melhor, monumentais defesas?

Estou curioso para saber o que fará Caio Jr. Para ser coerente, ele deveria continuar com os três zagueiros. Mas como manter esse esquema que ele tirou da cartola se um, Saimon, cometeu um pênalti desnecessário, e outro, Grolli, foi infeliz ao cabecear contra? É muito guri na zaga. O beabá do futebol ensina que é temerário colocar dois jovens, ainda por cima em busca de afirmação, juntos. O ideal é colocar um veterano, ou experiente, ao lado, como faz o Inter com Rodrigo Moledo.

Não sou contra o esquema com três zagueiros, sou contra a adoção de qualquer esquema em função de 45 minutos de um jogador. Confesso que treinador que muda de opinião assim tão facilmente me preocupa, e muito.

Agora, em meio às nuvens escuras do fracasso no Jaconi, vislumbrei um raio de luz. A substituição de Douglas. Penso que é a primeira vez que Douglas é substituído tão cedo. O talento desse jogador é inegável, mas futebol é, como a literatura, muito mais transpiração que inspiração.

Douglas foi substituído por Marco Antônio, que precisa jogar nessa função para a gente saber se ele tem condições de ser o articulador do time, não tão habilidoso quanto Douglas, mas mais participativo, interessado e comprometido. Pena que Gabriel foi expulso (erro grosseiro do juiz) quando o Grêmio mais pressionava. Isso prejudicou qualquer análise de Marco Antônio.

É o momento de Caio Jr. tomar uma decisão: fazer como os que o antecederam e tentar arrumar um esquema para Douglas, ou substituir o meia de uma vez. É preciso considerar, ainda, que Douglas tem essa questão de renovar ou não o contrato. Douglas, ao natural, não demonstra muita disposição para se doar em campo, imaginem com a cabeça pensando em mudar de ares.

O que dizer do Fernando? Um guri protegendo outros guris. Fernando foi incansável, guerreiro. Marcou por ele e por Léo Gago. Não espero grande coisa de Léo Gago, já escrevi aqui, mas esperava ao menos que ele tivesse pegada, chegasse junto. Alguém viu esse jogador cometer falta? Volante que não chega junto é um meia que não deu certo. Ao Grêmio não serve.

Eu havia escrito antes que ele era o volante que Fábio Rochemback pediu para ser sua sombra. FR é muito, mas muito, superior a Léo Gago. Só que agora já foi. Reservo minha esperança agora em outro guri, o Misael. Mas aí já é gurizada demais para um time em formação. Preocupante.

Por fim, mantenho o que escrevi anteriormente: o Grêmio tem apenas seis titulares. São eles: Victor, que hoje calou os gremistas que o querem fora do time (mas eu sei que eles não vão sossegar enquanto Grohe não entrar na equipe); Mário Fernandes (de preferência como lateral, mas pode ser como líbero no esquema de três zagueiros), Júlio César, Fernando, Marcelo Moreno e Kleber.

INTER

Enquanto o Grêmio navega em águas turbulentas, o Inter segue tranquilo no Gauchão, mesmo com um time reserva. Venceu o Veranópolis por 3 a 1, recuperou Tinga e, conforme eu previ dias atrás, manteve D’Alessandro. Repito: Giovani Luigi vai fazer o diabo para provar que pode ser tão bom quanto foram seus antecessores, e que não é um frouxo como pensa boa parte da torcida colorada.

Luigi, num aspecto está sendo melhor que FC e Pífero: não vende jogador com facilidade, ao contrário.

A continuar assim, com os ventos soprando a favor, o Inter passa pelo Once Caldas.

ARBITRAGEM

Gostei do Daronco no Jaconi. Logo no começo ele acertou ao não marcar pênalti num toque de braço do Mário Fernandes. Teve um comentarista que afirmou que o juiz poderia ter marcado, porque o braço estava afastado do corpo. Errado. MF estava com o braço rente ao corpo. É claro que não estava colado ao corpo, porque ninguém consegue jogar com o braço colado. Talvez o comentarista quisesse isso.

Acertou no pênalti do Saimon e no marcado sobre Marcelo Moreno. Acertou na expulsão do zagueiro do Juventude, mas errou feio ao expulsar Gabriel. Não sei o que disse o auxiliar que estava próximo do lance, mas Gabriel não agrediu ninguém, apenas meteu o braço no peito do adversário numa tentativa de drible.

Os técnicos e a pena de morte

O time do Grêmio começa pelo ataque. Obrigatoriamente. Kleber e Marcelo Moreno se impõem ao natural.

Ontem, numa entrevista, o técnico Caio Jr admitiu isso e ainda comentou que não está acostumado a armar seus times assim, com dois atacantes. “Temos que armar o time para jogar em função deles”, é mais ou menos assim que ele falou.

Caio passou-me a impressão de que isso meio que violenta seu pensamento sobre futebol. Um treinador precisa ser um sujeito flexível, porque só assim saberá trabalhar com os jogadores que possui, tirando deles o máximo em benefício da equipe.

Mas é fundamental que o treinador tenha suas convicções, que podem, é claro, moldar-se à realidade que ele encontra em determinado clube.

Fico imaginando o Celso Roth assumindo um clube em que todos os volantes sejam daqueles que largam a posição e vão faceiros ao ataque. Ele teria que improvisar, mas a tendência é de que fracassaria, porque os seus times sempre contam com pelo menos um volantão. Fora isso, ele se perde.

É por isso que o correto é contratar um treinador a partir de uma convicção de como a gente quer que ele jogue.

Vejamos o Grêmio: o que há em comum entre Renato, Julinho, Roth e Caio Jr? Nada. Talvez Julinho e Roth tenham alguma afinidade em termos de pensamento de futebol.

Parece que não há convicção no Olímpico sobre o esquema que se deseja, o máximo que cobra é um time com pegada, guerreiro, imortal.

Então, se eu sou dirigente, e gosto de um time com dois atacantes, dois volantes e dois meias, vou buscar um treinador que goste de trabalhar nesse sistema. Nunca um Celso Roth, por exemplo.

Eu, particularmente, gosto de um time assim: dois laterais que cheguem com facilidade na frente (tipo Júlio César e Mário Fernandes); dois zagueiros, um mais técnico e outro mais xerifão; um volante tipo para-brisa, que jogue centralizado na frente da área, cobrindo as laterais; dois volantes que marquem forte e saiam para o ataque com velocidade; um meia que se movimente bastante na frente e seja habilidoso, criativo; e dois atacantes que sejam também combativos, participativos.

A partir desse esboço eu iria em busca de um treinador, e contrataria jogadores com as características necessárias.

Assim, não correria o risco de, por exemplo, depois de dois jogos, já começar a cogitar em mudar o esquema colocando três zagueiros só porque um lateral (Gabriel) entrou bem durante um jogo contra um time precário.

Antes de cometer essa tolice, é preciso considerar que o Grêmio ainda não tem sequer uma zaga realmente eficaz e provada, mas tem  meias em profusão.

Se começar a alterar o esquema agora em função de uma vitória sobre o Canoas o técnico Caio Jr estará mostrando que é influenciável e flexível demais. E isso realmente não leva a lugar algum, ou melhor, leva sim, ao fracasso. É o que eu penso.

Respeito empolgações contrárias.

JUVENTUDE

Quando o Grêmio procurava substituto para Roth, sugeri o nome de Antônio Piccolo. Pensamento mágico, porque pouco sei desse treinador. É uma aposta como muitos outros, como o próprio Caio. Mas Piccolo é de Caxias. O Grêmio tem sorte com treinadores vindos de lá. Felipão, Tite e Mano Menezes.

Agora, Piccolo anda fazendo um ótimo trabalho nesse Juventude modesto dos últimos anos. Soube que é um treinador com carisma e liderança. Neste domingo, então, veremos o duelo entre o técnico que eu queria (até por falta de melhor opções) e o técnico que foi contratado só porque estava disponível e tem história no Grêmio.

PENA DE MORTE

Sou a favor da pena de morte. Não para treinadores, não. Nem para juízes de futebol ou dirigentes corruptos. Mas para criminosos como esse de Caxias, que matou um pai e dois adolescentes só por vingança por ter sido demitido da empresa do sujeito. O assassino não tem ficha criminal. Houvesse pena de morte, ele pensaria muito antes de matar. Mas sabendo que depois de alguns anos de cadeia, sustentado por nós contribuintes, ele estará solto…

Os criminosos há muito tempo não se intimidam com a nossa branda legislação penal. Hoje, se mata com muita facilidade.

Os seis titulares e D'Ale

As duas principais contratações do Grêmio, Kleber e Marcelo Moreno, simplesmente começaram a confirmar o que deles se espera. São dois atacantes de alto nível.

Ambos foram bem contra o Canoas. Nada de espetacular, porque recém começam a entrar em forma e o entrosamento é mínimo.

Kleber fez um gol e cruzou para Moreno fazer o seu, o terceiro, com um cabeceio preciso, certeiro, entre dois zagueiros. Então, o que temos é que as duas contratações inquestionáveis estão confirmando e tudo indica que ainda jogarão muito mais.

Já as outras contratações é outra história, outro departamento. São apostas, tanto podem dar certo como errado. Léo Gago é um segundo volante de qualidade razoável, nada mais do que isso.

Se alguém do Grêmio pensa que poderá conquistar um título nacional com Léo Gago como titular, está muito enganado. Fábio Rochemback em questão de dias seria titular. Felizmente, está sendo negociado para a China.

É uma boa notícia, que pode se tornar péssima se não vier alguém de melhor qualidade, como o Ibson, por exemplo. Léo Gago para disputar o Gauchão, está bem. Mas é só. No mais, é um reserva importante.

Marco Antônio segue uma incógnita, ao menos para mim. Não sei do que ele é capaz, além de me irritar com a bolinha que jogou contra o “poderoso” Canoas.

Ele foi tão mal que o Gabriel, tão criticado no ano passado sempre que entrou nessa função de terceiro homem de meio-campo, acabou se transformando no melhor do time, isso jogando apenas os 45 minutos finais.

Em resumo, o Grêmio, dentro da minha visão (admito que já não enxergo como antes, principalmente para ler), tem os seguintes titulares para um time que PRECISA ser campeão nacional:

Vitor, Mário Fernandes, Júlio César, Fernando, Marcelo Moreno e Kleber. Sim, o Grêmio tem seis titulares.

Douglas até pode ser o sétimo titular, mas confesso que já perdi a paciência com ele. Se o técnico Caio Jr conseguir fazer com que ele repita o ano todo o desempenho dos três meses do Brasileirão de 2010, então ele me serve. Mas prefiro não arriscar. Gostaria que ele fosse negociado de uma vez e viesse alguém mais aplicado, mais comprometido, mesmo que não tivesse tanta técnica. De repente, Marco Antônio pode ser esse jogador, quem sabe?

Gostei do Grolli. Mas é muito verde. Zagueiro que impõe respeito precisa ter algumas rugas no rosto.

Saimon é outro que não sei o realmente pode dar. Portanto, por enquanto falta uma zaga titular.

Com certeza, não será o Gauchão que irá testar a real capacidade desses dois jovens.

Só para não deixar passar em branco: o gol do Canoas foi marcado depois que um jogador meteu o braço direito na bola, que acabou sobrando para o zagueiro marcar.

Dois jogos, dois erros grosseiros de arbitragem contra o Grêmio.

D’ALE

Se Douglas tivesse a metade do caráter de D´Alessandro, teria o dobro de utilidade para um time de futebol.

D”Ale, com contrato milionário para deixar o Inter, foi o grande destaque colorado na vitória minguada sobre

o Once.

Sem ele, o Inter não teria vencido. Talvez até perdesse.  O que mostra que o time colorado não é mesmo lá essas coisas.

Sem D’Ale o Inter é um time mediano. Sem ele, a Libertadores é só uma miragem.

Eu, um ativista

Porto Alegre está infestada de ativistas. Tem mais ativista do que mosquito.

Só fui me dar conta disso quando vi o centro da cidade parado em função de uma gigantesca e ruidosa passeata de participantes do Fórum Social Mundial. Todos ativistas.

Entre eles não estava um sujeito condenado por assassinato na Itália, o Cesare Battisti. O italiano foi recebido pelo governador Tarso Genro, responsável maior pela não extradição do indivíduo. Depois, eu o vi pela TV passeando no Mercado Público. Disse que não participou da manifestação por causa do calor.

Não pude deixar de lembrar de um programa de humor dos anos 70, em que uma bela norte-americana radicada aqui dizia com um sotaque carregado, depois de levar uma cantada de um brasileiro malandro:

– Brasileiro é tão bonzinho…

Descobri que ele hoje trabalha numa livraria no Rio e nesta quarta lança um livro na Ufrgs. Vida boa. Paga bem essa livraria. Ou será que alguém está pagando para ele vir aqui? Não duvido.

Battisti é hoje um ex-ativista. Pelo menos é assim que se referem a ele. Fui no dicionário. Está lá: “Membro ativo de um partido, de uma organização. Militante”.

Bah, depois de meio século de existência descobri que sou um ativista. Um ativista esportivo.

Integro uma organização fechada, onde só se entra por convite, e ainda após aprovação do grupo.

Antes de tudo é preciso ser gremista e ter um blog sobre futebol, no qual o Grêmio deve ser sempre o assunto principal. Mas esse grupo de ativistas é como metralhadora giratória, atira pra tudo que é lado.

Não posso falar mais sob pena de ser banido. Tudo ali é tratado de forma sigilosa, nada pode vazar. Por isso, como bom militante, silencio.

Agora, é um pessoal atuante, sempre pensando maneiras de tornar o Grêmio mais forte, vencedor. Não sei quando a ‘irmandade’ foi fundada, mas acho que depois de 2001.

Quer dizer, ainda não conquistou nenhum título relevante.

Mas também ainda não matou ninguém. Ainda.

Meus times do Interior

Meus dois times do Interior, Avenida e Lajeadense, mostraram que com a gente o furo é mais embaixo.

Nasci em Santa Cruz na era do gelo e me criei em Lajeado, entre dinossauros, conforme espalham meus detratores. Portanto, sou Avenida e Lajeadense, antigo Esportivo, conforme lembrou muito bem nos comentários do tópico anterior o meu amigo Ricardo Marmitt.

O Avenida meteu três gols no time B colorado, e só não fez mais porque o juiz (Jean Pierre precisa ir a um oftalmo urgentemente) não viu um dos pênaltis mais escandalosos da história do Gauchão, um puxão de camisa do Bolivar que até o pipoqueiro que estava fora do portentoso estádio dos Eucaliptos gritou.

Já o Lajeadense atropelou o Grêmio no Olímpico. O juiz Márcio Chagas deu uma mãozinha, sem querer, claro, ao Lajeadense, ao não marcar pênalti sobre Mário Fernandes. Depois, quando o Grêmio já perdia por 2 a 0, expulsou o Bruninho, um atacante driblador, que caiu na área. Até não sei se não foi pênalti.

Foi  uma frustração enorme para os quase 20 mil gremistas que trocaram o barzinho de sábado à noite por 90 minutos de irritação. E no seco. Sem aquela cervejinha que a noite abafada pedia.

Quem me lê sabe que eu tenho restrições ao time que está sendo montado. É preciso contratar urgentemente um zagueiro experiente, um líder para esse time manso como ovelha criada no pátio de casa. Claro, estou me referindo ao Lugano, que ainda tem boas chances de vir. Não duvido até que chegue antes do Giuliano (dirigentes gremistas estão negociando ou tirando férias na Europa?).

E o meio de campo? O coração do time precisa de mais força na marcação, criatividade e velocidade. Com os jogadores que possui acho difícil chegar lá.

Léo Gago foi contratado para garantir a titularidade de Fábio Rochemback. Sábado, ele me lembrou o Torino, um meia dos famigerados anos 70 do Grêmio, um período que até hoje me causa pesadelos. O Torino pegava a bola e pimba! na arquibancada. De vez em quando acertava uma bola em gol. Eu, na geral do Olímpico, ao lado do Ricardo, xingava até a quinta geração dele, que até era bom jogador, mas tinha esse defeito. Igual ao Léo Gago.

Faltam dois meias que se complementem. Douglas, Marco Antônio e Marquinhos se sobrepõem. Até o Escudero ou o Lúcio cairiam melhor. Aliás, o Lúcio, porque marca e sai pro ataque com rapidez, merece nova oportunidade.

O ataque, com Kleber e Marcelo Moreno, promete.

Mas a promessa precisa ser cumprida dentro de campo, não no papel.

D’ALESSANDRO

Dias atrás eu escrevi que desconfiava que D’Ale poderia ficar no Beira-Rio. Continuo pensando assim. O presidente colorado vai fazer de tudo e mais um pouco para segurar seu melhor jogador. Se ele pudesse, venderia a rodoviária, com todos os ônibus, para segurar o argentino. É uma questão de amor próprio. Ele sabe que a maior da torcida não acredita nele. Além disso, Luigi, como aconteceu e acontece com dirigentes que sucederam Fábio Koff no Grêmio, quer mostrar que pode ser melhor e maior que o guru colorado, ou Deus, conforme diz o Siegman: Fernando Carvalho.

GIULIANO

Quando um clube manda três dirigentes para atravessar o Atlântico para fazer negócio é porque o negócio já ficou praticamente definido

antes, por telefone, email, fax. Se é pra fazer proposta cara a cara, iniciar uma negociação, basta um dirigente. Havia mesmo necessidade de uma comitiva para ouvir um NÃO?

Ou foi por turismo mesmo?