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Grêmio perde dois pontos em casa mesmo com titulares

Aí a torcida gremista se mobiliza nas redes sociais e pressiona por força máxima para enfrentar o glorioso Fortaleza, dentro da Arena, mesmo que tenha jogo pela Libertadores na quarta-feira, e o Grêmio comete esse futebol irritante e nauseante.

O empate por 1 a 1 é mais um indicativo de que o time vai disputar na melhor das hipóteses um quarto lugar na Libertadores, e isso se tiver o reforço de Cavani. Algo que me parece impossível.

Posso estar exagerando, mas é o que casa oferece para o momento. Evidente que tudo pode mudar de uma hora para outra. Por exemplo, se Ferreirinha repetir o que Éverton fez, abrindo defesas compactas a dribles estonteantes. Se Renato conseguir armar um time mais objetivo, que chute mais a gol e não insista tanto em afunilar e tentar o gol abusando da troca de passes nas imediações da área.

Enfim, muita coisa pode acontecer. Mas, hoje, horas depois do resultado frustrante, o que eu sinto é isso: mais uma vez o Brasileirão está saindo pelo ralo. Dizem, como dizem todos os anos, o Brasileirão mais fácil dos últimos anos, o que não é verdade.

De positivo, uma rápida entrevista do Renato, antes do jogo. Ao ser questionado sobre por que colocar o time titular, diferente do que se especulava, contra o modesto Fortaleza, dentro casa, ele respondeu:

-A gente aprende com os erros -, citando o empate na estreia contra o Ceará onde ele escalou um misto frio, praticamente um time de reservas.

Um raro momento de humildade do técnico gremista.

O JOGO

Começo a ficar com a leve desconfiança de que Vanderlei é aquele goleiro que toma os chamados gols espíritas. Teve uma na semana passada e agora este, numa das raras vezes em que o adversário ameaçou o gol.

Sobre o time, o sistema defensivo cometeu algumas falhas, mas nada grave, tanto que Vanderlei praticamente não trabalhou.

Do meio para a frente o time foi lento, exagerou na troca de passes sonolentos que permitiram que o Fortaleza erguesse uma muralha quando atacado. Não gostei de ninguém. Se fosse no Cartola, venderia o time todo.

Exceção foi Luiz Fernando, que mais uma vez entrou bem. Sua expulsão, injusta a meu ver, prejudicou o Grêmio, que perdeu seu atacante mais agudo, mais vertical.

Ferreirinha teve menos de 10 minutos para jogar. Ele poderia ter entrado mais cedo, talvez aos 25 do segundo tempo, mais ou menos.

Sobre o pênalti. Diego Souza errou de novo. Aí aparece o ímpeto e o oportunismo de Luiz Fernando, que pegou o rebote e mandou a bola para a rede. O VAR invalidou o lance, e mandou repetir a cobrança, beneficiando o infrator. Felizmente DS acertou.

Mas já está ficando grave essa situação de desperdiçar tantos pênaltis.

Por fim, o Grêmio, mesmo com esse futebol, criou chances e só não venceu por imperícia nas conclusões e por causa do goleiro Felipe Alves.

Caso Ferreirinha: clube precisa acelerar o processo de avaliação

A tumultuada renovação de contrato de Ferreirinha deverá provocar uma mudança na forma como o Grêmio trata seus jovens talentos. A novela com Ferreirinha, ou Ferreira, como protagonista, teve final feliz nesta semana. E neste domingo ele já deve aparecer no jogo contra o Fortaleza, na Arena.

Para evitar que situações parecidas se repitam, é preciso que o Grêmio – e a maioria dos clubes -, se adapte aos novos tempos, onde tudo acontece com mais rapidez e menos cautela. O guri que se destaca não quer perder tempo. Vive na velocidade dos vídeo games, sonhando com roupas de grife, carrões e vida de superstar, mirando ídolos como Neymar.

Os responsáveis pelas categorias de base precisam estar preparados para detectar quais jogadores realmente têm condições de dar uma resposta que justifique investimentos pesados, mas não existe fórmula para isso. Existem muitos fatores envolvidos.

Se o guri estoura, tudo bem, o retorno será grandioso, mas se for como foguete molhado, que não explode, será muito dinheiro jogado fora.

Ainda assim, esse dinheiro investido sempre será muito inferior aos jogadores medianos e em declínio na carreira que muitas vezes são contratados em detrimento de jogadores da base, sem qualquer possibilidade de retorno financeiro, ao contrário do que pode ocorrer com os jovens da base que são alçados ao grupo profissional.

O Grêmio, na realidade, vacilou com Ferreirinha. Talvez por não acreditar nele. Ferreirinha, de 22 anos, teve um problema sério de fascite plantar (solucionado pelo seu empresário, que buscou tratamento alternativo na Espanha). Isso pode explicar por que Ferreirinha deixou tudo nas mãos de seu representante.

O fato é que ele teve um começo instável e por pouco não foi dispensado. O clube o emprestou para clubes menores. E começou a estourar mesmo no ano passado, no Brasileiro de aspirantes, do qual foi goleador. A renovação de contrato passou a ficar complicada a partir daí.

O importante é que o caso sirva de lição para que todo esse processo avance com mais celeridade. Se os guris e seus jovens empresários têm pressa, o clube não pode ficar atrás, sob pena de assistir a outros ferreirinhas saírem ‘voando’ rumo à Europa.

FORTALEZA

Tudo indica que o Grêmio irá com um time reserva, no máximo um misto frio, para o jogo deste domingo, 16h.

A justificativa é que quarta-feira tem jogo pela Libertadores, no Chile.

O problema é que o time precisa subir na tabela, são três pontos em jogo.

Eu defendo um time misto, poupando apenas os jogadores mais veteranos, que ficariam no banco para uma eventualidade.

Ah, o jogo pode marcar a estreia de Ferreirinha e de Diogo Barbosa. Este eu vi jogar muita bola no Cruzeiro. Grande reforço.

Vitória na Bahia alivia os gremistas e frustra secadores

O Grêmio segue frustrando expectativas, para o bem ou para o mal. Aqueles que esperavam por uma derrota na Bahia para cornetear do roupeiro ao presidente, e colocar o técnico Renato no paredão de fuzilamento, terão de esperar mais um pouco.

Alguém pode pensar que estou exagerando. Nem é preciso percorrer as redes sociais, onde vale tudo do pescoço para baixo, para ver a quantidade de gremistas contrariados com os 2 a 0 sobre o time baiano, o mesmo que empatou com o ‘poderoso das galáxias’ em pleno Beira-Rio.

Como exemplo dessa frustração, cito um parceiro aqui do blog, coisa que não costumo fazer, mas não poderia encontrar maior exemplo. Olha que o “Olavo” escreveu, ali pelas 21h30,resumindo esse sentimento de quem torce e ao mesmo tempo seca, e que eu não consigo explicar:

“Grêmio venceu. OK. Fora, Renato”.

Sem comentários.

O JOGO

Foi uma vitória importante e uma atuação irregular, mas alentadora. Valeu pelos três pontos, fundamentais para um clube que entrou na competição como um dos favoritos. Mas valeu também porque o time mostrou vergonha na cara, e não se intimidou. Ah, e correu até o fim.

Os primeiros 25 minutos foram desesperadores, o que provocou coro de corneta na internet. Muito justo, aliás. Aí o time misto do Grêmio, que jogou sem alguns de seus principais jogadores, fez um gol, o que foi suficiente para dar mais moral ao time que entrou desacreditado por muitos, inclusive eu.

Bruno Cortez cobrou lateral para Diego Souza desviar na diagonal para trás, onde apareceu Alisson para chutar no canto direito. Uma jogada claramente ensaiada pelo ‘treinador de rachão’. No segundo tempo, com o Grêmio já melhor posicionado e mais confiante, uma jogada que lembrou os velhos/recentes tempos:

O jovem Darlan, de movimentação intensa na partida, mostrando que é um volante que ‘pisa na área’, recebeu um passe precioso de Alisson e soltou um balaço inapelável para o goleiro. Um tipo de gol, e circunstância, que da mais moral a qualquer jogador, principalmente para um jovem.

Alisson foi, na minha opinião, o segundo melhor jogador do Grêmio. Fez um gol e deu passe para outro (erro, quem deu passe para o segundo gol foi Éverton), além de participar muito do jogo. Foi talvez sua melhor partida pelo tricolor. Atrás dele, eu escolho Orejuela. Além da entrega, da dedicação e do envolvimento pleno com o jogo, ele apareceu bem também no apoio.

O melhor foi, sem dúvida, o Vanderlei. Fez grandes defesas, mostrou segurança e serenidade mesmo na pressão dos baianos. Esta vitória tão importante tem a participação decisiva do seu goleiro, ainda visto com desconfiança por mim e boa parte dos gremistas.

A lamentar a expulsão de Matheus Henrique, que não joga contra o Fortaleza, domingo, na Arena.

Importante registrar ainda que a ausência de medalhões abre espaço para observação dos jovens da base que aguardam uma chance no time principal. É cedo para conclusões, mas tem gente boa chegando aí.

Cavani: por que sou contra

Ninguém me perguntou e, muito menos, irá me consultar. Mas aqui da minha trincheira, que logo será de áudio e vídeo, não posso evitar de emitir minha opinião sobre a (im) possível contratação de Cavani pelo Grêmio.

Sou contra. Muito contra.

Além do mais, custo a crer que o presidente Romildo, tão equilibrado e parcimonioso com o dinheiro do clube, vá se meter nessa aventura.

E poderia encerrar por aqui este texto. Tanto faz se tem investidores para bancar esse delírio. Quando vejo esses lances midiáticos entro em pânico. Lembro de Kleber, o Gladiador, uma das contratações mais caras da história do Grêmio, com o pior retorno possível.

Outro caso, este mais recente, é Diego Tardelli, que veio, viu e foi embora com as malas cheias de dinheiro.

São inúmeros os exemplos, inclusive do lado do Inter. Forlan. Eleito o melhor jogador da Copa de 2014 acabou contratado pelo rival. Salário altíssimo. Disseram que investidores bancariam. O uruguaio saiu do Inter e entrou na Justiça para receber valores da rescisão e de atrasos salariais.

Esses negócios mirabolantes nunca deram certo. E o custo deles muitas vezes ultrapassa os limites da tesouraria e invade o vestiário, um ambiente muito sensível principalmente quando se trata de dinheiro.

A atuação do time contra o Atlético de Goiás, a pior do Grêmio nos últimos tempos, não terá sido em consequência desses rumores com números estratosféricos?

Até acredito que não. Foi por ruindade geral mesmo, do comando até o ponta-esquerda.

Cavani, é claro, acrescenta tecnicamente, não seria apenas uma jogada de marketing, mas o Grêmio, pelo que se tem visto, precisa mais do que um reforço para qualificar o time.

Seria muito melhor, mais inteligente e racional, pegar parte desse dinheiro e contratar mais uns dois ou três jogadores para titularidade. Afinal, uma andorinha só não faz verão.

Sobre os tais investidores, quem seria capaz de aplicar em torno de 5 milhões de reais por mês para ter um jogador com 33 anos. Mesmo que ele dê um desconto de 50%, ainda assim será absurdamente caro.

Já imagino esse pessoal, os investidores, fatiando contratos com jovens talentos da base. Comprometer percentuais de passes da gurizada é uma política danosa para o clube.

Um clube próximo abusou de fazer isso e se deu muito mal.

Para finalizar, só meto meu nariz nesse caso porque os boatos continuam, apesar dos desmentidos. Virou uma histeria.

O melhor que o Grêmio tem a fazer agora é buscar reforços que possam manter a esperança dos torcedores no título do Brasileirão.

E focar também no jogo desta quinta contra o Bahia. O Grêmio não terá pelo menos cinco titulares. Medo!

Novo empate e atuação ruim. A direção precisa (re)agir

Depois de novo empate e de uma atuação pra lá de preocupante, chegou a hora de agir. Discursos e explicações são dispensáveis, especialmente manifestações que buscam mascarar a realidade. É o que tem saído do vestiário gremista ultimamente, e voltou a acontecer neste domingo, em Goiânia, onde o Grêmio ficou no 1 a 1 contra o Atlético Goianiense.

Lembrar que o Atlético venceu o Flamengo por 3 a 0 na primeira rodada do Campeonato Brasileiro como uma tentativa de valorizar o empate, o quinto em sete jogos, não serve como justificativa para mais uma atuação pobre, medíocre e preocupante.

Por momentos, entre inúmeros passes errados, dificuldades da defesa e falta de criatividade na frente, cheguei a pensar que a continuar assim o Grêmio, tão aclamado nos últimos anos como praticante do melhor futebol do país, sobre o risco de rebaixamento.

O gol de Isaque, aos 40 minutos, depois de um passe preciso de Alisson, reacendeu a esperança de uma reação. Acreditei que aquele primeiro tempo não se repetiria, e fiquei mais tranquilo. O segundo tempo foi igualmente assustador.

Está claro pra mim que a direção precisa agir rápida e firmemente. Acredito que o presidente Romildo Bolzan já tenha o diagnóstico do que está acontecendo.

Por exemplo, a lentidão do time, a falta de uma pegada mais forte e de envolvimento com o jogo. Qual a causa, ou as causas. A preparação física está adequada, é satisfatória? E a parte médica?

E o trabalho de Renato como treinador?

Diferente do que leio nas redes, com boa parte de torcedores querendo a cabeça de Renato, não concordo em trocar de técnico. Poucos dias atrás o Grêmio, este mesmo, teve duas atuações de gala, empatando com Flamengo e Corinthians, mas jogando bem e merecendo a vitória.

O que aconteceu de lá para cá? A resposta deve estar com os dirigentes e a comissão técnica.

Eles têm obrigação de saber o que está levando o time ao abismo.

De fora, a gente percebe que a saída de Éverton reduziu muito o poder de fogo do time, e isto é incontestável.

Assim como é fato que o time cai de rendimento sem Maicon.

Tem ainda a resposta até agora insuficiente de algumas contratações.

São apenas alguns aspectos visíveis desse iceberg.

Por fim, acredito que esse mesmo grupo, com mais uns dois ou três reforços, tem condições de reagir na competição e brigar pelo título, até porque ninguém realmente está jogando um futebol diferenciado.

Presidente Romildo chuta o balde e rompe contrato com TN

O presidente Romildo Bolzan entrou em sua sala, ontem, já determinado a romper o contrato com Thiago Neves, após consultar os advogados do clube.

-Vou botar ordem nesse galinheiro -, declarou, não exatamente com essas palavras porque Bolzan é um sujeito bem educado. Mas acredito que não ficou muito longe disso.

O fato é que o presidente tricolor chutou o balde.

A decisão foi oportuna, porque com mais três jogos haveria aumento de salário do jogador – de R$ 400 mil para 600 mil – e o alongamento do prazo de seu vínculo. Um péssimo negócio.

A lamentar que o Grêmio o contratou, mesmo depois de uma temporada de ex-jogador pelo Cruzeiro, além de outras questões.

Nove entre dez gremistas foram para as redes sociais – eu aqui no meu cantinho baixei a lenha nessa contratação, efetivada no final de janeiro.

Penso que a direção dos clubes e seus treinadores deveriam prestar mais atenção o que dizem os torcedores. Se tivessem feito isso TN não seria contratado, ainda mais por essa fortuna que na relação custo/benefício chega a ser um negócio trágico. Essa contratação entra no rol das piores e mais caras na história do Grêmio.

Dizem que o pai da criança é o Renato. Pode ser, mas isso não isenta os dirigentes do futebol e muito menos o presidente.

Ainda bem que RB se tocou e decidiu agir, já que começava a ser criticado por omissão neste momento crítico do clube, talvez o pior desde sua posse.

Essa ação rápida, enérgica e exemplar me fez lembrar um episódio ocorrido lá pelos anos 90.

Koff presidente, Felipão treinador. Felipão insistia em escalar um volante quebrador de bola. Koff insistia contra o aproveitamento desse jogador.

Num belo dia, koff decidiu colocar um fim no assunto. Raposa velha, negociou o tal volante com o Botafogo.

A situação é diferente, mas o efeito é igual: Thiago Neves não joga mais com a camisa do Grêmio, para alegria dos gremistas de todas as querências.

TN

O jogador emitiu nota no final desta tarde dizendo que não foi informado da decisão do Grêmio. Está muito irritado e revoltado.

Temo que o caso termine em pendenga judicial.

CAVANI

O nome do uruguaio atiçou os gremistas. TN saindo, Cavani chegando. Bom demais pra ser verdade. Foi uma meia verdade.

Parece mais a tática do quero-quero: canta aqui e põe o ovo lá.

O BLOG NA HISTÓRIA

TEXTO PUBLICADO DIA 22 DE JANEIRO CONTRA A CONTRATAÇÃO DE TIAGO NEVES:

Grêmio perde invencibilidade em casa e assusta a torcida

Quando se começa o jogo levando um gol daqueles improváveis, raros mesmo, de um time da zona de rebaixamento, eu não posso evitar. Um pensamento me aflige na hora: esse gol é prenúncio de uma noite de terror.

Não deu outra. O Grêmio jogou uma partida ruim – vou evitar adjetivos mais pesados – e conseguiu, com muito esforço, ser batido dentro de casa pelo Sport, por 2 a 1. O segundo gol foi de pênalti cometido por um jogador de armação, Jean Pierre. Aliás, o segundo pênalti por ele cometido em poucos dias, sinal que ele deve ficar longe da área defensiva.

Já se sabe que o Grêmio é Maicon-dependente. Mas agora, sem Éverton, para resolver as encrencas a dribles, ficou ainda mais nítido que o Grêmio sem Maicon é inconfiável.

Já vai longe o tempo em que eu ia para a Arena tranquilo, sabendo que veria uma grande atuação e provavelmente um resultado positivo. Poderia até perder ou empatar, o que é de futebol e a gente sabe o quanto a bola é caprichosa. Restava, de qualquer modo, a convicção de que no jogo seguinte a vitória viria junto de uma atuação de gala, que me deixava orgulhoso.

O que se viu na Arena nesta noite de 3 de setembro de 2020 é a confirmação de que entramos numa nova era. O técnico Renato Portaluppi, principal responsável por esse Grêmio que deixou este sobrevivente da década de 70 muito feliz, tem agora a missão de reorganizar o time.

Não será fácil, a mão de obra não é das melhores, e isso muito por responsabilidade do treinador – e também da diretoria, claro – avalista de algumas contratações que nada acrescentam, a não ser mais peso na folha de pagamento.

No segundo tempo, com Pepê e Jean Pierre, o Grêmio foi agudo, mais agressivo, mas só conseguiu descontar aos 31 do segundo tempo, um golaço de Pepê após lançamento de Robinho, que entrou bem no jogo. Cinco minutos antes o Sport havia feito 2 a 0.

Domingo, Maicon deve voltar, e com ele o bom futebol. Ainda acredito na capacidade de Renato, que desde 2017/2018 vem tentando manter uma equipe competitiva mesmo perdendo jogadores importantes ao longo do caminho. O último deles, Éverton, dos gols e das jogadas improváveis, fruto de muito talento.

Grêmio em processo de medianização e veteranização de seu grupo

Se o Grêmio quer mesmo o volante Wellington, do Atlético PR (sou antigo, escrevo sem o ‘agá’ porque não simpatizo com esse clube), e o centroavante Gilberto, do Bahia, estamos a caminho de um processo de medianização e veteranização do grupo de jogadores.

É uma política perigosa que até pode levar a algum título de maior expressão, mas a tendência é outra: uma derrocada e o fim de um projeto vitorioso arquitetado pelo presidente Romildo Bolzan, executado por Adalberto Preis e Odorico Roman, e colocado em prática pelo técnico Renato Portaluppi.

Os últimos movimentos da direção e do treinador são preocupantes. Festejei a conquista do TRICAMPEONATO regional, mas meu nível de ambição ultrapassa a divisa do rio Mampituba e as fronteiras das Américas, almejando o mundo.

O que fazer? Os títulos de 2016 e 2017 me tornaram mais exigente. Quero conquistar de novo o Brasil, a Libertadores e, claro, o Brasileirão, mas já não tenho a pretensão de imaginar que verei tão cedo o Grêmio jogar aquele futebol que encantou o país e causou profunda inveja nos colorados da mídia e fora dela, como provam alguns vídeos que rodam pela internet.

Posso dizer, sobre esse time: “Meninos, eu vi”, usando fecho do poema I- Juca Pirama, de Gonçalves Dias.

Voltando à realidade atual. Não vou nem entrar no mérito do nível dos reforços que chegaram recentemente e que estão sendo especulados. Pelo currículo de cada um se percebe que será difícil até para o vitorioso Renato armar um time realmente em condições de brigar com boas chances de sucesso pela Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Libertadores. Sem Éverton tudo fica mais complicado. Renato parece estar montando uma cilada para ele mesmo.

É claro que Renato já provou que consegue alguns milagres, mas se a gente for rigoroso verá que não são poucas as apostas que não deram certo. Acredito na capacidade de Renato, mas ele não é milagreiro, embora ele até possa acreditar que faz milagres, como apontam algumas de suas indicações para o time e iniciativas.

Não gosto da política de contratar veteranos para grupo, que é o que está acontecendo. Alguma contratação pontual, sim, mas não no atacado como está acontecendo.

Se não há dinheiro para contratar jogadores que realmente façam a diferença, é preciso olhar com mais carinho e atenção para a base. Investir na gurizada é o melhor caminho.

Primeiro, porque pode dar certo, com retorno técnico para o time; segundo, ainda podem resultar em ganho financeiro para o clube; e terceiro, custam muito mais barato.

Então, não se justifica pagar para liberar jogadores do porte de Gilberto e Welington. Ambos, curiosamente, com passagem pelo clube que afundou ao deixar de revelar jogadores de alto nível.

Por fim, essa política de gastar com veteranos médios em lugar de investir nos jovens formados no clube já se comprovou ser suicida.

Grêmio é TRI, mas atuação na final acende o sinal de alerta

A conquista de qualquer título deve ser festejada, mesmo que seja o de campeão de uma competição sem o brilho de outros tempos, como é o campeonato regional, o Gauchão.

A derrota por 2 a 1 para o Caxias, na silenciosa Arena retira um pouco do brilho da conquista do TRI campeonato e até causa um certo constrangimento aos vencedores.

O torcedor esperava uma vitória tranquila depois dos 2 a 0 no Centenário, mas deparou com um jogo que iniciou dentro do previsto, com o time de Renato pressionando e dominando as ações, e terminou de forma surpreendente, com o Grêmio acuado pelo time muito bem organizado por Rafael Lacerda.

Realmente, o time foi mal, muito mal. Nada justifica, porém, a revolta e a fúria de parte da torcida TRI campeã gaúcha, esquecida de que para chegar à decisão do campeonato eliminou seu maior rival no Estado para alegria incontida até desses gremistas mais raivosos e agressivos.

São gremistas (?) que infestam as redes sociais para destilar sua raiva em vez de usar o espaço para comemorar e fustigar os colorados, que mais uma vez ficaram de fora de uma decisão de Gauchão.

Bem, isto não interessa aos rabugentos, cujo maior prazer parece ser o Grêmio não ir tão bem para fazer terra arrasada, com a confirmação de uma ou outra de suas teses.

Se eu gostei do Grêmio? Não, não gostei. Fiquei satisfeito até 30, 35 minutos, quando vi o Caxias crescer, ganhar corpo ofensivamente.

Quando fez seu gol aos 13 minutos, com Diego Souza pegando rebote que veio da trave após uma bela conclusão de Éverton, o Grêmio tinha o controle do jogo. Com o gol, o time, como tem ocorrido ultimamente, achou que o segundo gol viria ao natural.

No final do primeiro tempo, torcia para que o Grêmio fosse para o intervalo com a vantagem. Divagava sobre isso quando o Caxias empatou, através de Laércio, um zagueiro goleador. O gol deu novo ânimo ao adversário, que veio para o segundo tempo decidido a fazer ‘terrorismo’ na área do Grêmio com seus atacantes rápidos e dribladores.

Sobre o gol, Geromel estava marcando Laércio, que se antecipou e cabeceou dois passos dentro da pequena área, uma bola que talvez o goleiro Vanderlei pudesse ter interceptado. Laércio merece ser observado mais de perto.

No segundo tempo, o time do Grêmio se perdeu antes de perder. O meio de campo se esfarelou, a defesa se perturbou e o ataque desapareceu. Claro que o segundo gol do Caxias ajudou. Aos 9 minutos, Bruninho chutou e a bola desviou em Kannemann, sem qualquer chance para Vanderlei.

Renato tentou acertar a marcação e ao mesmo tempo não perder força ofensiva. Suas substituições não deram certo. Maicon, poupado, talvez pudesse ter entrado antes para comandar o time, mas não sei se ele teria condições de jogar mais do que alguns minutos. Aos torcedores mais exaltados, lembro que o Grêmio jogou sem Pepê e Matheus Henrique.

O que importa é que o objetivo foi alcançado: o Grêmio voltou a ser TRI. E Renato é agora o segundo treinador a alcançar o tricampeonato gaúcho de forma consecutiva, conquistado antes por Osvaldo Rolla, em 1956, 57, 58 e 59.

Mas fica o alerta. O Grêmio precisa melhorar se quiser algo maior nesta temporada.

INDIVIDUALIDADES

VANDERLEI – fez defesas e intervenções importante. 8

VICTOR FERRAZ – Outra atuação insuficiente. 6

GEROMEL – Vacilou no primeiro gol do Caxias. 7

KANNEMANN – Muita bravura. Infeliz no lance do segundo gol. 8

CORTEZ – Sofreu com os habilidosos do Caxias. 7

DARLAN – Parece ter sentido o peso da responsabilidade. 6

LUCAS SILVA – Muito esforçado, mas pouco lúcido na saída de bola. 7

JEAN PYERRE – Revezou bons lances e apagões. Cansou de novo. 7

ALISSON – Não achou seu lugar no jogo, dispersivo. 6

ÉVERTON – Um início promissor e depois muita luta. 7

DIEGO SOUZA – Um gol de centroavante e muita entrega. 8

Renato une o “meu grupo” para a decisão do Gauchão

O técnico Renato Portaluppi convocou todos os jogadores do grupo para o jogo contra o Caxias neste domingo. Aparentemente é um exagero, porque está em jogo “apenas” um título regional e o Grêmio tem amplo favoritismo depois de vencer o jogo de ida, em Caxias do Sul. Bastaria convocar os titulares e alguns reservas para compor o banco. Por que, então, lotar a concentração?

Esse tipo de iniciativa de um treinador, no caso o melhor do Brasil (JJ foi embora e devolveu o bastão ao técnico gremista), tem um objetivo que muitos podem considerar bobagem: a união do grupo. É uma tentativa de formar um grupo homogêneo, no qual todos disputam em igualdade por um lugar entre aqueles que mais seguidamente são chamados a jogar.

Qualquer treinador de sucesso busca atingir esse objetivo. Algo como formar uma família, mas com o mínimo de ranços que existem na maioria das famílias. Seria algo como a Família Scolari. No caso, é Renato querendo manter a sua, a Família Portaluppi, algo que ele iniciou em 2016 e consegue manter, apesar das dificuldades.

Lembro que Ênio Andrade, treinador vitorioso que deixou Renato amargando o banco de reservas porque havia Tarciso em grande forma, fechava um grupo tipo ninguém entra, ninguém sai. “Seu” Ênio, com quem tive a graça de conviver, transmitiu alguns ensinamentos ao Renato. Um deles, blindar e defender sempre o grupo contra as intempéries do tempo.

Credito boa parte do sucesso de Renato a esse trabalho com os jogadores. Quem presta atenção aos treinadores mais renomados, com longa história, como Luxemburgo e Muricy, sabe o que eles pensam: o sucesso de um time depende dos jogadores. Um pequeno percentual vem da parte técnica e tática. “São eles que resolvem dentro de campo”, declarou Luxemburgo recentemente. Mais ou menos o que disse Muricy semanas atrás.

Outro aspecto a considerar: quando o grupo é muito grande e existem jogadores com faixa etária bem diferenciada, não é incomum a formação de grupinhos. Por exemplo: o grupo dos veteranos, o grupo dos formados na base e o grupo dos que estão se incorporando agora.

Renato, que conhece as manhas do vestiário como poucos, está atento. Ele quer o grupo unido, até porque a caminhada é longa. É por isso que ele costuma falar “meu grupo”, passando a mensagem de que não existe um time, existe um grupo, e que portanto todos podem entrar no jogo a qualquer hora.

É com esse espírito de união que Renato vai para o jogo em busca do tri do Gauchão. Os colorados, que não quiseram abrir mão da disputa diante da pandemia, hoje desdenham a competição.

Estranhamente, alguns gremistas também fazem pouco caso. Esses seriam os primeiros a protestar se o título caísse no colo dos rival maior, abatido pelo Grêmio no meio do caminho. E serão os primeiros a invadir as redes sociais em caso de derrota para o Caxias.