Aguirre e a (falta de) convicção no futebol

Pau que nasce torto, nunca se endireita. Esse provérbio português se aplica hoje ao Inter. Já coube sob medida no Grêmio.

Iniciar uma temporada com um treinador que não estava nos planos é sempre um erro. E um erro que chama outro e assim sucessivamente.

No Grêmio há o caso recente da contratação de Enderson Moreira para disputar uma Libertadores. Na época escrevi que não era um técnico à altura da competição e menos ainda do clube.

Antes, houve Luxemburgo, praticamente imposto pela torcida ao presidente Fábio Koff, que cometeu ali seu primeiro e maior erro em sua volta ao Grêmio. Ele não queria Luxemburgo. Tudo mais foi consequência.

Pau que nasce torto, até a cinza é torta.

São inúmeros os exemplos de como são nefastos os efeitos de começar um trabalho com um técnico que não tenha muita credibilidade entre os dirigentes, principalmente entre os dirigentes, mas também junto à torcida. As primeiras pesquisas indicam que a torcida colorada, em sua maioria, reprova a contratação de Diego Aguirre.

Pesa contra o uruguaio, sem dúvida, o fato de o Inter ter acenado com Tite, Luxemburgo, Mano e Abel. Nada contra o técnico uruguaio, mas ele não tem a dimensão de nenhum dos quatro citados. Sendo que nos bastidores o Inter ainda sondou Muricy.

Sem contar o fato de que o presidente eleito foi taxativo ao afirmar que não contrataria técnico estrangeiro. Assim como descartou Abel Braga e depois, vendo que as alternativas escasseavam, recuou.

Então, Aguirre é uma alternativa improvisada. Também entre os estrangeiros ele estava em plano inferior de preferência. Aliás, desconheço caso de técnico estrangeiro dar certo no futebol brasileiro na era moderna.

Tem ainda outro ponto curioso: os veículos de comunicação, depois de insistirem demais com Tite – nome que descartei logo de cara e deixei registrado aqui – como quem diz ‘é o Tite que nós queremos’. Parecia até campanha política. Tinha gente no palanque bradando o nome de Tite.

Bem, agora, há um esforço para encontrar aspectos favoráveis a Aguirre. Por exemplo, já jogou no Inter, disputou o Gre-Nal do Século. Assim, já teria alguma identificação. Só que há uma história estranha envolvendo essa passagem do atacante Diego Aguirre pelo Inter, uma briga no vestiário envolvendo até o presidente da época, o Pedro Zachia. Mas isso é o de menos, porque o que vale é o hoje.

Pelo enfoque financeiro, outra vantagem de Aguirre: ele sua comissão técnica vão custar pelo menos que a metade da anterior.

Nada disso, porém, reduz o risco que é começar temporada com um técnico que é bem diferente daquele que se pretendia inicialmente, mandando a convicção – se é que havia – para o espaço.

E fazer futebol sem convicção é o primeiro passo para o fracasso.

Pau que nasce torto vira lenha.

Pancadaria no sub-14 gaúcho

O Gre-Nal sub-14 disputado sábado, em Alvorada, terminou em pancadaria, batalha campal. O mais grave é que um preparador físico do Inter agrediu um ‘de menor’, um atleta do Grêmio. Os dois foram parar na delegacia. O próprio Inter admite que a agressão aconteceu.

O Grêmio havia vencido o jogo anterior e jogava pelo empate para ser campeão gaúcho. Diante do que aconteceu, a Federação tem mais é que encerrar o campeonato e dar o título ao Grêmio.

Lembro que um caso de racismo na Arena resultou em eliminação do Grêmio da Copa do Brasil deste ano.

Então, medida extrema, e nada de cestas básicas como aconteceu no ano passado com Dunga, então técnico colorado. Insultou árbitros e o tribunal desportivo gaúcho. Pena: cesta básica.

Confiram o vídeo amador e a matéria sobre o lamentável incidente envolvendo jovens de 13 e 14 anos e adultos, que deveriam dar um exemplo de uma saudável conduta desportiva.

http://globoesporte.globo.com/rs/noticia/2014/12/testemunha-relata-tensao-em-briga-em-gre-nal-sub-14-descontrolados.html

A base gremista e os falsos brilhantes

O Grêmio vai aproveitar o Gauchão para lançar/testar jovens atletas de suas categorias de base. Um melhor aproveitamento da base é uma unanimidade entre torcedores de todos os clubes, tanto pequenos quanto grandes.

Sempre defendi que entre contratar um jogador médio e aproveitar alguém formado no clube, de custo mais baixo e maior comprometimento, é muito melhor, e recomendável, investir na segunda hipótese.

Agora, se a intenção é boa, nem sempre os resultados são os melhores. Muita gente assiste aos jogos das diversas categorias, em especial a sub-20, e fica apavorada com o baixo nível da maioria dos jogadores. Não há nenhuma novidade. Sempre foi assim.

O time sub-20 do Grêmio acaba de ser eliminado do Brasileiro da categoria pelo Atlético/PR. O Inter havia sido eliminado na fase anterior.

É óbvio que sempre há um ou outro jogador que se destaca e que acaba sendo aproveitado no time principal. Raros são os que realmente brilham e que acabam conquistando a torcida e, claro, os empresários, sempre atentos aos talentos que surgem.

Aliás, hoje as verdadeiras pedras preciosas começam a despontar ali pelos 16, 17 anos. Vejam o caso de Lincoln, o guri do Grêmio que sonha em ser um novo Messi. É a faixa etária também em que surgem mais falsos brilhantes. O clube faz um contrato por 3 anos e o resultado não aparece. Faz parte. O sistema todo é perverso para os clubes, que investem muito dinheiro para bancar tudo isso. Mas todo sacrifício vale a pena quando desponta um jogador diferenciado, um craque. Tudo se paga.

Mas encontrar um guri realmente talentoso é mesmo muito difícil, ainda mais na categoria sub-20. A impressão que dá é quem não estourou antes, não estoura mais. É como pipoca com caruncho. Do sub-20, a maioria, quase a totalidade, não permanece. Isso não impede, porém, que mais adiante o patinho feio se transforme em cisne. Acontece.

Foi pensando nesse projeto do Grêmio de apostar forte na base nesse início de temporada, o que aplaudo com entusiasmo, que recuei um pouco no tempo.

Em 2008 e 2009, o Grêmio foi campeão brasileiro sub-20. Eliminou o Inter nas duas oportunidades. Lembro-me que vislumbrei alguns talentos entre os jovens gremistas.

Defendi o aproveitamento imediato de alguns deles, no que fui acompanhado por outros analistas aqui deste espaço.

Não achei a escalação completa do time de 2008, treinado pelo Julinho Camargo, mas encontrei alguns nomes.

Um dos destaques daquele time campeão sub-20 era Mithyuê. Tinha um volante muito bom, Paulinho, capitão do time. Outro que defendi. Os dois ‘sumiram’ do mapa. Gostei também do volante Bruno Renan, do meia Roberson e do atacante Rafael Martins. Insisti aqui em vê-lo no time principal. Nunca mais ouvi falar dele. E o glorioso Bruno Colaço?

Reproduzo trecho de matéria da ZH, dezembro de 2008:

“Do atual time Sub-20, todos na faixa etária entre 18 e 19 anos, pelo menos cinco jogadores são apontados como potenciais reforços já na pré-temporada: Roberson, o zagueiro Wagner, o volante Paulinho, o lateral-direito Thiaguinho e o meia Mithyuê, o ídolo do futsal de Chapecó e que está tentando a carreira no campo. O volante Thiago Dutra é outra aposta, mas, lesionado, está fora do torneio. Todos têm contratos longos com o clube e multas rescisórias na casa dos R$ 10 milhões”.

Em 2009, o bi campeonato. O time era mais ou menos esse: Busatto; Spessato (Fogaça), Saimon, Neuton e Dener; Felipe, Fernando (Gérson), Bruno Renan e Ricardo Maria (Sérgio); Bergson (Vinícius) e Alex (Everaldo). Técnico: Andrey Lopes.

Desses, apenas Fernando realmente teve e tem sucesso. E rendeu um bom dinheiro ao clube. Os demais estão aí no chove não molha. Saimon talvez ainda se afirme, embora considere isso muito difícil. O Neuton merece nova oportunidade como lateral-esquerdo. O Bergson, que muito defendi, é outro que vai seguir jogando em times médios, a não ser que aconteça algum milagre.

Então, é importante, é imprescindível investir e acreditar na base, mas que não se espere demais dessa gurizada.

De minha parte, se surgirem uns dois ou três jogadores de qualidade nessa safra de verão, já estará de muito bom tamanho.

PREVIDI

O jornalista, escritor e polemista de carteirinha, o José Luiz Prévidi está lançando mais um livro, o 11º livro. É o “A Porto Alegre Deles – Histórias de Famosos que Passaram por Aqui”. Ele explica:

– Poderia ter escolhido dezenas, centenas de personalidades que moraram na cidade ou que de alguma forma tiveram alguma relação com Porto Alegre. Mas escolhi apenas onze pessoas, que poderiam ser os primeiros dessa Calçada da Fama, mesmo que, em alguns casos, numa homenagem póstuma – explica Prévidi.
Deu um trabalho danado, comenta, porque na maioria dos casos não existe nada documentado e muito menos fotos. “Ainda bem que contei com os amigos, como o pesquisador Marcello Campos. Se não fossem as colaborações o livro não sairia. E alguns lances de sorte, como textos que ‘surgiram’ num momento de desespero”, lembra ele. E completa: E fundamental o apoio da Cia. Zaffari, na pessoa de Airton Zaffari.

Em ordem alfabética, os primeiros nomes da Walk of Fame do Prévidi:
Ancheta, Caetano Veloso, Elke Maravilha, Figueroa, Geraldo José de Almeida, João Gilberto, Noel Rosa, Paulo Coelho, Ray Charles, Richard Gere e Rubem Braga.

– Ótimo que as pessoas estranhem alguns nomes ou mesmo não identifiquem num primeiro momento. Mas todos têm histórias maravilhosas com Porto Alegre. Acreditem!
A Porto Alegre Deles – Histórias de Famosos que Passaram por Aqui” vai ser lançado no próximo 22 de dezembro, uma segunda, a partir das 18 horas, no Tapa’s Bar (Rua da República, 30 – Cidade Baixa – Porto Alegre).

– Como nas vezes anteriores, sem aquela irritante fila de autógrafos. Programe-se para uma simples happy hour: bater papo, dar risada e tomar e comer umas coisinhas. De quebra, tem o livro.

Estarei lá para comemorar com o Previdi e adquirir o livro, claro. Estão todos convidados.

Ah, mais detalhes no site: previdi.com.br

Quem não conhece não sabe o que está perdendo. Tem muita informação sobre jornalistas e jornalismo.

O radialista e o velho Luxa de guerra

Há menos de duas semanas, participando do programa Cadeira Cativa, Ulbra TV, canal 21, afirmei que Tite não treinaria o Inter enquanto D’Alessandro lá estivesse e também porque ele não tem o perfil da diretoria que acabou eleita, e que era amplamente favorita, o que ficou ratificado nas urnas.

Acompanhei com um sorriso irônico toda essa pirotecnia em envolvendo a ‘disputa’ de Corinthians e Inter por Tite. De um lado a imprensa paulista garantindo que Tite estava contratado e de outro a imprensa gaúcha sustentando que não, que Tite seria do Inter, que estaria apalavreado com o presidente eleito Vitório Píffero.

Conhecendo o perfil da nova diretoria colorada, que de pronto descartou Abel e depois deu a entender que gostaria de ficar com ele a partir da classificação colorada, afirmei no mesmo programa que o Inter acabaria contratando Mano Menezes ou Luxemburgo.

O que eles têm em comum? São técnicos que participaram ativamente das contratações. Em sua passagem pelo Grêmio, Luxemburgo mostrou que ataca em várias frentes, um misto de empresário, procurador, treinador, manager e porteiro, sim, porteiro porque ele é quem fica com a chave do vestiário.

Leio que site do Globo que o Inter fez propostas ‘astronômica’ por Luxemburgo. É muita vontade de ter esse profissional. E aí isso me remete ao radialista Fernando Carvalho. Já faz algum tempo, também no programa do Reche, ele revelou que gostava muito desse profissional multifunção e que até já havia tentado sua contratação.

Minha conclusão é que o multicampeão FC está dando as cartas no Inter. O próximo passo é a volta de Chumbinho.

Agora, pela reação de colorados nas redes sociais e nos programas esportivos, talvez o Inter recue. E volte para Mano, que está desempregado e custa menos.

Mas, assim como bancou Roth para ser bi da América, acredito que o radialista não irá se intimidar, avalizando a contratação do velho Luxa de guerra.

Curioso agora para saber o que é exatamente essa proposta ‘astronômica’.

A ser confirmado Luxemburgo, aguardo a volta de Pará para Porto Alegre. Ah, e quem sabe Fábio Aurélio.

O dirigente que encarou Luxemburgo

Em primeiro plano, Preis e Arataca, o grande técnico de atletismo da Sogipa; ao lado de Arataca, o Selaimen, que tem à sua frente o médico Saul Berdichevski. Ao lado do Saul, eu mesmo, junto do Giovanni, tesoureiro do Multicampeão, que não quis pagar a minha conta apesar dos meus apelos, rsrsrs Depois, o resto da galera na festa de fim de ano do grupo.

Conheci ontem à noite, dia 11, um sujeito que defende mais o aproveitamento da base do que o patrono do Boteco, o Francisco Coelho.

Entre goles de cerveja e garfadas de um suculento filé do Velho Quintino, conversei com o cara que enfrentou Luxemburgo e… se quebrou. Mas ele cresceu no meu conceito e sei que no conceito de muitos gremistas que queriam o Luxa longe do Grêmio.

Trata-se do Omar Selaimen, que ficou poucas semanas no clube, tempo suficiente, porém, para constatar que com Luxa o Grêmio não iria longe. Ao bater de frente com o técnico, Selaimen percebeu que só tinha uma saída, a porta da rua.

Com Luxa, o Grêmio gastou demais, e, o principal, muito mal. Depois, uma indenização milionária a quem nem deveria ter renovado seu contrato.

Por essa e outras que o clube está atolado em dívidas.

Pois o Omar, que estava sentado praticamente de frente ao novo titular do futebol, Adalberto Preis, que fica no cargo do ex-presidente Koff até o final de janeiro.

Comenta-se que Omar seria convidado para assessorar Preis. Aliás, passamos a noite inteira brincando com essa possibilidade. Os dois só desconversando. Na real, Preis só vai assumir mesmo na segunda-feira, e só então tomará pé da situação e da bronca em que se meteu.

Conversando com Omar, constatei que sua saída do Grêmio foi prejudicial ao clube. Em linhas gerais, ele pensa como a maioria aqui do Boteco. É contra a política de contratar medalhões, principalmente aqueles que chegam já com problema de lesão.

Por ele, o Grêmio deveria começar o Gauchão com o grupo atual, apostando pesado e com insistência na gurizada. Reforços de fora mesmo só a partir de março ou abril, depois de dar oportunidades aos jovens da casa. Se não tiver um lateral na base, que se teste um volante, sustenta Omar.O discurso dele é idêntico ao do nosso Francisco Coelho.

Gosto dessa ideia, assino embaixo, com a ressalva de que talvez fosse mais adequado contratar já um ou dois jogadores diferenciados. Por exemplo, um goleador, um goleador de verdade, que aproveite a maioria das oportunidades que surgem.

Adalberto Preis, por exemplo, defende a vinda de um centroavante – que pode ser Moreno – quase que como prioridade absoluta.

Agora, que fique bem claro: a grana está curta mesmo. Preocupante.

Tão preocupante que decidi antecipar minha mensalidade, pagando de uma vez o ano todo, o que resulta num desconto significativo. Bom pra mim, bom para o clube.

Outra coisa: consenso entre os gremistas presentes: o Rui Costa deve ceder lugar para outro. Errou demais. E agora já não há espaço para erros.

COMUNICADO

A Indústria de Cervejas Boteco do Ilgo Ltda comunica que o estoque secou. Deu problema num lote, que foi contaminado. Prejuízo irreparável. Portanto, cerveja só no final de janeiro. O pior é que vai faltar Mazembier para comemorar o Mazembe Day. Aliás, curtam a página no face.

O Grêmio e as aves de mau agouro

O novo presidente do Grêmio está mostrando nas entrevistas que sabe aonde se meteu, e, principalmente, que está preparado para o desafio de substituir Fábio Koff depois da farra de gastos dos últimos anos com a contratação de jogadores de custo alto e futebol rasteiro.

Romildo Bolzan Jr é um político, tem toda uma história política, e isso é muito bom para o clube neste momento. Só alguém com jogo de cintura e muita habilidade – além de perfil austero – em negociações pode levar adiante esse projeto de corte de gastos ao mesmo tempo em que mira títulos.

Aqueles que pregam renovação de dirigentes também devem estar satisfeitos, porque Romildo, apesar de longa vivência no clube, só recentemente teve um cargo na administração.

Em suas entrevistas, o sucessor de Koff – enganam-se aqueles que pensam que o presidente multicampeão seguirá mandando – adiantou que a folha de pagamento do futebol sofrerá redução drástica, devendo ficar entre 4 e 5 milhões de reais por mês.

Eu penso que é possível formar um time competitivo com esse dinheiro, um time capaz de brigar por grandes títulos. São inúmeros os exemplos de nem sempre jogador caro é jogador bom, jogador capaz de fazer a diferença. Nem precisamos ir longe.

Vamos supor que esse jovem, Lincoln, for tudo o que estão dizendo. Ele vai começar ganhando um salário modesto, que talvez seja inversamente proporcional à sua efetividade em campo. Então, se a gurizada que Felipão vai lançar der resposta positiva, teremos um time barato e forte.

As contratações devem ser cirúrgicas. Buscar fora só o que realmente não tiver em casa.

No momento, o primeiro caso é Douglas. É uma contratação polêmica, que divide os gremistas. Mas se vem como aposta de Felipão, por que não apostar junto?

Não vi na base do Grêmio, nem ouvi nada a respeito, de que ali exista um meia articulador, que bata bem na bola, etc. Então, Douglas não estará bloqueando o surgimento/crescimento de nenhum guri do clube. Então, que Douglas seja bem-vindo.

Se o Mestre Renato fez Douglas jogar a ponto de ser chamado para a Seleção, por que outro Mestre, o Felipão, não pode fazer o mesmo? Ou parecido?

Apesar das aves de mau agouro que profetizam algo próximo do fim do Grêmio, estou confiante porque vejo nessa direção seriedade e competência para iniciar uma nova fase de conquistas.

O Cartola e os primeiros negócios do tricolor

Mozão47 Team é o grande vencedor do Cartola/2014 na Liga do Boteco. Decolinos ficou em segundo, com pequena diferença de pontos. Em terceiro, o Buddy.

O Mozão é do nosso parceiro constante aqui, o Márcio Tremarin, que até anunciou sua vitória, obtida com muito mérito, no tempo normal, sem ajuda da arbitragem.

Não lembro o que prometi de prêmio, nem se cheguei a prometer alguma coisa. Mas de qualquer forma ofereço ao campeão uma camisa da cerveja 1983, um copo 1983 e uma cerveja, talvez duas, conforme eu tiver de humor no dia da entrega formal, com direito a foto. Já o segundo e o terceiro ganham uma 600ml, cada um.

Meu time, o Alfredo, ficou em posição humilhante, caindo pra segundona. Aliás, tem muita gente boa ao meu lado nessa…

Confiram:

http://cartolafc.globo.com/#!/liga/boteco-ilgo

NEGOCIAÇÕES

Grêmio está fechando a venda de Barcos, notícia auspiciosa. E a volta de Douglas. Não acho que seja uma boa repatriar um jogador que divide tanto a torcida.

Douglas não fez uma temporada tão boa na segundona que justifique sua volta. Parece até que ele não foi muito bem no Vasco. E isso que os adversários eram de nível tecnicamente inferior.

Agora, pode ser um negócio de conveniência e oportunidade. O Grêmio está sem dinheiro, não tem grande coisa no mercado por um preço acessível. Então, aposte-se em Douglas.

Pelo menos o time ganha alguém que cobra falta e escanteio. Já é alguma coisa.

OLÍMPICO

Sábado, numa iniciativa do movimento Grêmio Multicampeão, participei de um festival de jogos no Olímpico. Era uma homenagem ao China.
Havia uns 80 gremistas, entre eles os campeões de 83 Mazaropi e Casemiro. Além do China, claro. Foi uma festa muito legal.

Saiu na TV:

http://globoesporte.globo.com/rs/videos/t/globo-esporte-rs/v/torcedores-se-despedem-do-estadio-olimpico-em-jogo-festivo/3817469/

Futebol ruim e entrevista infeliz

Não sei exatamente o que foi pior, se a atuação do time contra os reservas do Flamengo ou a entrevista de Felipão.

Estava a caminho de casa quando ouvi o Felipão se revelando feliz com a vitória de Abel Braga, e por consequência do Inter. Uma vitória aos 50 minutos, frisou o técnico do Grêmio que pareceu por momentos esquecer que é técnico do Grêmio.

Se ele é grato a Abel por alguma coisa – talvez pela solidariedade recebida de Abel após os 7 a 1 na Copa – que se manifeste de maneira mais contida, não tão esfuziantelo, tão apaixonada. E outra: poderia ter telefonado para a Abel e aí sim se derramado em elogios.

Agora, aproveitar uma entrevista coletiva e fazer esse tipo de declaração logo após uma atuação horrível do time titular contra os reservas do Flamengo, é muita falta de sensibilidade, de respeito até ao torcedor do Grêmio.

Fico imaginando se fosse o Luxemburgo ou o Enderson Moreira fazendo esse tipo de coisa.

Felipão tem muito crédito com a torcida, mas esse crédito diminuiu nos últimos jogos e caiu ainda mais depois de uma declaração que, de certa forma, praticamente comemora a conquista de vaga direta do Inter.

Felipão pecou pelo excesso verborrágico e pelo momento inadequado, ou seja, após um empate melancólico, resultado que tem responsabilidade direita do técnico tricolor.

Desnecessária também a confirmação de que em algum momento pensou em convocar o goleiro Alison, então segundo reserva do Inter, ignorando Marcelo Grohe, goleiro do ‘seu’ Grêmio e numa forma esplendorosa.

O JOGO

Sobre o jogo. Felipão jamais poderia começar o jogo com três volantes, sendo que nenhum deles saber armar. Imaginei que Felipe Bastos estivesse lesionado, não sabia que ele havia ficado no banco. Até poderia ser com três volantes, desde que um deles fosse Felipe. Nunca Wallace, Matheus Biteco e Ramiro. Defensivo e tosco demais.

Então, o que se viu foi um Flamengo superior no primeiro tempo, chegando com perigo, enquanto o Grêmio escancarava falta de qualidade para criar jogadas de ataque. Foi difícil escolher qual o pior do trio ofensivo: Luan, Dudu ou Barcos. Os três volantes estavam desorientados. Apenas a defesa se mantinha eficiente.

O Flamengo abriu o placar contando com a sorte. Um chute de fora da área e o desvio em Bressan, deslocando Grohe. No segundo tempo, Felipão corrigiu sua mancada. Sacou Matheus e colocou Éverton. O time ficou mais agressivo. Dudu e Luan começaram a render mais. Barcos continuou destoando.

Aos 10min, Dudu lançou Barcos, que foi derrubado pelo goleiro fora da área. César foi expulso. Luan cobrou a falta com perfeição e empatou. Com um a mais, o Grêmio assumiu o controle do jogo, mas só levou algum perigo em chutes de fora da área.

O melhor deles foi de Felipe Bastos, que havia entrado no lugar de Wallace. Felipe acertou a trave direita. Então, no último jogo da temporada começou a justificar sua fama de bom chutador, algo que não havia conseguido em todo esse tempo.

Luan, após o gol, cresceu muito de produção, armando e organizando. O problema é que Barcos estava fazendo uma de suas piores partidas.

Cada vez que ele tocava ou tentava tocar na bola, eu pensava, feliz: estou vendo os últimos minutos de Barcos com a camisa do Grêmio.

E isso me conformava. Foi assim que saí da Arena, conformado.

Até ouvir a entrevista de Felipão…

Seguida de um telefonema de alguém muito irritado com tudo o que Felipão havia falado: o RW.

INTER

Os deuses do futebol estão olhando pelo Inter há alguns jogos, desde o São Paulo para ser mais preciso, com aquele gol em impedimento. Depois um erro de arbitragem a favor do Inter ainda mais clamoroso, contra o Atlético Mineiro, seguido um gol milagroso no último segundo. E por aí vai.

Sábado, o juiz teria exagerado nos acréscimos – não vi o jogo porque não tinha dúvidas de que o Inter venceria. O fato é que com gol aos 50min foi mesmo uma vitória heróica contra o Figueirense, que lutou como nunca e morreu como sempre.

Esse é o futebol que tem quatro clubes na série A, enquanto o futebol baiano, com seus torcedores sempre apaixonados. não terá nenhum representante na divisão principal do futebol brasileiro. Uma pena.

ACRÉSCIMOS

Há alguns anos, teve um jogo contra o Caxias em que o juiz Márcio Chagas deu meia dúzia de minutos de acréscimo – em função de cera técnica exagerada dos caxienses – e o Grêmio ganhou o jogo.

A mídia caiu de pau no Márcio,e isso durou muito tempo. Ele ficou marcado.

Até agora não ouvi nem li nenhuma crítica dessa mesma crônica esportiva. Será porque agora beneficiou o Inter?

Racismo no BR: o ruidoso silêncio da mídia

O brilhante, oportuno e provocativo texto abaixo foi extraído do http://blogremio.blogspot.com.br/ – Imortal Tricolor –

As pessoas nascem com igual dignidade, é o que nos diz a Constituição da República.
Como todos sabem, o STJD definiu que o Grêmio deveria perder pontos no jogo contra o Santos, ocasionando sua eliminação da Copa do Brasil por atos praticados por três ou quatro gremistas dentro de um universo de mais de 30 mil.
A análise técnica da inviabilidade jurídica de assim proceder, seja constitucionalmente, seja dentro da própria legislação esportiva, já foi feita em outro momento neste blog, como pode ser visto aqui .
Alguns expertos da área desportiva saltaram à frente e, mesmo que a Constituição da República dissesse o contrário, passaram a vender a tese da “responsabilidade objetiva” do clube por atos de seus torcedores, conforme temos neste link.
A incorreção desta afirmação esbarrava na “meia-analogia” de insistir que, se alguém jogasse um objeto no campo, o Clube seria responsável por tal ato, comparando situações distintas para justificar a punição do Grêmio.
Ocorre que, diferentemente do artigo 213, §3º, do CBJD, que prevê a punição do clube por atos individuais de seus torcedores no caso de objetos lançados ao gramado, a legislação esportiva não prevê idêntica hipótese nos casos de injúrias raciais (o art. 243-G diz que é necessário que a ofensa seja simultânea e praticada por um considerável número de pessoas). Por isso, precisaram da “meia-analogia” para justificar o injustificável.
É fácil constatar que os obstáculos construtivos de um estádio DEVEM evitar que alguém jogue um objeto em campo e esse é o objetivo da Lei e o que diferencia absolutamente do caso de ofensas verbais, impedindo uma comparação adequada.
Mas não é só isso: quando há a identificação da a pessoa que, individualmente, jogou o objeto no campo, o Clube não é responsabilizado por isso.
No “caso Aranha”, é notório que o Grêmio identificou os torcedores responsáveis pelo ato, mas nesta parte a analogia com objetos jogados em campo já não servia mais, porque levaria a se cogitar a absolvição.
Por isso, muito ouvimos nós gremistas estas “meias-analogias” para justificar os atos do STJD.
Ainda assim, o ponto é que não existe forma de um clube se responsabilizar por atos individuais de seus torcedores (e não praticados coletivamente, como em um cântico de torcida), ainda mais quando estes são verbais.

A punição do Grêmio no caso Aranha era necessária para que outros atos semelhantes não acontecessem. Quem não ouviu isso?
Pois bem.
O título da matéria é “Jogador Paulão relata ofensas raciais de torcedores do inter a sua mãe” . Veja aqui.
Poderia ser mais claro?
O jornalista Juremir Machado repercutiu o fato em seu blog.
E nada aconteceu.
Nem comparações com jogar objetos em campo.
Nem expertos defendendo a responsabilidade objetiva do clube por atos de sua torcida.
Nem reações iradas da imprensa em geral sobre o fato.
Nem um delegado aparecendo na casa da mãe do jogador Paulão para que ela reportasse o fato.
Nem um pedido de explicações ao clube.
Nem denúncia ao STJD.
Nem reportagens na televisão.
Enfim, nada.

O caso é diferente, alguns disseram. Não dá para comparar. Ainda que, na essência, os dois casos versem sobre injúrias raciais praticadas contra outro ser humano, vamos admitir que este caso não mereça uma “meia-analogia” como foi usada contra o Grêmio, vamos comparar coisas idênticas.
No Grenal do Gauchão da Arena, o jogador Paulão declarou ter sido ofendido pela torcida tricolor e esta denúncia não formalizada e apenas repercutida na imprensa foi suficiente para abertura de um processo disciplinar-esportivo contra o Grêmio.
Então, por qual razão, agora, as declarações do mesmo jogador Paulão de que a sua mãe foi ofendida não servem sequer para investigar o caso?
O que muda nos dois casos denunciados pelo mesmo jogador Paulão?
Por qual razão, em um deles, houve investigação e noutro, não?
Adianto aos leitores que a Legislação esportiva não determina que apenas as injúrias praticadas contra jogadores é que devam ser investigadas.
Em hipótese alguma mudamos de opinião sobre a impossibilidade de se punir o clube por atos de sua torcida. Mas nos chama muito a atenção os dois pesos e duas medidas na mesma matéria.
O combate a toda forma de discriminação é um assunto muito sério para ser tratado por paixões clubísticas.
O mínimo que se esperaria das autoridades responsáveis depois da repercussão das declarações do jogador Paulão sobre as ofensas raciais que a sua mãe teria sofrido dentro do Beira-Rio era uma investigação para verificar os fatos. E, eventualmente, punir os responsáveis pelas ofensas, ainda que apenas individualmente.

Postado por DANIEL MATADOR

O texto é de autoria do juiz Tiago Mallmann Sulzbach e do defensor público Rogério Souza Couto.
Contribuíram com este post Maichel Mattielo, Guilherme Zambrano, Evandro Krebs, Giovani Flores e Cristiano Becker.

Grêmio e as leis de Murphy

Nada é tão ruim que não possa piorar. É uma das leis de Murphy.

No caso do Grêmio se aplica há muito tempo.

Por isso, ao contrário de muitos, ainda vejo algumas coisas positivas no Grêmio. Por exemplo, a permanência de Felipão.

Se Felipão não ficasse – dizem que haveria uma proposta da China, onde ele ganharia muito mais dinheiro e não teria nem imprensa nem torcida para pegar no seu pé -, estaríamos agora especulando nomes.

E aí teríamos várias correntes, mais do que as do PT. Já cansei de ler e ouvir gente sugerindo o Cristóvão, do Fluminense. Gente garantindo que esse é o cara certo para o Grêmio. Não sei de onde tiram tanta certeza, mas é o que acontece. Além do mais, Cristóvão andou levando umas goleadas sonoras.

Há também os fãs de Ney Franco, se bem que esses andam meio quietos depois que a carreira dele entrou um curto circuito. Mas já vi muita gente boa exaltando esse treinador. Também não sei por que, talvez pelo rosto rechonchudo semelhante ao de Enderson Moreira.

Não faltaria gente para indicar o Mano Menezes. Nem vou comentar.

Ah, claro, tem a corrente dos que apoiam os noviços, de preferência gaúchos, com ou sem bombacha. Já li gremistas sugerindo o Lisca, de forte ligação com o Inter. Se ele é tão bom por que o Inter não o contrata?

Facilita apareceria alguém sugerindo o Luis Carlos Winck, de recente sucesso no meu Lajeadense.

Outro nome: Gilmar dal Pozzo, que já esteve bem cotado. Tem ainda o Rogério Zimermann, de bom trabalho no Brasil de Pelotas. São técnicos de bom potencial, mas precisam passar por clubes de porte médio antes.

Então, felizmente o Grêmio tem o seu treinador. Devemos todos agradecer, mesmo aqueles que por ‘ene’ motivos rejeitam o Felipão. Aliás, o que tem de gremista que abomina os maiores vencedores na história do clube.

Felipão comete seus erros, claro. Ou erros que a gente imagina que são erros, porque na verdade, nós aqui de fora, temos menos conhecimento das coisas internas do que o Felipão.

Como eu acredito na capacidade – e na honestidade – de Felipão como treinador, tenho muito cuidado em criticar grande parte de suas decisões.

No caso Alan Ruiz, se Felipão decidiu não ficar com ele penso que ele tem razões fortes para isso. Felipão já administrou jogadores mais complicados e mais talentosos. Deve ter avaliado que seria perder tempo insistir com o argentino. Não tenho dúvida de que o Grêmio pagaria o valor solicitado se tivesse convicção de que seria um bom investimento.

Agora, se fosse um Enderson, um Julinho Camargo ou um Caio Jr tomando a decisão de não utilizar Ruiz, eu já veria a situações de forma diferente. Pela simples razão de que eles não possuem a credibilidade de Felipão, ao menos para mim.

Então, lamento muito esse final de campeonato tão melancólico, mas comemoro que ao menos temos um treinador de alto nível.

Sempre lembrando que Felipão pegou um time montado por outros treinadores, assumindo no meio da temporada. Agora é diferente, ele começa a temporada no Grêmio.

Pode não ser muito pra muitos gremistas, mas eu saúdo o fato de estar livre da ameaça de aparecer outro pouca prática para comandar o time.

Para encerrar, outra lei de Murphy, e esta também cabe perfeitamente para o Grêmio dos últimos anos:

Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior
maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.