Grêmio é TRI, mas atuação na final acende o sinal de alerta

A conquista de qualquer título deve ser festejada, mesmo que seja o de campeão de uma competição sem o brilho de outros tempos, como é o campeonato regional, o Gauchão.

A derrota por 2 a 1 para o Caxias, na silenciosa Arena retira um pouco do brilho da conquista do TRI campeonato e até causa um certo constrangimento aos vencedores.

O torcedor esperava uma vitória tranquila depois dos 2 a 0 no Centenário, mas deparou com um jogo que iniciou dentro do previsto, com o time de Renato pressionando e dominando as ações, e terminou de forma surpreendente, com o Grêmio acuado pelo time muito bem organizado por Rafael Lacerda.

Realmente, o time foi mal, muito mal. Nada justifica, porém, a revolta e a fúria de parte da torcida TRI campeã gaúcha, esquecida de que para chegar à decisão do campeonato eliminou seu maior rival no Estado para alegria incontida até desses gremistas mais raivosos e agressivos.

São gremistas (?) que infestam as redes sociais para destilar sua raiva em vez de usar o espaço para comemorar e fustigar os colorados, que mais uma vez ficaram de fora de uma decisão de Gauchão.

Bem, isto não interessa aos rabugentos, cujo maior prazer parece ser o Grêmio não ir tão bem para fazer terra arrasada, com a confirmação de uma ou outra de suas teses.

Se eu gostei do Grêmio? Não, não gostei. Fiquei satisfeito até 30, 35 minutos, quando vi o Caxias crescer, ganhar corpo ofensivamente.

Quando fez seu gol aos 13 minutos, com Diego Souza pegando rebote que veio da trave após uma bela conclusão de Éverton, o Grêmio tinha o controle do jogo. Com o gol, o time, como tem ocorrido ultimamente, achou que o segundo gol viria ao natural.

No final do primeiro tempo, torcia para que o Grêmio fosse para o intervalo com a vantagem. Divagava sobre isso quando o Caxias empatou, através de Laércio, um zagueiro goleador. O gol deu novo ânimo ao adversário, que veio para o segundo tempo decidido a fazer ‘terrorismo’ na área do Grêmio com seus atacantes rápidos e dribladores.

Sobre o gol, Geromel estava marcando Laércio, que se antecipou e cabeceou dois passos dentro da pequena área, uma bola que talvez o goleiro Vanderlei pudesse ter interceptado. Laércio merece ser observado mais de perto.

No segundo tempo, o time do Grêmio se perdeu antes de perder. O meio de campo se esfarelou, a defesa se perturbou e o ataque desapareceu. Claro que o segundo gol do Caxias ajudou. Aos 9 minutos, Bruninho chutou e a bola desviou em Kannemann, sem qualquer chance para Vanderlei.

Renato tentou acertar a marcação e ao mesmo tempo não perder força ofensiva. Suas substituições não deram certo. Maicon, poupado, talvez pudesse ter entrado antes para comandar o time, mas não sei se ele teria condições de jogar mais do que alguns minutos. Aos torcedores mais exaltados, lembro que o Grêmio jogou sem Pepê e Matheus Henrique.

O que importa é que o objetivo foi alcançado: o Grêmio voltou a ser TRI. E Renato é agora o segundo treinador a alcançar o tricampeonato gaúcho de forma consecutiva, conquistado antes por Osvaldo Rolla, em 1956, 57, 58 e 59.

Mas fica o alerta. O Grêmio precisa melhorar se quiser algo maior nesta temporada.

INDIVIDUALIDADES

VANDERLEI – fez defesas e intervenções importante. 8

VICTOR FERRAZ – Outra atuação insuficiente. 6

GEROMEL – Vacilou no primeiro gol do Caxias. 7

KANNEMANN – Muita bravura. Infeliz no lance do segundo gol. 8

CORTEZ – Sofreu com os habilidosos do Caxias. 7

DARLAN – Parece ter sentido o peso da responsabilidade. 6

LUCAS SILVA – Muito esforçado, mas pouco lúcido na saída de bola. 7

JEAN PYERRE – Revezou bons lances e apagões. Cansou de novo. 7

ALISSON – Não achou seu lugar no jogo, dispersivo. 6

ÉVERTON – Um início promissor e depois muita luta. 7

DIEGO SOUZA – Um gol de centroavante e muita entrega. 8