Grêmio vira contra a Chapecoense e volta a respirar

Quando a Chapecoense fez 1 a 0 aos 5 minutos e logo após acertou uma bola na trave para depois Gabriel Chapecó salvar num misto de arrojo, reflexo e agilidade, perguntei aos meus botões: “O que nos restará se não vencermos esse jogo?”.

Pensei: só nos restaria trabalhar para fazer uma campanha minimamente digna, porque o rebaixamento seria inevitável, restando a cada rodada frases como “faltam tantos pontos” e “hoje é preciso vencer para afastar o fantasma da segundona”, e por aí vai.

Mas, talvez por intervenção divina, eis que Alisson, que divide com Bruno Cortez as pedras destinadas à “Geni”, acertou um chute forte no canto direito, sem chance para o goleiro.

O empate deu mais moral para o time gremista, que já vinha crescendo no jogo, de forma atabalhoada, é verdade, mas crescia e dominava o adversário, sem no entanto refletir esse domínio em situações de gol.

O gol da vitória saiu de um cruzamento de Alisson (melhor figura em campo) para o estreante Borja, que sofreu pênalti. Borja, de atuação discreta, natural para quem chegou há poucos dias, cobrou com categoria, bola num canto, goleiro no outro.

Mais uma vez o time jogou um futebol pobre tecnicamente, e só melhorou realmente quando Maicon entrou no lugar de JP, e em poucos minutos deu uma nova cara ao time.

A vitória veio em muito boa hora, mas o time precisa evoluir muito ainda para se tornar confiável. Agora, com a volta de jogadores que estavam no DM e as contratações que estão sendo especuladas, Felipão terá condições de armar um time capaz de sair do grupo de risco.

Por enquanto, o Grêmio segue como forte candidato ao rebaixamento. Por incrível que isso pareça.

Vale tudo: gremista torcendo pelo Inter contra o Fla por causa do Renato

O futebol por vezes lembra uma canção em que Tim Maia cantava “… vale tuuuudo, só não vale dançar homem com homem e mulher com mulher”.

A frase, do tempo em que as pessoas não ficavam ao lado dos corruptos de carteirinha, está mais do que superada. Está tudo liberado.

Se a expressão não vale para o sexo, hoje com mais de uma dezena de variações, vale para a política (que mais parece um bordel de beira de estrada) e até para o futebol.

Nos meus mais de 30 anos de atuação como cronista esportivo, já vi de tudo, até cartaz alertando que “é proibido chupar p. no vestiário”. Desconfio que essa proibição esteja superada atualmente, sei lá!

Neste domingo, veremos uma situação maluca, que remete para o vale tudo do inesquecível Tim. O palco será o Maracanã.

Não sei de vocês, mas às 18h15 estarei diante da TV para assistir um duelo que vai mexer com gremistas e colorados.

Flamenguistas não. Eles não entendem porque eles não torcem por suas teses. Se entregam à paixão. E são felizes. É coisa de gaúcho mesmo, mais especificamente de gremistas e colorados.

Vejam só a sinuca em que se meteram os gremistas: a maioria – os normais e lúcidos – vai torcer pelo Flamengo, querem ver o Inter levar uma surra, talvez os mesmos 5 a 1 aqueles.

Mas tem uma parcela pequena, mas ruidosa, insisto, que quer torcer pelo Flamengo, mas não tanto, porque na casamata estará Renato Portaluppi, que essa turma, ajudou a ir embora, secando o técnico/estátua desde sua chegada.

Claro que foi de forma discreta no início, quando o Grêmio passou a jogar o melhor futebol do país, mas aos poucos eles foram saindo do armário para fustigar e atacar Renato, atribuindo a ele todos os males do clube de dois anos para cá. E não importa que ele hoje seja técnico do melhor time do Brasil e vem acumulando goleadas.

Vai ser divertido ver o que sairá nas redes sociais. Tenho curiosidade em ler essa minoria que não lota uma kombi analisando o jogo e seu resultado. Vai dar de tudo.

Se o Inter vencer esse torcedores irão comemorar? Acho que sim, talvez com um certo constrangimento, porque ficará ratificado de novo que realmente existe essa espécie de torcedor, e não apenas os do Grêmio, que torcem mesmo é por suas teses, ou por isso ou por aquilo.

Bem, neste domingo dedicado aos pais vou ficar firme diante da TV torcendo pelo Flamengo, que será o Grêmio por 90 minutos. Ao menos para mim.

CHAPECOENSE

Percebo que há mais expectativa em torno desse jogo no Maracanã do que o confronto desta segunda contra a Chapecoense.

Acho que isso acontece por causa do momento assustador que vivemos. Mais uma vez o time entra em campo sob pressão. De novo precisa porque precisa vencer.

Se não somar três pontos em casa contra o lanterna…

FERREIRA

Ele anda afastado dos treinos, é o que se diz. Largou o Grêmio de mão. Mas o Grêmio não pode largar esse ativo. Hoje eu vejo esse guri como se olha um cheque de milhões de euros. Isto é o que ele representa.

E não se rasga dinheiro.

O que não pode é o clube ceder à essa pressão do jogador e seu empresário.

Grêmio joga pro gasto e confirma classificação

Texto: Copião de Tudo

Tudo bem que o pênalti e a expulsão facilitaram nosso jogo, pois o Grêmio iniciou com dificuldades de sair da marcação alta imposta pelo Vitória, mas um pênalti bizarro do volante João Pedro estragou a tática de pressão baiana que teve o seu jogador expulso, corretamente, facilitando e muito a vida do Grêmio que já era fácil pelo placar folgado no 1º jogo na Bahia.

O goleiro Lucas Arcanjo salvou o Vitória de levar uma goleada, pois o Grêmio assumiu as rédeas do jogo criando cinco chances claríssimas de gol. Mas Ricardinho pareceu o Jonas de 2010 perdendo dois gols claros de novo e isso prova que Borja foi um acerto à pedido de Felipão, e temos ainda o DS que cheira a gols quando está magro.

JP foi o destaque do jogo, mas só acordou após a expulsão do volante que cometeu o pênalti muito bem cobrado por ele por sinal, e cresceu no jogo, mas o adversário era o Vitória com sete reservas, um jogador a menos e a pressão de começar uma decisão depois de um 3 a 0.

Felipão começou com LS, Darlan e JP no meio no 4.3.3, fazendo o TS entrar no 2º tempo para pegar ritmo no lugar do apenas esforçado Darlan que perdeu alguns passes e combate no corpo a corpo, e terminou o jogo no 3.5.2 com entradas do Rodrigues e GG tirando Vanderson e Cortêz, além do fraco Jonathan Robert no lugar de Léo Pereira que nada acrescentou, e LF que entrou e jogou pouco mais que Álisson, a quem substituiu.

Classificação para as quartas da CB foi garantida sem sustos, mas o adversário foi fraco demais, não exigindo nada do goleiro Chapecó, um mero expectador do jogo mesmo que os baianos tenham tentado alguma coisa através de uma pressão no 1º tempo, nada mais que isso.

Acho que Felipão tendo os retornos de Brenno, Rafinha, Kannemann, TS, DC, com os reforços de Borja e um Lateral esquerdo “decente” além de um meia articulador, vai decolar com o time no Brasileirão, pois JP é lento e lerdo demais. Joga apenas troteando com passos largos e atrasa demais o jogo.

Redes sociais tem um culpado para a queda do time: Renato Portaluppi

A primeira impressão de quem acompanha as redes sociais e similares (rádio, jornal, etc) é de que o treinador do Grêmio não é o velho Luiz Felipe Scolari, talvez o técnico mais vitorioso do futebol brasileiro, mas sim Renato Portaluppi.

Para uma parcela da torcida (pequena mas ruidosa), tudo que acontece de ruim no clube leva a assinatura do ‘entregador de camiseta’, ‘técnico de rachão’, ‘lapidador obsessivo’ e ‘cultuador do ócio’ . entre outros rótulos que ele coleciona com a mesma compulsão que o leva a armar times que dá gosto ver jogar e conquistar títulos, além de acumular vitórias nos Grenais.

Renato saiu, ou foi saído, e tudo desandou. Começou com seu sucessor, que tentou manter a estrutura e o esquema herdado de Renato. Tiago Nunes tinha a melhor das intenções, mas depois de um início retumbante acabou sucumbindo. Caiu. Culpa do Renato.

Veio, então, o treinador mais vitorioso na história do Grêmio, ao lado do próprio Renato. Felipão fez o contrário de Tiago. Pegou o time numa situação deplorável e vergonhasa, lanterna do Campeonato Brasileiro. Com as peças disponíveis, tentou simplificar com um esquema em que a bola sobrevoa o meio de campo a todo instante.

Eu não gosto da tal ligação direta, mas considerando-se o nível dos jogadores do setor mais vital, o meio de campo, Felipão não deixa de ter razão. A verdade é que com a mão de obra disponível não é possível fazer mais do que apelar para um esquema tipo ‘pega-ratão’, ‘bumba-meu-boi’ e ‘bola pro mato que o jogo é de campeonato’.

Felipão tem sua responsabilidade, mas não é milagreiro. Tampouco o Renato, que quando teve jogadores de bom nível foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores. Ficou dois anos surfando na onda de ser protagonista do time que jogava, em 2016 e 2017, o melhor futebol do Brasil, que começa a reprisar no comando do Flamengo, para ranger de dentes de um determinado tipo de gremista.

Bem, depois da derrota de sábado, diante do Bragantino, ficou reforçado o que venho pregando aqui, fazendo coro com a torcida. Se não houver reforços de qualidade que cheguem e comecem a jogar, sem passar por uma estada no departamento médico ou com algum casamento em vista, o Grêmio vai cair para a segunda divisão, ou série B segundo a imprensa vermelha quando foi o Inter que jogou na segundona – palavra abominada pelas redações nesse período.

O problema é encontrar jogadores que possam vir e jogar, o posto de outros jogadores que mais passam tempo no DM do clube do que em campo, como o Pinares, por exemplo, que até agora não justificou sua contratação, assim como outros que o clube paga sem qualquer tipo de retorno, a não ser dor de cabeça constante.

Ah, a maioria dos guris da base não tem condições de jogar num clube que aspira sempre os títulos. O mesmo vale para alguns veteranos, os tais ‘bruxos’ do Renato, que aproveitava pouco os jovens. Agora todos sabemos por que.

Apesar de tudo, eu ainda acredito que o time irá safar-se dessa, mas não será fácil. Novo mantra:

-Eu acredito!!!

Gurizada da base pode ser o trunfo de Scolari na reação

A melhor atuação do Grêmio de Felipão aconteceu ontem à noite, em Salvador, com os 3 a 0 sobre o Vitória. Sim, o mesmo time que eliminou o Inter da Copa do Brasil, agora vingado pelo tricolor.

A atuação, até certo ponto surpreendente, foi protagonizada por um time misto, formado por OITO jovens das categorias de base, alguns deles já meio que desacreditados, olhados com desconfiança por parte da torcida.

Eu mesmo tenho minhas dúvidas sobre alguns guris, como Ricardinho e Léo Pereira. Nesse jogo, Ricardinho tirou a urucubaca do corpo, conforme ele deixou claro na comemoração, que pareceu mais uma sessão de descarrego pra afastar o olho grande e algum eventual encosto.

Além do gol, seu primeiro em 13 jogos, Ricardinho deu o passe com açúcar para Léo Pereira, rolando uma bola perfeita para o companheiro chutar na saída do goleiro para fazer 2 a 0. Um gol importante porque o time baiano, completamente batido no primeiro tempo, começava a se assanhar.

São dois jogadores que buscam seu espaço, alternando bons e maus momentos, o que é natural, mas normalmente não se tem muita paciência com jovens, porque existe a pressão permanente dos resultados. Então, é preciso dar resposta rapidamente. É uma pressão também para o guri.

O que mais me chamou atenção em Léo Pereira foi um lance que para muitos foi um desastre. Aconteceu no segundo tempo, quando o atacante passou por dois marcadores, junto à linha de fundo, com um drible curto, ao estilo de Éverton e Ferreirinha. A conclusão foi um chute torto, nas alturas. Comecei a levar mais fé nesse jogador, que é combativo e esforçado.

Ainda falando sobre os guris da base: destaque de novo para Gabriel Chapecó. A zaga não chegou a ser muito pressionada, mas saiu-se bem. Dizem até que os dois zagueiros estão sendo negociados para o futebol italiano. Espero que não. Até o veterano Cortez teve boa atuação, mais segura do que o normal.

Agora, nada supera Vanderson. É outro que não vai ficar no clube muito tempo. Marca, articula e chega à frente com facilidade. Joga muito. Em breve estará na seleção brasileira.

A dupla de meio campo Lucas Silva e Darlan mostrou que merece ser melhor aproveitada. Lucas Silva marcou como nunca e ainda cruzou a bola para o gol de Ricardinho, que, aliás, demorou demais a ser confirmado. Melhor que Lucas Silva foi Darlan. Sábado, contra o Bragantino, eu escalaria Darlan de novo.

Olha, foi uma noite tão boa para esse Grêmio desacreditado que até Alisson esteve muito bem, cumprindo função tática importante e fazendo algumas boas jogadas individuais. Jean Pyerre continua devendo, mas já mostra mais vontade, mais empenho, resultado do trabalho do técnico gremista.

Comprovando que foi uma noite mágica nesse período turbulento do time, o gol de cabeça de Diogo Barbosa, aparando um cruzamento perfeito de Luiz Fernando.

Vou confessar uma coisa, mas não espalhem: gosto muito do Luiz Fernando. Tem força, velocidade, drible. Sua jogada no gol foi uma pintura.

CATIMBA

Um dos grandes nomes da história do Grêmio, o ex-atacante André Catimba morreu na manhã desta quarta-feira (28), aos 74 anos. Ídolo tricolor na década de 1970, ele foi herói do título gaúcho de 1977, com gol na decisão que encerrou seca de oito anos sem título Estadual.

Esse gol de André é como um símbolo, um marco, um divisor de águas, o início do fim da hegemonia colorada no Estado.

Foi muita emoção naquela época. Eu estava na arquibancada. Não trabalhava ainda na imprensa.

Baita centroavante!

Grêmio só empata e vê aumentar o risco de cair

O Grêmio se encaminha para disputar a série B em 2022. Até o torcedor mais otimista já admite a possibilidade, ainda mais depois do empate por 1 a 1 com outro candidato ao rebaixamento, o América mineiro.

Além de deixar de somar três pontos diante de um adversário direto jogando em casa, o time do técnico Felipão voltou a apresentar furos na defesa, no ataque e, principalmente, no coração de uma equipe de futebol, o meio de campo.

Entendo que enquanto não encontrar uma solução para esse setor, o mais vital, Felipão não terá um time competitivo, capaz de sair do atoleiro e de se afastar do grupo de risco.

Bobsin e Fernando Henrique juntos não possuem bagagem para sustentar o sistema defensivo e ainda consolidar uma base de apoio ao ataque. Um deles ao lado de alguém mais experiente pode dar certo. Os dois juntos vão morrer abraçados.

Felipão percebendo que sem Geromel e Kannemann a defesa ficaria muito vulnerável, escalou 3 zagueiros. O time continuou vazando, mas o esquema permitiu que os dois laterais apoiassem com mais segurança.

Vanderson e Guilherme Guedes (enfim aparecendo) souberam tirar proveito. O primeiro gol foi jogada do lateral direito para o esquerdo. Infelizmente Guedes saiu lesionado. Mas tem tudo para ser titular.

Sobre Vanderson, estranho seu choro ao deixar o campo na metade do segundo tempo, cedendo lugar para Rafinha, que, na real, pouco ou nada acrescentou.

O certo é que Guilherme Guedes mostrou que pode resolver o problema da lateral esquerda.

Assim, restaria, a rigor, encontrar um meia de articulação, tipo o Jean Carlos, do Náutico, exímio cobrador de faltas.

Falta ainda um novo camisa 9. Ricardinho precisa voltar imediatamente ao setor de lapidação. Perdeu dois gols feitos. Talvez na equipe de transição ele seja mais útil.

Bem, quem viria para o ataque? Eu sugiro, nesta situação emergencial, o Gilberto, do Bahia. Ele faz gol de falta, de cabeça e pelo chão. Não é o centroavante dos meus sonhos. Mas para quem não quer ou não pode gastar…

LUZ

Sobre o jogo na Arena: vejo que muita gente faz terra arrasada. Vi gente pedindo a destituição de toda a diretoria. A situação está feia, mas nada que o velho Felipão não possa resolver.

Vejam, o Grêmio jogou sem seus dois zagueiros (os 3 que jogaram não me dão confiança, nem o Ruan, que falhou no gol) e sem Matheus Henrique, que muita gente não gosta, mas é o que de melhor o time tem para o setor.

Mesmo assim, ainda em fase de organização, o Grêmio foi quem teve as chances mais cristalinas de gol. As duas com Ricardinho e uma com Alisson.

Então, ainda vejo uma luz no fim do túnel.

Luiz Adriano? É sério isso?

O simples interesse da direção gremista por Luiz Adriano é um acinte ao torcedor, que extravasa sua revolta e indignação nas redes sociais. O torcedor não suporta mais ver o clube como repositório de jogadores veteranos em busca de um aconchego, de um polpudo contrato para engordar sua aposentadoria.

O jogador está na dele. Se existe quem banque, que mal tem? O que não pode, o que é inaceitável, um tapa na cara, é que a direção do clube insista nessa prática que corrói as finanças do clube, que não estão tão bem assim como é apregoado.

Nada contra Luiz Adriano, que ele seja feliz onde se encontra (aliás, por que o Palmeiras aceita negociá-lo se ele é tão bom?) ou em qualquer outro lugar, talvez o Inter, o clube amado pela família do jogador, e, dizem, amado por ele próprio, que teria até uma tatuagem na perna reverenciando o clube de sua formação.

Mais um colorado se infiltrando em nossas linhas? Já não basta uma colorada de conselheira? Nada contra ela, tudo contra quem avalizou essa afronta.

Olha, essa informação/boato de que o Grêmio tem mesmo interesse no jogador, a pedido do técnico Felipão, não pode ter descobramento sob pena que ter como consequência um levante no terreno minado das redes sociais, onde o presidente Romildo já não goza do prestígio de dois anos atrás, sendo alvo constante da torcida.

Se ao menos Luiz Adriano estivesse jogando bem, mas não é isso que acontece. Eu me lembro dele no início de carreira. Era um centroavante rápido, com drible e boa capacidade de conclusão. Hoje, está como outros do grupo: empurrando com a barriga o fim de sua carreira.

É isso: tudo tem um fim. Inclusive este texto indignado.

Eliminado pela LDU, Grêmio foca no Brasileiro para sair da zona de rebaixamento

Ser eliminado de virada pela LDU, dentro de casa, é apenas mais uma frustração para o gremista . Pior ainda é a campanha vexatória no Brasileiro.

A derrota por 2 a 1 (com um pênalti discutível a favor dos equatorianos) pode ser um alerta para que o time coloque todas as suas energias para escapar da zona de rebaixamento.

Quem vê o time jogar sabe que ‘desse mato não sai coelho’, o que ficou claro mesmo na vitória sobre o Fluminense, conforme destaquei no comentário anterior.

Sem reforços, no mínimo um lateral-esquerdo e um meia articulador, o Grêmio irá se manter perigosamente próximo demais da zona do rebaixamento, o que ninguém quer. Quer dizer, há quem queira e torça por isso.

Mas o que está ruim ainda pode piorar. Vai depender das decisões de Romildo e Felipão. Alguns nomes que estão sendo citados como possíveis reforços são assustadores – sem entrar no mérito dos valores absurdos que são cogitados.

Se as contratações não tiverem precisão cirúrgica, a situação ainda poderá piorar. Se não vierem reforços, seja o que Deus quiser.

Como não vi o jogo desta noite na Arena, e também porque estou muito irritado, vou me abster de mais comentários.

Só espero neste momento que o Grêmio foque realmente no Brasileirão e comece a jogar um futebol mais confiável.

Meu tempo de andar de montanha russa já passou.

Felipão arma um time ‘pé no chão’ e vence a primeira no Brasileiro

O grande mérito de Felipão neste começo de trabalho é reconhecer que o grupo do Grêmio não tem condições de repetir o futebol vistoso e vitorioso dos dois primeiros anos de Renato.

Aliás, o maior erro de Renato foi a teimosia de insistir num esquema moribundo, que agonizou dois anos, mas que ainda assim se manteve vitorioso, principalmente se compararmos com o momento atual.

Nestes quase cinco anos com Renato no comando, o clube jamais esteve sequer perto da zona de rebaixamento no Brasileiro. E manteve uma deliciosa superioridade em grenais – coisa que alguns gremistas (?) hoje desdenham.

No sábado, ficou escancarada a proposta de jogo de Felipão: bola pro mato que o jogo é de campeonato. Seria o esquema ‘pega ratão’, popularizado pelo ex-treinador Cláudio Duarte, nos anos 70. Hoje, isso significa ‘dar a bola pra eles, se fechar na defesa e arriscar na boa, sem correr muito risco’.

Não é o que eu gosto, mas é o que a casa oferece. O próprio Felipão deixou muito claro como será o time dele, principalmente nesta situação tensa que o clube vive, assolado pelo fantasma da segundona.

– Tenho que dar proteção aos zagueiros para depois, em algumas situações, termos a condição de fazer o gol e conseguir a vitória. Não é algo que eu gosto ou do meu trabalho, depende das características dos jogadores e do momento que estamos vivendo. Vamos devagarinho, pé no chão para reconstruir tudo – explicou Felipão.

Parabéns ao experiente técnico, que simplifica e que conhece as limitações de seu elenco. Coisa que seu antecessor, Tiago Nunes, não teve a sabedoria de identificar/admitir. Por isso, caiu.

Espero que Felipão tenha sucesso e que continue contando com a sorte, porque vai precisar. Sábado a sorte apareceu com o nome de VAR ,que salvou o time de mais um empate, que, aliás, seria o resultado mais justo pelo que (não) fizeram os dois times. È bom ter o VAR de vez em quando a favor.

O pênalti foi marcado pelo VAR depois de passar em branco por quase todo mundo. Já vi outros a favor do Grêmio que não foram assinalados pelo VAR – não esqueço aquele contra o Atlético PR pela CB -. Antes desse pênalti, houve outro, também sobre Alisson, que o juiz não marcou.

Os três pontos obtidos com a vitória de 1 a 0 (gol de Pinares) sobre o Fluminense, deixam o time respirar, ajudam a dar confiança aos jogadores.

Contudo, se não melhorar sua produção ofensiva (prejudicada pela ausência de Ferreira), o Grêmio terá de conviver um bom tempo com o risco de cair.

ALERTA

O blog não aceita termos pejorativos aos jogadores que vestem a camisa do glorioso Grêmio. Comentários nessa linha serão apagados. Igualmente são vetados palavrões.

Outra coisa, quem quiser participar dos debates precisa fazer sua inscrição, com dados de identificação.

Felipão e uma retranca histórica para neutralizar o ‘casal 20’ dos anos 80

O jogo deste sábado contra o Fluminense me fez lembrar um outro, na década de 80 (se não me engano em 1987), quando o Grêmio enfrentou o clube carioca também pelo Brasileiro.

O Fluminense estava no auge, com uma dupla infernal para fazer gol: Assis e Washington, conhecida também como Casal 20, título de uma série de TV de muito sucesso na área.

Pois o GRêmio foi ao Maracanã enfrentar essa dupla matadora, uma espécie de Pelé-Coutinho ou Joãozinho/Alcindo. Os cariocas eram amplos favoritos.

O que fez o técnico gremista, que recém começava no tricolor? Armou uma retranca de dar inveja a outros adeptos dessa solução.

Na época, no retorno da delegação, conversei com o Paulo Bonamigo sobre o jogo. O Grêmio foi dominado do primeiro ao último minuto. Bonamigo me confidenciou que ele, como um dos volantes, estava proibido de deixar o campo defensivo. Tinha ordem de não cruzar a linha de meio de campo – disse Bonamigo, sorrindo.

Bem ou mal, deu certo. O Grêmio garantiu o empate e saiu do Maracanã como se tivesse vencido. O ‘casal 20’ parou na retranca de Felipão, que meses depois deixou o clube, retornando em 1993 para ser campeão Brasileiro e da Libertadores, entre outras conquistas.

Mais de três décadas depois, temos outro jogo em que o Grêmio não pode perder contra o Flu. Nada como uma retranca amiga, bem ao estilo do gringo.

Garantir o empate, especular a vitória

Depois da vitória – para mim surpreendente pelo que o time vinha jogando – sobre a LDU, o Grêmio encaminhou sua classificação à próxima fase da Sul-Americana.

É um alento, um sopro de esperança, para focar no Campeonato Brasileiro e buscar a recuperação. A vitória foi tão importante que serviu para amenizar a angústia do torcedor diante da campanha que não condiz com a estatura do tricolor.

Já vi de novo brilho nos olhos de gremistas amigos. Alguns já projetam alcançar a ponta de cima. É o efeito Felipão. Não compartilho tanto otimismo, que parece mais fruto do medo de cair, da ansiedade de deixar o fosso do rebaixamento para trás.

Vou passar a ter alguma esperança de chegar ao G-4 a partir do jogo deste sábado, no Rio, 21h, contra o Fluminense. É jogo para vencer – mas os jogos que nos antecederam apontavam o mesmo, e o que se viu foi o oposto: resultados ruins e atuações piores ainda.

Se com um time misto o Grêmio voltou com três pontos do Equador, com o time titular é possível conquistar a primeira vitória no Brasileiro, dando moral e confiança aos jogadores, em especial aos mais jovens.

Agora, não podemos ignorar que o goleiro Chapecó foi o melhor jogador do Grêmio em campo, garantindo a vitória com grandes defesas. Então, o time segue devendo.

O técnico Felipão ainda não definiu o time, mas tudo indica que Alisson será mantido, apesar dos clamores da torcida para que não jogue.

Em princípio, o time terá :

Gabriel Chapecó; Rafinha, Geromel, Kannemann e Cortez; Fernando Henrique, Victor Bobsin, Alisson, Jean Pyerre e Léo Pereira; Diego Souza.

Essa é uma formação lógica. Melhor que isso só se tivesse um lateral-esquerdo com mais qualidade. Os dois que se revezam decididamente não são confiáveis.

Quando um joga a gente sente saudade do outro, e vice-versa.

Outra posição que preocupa é a de articulador. Jean Pyerre até melhorou contra a LDU, mas está longe de mostrar futebol para ser titular. A torcida por ele é grande.

O meia pela lado direito é outro problema para esse jogo. Alisson com seu futebol de toque pro lado e para trás, e muita disposição para nada acrescentar, continua. Felizmente, há Douglas Costa. Mas ele está fora porque tirou uns dias para casar no Caribe. Vai voltar ainda mais fora do peso.

Na frente, Diego Costa é contestado. A torcida do Grêmio é assim, contesta até seu maior goleador na temporada. Tem quem considere bom perder DC e dar oportunidade para Ricardinho, que tem se mostrado um perdedor de gol.

Tem gente que até defende Churin como solução ofensiva.

Por fim, vamos ver se o time tem mesmo potencial ofensivo para decolar no campeonato, mesmo sem seu atacante mais perigoso, o Ferreira.

Sobre contratações. Há muita especulação. De concreto mesmo temos o interesse de Felipão em contar com Paulinho. Seria um grande reforço.

Fala-se também na volta de Giuliano. Sou contra. Já passou por aqui e viria para se aposentar. Esse pessoal com um certo nome só assina contrato de dois ou três anos.

Tem ainda o Lucas Lima, do Palmeiras. Seria o articulador que falta ao time. Mas dizem que ele é um jogador problemático.