Grêmio em processo de medianização e veteranização de seu grupo

Se o Grêmio quer mesmo o volante Wellington, do Atlético PR (sou antigo, escrevo sem o ‘agá’ porque não simpatizo com esse clube), e o centroavante Gilberto, do Bahia, estamos a caminho de um processo de medianização e veteranização do grupo de jogadores.

É uma política perigosa que até pode levar a algum título de maior expressão, mas a tendência é outra: uma derrocada e o fim de um projeto vitorioso arquitetado pelo presidente Romildo Bolzan, executado por Adalberto Preis e Odorico Roman, e colocado em prática pelo técnico Renato Portaluppi.

Os últimos movimentos da direção e do treinador são preocupantes. Festejei a conquista do TRICAMPEONATO regional, mas meu nível de ambição ultrapassa a divisa do rio Mampituba e as fronteiras das Américas, almejando o mundo.

O que fazer? Os títulos de 2016 e 2017 me tornaram mais exigente. Quero conquistar de novo o Brasil, a Libertadores e, claro, o Brasileirão, mas já não tenho a pretensão de imaginar que verei tão cedo o Grêmio jogar aquele futebol que encantou o país e causou profunda inveja nos colorados da mídia e fora dela, como provam alguns vídeos que rodam pela internet.

Posso dizer, sobre esse time: “Meninos, eu vi”, usando fecho do poema I- Juca Pirama, de Gonçalves Dias.

Voltando à realidade atual. Não vou nem entrar no mérito do nível dos reforços que chegaram recentemente e que estão sendo especulados. Pelo currículo de cada um se percebe que será difícil até para o vitorioso Renato armar um time realmente em condições de brigar com boas chances de sucesso pela Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Libertadores. Sem Éverton tudo fica mais complicado. Renato parece estar montando uma cilada para ele mesmo.

É claro que Renato já provou que consegue alguns milagres, mas se a gente for rigoroso verá que não são poucas as apostas que não deram certo. Acredito na capacidade de Renato, mas ele não é milagreiro, embora ele até possa acreditar que faz milagres, como apontam algumas de suas indicações para o time e iniciativas.

Não gosto da política de contratar veteranos para grupo, que é o que está acontecendo. Alguma contratação pontual, sim, mas não no atacado como está acontecendo.

Se não há dinheiro para contratar jogadores que realmente façam a diferença, é preciso olhar com mais carinho e atenção para a base. Investir na gurizada é o melhor caminho.

Primeiro, porque pode dar certo, com retorno técnico para o time; segundo, ainda podem resultar em ganho financeiro para o clube; e terceiro, custam muito mais barato.

Então, não se justifica pagar para liberar jogadores do porte de Gilberto e Welington. Ambos, curiosamente, com passagem pelo clube que afundou ao deixar de revelar jogadores de alto nível.

Por fim, essa política de gastar com veteranos médios em lugar de investir nos jovens formados no clube já se comprovou ser suicida.