Grêmio marca território na ponta de cima

Há algum tempo venho dizendo que os ventos estão mudando. A nau gremista navega a pleno em águas tranquilas, levada por ventos fortes e constantes. E ainda sob a benção dos deuses do futebol.

Antes que alguém pense que tenho bola de cristal ou algo parecido, informo apenas que estou sempre atento aos sinais. Não acredito em coincidências. As coisas acontecem com um objetivo, que muitas vezes não identificamos de imediato. 

Até pouco tempo atrás percebia sinais que encaminhavam o Inter para o tri da Libertadores. Hoje, os sinais indicam outra realidade. Quais sinais? Ora, estão muito claros, e não tem a ver só com o desempenho dentro de campo.

No caso do Grêmio, desde a posse de Roger como treinador que todos os sinais apontam para o crescimento do time. Tudo dá certo, como se Roger tivesse o dom de transformar pedra em ouro. Jogador inconfiável em jogador útil e até importante.

Foi o que vimos na Vila Belmiro. O volante Edinho, ainda fora de forma e com ares de superado, parece ter renascido. Antes do jogo, eu escrevi que se o Grêmio vencesse o Santos com Edinho de titular seria um sinal poderoso de que o Grêmio vai ser campeão brasileiro neste ano de 2015, afastando de vez este ciclo perverso de derrotas e frustrações.

O Grêmio não apenas venceu o Santos por 3 a 1 como poderia ter aplicado uma goleada estrondosa no clube de Pelé. Aliás, conforme escrevi a propósito de Inter x Santos, é ruinzinho esse time do Santos. E isso em nada desmerece a vitória construída com gols de Pedro Rocha, Gallardo e Mamute.

Percebem os sinais: Edinho voltou ao time e voltou bem, nada de especial, mas executou bem sua função e, no final, ainda deu o passe para o terceiro gol, o da tranquilidade. Fora Edinho, temos o Gallardo. Quando Gallardo faz uma boa partida, com alguns lances de brilho, e ainda faz gol, é outro sinal de que o time está abençoado. São agora cinco vitórias seguidas. E tudo isso sem um goleador.

Méritos para Roger Machado. O time está bem armado, bem estruturado e, o que também é importante, está com sorte. A expulsão de Geuvânio foi uma coisa inusitada. Prestem atenção, outro sinal aí. O fato é que tornou o jogo mais fácil. 

Então, quando o time está arrumado, as individualidades crescem. É o que está acontecendo. Há uma energia positiva. Com isso, todos ganham mais confiança e acabam produzindo mais.

No jogo deste domingo em que o Grêmio marcou território na ponta de cima, muitos jogadores foram bem, mas ninguém superou Giuliano. Ele tem conciliado aplicação tática, combatividade, entrega e qualidade técnica. Chega a ser comovente seu esforço. Merecia ter feito ao menos um gol. Depois dele, Luan, Wallace, Marcelo Oliveira e a dupla de área. Pena que Rodolpho pode mesmo ir embora, proposta irrecusável.

Douglas voltou a errar passes em demasia e a errar chutes a gol, mas de um modo geral deu boa resposta. É preciso frisar que Douglas errou passes de bola metidas para pifar o companheiro. Não aqueles lances de bola para o lado ou recuadas. Estou ansioso para ver como vai se sair Maxi Rodrigues nessa função do Douglas. Ou mesmo o Lincoln, que deve estar sendo preparado por Roger, que de bobo não tem nada.  

Roger Machado: o Grêmio lançando outro treinador para o mundo.

INTER

Já os sinais que vêm do Beira-Rio indicam um Inter em meio a águas turbulentas. E já faz algum tempo. O técnico Diego Aguirre insiste em sua estratégia e com ela está afundando no Brasileirão. Neste domingo, levou 3 a 1 do Atlético Mineiro, considerado por muitos, eu inclusive, o melhor time/grupo do campeonato. E isso que Atlético estava sem meia dúzia de titulares. Na verdade, o Inter escapou de goleada.

O time misto do Atlético bateu o Inter em pleno Beira-Rio. Aliás, na Libertadores isso não aconteceu porque o Inter estava bafejado pela sorte.

Não duvido que Aguirre perca o emprego antes do jogo contra o Tigres. Aconteceu com o uruguaio Fossatti por muito menos…