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Dunga e o prato de comida

Dunga, quando acuado e pressionado, reage com truculência. Grossura mesmo. Quem acompanha sua trajetória sabe disso. Na hora do sufoco, sai o técnico que se esforça para ser simpático, e entra o volante que não levava desaforo pra casa.

No Gauchão, ano passado, ele atacou o tribunal esportivo da Federação do Noveletto de forma acintosa. Levantou suspeições sobre arbitragens, mesmo sendo favorecido. Lobo com pele de ovelha.

Agora, depois de uma série de vitórias e algumas boas atuações, Dunga voltou a mostrar os dentes e o quanto convive mal com a crítica, com os revezes.

A derrota para a Colômbia foi como um soco no estômago do treinador da Seleção Brasileira. Primeiro, ele reagiu como faz a maioria dos treinadores brasileiros. Culpou a arbitragem.

Depois, como não tem humildade para reconhecer seus erros, culpou o adversário:

– Os colombianos pareciam jogar por um prato de comida.

Uma agressão estúpida. Se o Brasil jogasse sempre por um prato de comida talvez fosse imbatível, independente do treinador. Talvez até tivesse vencido a Colômbia.

Dunga poderia ter admitido que convocou mal e de maneira muito estranha. Poderia assumir que escalou mal, que posicionou o time de forma equivocada. Poderia até elogiar o empenho e a bravura dos colombianos. De vez em quando é saudável reconhecer o mérito do outro.

Mas aí não seria o Dunga que todos nós conhecemos.

Como se não bastasse, Dunga conseguiu incutir nos jogadores o sentimento de perseguição que faz parte de sua natureza desde a Copa do Mundo de 1990. O mundo desabou sobre o cabeça do então jovem e valente Dunga. Desde então, Dunga não disfarça sua mania de perseguição. Todos estão contra ele; todos querem derrubá-lo; a imprensa é mal-intencionada, etc. Sempre há uma armação contra ele.

Percebi isso quando ouvi o Daniel Alves dizer, depois do jogo, que o Brasil está sozinho na América do Sul, onde todos falam espanhol. O Brasil está isolado. Por isso, pode ser vítima de arbitragens suspeitas e de adversários rancorosos e invejosos.

Identifiquei ali, naquelas palavras, o jeito Dunga de ser.

Estão todos contra nós, precisamos nos unir. Imagino o Dunga esbravejando no vestiário, cuspindo fogo como um dragão ferido.

É o Dunga lutando contra um velho fantasma que ele não consegue exorcizar.

A continuar assim, ele viverá outra ‘era Dunga’, agora como técnico de futebol.

O curioso fascínio por argentinos e afins

Que o Grêmio precisa de um atacante goleador ninguém questiona.

O que me deixa intrigado e inquieta também a maior parte da torcida gremista é por que esse jogador precisa falar espanhol? Se for argentino e cabeludo – o que é quase uma redundância -, melhor ainda para o farejador e garimpador de ‘talentos’ do clube.

Dia desses o nome da vez era Munhoz, um chileno com trajetória mediana. Nada que indique ser ele melhor que Pedro Rocha ou Mamute. Ah, mas ele é argentino, cabeluno e, o máximo dos máximos, usa tiara.

Hoje, migramos para o argentino e, claro, cabeludo,Pavone. Joga de Velez e, aos 33 anos, ostenta três ‘rutilantes’ títulos:  Torneio Apertura da Argentina (2006), Copa México (2013) e Liga dos Campeões da Concacaf (2014).

Pelo que li Pavone começou no Estudiantes, onde ficou uns sete anos. Depois, como um macaco – posso usar essa expressão porque ele é de etnia branca -, foi pulando de galho em galho.

Assim, de longe, não me parece ser superior ao Braian, contratado pelo mesmo descobridor de talentos.

Tudo indica que nenhum deles é solução para o Grêmio, que nos últimos anos empilha jogadores de fora com raros casos de sucesso.

Entre jogadores medianos de fora ou daqui mesmo, melhor investir firme e honestamente na gurizada da base.

Por enquanto, dos Pavone, prefiro a Rita dos meus tempos juvenis. Às vezes acho que o martelo que ela segura enquanto canta seu maior sucesso poderia ser útil nessa hora.

NOS ACRÉSCIMOS

Escrev i o texto acima faz dois dias. Hoje, dia 17, mais dois argentinos estão na parada: Cristaldo, que pode deixar o Palmeiras, e Pablo Osvaldo, que defendeu o Boca e pertence a um clube inglês. Ah, Osvaldo usa a tal tiara. Acho que este tem mais chance de vir.

O DVD

Passei o fim de semana em Saudades, a 50km de Chapecó. Num lugar chamado Linha Coxilha.

Na maior parte do tempo junto a um fogão à lenha. Muita cuca e chimarrão.

Não pude ver os jogos do Brasileirão.

Pelos comentários dos amigos botequeiros, o Grêmio mereceu vencer. O time de Roger está tomando forma, pelo jeito.

Vi os melhores lances agora há pouco, na internet.

Quero dizer que não vi falha no gol sofrido por Thiago. Chute forte, no canto direito. Depois, Thiago salvou o time de um empate.

Já o Inter perdeu para sua maior assombração nos últimos anos.

A torcida paulista lembrou o DVD feito pelo hoje radialista Fernando Carvalho. Lance de bom humor.

Tem gente que não gostou. Gente mal-humorada.

O pior é que o funcionário que colocou a frase ‘#põenodvd’ pode ser demitido.

A arte de valorizar jogador com factóides

Dia desses, zapeando de canal em canal, deparo com o Falcão dando entrevista para uma dessas emissoras alternativas. Peguei a conversa no final. Ele concluía dizendo que a imprensa mudou muito, que, ao contrário de outros tempos, não segue a regrinha básica de ouvir as partes envolvidas antes de publicar alguma coisa.

Pronto, Falcão dando um puxão de orelhas em seus ex-colegas (ele trabalhou na Gaúcha um tempo). Na hora fiquei meio chateado. Afinal, Falcão não seria a pessoa mais habilitada a falar sobre jornalismo, mesmo sendo casado com a Cristina Ranzolin e ter transitado pela profissão.

Mas acabei admitindo que ele tem boa dose de razão.

Vejam essa caso do Rodrigo Dourado. Ele tem uns 20 jogos pelo Inter, surgiu para o mundo futebolístico agora. Já estaria despertando interesse de clubes europeus. E não é qualquer porquera, não, é clube grande, poderoso.

Até aí tudo bem. Pode ser coisa de empresário, um planta notícia aqui, outra ali. Daqui a pouco a especulação oriunda de Porto Alegre pode virar notícia vinda da Europa. Já era assim antes da internet, imagine agora. Eu chamava de efeito bumerangue.

O empresário chega para o repórter – normalmente louco por um grande furo – e diz que tem uma notícia quente, uma bomba, mas que não é pra ele publicar. O repórter, claro, diz que é um túmulo. O empresário sabe que será só virar as costas que a ‘notícia’, o furo de reportagem, estará circulando.

O repórter, eventualmente, pode ainda manter contato com um veículo de comunicação do outro país. Vai dizer que tem a informação de que Rodrigo Dourado, por exemplo, está nos planos do Manchester  United, nome que o empresário lhe passou. O jornalista além mar diz que não sabe de nada, óbvio. Final do contato, por email, face, telefone, sei lá, o repórter inglês no caso colhe informações sobre Dourado e, mesmo que o Manchester não confirme interesse específico e concreto, lança a informação. A notícia, plantada muitas vezes na mesa de um bar na Cidade Baixa, acaba voltando como se a fonte original fosse europeia. E isso, amigos, atiça as equipes de reportagem.

Afinal, se veio de um jornal inglês, italiano ou alemão, deve ser verdade. Os mais experientes sabem que não é bem assim, mas deslizam na onda, muitas vezes porque é apenas algo novo e até porque a especulação pode virar fato.

Mas falta um número nessa brincadeira. Quanto o clube europeu está disposto a pagar? Alguém chuta: 100 milhões de reais. No caso de Dourado é um absurdo. Mesmo sendo jogador do Inter, que normalmente lança números estratosféricos em suas negociações.

Nos velhos tempos jogador brasileiro só valia mais do que 10 milhões de dólares se tivesse vestido a amarelinha, o que não cabe a Dourado, ao menos por enquanto.

Geferson, por exemplo, pelos critérios anteriores, valeria mais que Dourado, porque já vestiu a camisa da Seleção, mesmo que isso cause o maior espanto.

No meu tempo de jornal eu chamava esse processo todo de efeito bumerangue. Admito, já fiz disso, e o interessante que não raro as partes gostam de ideia e o negócio acaba saindo.

Esse tipo de notícia sacode o ambiente esportivo, rende milhões de opiniões e debates nas redes sociais e veículos tradicionais.

ATENÇÃO

Ficarei uns dias fora do ar. Estarei escondido num sítio do Oeste catarinense. ‘Lá onde não mora ninguém’, como canta o Agepê, e a internet é movida a manivela.

De lá, conforme os acontecimentos, cruzo a fronteira e vou pedir asilo na Argentina, que é ali do lado. Ou embarco direto para o Congo, onde acredito que já encontrarei o RW encharcado de garrafas de Bardal.

Não verei o jogo de domingo na Arena. Duvido que a TV de lá passe o jogo do Grêmio, embora a região seja quase toda de gremistas.

Espero a análise de algum botequeiro para compensar esse vácuo na programação.

Pode mandar o texto para o meu email: ilgowink@gmail.com

Rendeu até esse post.

Se eu fosse treinador de futebol…

Se eu fosse treinador de futebol – quer dizer, se eu fosse contratado para treinar um time, porque na verdade todos nós somos’treinadores de futebol’ ou metidos a – chegaria no clube e analisaria as características de cada jogador para só depois definir o esquema.

Todos nós ‘treinadores não reconhecidos’ temos nosso esquema preferido e gostamos de brincar com os números. Há também os que criam losangos e outras figuras geométricas, mas isso é para os seres superiores, os que enxergam o que poucos privilegiados conseguem ver. Eu fico só nos números. Gosto de um 4-4-2, mas aprecio um 4-3-3, com variação para 4-3-2-1, mas nada muito rígido, porque quando a bola começa a rolar tudo pode acontecer.

Então, conhecendo o Grêmio e já tendo opinião formada sobre quase todos os seus jogadores – tem uns da base, como o Raul, que não conheço porque me sonegam essa oportunidade para escalar gente que decididamente não tem condições de titularidade. Mas isso é outra história, uma história que talvez seja proibida para menores de 18 anos.

Eu tenho ideia fixa sobre a importância do meio de campo. Acredito firmemente que um meio de campo forte, consolidado, estruturado, mesclando técnica e marcação dura, é não apenas o centro do time, mas também a alma do time. O coração do time. É o meio de campo que bombeia o sangue para manter vivos e ativos o ataque e a defesa.

O Grêmio que eu vejo – respeito muito quem pensa diferente – tem um meio de campo que pode ser chamado de meia-boca. E isso já faz tempo. É um meio de campo concebido por alguém que gosta do futebol elegante, do volante que pede licença para tirar a bola do adversário e que raramente – Deus me livre! – suja o calção.

E aí, meus amigos, não há defesa que resista. A zaga do Grêmio, considerada por muito a melhor do ano passado, vira peneira, casa de mãe Joana, onde todos entram sem bater à porta.

Cabe no Grêmio atual um reforço no meio de campo. Quem sabe um famigerado – para muitos – trio de volantes. Mas não vejo volantes com as caraterísticas necessárias para montar um trio ao mesmo tempo combativo, rápido e minimamente criativo.

Com o ataque atual, que é fraquinho, o correto seria armar um time defensivo e depois jogar no erro do adversário, jogar por uma bola, como fez Renato São Portaluppi em sua segunda e mais uma vez exitosa passagem pelo Grêmio como treinador. Desculpem-me os anti-renatistas, mas eu não resisto à uma provocação. Perco o amigo, mas não perco a provocação.

Sem me alongar mais, eu ousaria armar um esquema com três zagueiros. Com isso, ganharia em solidez defensiva – Rodolpho já provou que é ótimo ladeado por zagueiros – e versatilidade para atacar.

Meus laterais/alas seriam Gallardo, que se projeta bem, e Marcelo Oliveira, ou Júnior, que começou em alto nível e depois caiu. Quem jogou bem uma vez, pode repetir. Os dois obrigatoriamente devem apoiar, e muito.

Agora sim é possível aceitar volantes mais técnicos, porque o serviço sujo vai ser feito pelo trio de zagueiros. Wallace e Maicon à frente dos zagueiros, mas ambos com liberdade para avançar e juntar-se aos atacantes como elemento surpresa. O melhor seria que um deles fosse mais rápido e mordedor, estilo Ramiro, por exemplo.

Mais à frente, dois meias ofensivos: Giuliano e Luan. Ambos com menos obrigações defensivas, mas não isentos de combater até a intermediária eventualmente.

Na frente, como referência, o Mamute, que é o que a casa oferece de melhor: força e velocidade. Pode ser também o Pedro Rocha.

Pois o meu time como treinador seria esse, observando apenas que é um time montado com base nos jogadores que estão sendo mais utilizados.

É óbvio que entre buscar jogadores médios e investir e dar força para a base eu ficaria com a segunda hipótese.

Mas isso se eu fosse treinador e, claro, tivesse o poder de indicar e/ou vetar jogadores que o diretor de futebol tentasse me empurrar goela abaixo.

Acho que eu não duraria como treinador de futebol. Melhor ficar por aqui dando meus palpites.

A dura realidade gremista e a gangorra emperrada

Alertei sobre a ‘revolução’ que Roger estava fazendo no Grêmio, segundo li no jornal ZH logo após a alentadora vitória sobre o Corinthians. Digo estava porque quero ver o que vão dizer  aqueles ‘especialistas’ que viram em Roger Machado capacidade de transformar água em vinho em poucos dias de trabalho.

Não existe milagre no futebol. É fato comprovado cientificamente que existe, isto sim, os deuses do futebol. Se alguém duvida é só ir ao Beira-Rio, onde pelo jeito estão morando.

Mas milagre mesmo ainda não vi. O mais próximo de milagre no Grêmio, nos últimos cinco anos, foi protagonizado por Renato ‘São Portaluppi’, quando ele conseguiu fazer Douglas jogar tanto a ponto de ser convocado à Seleção. Sem contar outros que nada jogavam e que de repente, como num passe de mágica, começaram a jogar. Mas é melhor não falar de Renato, que, segundo alguns, em especial colorados invejosos e revanchistas, nem treinador é.

O assunto é Roger. Pois Roger não é mágico. Qualquer gremista de qualquer ponto do planeta, e até algum extraterreste que esteja entre nós, sabe que o Grêmio ‘malimal’ tem um time para disputar vaga na Sul-Americana.

Além de ter um time titular que não convence e não assusta ninguém, apesar do bom desempenho contra o Corinthians, o Grêmio sofre com a falta de reservas suficientes para encarar uma campanha tão longa e desgastante como o Brasileirão, e ainda com a Copa do Brasil em paralelo.

O que se viu sábado, em SP, foi um técnico desesperado à beira do gramado, se desdobrando para acertar a marcação e o posicionamento com a bola andando. Os ouvidos mais sensíveis não curtem treinador assim, gritão. Eu acho importante esse temperamento sanguíneo, dentro e fora do campo de jogo, principalmente dentro.

E também nesse aspecto o Grêmio está sofrendo. Enquanto Roger vibra e tenta jogar com o time – o que em Felipão era um defeito grave para os anti-scolaristas -, o que se viu no Morumbi um time como um todo por vezes apático. Não adianta meia dúzia pegar junto enquanto outra parte da equipe não doa mais de si em favor do coletivo.

Os últimos minutos foram deprimentes. Todos devem lembrar o lance em que Braian Rodriguez corria de um lado para outro para roubar a bola, até que ele parou um segundo para cobrar o mesmo empenho dos jogadores mais próximos. Era o momento de ir para cima com tudo, sem medo, porque o SP vencia por 2 a 0.

Nesse aspecto, me parece que faltou essa voz ativa e forte do homem à beira do gramado. Não sei se Roger cobrou mais garra e vibração de sua equipe para interromper o ‘olé’ do time paulista. Se ele, como o time, nada fez para conter aquele toque de bola humilhante, bem, aí minha preocupação aumenta.

O Grêmio já sofre com a falta de maior qualidade no time, em especial de um goleador com boa presença de área (Alecsandro me serve).

Agora, não se pode ficar assim: um dia o time vence, e tudo está bom; no jogo seguinte perde, e aí tudo não presta.

O time tem imperfeições. Roger conseguiu dar nova dinâmica ao time em dois jogos, mas não repetiu contra o São Paulo, que, afinal, jogando em casa, é normalmente favorito contra qualquer time.

Mesmo sem jogar grande coisa, o Grêmio perdeu por detalhe. O primeiro gol foi quase um acidente, uma infelicidade da zaga na bola aérea. O segundo gol foi um escândalo. Não houve pênalti. Marcelo Oliveira encolhe o braço na hora do cruzamento. Mais absurda que a marcação do juiz, que deve decidir na hora e tem outro ângulo de visão, é a opinião do comentarista de arbitragem Márcio Chagas, um gremista arrependido. Depois de ver e rever o lance, seguiu dizendo que foi pênalti.

Penso que ele, Chagas, insiste porque caso contrário não teria como explicar por que viu aqueles dois ‘pênaltis’ contra o Cruzeiro/RS, quando ele e outros luminares do apito gaudério vieram com aquela lorota de que o jogador, ao se jogar na frente do adversário para interceptar o cruzamento ou chute a gol, está assumindo o risco de ter a bola batendo em seu braço, configurando, então, pênalti. Ora, vão catar coquinhos.

Estou curioso para ver o que dirá Chagas num lance assim marcado contra o Inter. A favor do Inter e contra o Grêmio a gente já sabe como ele posiciona.

O Grêmio foi prejudicado pela arbitragem contra o São Paulo. Toda a imprensa paulista reconhece isso. Mas o maior prejuízo gremista foi causado pela limitação técnica do time. Não adianta a direção vir dizer que tem muita gente boa na base. Não tem. Tem alguns como o lateral Raul, que ninguém consegue entender por que não é testado, e se prefere improvisar um volante com pouca velocidade na lateral. Hoje está todo mundo dando pau no pobre Felipe Bastos.

A respeito de FB, lamentável a discussão entre ele e Luan para cobrar uma falta. Na próxima vez, que joguem uma moeda para cima, porque nenhum deles é sumidade em cobrança de falta. FB ganhou no grito, mas cobrou mal como normalmente acontece. Nada garante que Luan cobraria melhor.

Por fim, penso que Roger armou bem o time com o material disponível para o momento. Que culpa tem ele se Júnior, motivo de muito ranger de dentes contra Felipão, jogou um futebolzinho de quinta categoria. de novo. Esse rapaz surgiu muito bem, mas depois nunca mais repetiu as atuações iniciais.

Que culpa tem Roger se ele olha para o banco e vê como opções para melhorar o ataque o Vitinho, com aquele jeito de ‘o-que-é-que-eu-estou-fazendo-aqui’?

Se Vitinho não jogar nada, como parece ser o caso, estaremos diante de uma situação que vai exigir uma ‘CPI’ no futebol do Grêmio.

Vou parar por aqui porque minha coluna lombar está me fazendo sofrer, não tanto quanto o Grêmio e a posição da gangorra no RS, mas dói.

INTER

O Inter venceu o Coritiba até com facilidade. E não poderia mesmo ser de outro jeito. Estádio lotado e um time confiante, seguro de si.

O Coritiba até que lutou, mas caiu ao natural.

Foi uma bela festa em homenagem a Fernandão, um dos mais importantes jogadores da história do clube. A comparação com Falcão que andei lendo por aí atribuo apenas ao fato de ele ter morrido tão cedo e de forma tão trágica.

No Brasileirão, repito que vejo o Inter é um dos favoritos ao título. A gangorra emperrou com o Inter na parte de cima.

Elogios em excesso e a ‘revolução’ de Roger

Diz o ditado que elogiar nunca é demais. Todos sabem que não é bem assim, principalmente quem tem filhos.

Eu sempre desconfio de elogios em excesso. Encha a bola de um jogador, por exemplo. Se o cara não tiver boa estrutura ele já sai caminhando diferente e no jogo seguinte entra de salto alto.

No vestiário, depois, ele volta à realidade. Isso se o time todo não ficou contaminado com aquele vírus que por vezes atinge jogador convocado para a seleção brasileira.

Por isso, me preocupo quando leio e ouço tantos elogios ao Roger e quando usam a expressão ‘revolução’ para rotular um trabalho que recém começou.

Não que Roger não mereça elogios. Ao contrário. Ele começou muito bem e tudo indica, por suas entrevistas ponderadas e serenas, que ele deve levar o time ao um outro patamar.

Desde, é claro, que receba reforços.

Desconfio até que certos elogios têm como objetivo dizer que está tudo certo, que não precisa reforçar e que o time atual com Roger no comando pode sim sonhar com o título brasileiro.

Espero que esse tipo de manifestação entre por um ouvido e saia por outro.

O Grêmio ao que tudo indica ganhou um treinador competente, mas o time ainda precisa de reforços. Por exemplo, um goleador, um matador.

Depois, com mais qualidade e também quantidade – o campeonato é longo -, Roger poderá mesmo iniciar uma revolução.

Antes disso, Roger, desconfie de tantos elogios.

DESFALQUE

Contra o São Paulo, que vem de ótima atuação contra o Santos, venceu por 3 a 2, o Grêmio não terá Wallace.

Desfalque importante. Wallace foi destaque do time nos dois últimos jogos.

O pior é que não há substituto à altura. Roger talvez tenha que improvisar. Passar Marcelo Oliveira para o meio, colocando Júnior. É o mais lógico.

O problema é que Marcelo com mais liberdade é um trunfo, como mostrou contra o Corinthians.

Outro desfalque é Gallardo, logo agora em que ele começa a mostrar bom futebol.

Seria uma oportunidade para colocar Raul, mas o guri segue fora dos planos.

Duvido que seja apenas por questão técnica.

Grêmio se impõe na Arena e vence com autoridade

Um sonho. Parecia um sonho. Aos 2 minutos, Giuliano, pegando cruzamento perfeito de Pedro Rocha, fazia 1 a 0 no Corinthians, jogo de seis pontos, porque os dois clubes, em tese, entram para disputar título no Brasileirão.

Mas tive que me beliscar mesmo foi quando dois minutos depois Marcelo Oliveira fez 2 a 0. Opa, algo está errado. Duas chances de gol, dois gols. Cem por cento de aproveitamento. Algo está errado. Não é o Grêmio perde-gol. É um sonho.

Não era um sonho.

O Grêmio jogou um futebol como há muito não se via na Arena. Um futebol de lavar a alma, de fazer renascer a esperança.

Sob o comando de Roger Machado o Grêmio já merecia ter vencido no Serra Dourada, o que seria uma façanha quase épica.

Ontem, os gols não feitos sobre o Goiás afloraram generosamente contra o Corinthians: 2 a 0 em quatro minutos.

Lógico, o time de Tite, formado há mais tempo e sempre um candidato natural ao título, reagiu. Conseguiu descontar e por pouco não empatou.

O jovem Thiago mostrou o acerto da decisão de Roger, que optou pelo guri da casa em detrimento do Bruno Grossi. Thiago se mostrou seguro o tempo todo. E, no final, brilhou. Simplesmente brilhou ao defendeu um cabeceio mortal, retendo a bola quase sobre a linha do gol.

No segundo tempo, o Grêmio suportou bem a pressão do time paulista e sempre se manteve pronto a atacar. Por isso, conseguiu chegar ao terceiro gol, marcado por Luan.

Luan, um capítulo à parte. Há muito tempo venho dizendo que ele é o maior projeto de craque do Grêmio nos últimos anos. Por vezes ele é irritante, mas se trata de um talento quase sublime.

Não tenho receio em afirmar que em breve Luan, se manter o foco no futebol e deixar a noite de lado, estará jogando num Real Madrid, num Barcelona. Escrevi algo parecido a respeito de um tal Ronaldinho na época do Correio do Povo.

Ver Luan jogar já é um motivo a mais para ir a Arena.

Além de talentoso com a bola, não se micha pra cara feia.

O time teve outros destaques no jogo. Aliás, todos jogaram bem.

Mas eu destaco o Giuliano, sempre tão cobrado, e o Marcelo Oliveira, jogador que sempre despertou minha atenção não apenas pela qualidade, mas principalmente pelo espírito guerreiro, pela entrega constante e profunda. Ontem, fez um golaço, ao concluiu uma jogada que ele mesmo iniciou ao lançar Giuliano pela direita. Correu para o meio e aparou o cruzamento para fazer o gol em grande estilo.

É bom destacar esses dois porque ambos foram muito contestados, em especial Marcelo por ocupar o lugar que alguns acham que deveria ser de Júnior.

Enfim, foi uma noite gloriosa. É cedo para conclusões definitivas, algo quase impossível no futebol, mas Roger Machado deu, em poucos dias, uma nova cara ao Grêmio.

Se vai durar, não se sabe, mas que é uma sensação boa não há dúvida.

Os velhinhos da Fifa e suas práticas sombrias

Quem me acompanha há mais tempo sabe que a Fifa é uma entidade que eu desprezo. Não que os velhinhos da Fifa se importem com minha opinião, mas eu sempre os desprezei.

Vi o Inter, com apoio e incentivo daquela parte da imprensa gaúcha que esperou 23 anos para empatar com o Grêmio, tentar colar o nome Fifa ao seu título mundial, por si só grandioso.

Uma bobagem para amenizar os 23 anos de espera angustiante. Uma tentativa de querer dar mais peso ao título obtido em 2006, como se a vitória sobre o grande Barcelona não fosse suficiente.

Hoje, quem pode se afasta desses velhinhos safados.

Penso que os colorados devem ser gratos aquele advogado gremista que denunciou o ‘campeão do mundo Fifa’ cravado no antigo Beira-Rio. A poderosa entidade mandou retirar a inscrição, que naquele momento tanto orgulhava os torcedores.

De minha parte, estou contente com a queda de Blatter, que até demorou para cair. Ele que vá cuidar dos netos e tomar vergonha na cara junto dos demais.

Estou vibrando com o desmanche da Fifa, dessa exposição humilhante dos velhinhos arrogantes e suas práticas sombrias.

Espero que essa varredura atinja a CBF e as federações regionais que enriquecem enquanto a maioria de seus filiados padece e sobrevive miseravelmente.

Espero que muita gente caia, inclusive os que usam os clubes maiores em benefício próprio.

Enquanto isso não acontece me distraio com esses versos de Cartomante, de Ivan Lins e Vitor Martins, que remetem para muitas quedas que estão ocorrendo, inclusive algumas injustas como a de Marcelo Oliveira, no Cruzeiro, substituído por Luxemburgo e seu pojeto:

Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada!!

E me emociono com Elis:

ROGER

Sábia decisão do Roger essa de escalar Thiago em vez de Bruno Grassi para enfrentar o Corinthians. Bruno terá de esperar sua vez.

No mais, noite de ir à Arena nesta quarta. Grêmio precisa somar três pontos sobre o claudicante Corinthians.

ARENA

Boa notícia: os bancos credores decidiram liberar parte dos recursos das bilheterias ao Grêmio. Em breve, o Grêmio toma posse plena da Arena.

ROMÁRIO

Imitando o cornetadorw:

Por razões que desconhecemos muita gente pediu para publicar o email do Romário.
Está aqui : romario@senado.leg.br

Jantar tripartite: coluna do Cacalo

Um assunto que tem sido destaque na cornetadorw.blogspot.com é tema da coluna do Cacalo no jornal Diário Gaúcho desta terça-feira, dia 2.

Eu entendo pouco de gastronomia, mas curto um bom churrasco. Ainda mais com amigos…

Churrasco, futebol e cerveja combinam muito. No caso desse citado na coluna do ex-dirigente do Grêmio, se é que existiu mesmo, o diferencial é que teria reunido paraguaios, uruguaios e brasileiros.

Um encontro tripartite que, depois de acontecimentos recentes, talvez nunca se repita.

Confiram a coluna do Cacalo:

Recebi quase duas dezenas de e-mails, alguns dias atrás, dando conta de que teria havido um jantar em Porto Alegre, na véspera de um jogo importante do Inter pela Libertadores, onde teriam comparecido alguns dirigentes do Inter, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Novelletto, e alguns dirigentes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Os e-mails informam dois ou três lugares diferentes onde teria acontecido o evento. Confesso que não sei exatamente se houve tal festividade e onde teria acontecido. Mas a dúvida que permaneceu depois do tal jantar, seria – sempre no condicional – sobre quem seriam os dirigentes da Conmebol que aqui estiveram.
E a pergunta é absolutamente procedente porque um dos mais famosos desses dirigentes é representante do Uruguai e, agora, todos sabemos que ele está preso na Suíça. Não quero ser injusto, não sei se é o mesmo que hoje está engaiolado, mas se for e houvesse novamente um jantar de confraternização, esse cidadão tão honrado estaria de fora.

Momento certo

A propósito dessas falcatruas que aconteceram no futebol mundial, penso que as investigações deveriam se estender para o futebol brasileiro, porque, todos desconfiamos que há arranjos em resultados nos campeonatos disputados aqui no país, independentemente de serem patrocinados pela Conmebol.
Era o momento certo e oportuno de desmascarar todos os corruptos do futebol brasileiro, que recebem propinas e assim podem arranjar resultados. Mas, fica tudo na suposição!

Roger estreia bem, mas não supera o apito gaúcho

As expressões de torcedores do Grêmio e do Goiás de certa forma resumem o que foi o jogo no Serra Dourada: decepcionante para os dois times. O que mais se viu ao longo do jogo nas arquibancadas do estádio foi cara de irritação e desânimo. Em alguns momentos, raros, sorrisos e brilho nos olhos, faíscas de esperança.

No caso do Grêmio, que é o que interessa aqui, comemoro o fato de que o time do estreante Roger não perdeu – algo comum no Serra Dourada – e também que foi superior ao adversário. Por momentos me fez acreditar que o futuro num curto espaço de tempo pode ser bom. Mas foi só por alguns momentos.

Aquele lance do gol gremista foi bonito de se ver. Gallardo foi se enfiando entre os zagueiros, o toque sutil de Luan e a bola sobrando para Giuliano. Está aí o lateral!, pensei, piscando os olhos. Esse foi um dos momentos que me fez acreditar.

Depois, vieram outros lances que fizeram a realidade desabar sobre minha cabeça ultimamente muito inchada. Um exemplo: Mamute recebe na área, o goleiro Renan (Kidiaba branco) sai e Mamute chuta muito alto, confirmando que não tem o instinto do matador frio e calculista. Ao mandar a bola para longe e soterrar minha esperança, Mamute sinalizou mais uma vez que é preciso contratar um goleador.

O mesmo Mamute protagonizou alguns lances muito bons, mostrando que é um atacante útil. Num desses lances, ele foi calçado por trás quando tinha a frente da jogada, o zagueiro goiano o derrubou por trás a um metro da área. De onde estava, o árbitro da turma do Noveletto sentiu que a falta poderia ter sido dentro da área, e aí ele teria de marcar, aos 20 minutos, um pênalti a favor do Grêmio, inclusive expulsando o zagueiro. Seria benefício demais para o Grêmio.

Então, pra que se incomodar? Resultado: inversão. O sr Daronco, por incompetência ou medo ou ainda outra coisa, marcou falta de Mamute, que tinha a frente da jogada e poderia marcar o gol, isso se não chutasse de novo na cabeça do pipoqueiro fora do estádio.

Mamute é, portanto, um jogador útil nesse time que Roger Machado começa a organizar. E começou bem.

O Grêmio foi superior ao Goiás durante a maior parte do jogo. No primeiro tempo, então, transformou o Goiás em ‘galinha morta’. Como é ruim esse Goiás, pensei, esquecendo-me que na última rodada esse mesmo Goiás venceu o Palmeiras por 1 a 0, em SP. Palmeiras que bateu o Corinthians.

Então, deixemos muito claro: o Goiás não é uma desgraceira. Inclusive está na ponta de cima da tabela. Se eu gostei do Goiás? Não. Gostei do Grêmio? Sim, em boa parte do jogo. Mas por que essa superioridade técnica e tática não resultou em vitória? Porque simplesmente a bola continua insistindo em não entrar.

Agora, destaco que gostei do Grêmio em relação a ele mesmo. Uma leve melhorada. Insuficiente para projetar e ambicionar algo mais do que uma campanha mediana. O Grêmio tem hoje um time para ficar mais ou menos na posição onde está agora, em torno do décimo lugar. E não é por falta de treinador, pelo que se viu. Roger fez o dever de casa em sua estreia, mostrando um time com mais movimentação na frente e boa consistência atrás. Nada de especial, repito. Mas pra quem está começando é um bom sinal.

O principal problema do Grêmio, e não é de hoje, é a falta de qualidade na frente. Pedro Rocha é um jogador promissor, mas terá condições de ser titular hoje? O Grêmio precisa de respostas e soluções agora, não amanhã. Aí, entra Éverton. Em outros jogos já não havia gostado dele, que até chegou a ter uma ou outra atuação alentadora, mas hoje não tenho nenhuma dúvida: não está pronto para figurar no grupo principal, nem sei se um dia poderá vestir a camisa tricolor. Insistir, é perda de tempo.

A prioridade é a contratação de um ou dois atacantes de padrão superior. Bem ou mal, a bola está chegando. Segue faltando o matador.

Conclusão: o time atual é insuficiente para maiores voos. Roger Machado mostrou que pode dar conta do recado, mas não é mágico para levar esse time ao lugar que o clube e sua torcida merecem.

ARBITRAGEM

Em primeiro lugar, lamentável essa decisão de colocar juiz gaúcho em jogo de time gaúcho. O mesmo vale para outros estados.

O árbitro, queiram ou não, fica numa situação complicada. Sempre vai gerar algum tipo de suspeição.

Já aos gremistas só resta protestar que jogar o Brasileirão com árbitros daqui depois de um Gauchão inteiro é um baita castigo. Um sinal de que os deuses do futebol são neste momento, além de colorados, também zombeteiros.

Fez bem o presidente Romildo Bolzan em reclamar da arbitragem, que além do lance do Mamute – esse juiz só por isso merece pegar um freezer -, não marcou falta em Grohe no empate do Goiás.

O técnico Roger não falou, mas deve estar se perguntando por que apito gaúcho também no Brasileiro.

INTER

No Beira-Rio, o Inter com seu time reserva – talvez o time reserva mais caro do futebol brasileiro – arrancou o empate com o São Paulo de Rogério Ceni e cia. A rigor, foi um bom resultado. Afinal, era o São Paulo, um dos candidatos permanentes ao título.

Diego Aguirre saiu satisfeito, dizendo que o Inter tem tudo para chegar entre os primeiros do Brasileirão. Alguém precisa dizer ao técnico uruguaio que isso o colorado já sabe, o que o torcedor quer mesmo é o título que não vence desde 1979.