Agora, os titulares do Palmeiras

O Grêmio fez o dever de casa: venceu o time reserva do Corinthians. Com isso, assumiu o terceiro lugar no Brasileirão, e, de quebra, ultrapassou o Inter, o que aqui na aldeia tem grande significado, mesmo que nada signifique porque o campeonato é longo e o caminho rumo ao título é tortuoso, tão difícil que até hoje um clube gaúcho não chegou lá dentro da fórmula dos pontos corridos.

Mas a vantagem de um ou de outro, no caso gremista, na terra da grenalização sempre apimenta os debates no escritório, nos bares, nas ruas.

Agora, o que interessa mesmo é a Copa do Brasil. É ótimo estar bem posicionado no Brasileiro, mas nada que se comparece a vencer o duelo contra o Palmeiras. Nós já vimos que o Palmeiras está com uma equipe modesta, num nível até inferior ao do Grêmio, até porque não terá Valdivia, seu maior destaque, no primeiro jogo.

O técnico Luxemburgo tem razão ao alertar para o poder de reação e de indignação que Felipão consegue incutir em seus jogadores. Portanto, todo o cuidado é pouco.

Independente disso, mais do que fazer o dever de casa, o Grêmio precisa vencer bem. E isso significa vencer pelo menos com dois gols de diferença, de preferência sem sofrer gol.

Assim, o placar deste domingo contra o Corinthians estará de bom tamanho. O problema é que o Palmeiras vem com tudo e com seus titulares, diferente do Corinthians.

O futebol que o Grêmio jogou hoje será insuficiente para uma vitória com placar tranquilizador na quarta-feira.

O Grêmio teve muita dificuldade para furar o bloqueio armado por Tite, um retrancão de respeito. Felizmente, achou um gol no chute de Marco Antônio, que de vez em quando mostra que existe, contando com a colaboração do goleiro.

Depois, o lance com Souza, que teve outra grande atuação, no gol de André Lima, que bem ou mal está sempre pronto para mandar para a rede, desde que armem situações para isso.

No segundo tempo, o Corinthians se abriu mais, e chegou a ter uma grande chance de gol, que Victor, mantendo a rotina, salvou.

A melhor chance do jogo foi de Kleber, que pegou um rebote na marca do pênalti e chutou desviado. Na hora eu pensei: melhor guardar para quarta-feira.

Sobre MA, que eu tanto critico: escrevi no tópico anterior que não duvidava que diante de um time reserva ele até tivesse uma atuação satisfatória. E teve. MA deu dois ou três passes de qualidade para conclusão e fez o gol. Bom demais pra ele, mas pouco para um clube que almeja grandes títulos e que precisa alguém com maior qualidade para uma função tão importante.

Na comparação com o ex-titular Douglas, que também foi substituído no segundo tempo depois de uma atuação digna de ex-jogador, MA até foi melhor, ou menos mal.

O fato é que Douglas não servia mais, e MA não serve agora.

Que bom que Zé Roberto já está contratado.

O negócio é somar pontos

Se o Corinthians vem mesmo com time reserva o negócio é aproveitar e somar três pontos.

O problema é que talvez na intenção de deixar o jogo mais equilibrado, o que sempre proporciona mais emoção e roer de unhas, o técnico Luxemburgo insista em começar com dez jogadores.

O carimbador, o burocrático Marco Antônio está confirmado para começar. Sei que ele está nos últimos suspiros como titular, porque Rondinelly já começa a partida aquecendo na beira do campo.

Depois, com a estreia de Zé Roberto, MA cairá em esquecimento, ou irá brilhar de volta na Portuguesa, que está precisando do seu talento. Escrevo talento sem aspas porque lá na modesta Lusa, MA está na sua família, junto aos seus iguais ou semelhantes. Agora, talvez contra um time de reservas, MA até dê uma resposta satisfatória, o que poderá fazer alguns leitores apontarem o dedo pra mim. ‘Viu?????”.

Ainda sobre MA, no primeiro tempo do jogo contra o Atlético-GO eu vi um momento raro, talvez único de MA no Grêmio, quando ele avançou pela esquerda e arriscou um drible. Sim, ele driblou. Eu quase não acreditei, duvidei que fosse ele, mas era. Ele passou mas sofreu falta. Depois, voltou à sua rotina apagada e inexpressiva.

Pior que eu perder meu tempo com ele, é o Grêmio perder seu tempo com ele quando poderia estar preparando Rondinelly para ser titular contra o que realmente interessa: o Palmeiras pela Copa do Brasil.

Não quero o mal de ninguém, mas com tanta gente sentindo lesão muscular, um por jogo, por que o MA não pode sofrer um estiramentozinho, coisa leve, só para ficar fora uns 20 dias?

Por outro lado, os caminhos começam a se abrir. Luxemburgo conseguiu armar uma equipe competitiva com a mão de obra que tem.

Edilson está voltando, Werley também. Kleber está a mil e aí está um cara que pode fazer a diferença nesses jogos decisivos da CB. Espero que Marcelo Moreno em condições plenas.

Acompanho com atenção um jogador em especial. Num passado recente eu cheguei a escrever que esse jogador tinha potencial para ser um novo Roberto Carlos, o lateral, não o cantor.

Estou me referindo a Anderson Pico. Ele parece mais interessado, Luxemburgo conversa com ele porque sabe que ali está um diamante em estado bruto.

Até que enfim um técnico que dedica atenção individual aos jogadores. Ele tem feito isso com o Fernando, que está cada vez melhor. A continuar assim, Fernando vira craque. Pena que isso vai significar sua convocação à Seleção.

Voltando ao Anderson Pico: se ele colocar a cabeça no lugar, for persistente, logo será titular do Grêmio.

Sobre técnico conversar com jogador: o Cláudio Winck (craqueza genética na família) no programa Cadeira Cativa comentou sua chance no time titular do Inter, foi contra o Avenida em Santa Cruz. Cláudio, que tem 18 anos, fez um primeiro tempo excelente. No segundo, caiu como todo o time.

Depois disso, ele não foi mais aproveitado. Até hoje ele não sabe por que. Aí, eu perguntei ao guri se o Dorival tinha conversado com ele sobre sua atuação e também por que ele não continuaria no grupo principal. Cláudio respondeu que não.

Quer dizer, o técnico chama o guri para um jogo, o guri vai bem e depois é largado sem uma conversa, uma explicação?

Fiquei surpreso com essa revelação. Imaginava que Dorival fosse diferente.

Eu, se fosse técnico, acompanharia os treinos da base. Telê Santana fazia isso. De vez em quando chamaria um ou outro para treinar e conversaria com ele.

Mas hoje isso é mais complicado, há tantos interesses em jogo.

Mesmo assim, não custa dar atenção aos mais jovens.

Grêmio: crescimento na hora certa

O que é o preconceito, hein? Quando Luxemburgo foi contratado eu escrevi que era uma calamidade. Puro preconceito.

Hoje, depois da convincente atuação contra o Atlético Goianiense, no Serra Dourada, na estreia do Helio dos Anjos – três elementos que sempre foram um tormento para o Grêmio -, e a vitória por 1 a 0, o Grêmio mostrou consistência, personalidade e consolidou um padrão de jogo que se desenhava há alguns jogos.

E tudo isso apesar de algumas individualidades apenas esforçadas, mas que a partir de um esquema bem estruturado, conseguem render o suficiente para ajudarem a vencer adversários desse porte.

Então, não há como negar que aí tem a mão do treinador.

O jogo estava no 0 a 0, e se encaminhava para um empate frustrante, porque o Atlético estava pedindo para perder, mas por falta de qualidade ofensiva o gol não saía, e não aconteceria se Luxemburgo não colocasse em campo Rondinelly e Kleber.

Os dois entraram e deram mais velocidade e movimentação na frente, confundindo a marcação.

Aí, o volante Souza, criticado por alguns afoitos, cruzou na medida para Miralles. O argentino que já havia desperdiçado duas boas chances, limpou a jogada e mandou para a rede.

Saúdo a entrada de Rondinelly, que aos poucos vai ganhar a posição, e, principalmente, de Kleber, que voltou jogando com naturalidade, sem fugir do confronto, do corpo a corpo. Fiquei impressionado com a disposição e a valentia dele, que volta depois de uma contusão muito grave.

Com Kleber, o Grêmio fica melhor, muito melhor.

Marcelo Moreno, por sua vez, terá de jogar muito mais do que vinha jogando para ganhar a posição de Miralles. Acredito que Moreno é melhor, mas terá de mostrar isso em campo. Sem carteiraço.

Não faltarão aqueles que irão desmerecer a vitória, mas o Atlético em sua casa é sempre muito perigoso. O Grêmio mesmo não o vencia no Serra Dourada há mais de duas décadas.

O Grêmio, portanto, cresce na hora certa. Se vai ser campeão da Copa do Brasil é outra história, mas que já mostra mais futebol pra chegar lá, mostra.

INTER

A fábula da raposa e as uvas me veio à mente esta semana. Foi quando li e ouvi alguns cronistas esportivos, colorados, comentando a notícia de que D’Ale estaria indo para o futebol chinês. Diziam que ele não faria falta, que Oscar ou Datolo seriam substitutos à altura. Já se preparavam para a perda.

Contra o SP, D’Alessandro, que voltava de lesão, foi decisivo. Marcou o gol da vitória e provou que será uma perda muito grande para o Inter se realmente decidir ir embora. Oscar e Datolo não são páreo para esse argentino.

Ao final dos jogos desta quarta-feira, tivemos, portanto, dois argentinos decidindo para Grêmio e Inter.

Será um prenúncio do que pode acontecer entre as seleções do Brasil e da Argentina? Ou seja, os argentinos fazendo a festa?

De minha parte, vejo a seleção argentina melhor que a do Brasil.

Ronaldinho e seu amor pelo Grêmio

Ronaldinho não consegue conviver com a rejeição de quem ele mais ama: o Grêmio.

É a avaliação que faço de Ronaldinho e suas circunstâncias, remetendo para Ortega y Gasset – ‘Eu sou eu e minhas circunstâncias’ -, filósofo que pode ser confundido por alguém distraído com uma dupla de atacantes da Espanha.

Ronaldinho tem em sua sala, em destaque, uma foto sua, em preto e branco, com a camisa do Grêmio. Por que em preto e branco, quando há dezenas de belas fotos suas coloridas? Talvez porque essa foto simbolize o passado feliz que ele deixou pra trás em troca de muitos dinheiros.

Ninguém vai me convencer de que aquele menino que engatinhou nas arquibancadas carcomidas  do Olímpico e de onde saiu para encantar o futebol com seu talento e sua arte, mantendo com a bola uma rara relação de intimidade, estava mentindo quando jurava amor ao clube.

Não tenho dúvida de que aquele momento, enquanto Assis esboçava os rumos de sua carreira depois da estrondosa estreia na Seleção Brasileira, foi o da maior verdade de Ronaldinho. Foi quando ele jogava com alegria genuína, quase amadorística, porque vestia a camisa do clube que amava.

Depois, conduzido pelo irmão/pai, Ronaldinho gradativamente deixou de ser ele mesmo. Deixou de ser aquele guri simples e sincero, para repetir frases feitas, vazias, sem qualquer conteúdo, proferidas com olhar se afastando de seus interlocutores, para que seu tormento interior não fosse desnudado. Para que não descobrissem que aquele Ronaldinho era uma farsa, um alterego do irmão/pai.

O verdadeiro Ronaldinho nunca deixou o Grêmio. Quem abandonou o clube e trocou pelo Paris Saint Germain foi a criatura sem alma e sem vontade própria moldada por Assis.

Já contei aqui, tempos atrás, uma conversa que tive com Assis, final dos anos 90, no pátio do Olímpico. Ele projetava o futuro de seu irmão mais novo, que era mais ou menos o seguinte:

– Primeiro, o futebol francês, que é mais light, menos violento, ideal para abrir as portas do futebol italiano ou espanhol. Inglaterra não, porque é um futebol mais de chutões, menos técnica -, analisava Assis naquela época.

Dois ou três anos depois disso, Assis executava seu plano, levando o irmão/filho para o PSG, o futebol francês.

Quer dizer, Assis foi o estrategista e o executor. Ronaldinho, seu boneco, sua marionete, seu instrumento.

Sua máquina de ganhar dinheiro.

A criatura, aos poucos, começou a voltar-se contra o criador. E o fez ao seu jeito, sem afrontar diretamente o pai/irmão, protetor. Ronaldinho passou a ‘viver a vida’, dedicando-se mais aos prazeres mundanos e relegando a profissão a um segundo plano.

Foi a maneira que Ronaldinho encontrou para rebelar-se, protestar, escapar de alguma forma do controle do seu guia.

Foi também uma forma de fugir da realidade incômoda que era continuar jogando futebol sem a alegria pura e profunda dos tempos em que amava e era amado verdadeiramente pela torcida do clube que o encaminhou para o reconhecimento mundial e à fortuna.

Foi, ainda, uma forma de disfarçar a dor lancinante que passou a atormentá-lo quando descobriu que, ao abandonar o lar quente de afeto e carinho, passou a ser odiado e desprezado por aqueles que antes o amavam.

Ronaldinho teve uma oportunidade de reconquistar a paz interior quando seu pai/irmão/procurador negociou sua volta ao Grêmio.

Mas era tarde. A Criatura já não ouvia o Criador. No Grêmio, ele teria de exercer a profissão na plenitude – o que agradaria seu tutor. Ao mesmo tempo, Ronaldinho temia esse reencontro com o passado, com a sua história. Por isso, melhor o clima festivo, mais liberal e descompromissado do Rio.

Agora, esse ser em que Ronaldinho se transformou está em Minas Gerais. Amanhã, estará em qualquer outro lugar.

Mas nunca mais no lugar em que ele sempre quis estar, e nunca mais com a paz interior que perdeu ao tomar o rumo apontado pelo chefe da família Assis Moreira.

A propósito, aqui cai bem Ortega y Gasset:

“Não são as Circunstâncias que Decidem a Nossa Vida…. É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias». Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso caráter”.

Arena: cartão postal e o espaço tricolor

Sábado, dando uma de guia turístico para um amigo norte-americano, jornalista em Ohio, fui conhecer a Arena do Grêmio. Quer dizer, eu pensava que indo ao espaço do torcedor, teria uma visão melhor daquele que será o melhor estádio de futebol das Américas. O máximo que vi foi uma paredão de concreto.

Eu acreditava que haveria um mirante em que se pudesse ter uma vista mais adequada da grandiosidade da obra. Não tenho dúvida de que o espaço dedicado ao torcedor para conferir o andamento da construção foi mais útil quando o paredão começava a ser erguido e se podia, então, visualizar melhor o que será a Arena.

Hoje, o que se enxerga mesmo, é esse paredão. Então, de consolo, resta a maquete, realmente um espetáculo, e um vídeo, muito bem feito.

Eu fiquei frustrado. Como sou sócio tive acesso franqueado, mas paguei para os meus convidados, 10 reais, muito para o pouco que é oferecido. Continuo sem conhecer a Arena.

Meu amigo jornalista, Robbie, apesar de tudo, ficou deslumbrado.

– Por que esse não é o estádio da Copa do Mundo?, perguntou-me espantado, já que na véspera havia passado em frente ao Beira-Rio em reformas.

Comecei dizendo que na hora da escolha a Arena era um projeto, enquanto o Beira-Rio já estava ali consolidado, vistoriado pela Fifa.

Aí ele questionou o fato de que a realidade agora é que Porto Alegre em poucos meses terá um dos estádios mais modernos do mundo, mas que não irá sediar os jogos da Copa em detrimento de outro que está sendo reformado. Acrescentei que havia também interesses políticos, interesses dos gestores do Estado e de Porto Alegre, talvez mais preocupados em obter investimentos para uma área mais nobre da cidade do que para o Humaitá.

Concluí dizendo que, no final das contas, o Beira-Rio irá atender plenamente as exigências da Fifa.

Ele não ficou muito convencido. Imagino que vai acontecer o mesmo com a maioria dos visitantes, que ficarão com dificuldade para entender, e aceitar, como o melhor e mais vistoso estádio de futebol do país ficará fora da Copa do Mundo.

De minha parte, tanto faz o local dos jogos, porque não irei a nenhum. Mas para a Arena, novo cartão postal de Porto Alegre, seria bom estar no esquema, porque aí as verbas para o entorno já teriam sido liberadas.

Não tenho dúvidas, ainda, que aqueles mesmos que sempre defenderam o Beira-Rio como estádio da Copa, mesmo com o impasse ocorrido, serão os primeiros a utilizar imagens da Arena no material de divulgação.

Só espero que tenham a honestidade de colocar a legenda:

‘Arena do Grêmio: aqui não serão disputados os jogos da Copa’.

Um sonho: Ronaldinho no Inter

Quando alguém inteligente se aproxima propondo ‘trocar uma ideia’, eu topo na hora. Sei que vou sair ganhando. Minhas ideias normalmente são pouco luminosas. De vez em quando ainda tenho uma ideia legal, como as cervejas 1983, a cerveja campea, a Kidiaba e a Mazembier.

Não ganhei dinheiro com elas, nem vou ganhar, mas o que me deu de satisfação, de alegria, não tem como avaliar. Conheci muitos gremistas, gente que veio aqui em casa buscar umas garrafas. E confesso que vibrei com cada colorado que me escrevia irritado, me ofendendo.

Não há nada pior que a indiferença.

Pois, meus amigos, tive uma ideia coruscante -li esta palavra numa coluna de um amigo, fui no dicionário.

Uma ideia que repasso de graça.

É o seguinte:

O Inter, que aproveitou uma decisão de primeira instância no tribunal do trabalho de SP para trazer Oscar pensando que ficaria com ele praticamente sem pagar nada, poderia agora repetir a jogada.

Contratar Ronaldinho.

O ex-craque e pagodeiro de segunda categoria – nem sei se existe pagodeiro de primeira linha – ganhou na justiça trabalhista liberdade para acertar com outro clube. Igual ao Oscar, dois anos atrás.

Fico imaginando Ronaldinho Carioca com a camisa vermelha, beijando o distintivo, sorridente ao lado do irmão Assis, ainda mais sorridente. Ambos declarando amor eterno ao Inter. Que momento!

No negócio, para estimular ainda mais o Luigi, Assis poderia ceder por empréstimo, gratuitamente, aquela ampla área da Fundação que está sendo alvo de CPI na Câmara de Vereadores.

Seria um negócio ótimo para as duas partes.

Quero dizer, para as três partes.

A torcida do Grêmio festejaria esse negócio.

Agora, falando sério.

Ronaldinho só não vai terminar do jeito que era antes de Assis começar a ganhar dinheiro no Grêmio porque amealhou uma fortuna imensa.

Caso contrário, terminaria como muitos jogadores que hoje estão passando dificuldades, gente que um dia também já esteve lá em cima, cercado de mulheres, pagando festa para os ‘amigos’, etc.

Cada um é responsável por suas escolhas.

ADEUS

Soube agora há pouco da morte de um velho companheiro, o Carlos Alberto Fruet. Grande jornalista, grande figura humana, um sujeito ético, íntegro. Que vá em paz, com muita luz, amigo. Vai demorar muito, se Deus quiser, mas um dia a gente se vê de novo.

Quem precisa de zagueiro?

Quem ainda sonha com um grande zagueiro no Grêmio neste ano, pode acordar.

O presidente Paulo Odone, durante recepção à delegação juvenil que conquistou um importante título na Alemanha, afirmou no final da manhã que o clube descarta a contratação de zagueiro, defendendo que o grupo já dispõe de bons jogadores para a zaga.

Até umas duas ou três semanas, essa declaração soaria como uma agressão, uma afronta ao bom senso, um absurdo. Hoje, já me inclino a concordar com a decisão da direção, com aval, por certo, do técnico Luxemburgo.

Não tenho dúvida de que se não houvesse tantas carências na equipe, o Grêmio buscaria um zagueiraço, talvez voltasse a insistir com Lugano. Ou mesmo o Naldo legítimo.

Ficou mais uma vez comprovado que um zagueiro razoável cresce se houver um sistema defensivo eficiente. Vale também o contrário: não há zagueiro bom que resista a uma proteção ineficaz, vulnerável.

No Inter, Moledo e Índio sem a blindagem de sempre penaram contra o Flamengo, e o time levou três gols, com participação decisiva dos dois zagueiros. Índio cometeu um pênalti após um lance ridículo, e Moledo conseguiu perder uma dividida para Vágner Love no lance do terceiro gol.

Com a proteção de Fernando, Souza e Léo Gago, que não joga grande coisa, mas se posiciona bem defensivamente, a dupla de zaga está indo bem, e não importa quem jogue. Isso é fundamental. Não importa quem jogue. Até Naldo cresceu. Soube que Grolli está se destacando nos treinos – é um baita zagueiro em formação – e o Saimon está pronto para entrar e não sair mais.

Diante disso, o Grêmio prioriza a contratação de dois laterais, mais um ou dois meio-campistas e um atacante de velocidade. Palavra de Odone. E aí o grupo do Brasileirão estará completo.

Já o grupo da Copa do Brasil é o que está aí. Felizmente, Kleber está voltando. Se Júlio César também retornar para enfrentar o Palmeiras, e MA finalmente for para a reserva, começarei a considerar o Grêmio favorito.

TÍTULO

A gurizada do juvenil voltou com um caneco da Alemanha. Venceu de forma invicta a Raiffeisenbank Vorallgäu Cup, torneio disputado na cidade de Amtzell. Grêmio foi o único representante brasileiro convidado para participar da competição que reuniu os clubes Hannover/ALE, Fortuna Düsseldorf/ALE, Rapid Viena/AUS, Legia Varsóvia/POL, Borussia Mönchengladbach/ALE, Memmingen/ALE e FC Saint Gallen/SUI.

Yuri Mamute foi o goleador gremista, com cinco gols. Espero estar enganado na avaliação que fiz dele até agora.

NILMAR

Não tenho dúvida de que o Inter vai contratar Nilmar. Durante o Cadeira Cativa, com a participação do Luigi, há uns 20 dias, senti que o presidente colorado estava determinado a contratar o atacante. Sabia detalhes do negócio e das intenções do jogador. No mesmo programa, ele praticamente descartou Lúcio, e também o Neto, do Guarani. O Inter vai pagar 8 milhões de euros, número divulgado por Luigi na ocasião.

Resta saber se o dinheiro virá da venda de Damião, ou se vai aparecer de novo um investidor amigo.

Exclusivo: apresentamos o Zé Esquilo

Élvio "Zé Esquilo" Silveira

Quem frequenta o boteco há mais tempo vai lembrar – e como esquecer? – do Zé Esquilo, a alcunha de um velho parceiro, o Élvio Silveira.

O Élvio é o algoz da crônica esportiva. Seguidamente, ele manda mensagens desaforadas – muitas recheadas de palavrões – para o pessoal da mídia. Odeia a TV Globo, a CBF, a Fifa, etc.

Aqui no boteco, felizmente, faz tempo que ele não comparece. Colorado doente e fanático, mas conhecedor de futebol, já comprou briga com vários botequeiros. E confesso que me irritou muitas vezes.

Ontem, eu o encontrei na Justiça do Trabalho, onde eu cuidava de uma ação trabalhistas contra a Caldas Jr (grupo Record) e cujo resultado foi de empate. Para mim com sabor de derrota. Mas isso é outra história.

Menti que estava com saudade dele aqui no boteco. Aproveitei para tirar uma foto para provar que ele existe.

Está aí, com exclusividade, o Zé Esquilo.

Bergson: inscrito na CB e esquecido

A respeito do Bergson, um atacante de qualidade que nunca teve continuidade no time principal, recebi um email do sempre atento assessor de imprensa Bruno Junqueira, que esclarece a situação do jogador.

“Estava lendo seu blog, como costumeiramente o faço, e vi noscomentários que surgiu uma dúvida sobre o Bergson, atacante do Grêmio. Elerealmente estava voltando de uma lesão muscular, como você respondeu ao torcedor,mas já está em condições de jogo. Seguem algumas informações que constaram nonosso último release sobre o atleta.

Situação atual de Bergson:

Tão logo foi encerrada a participação do Ypiranga na Taça Farroupilha,Bergson retornou a Porto Alegre já em fase final de recuperação de uma lesãomuscular e concluiu o tratamento no departamento médico do Estádio Olímpico. Há quase um mês, já reúne condições físicas e legais de jogo, está inscrito naCopa do Brasil, e treina diariamente em uma academia na Capital. O contrato como Grêmio se estende até outubro de 2014.

O jogador de 21 anos e 1,81m foi cedido em fevereiro para a disputa do Campeonato Gaúcho e iniciou bem a trajetória no time de Erechim. Na estreia,pela 7ª rodada da Taça Piratini, o primeiro turno do estadual, marcou um belo gol ao aplicar um chapéu no adversário antes de concluir de pé esquerdo,cruzado. Na partida seguinte, também balançou a rede. Com dois gols em doisjogos, confirmava a condição de destaque no setor ofensivo, mas sofreu duaslesões musculares de grau dois em sequência na coxa direita e acabou ficando fora do restante da competição.

Natural de Alegrete, no Rio Grande do Sul, Bergson fez o processo de formaçãonas categorias de base da dupla Grenal, sendo artilheiro do Grêmio na conquistado Campeonato Brasileiro Sub-20 no final de 2009. No início da temporada seguinte,subiu em definitivo para o grupo profissional. Ainda em 2010, foi convocadopela Seleção Brasileira Sub-19 para um período de treinamentos e para a disputa do Torneio da Amizade, no Paraguai. Desde lá, viveu uma experiência internacional, passou pelo Suwon Bluewings da Coreia do Sul no segundo semestre da temporada passada, e ainda defendeu o Vila Nova, de Goiás”.

Quer dizer, o Bergson, patrimônio do clube, e o que é o principal para esse momento decisivo em que todo mundo se lesiona no Olímpico, um atleta inscrito na Copa do Brasil, está ali, esquecido, ignorado, e o time precisando de atacantes de qualidade.

O Grêmio, que insiste tanto com Leandro, não poderia dar uma olhada com um pouco de atenção e carinho no Bergson?

A diferença que Rondinelly faz

O Grêmio alcançou o que precisava depois de sair perdendo no Brasileiro: uma vitória, os três pontos em casa. Em consequência, mais moral e mais confiança ao time para aquilo que realmente interessa no momento: a Copa do Brasil.

O que se viu no Olímpico é o que vai se ver nos dois jogos entre Grêmio e Palmeiras: muita vontade, muita determinação, e pouca qualidade técnica.

Não por culpa dos treinadores, mas porque realmente há poucos jogadores nos dois times que tratam a bola com carinho e criatividade.

Um deles, é Rondinelli, que entrou quando o Palmeiras era melhor. Foi ele quem sofreu a falta que resultou no gol de André Lima. Ele consegue algo raro nesse time: reter a bola, dar o drible curto, partir pra cima do adversário. Não é muito, mas já muda o modo burocrático de o time jogar. Facundo Bertoglio também consegue fazer isso. Miralles é outro que arrisca. E só. Ah, sim, o Kleber.

Mas como diz o Luxemburgo, que reconhece as limitações de seu grupo, os jogadores que estão aí agora é o que temos para a Copa do Brasil. É preciso, portanto, dar moral para esses jogadores. E Luxa faz isso.

Como exigir que o Pará acerte um cruzamento? Ou que Léo Gago consiga dar continuidade a uma jogada com um passe superior a dez metros? É o que temos.

Para um time que mais uma vez começou com dez jogadores, foi um grande resultado.

Agora, será que esse mesmo placar, na Copa do Brasil, é bom? O jogo da volta é em São Paulo.

Depois do que vi hoje, eu acredito que o Grêmio repita e vença aqui, e pode até conseguir um resultado mais elástico se Luxemburgo contar com um ou dois reforços, como o Kleber por exemplo, mesmo num segundo tempo tempo, e começar o jogo com onze em campo.

O Felipão não merece tanta gentileza, ele agora está do outro lado.

Agora, quebrando uma tradição, aqui vai a minha cotação. Antecipo que não esqueci nada.

As notas do Ilgo:

Victor – firme como sempre, evitou o gol de Barcos no segundo tempo – 8

Gabriel – jogou mais sério, mais interessado, não enfeitou – 7

Naldo – zagueiro que vai bem quando não inventa, está crescendo – 8

Gilberto Silva – conhece os atalhos e as manhas do setor defensivo – 8

Pará – quanto menos dele se espera, menos ele decepciona – 5

Fernando – é simplesmente o melhor volante do sul do Brasil, talvez do campeonato – 10

Souza – grande atuação, para calar corneteiro – 9

Léo Gago – e pensar que tem gente que tiraria o Souza e ficaria com ele. pelo esforço:  5

Marcelo Moreno – outra atuação decepcionante, parece ter desaprendido. Mas este tem cura – 5

Miralles – estava bem, mas sentiu lesão muscular. é um dodói – 6

Depois, entraram:

André Lima – fez o gol e mostrou, que apesar de tudo, é um jogador útil – 7

Rondinelly – o guri entra e o time cresce. Coincidência? 8

Wilson – se é pra segurar vantagem, é com ele mesmo – 7

SABEDORIA

A torcida, em conjunto, é sábia: quando o serviço de alto-falante do estádio anunciou o time, Victor e Fernando foram os mais ovacionados. Sabedoria.

Destaque também para a forma bonita e generosa como Felipão foi recebido. Ele merece.

SÁBADO

O Inter levou um susto daqueles. Saiu perdendo por 2 a 0 desse time inconfiável do Flamengo. Índio deu uma entregada de estreante no lance do pênalti. Espero que isso não complique sua renovação de contrato por mais um ano. Sabem por que Índio empurrou o atacante na jogada do pênalti? Porque ele está acostumado com o Gauchão. Aqui não dá nada.

O Inter estava com um time misto. Estivesse completo, massacraria o time do pagodeiro.