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Renato manda presente para Bolsonaro e aumenta a ira dos seus críticos

Que o Renato gosta de uma encrenca não há dúvida. Precisava correr na areia do Leblon em plena pandemia, sabendo que seria alvo de abelhudos? Isso que dias antes havia anunciado seu apoio irrestrito ao presidente da República.

Bem, o que tem de gente hoje que quer a cabeça do técnico gremista também por esse posicionamento é impressionante. A secação vai aumentar por conta desse mimo que Renato enviou ao presidente Jair Bolsonaro: a nova camisa do Grêmio, personalizada.

Secam Renato e, por tabela, secam o Grêmio. Não importa se o resultado da secação pode prejudicar o clube, o que vale é secar ‘esse apoiador do Bozo…’.

E secar o próprio Bolsonaro, claro, mesmo que isso ajude a afundar o país ainda mais. Não entro no mérito da questão. Eu torço pelo Grêmio e pelo Brasil. Quero um Grêmio sempre campeão, do Brasileiro, da Copa do Brasil, da Libertadores e do Mundo. E, acima de tudo, quero um país melhor para meus filhos e netos. Sei, estou querendo demais.

Mas é o que eu quero nesse tempo que me resta.

REFORÇOS

A movimentação dos empresários de futebol é intensa. Eles estão sempre agitados, querendo faturar. Estão na deles. E aí lançam nomes como osso no canil. Os da ‘hora’ (como cantavam os Mamonas) são Facundo e Churin. Os dois são camisa 9. Renato quer alguém para disputar com Diego Souza. Nem pensa em investir numa horta sem aipim. Ataque com mais mobilidade fica no sonho e no desejo do torcedor.

ROBINHO

Pelo jeito muita gente aqui faltou no meu curso de pós-graduação ‘Futebol: técnica e tática’. Quem analisa futebol deve sempre imaginar o que vai na cabeça do treinador. No caso de Renato, é notório que ele gosta de um time que rola a bola, troca passes e só arrisca um lance mais ousado quando as condições são muito favoráveis. Robinho se encaixa nesse tipo de jogo. Então, entre um Isaque e Robinho, ele fica com o segundo, pela experiência e pela característica. Mesmo que ao longo de sua carreira nunca tenha passado de um jogador médio, tipo nota 75,5, ou 8 em alguns momentos.

Então, antes de afirmaram que tal jogador é escalado por bruxismo, entrem em contato comigo que eu explico. De graça.

Vitória com gols que lembram o melhor Grêmio da era Renato

As redes sociais oferecem um espetáculo à parte no futebol atual. Muitas vezes melhor que assistir a um jogo, em especial da seleção do Tite. O que se lê antes, durante e depois dos jogos é muito interessante.

A gente se diverte, e também se irrita, em igual ou menor intensidade. Antes da vitória de 3 a 1 sobre o Botafogo – que depois de perder na Arena foi taxado por alguns (gremistas de pouca fé) como time fraco, numa tentativa inócua de desmerecer o excelente resultado – eram fortes as críticas ao Renato pela escalação de Robinho e Victor Ferraz.

Pois os dois “bruxinhos do Renato” participaram do primeiro gol, numa jogada trabalhada de dar inveja aos times que sobrevivem na base do chutão para dentro da área. Robinho recebeu pela direita, cruzou na medida para Alisson escorar de cabeça para o goleador Diego Souza mandar para a rede. Mais um gol do “atacante de Gauchão”.

Mas o Grêmio não fazia boa partida. O Botafogo deu alguns sustos, e aos 40 minutos empatou num entrevero na pequena área, após bola alçada. No intervalo, duras críticas ao Renato, ao Romildo, etc. Não faltou quem pedisse a cabeça do treinador mais uma vez.

No segundo tempo, logo de saída, Pepê fez o segundo gol, após jogada de Alisson e assistência perfeita de DS. Pepê bateu forte, um tiro seco, indefensável. Logo depois, aos 6 minutos, DS foi expulso (pelo VAR) por ter acertado um pontapé num adversário. O cartão amarelo ficaria de bom tamanho, mas como era contra o Grêmio…

Isaque entrou e saiu Robinho. O time ficou bem compactado, marcando firme e de forma solidária (isso que nos últimos dias houve quem dissesse que o time está mal porque o vestiário está desunido).

Aos 20, Pepê, após bela jogada trabalhada – por certo consequência de treinamento do ‘treinador que não treina jogadas ensaiadas -, recebeu de Victor Ferraz e fez 3 a 1, com muita categoria. Aliás, Ferraz, que muitos gremistas querem ver na reserva, fez ótima partida, talvez a sua melhor no Grêmio.

Mesmo com um jogador a menos durante quase todo o segundo tempo, o Grêmio conseguiu vencer, algo que por momentos pareceu improvável.

Ficou nítido que uma formação com Geromel na zaga, Matheus Henrique e Maicon no meio de campo, e Pepê em fase iluminada, é outro time, um time que poderia brigar pelo título do nacional.

Ah, e com Renato de treinador.

‘Renato é o cara’, diz Romildo, sinalizando que o técnico está ‘prestigiado’

‘Renato é o cara’, diz o presidente Romildo Bolzan, querendo com isso blindar seu treinador, que tem sido alvo da ira de torcedores nas redes sociais, muitos pedindo a cabeça da ‘estátua’.

Concordo com a frase, curta e seca, mesmo desconfiando que na verdade o presidente tricolor está encontrando uma nova forma de dizer que o treinador está prestigiado, o que, como se sabe, coloca o técnico de futebol na linha de tiro, na boca da caçapa.

Renato é o cara, sim. Mas Renato é o cara quando tem seu time titular na mão. Com força máxima, o Grêmio joga uma bola redonda, desculpem a redundância, e é temido e respeitado. Mas basta faltar alguns titulares que a maionese desanda.

O melhor técnico brasileiro em atividade no país se perde como um iniciante quando se trata de armar um time sem cinco ou seis titulares. É claro que esse é um problema que aflige todos os treinadores (menos o do Flamengo, que tem praticamente dois titulares titulares), mas Renato parece ter mais dificuldades para manter um futebol competitivo com time misto.

Domingo, contra o Santos, isso ficou muito evidente. Ainda assim, por detalhe o Grêmio não empata no final, depois de correr atrás da bola a maior parte do tempo e ter o agora contestado Vanderlei fazendo grandes defesas. Futebol é assim, estoura primeiro no goleiro, depois no treinador. Lembro-me que Vanderlei foi saudado pela maioria dos gremistas. Eu, modestamente, disse que ele e Paulo Victor se equivalem, e fui bombardeado.

Então, é inquestionável que o ‘o meu grupo’ não é lá essas coisas, e que nem todos os guris da base que foram promovidos estão aptos a brigar pela titularidades. Alguns, e isso é estatística, sequer serão lembrados dentro de algum tempo. Com ou sem lapidação comandada pelo Mestre Renato.

Bem, aí chegamos ao RB, que na manhã desta terça-feira, participou do Papo com o Presidente, no canal do clube no YouTube. O que extraio dessa entrevista, muito protocolar, um papai e mamãe sem graça, é que Romildo perdeu uma bela oportunidade de atiçar a torcida, sinalizar com firmeza que o clube como um todo está mobilizado e que reforços estão chegando. Mas nada de delírios como Covani. Algo mais pé no chão, mas com qualidade para chegar e entrar no time.

O presidente enfatizou que não tem receio de rebaixamento, mas a gente sabe que ninguém está livre, ainda mais se não houver uma sacudida e tudo continuar como está.

ODAIR, MANO E ROGER

Lamentável o procedimento de Mano Menezes após o jogo do Bahia com o Fluminente, vencido pelo ex-técnico colorado por 1 a 0.

O gol foi de Nenê, jogador que não erra pênalti. Ele poderia vir aqui na Arena dar umas aulinhas.

Voltando ao que interessa: Odair foi até o meio do gramado para cumprimentar Mano. A mão direita estendida de Odair encontrou o vazio. O colega passou reto.

Não custava nada estender o braço. Ficou feio.

Agora, Mano tem suas razões para estar irritado, fora a questão da arbitragem. Ele assumiu o Bahia pensando que poderia aproveitar a herança do ex-técnico gremista, que tem seus fãs aqui na aldeia. Mas pelo jeito não conseguiu tirar nada de proveitoso. Ou nada de proveitoso encontrou.

Grêmio sucumbe aos erros de Renato e da zaga central

Quando soube que o Grêmio entraria para enfrentar o Santos com um meio-campo formado por Lucas Silva, Thaciano e Robinho, fiquei abalado. Entrei em contato com um amigo e disse que se o time vencesse com esse trio nunca mais questionaria as escalações do Renato.

Aconteceu o que podia se esperar tendo um meio de campo como esse: a derrota. Mas a questão não se resume aos 2 a 1, como Renato, esperto, frisou na entrevistas coletiva. Perdemos por erros infantis, resumiu.

Essa tentativa de minimizar fiascos e não aprofundar questões táticas e técnicas não cabe mais. O primeiro tempo do tricolor, que viajou para ‘decolar’ pra valer no Brasileiro, foi ridículo. O pênalti cometido por Paulo Miranda foi mesmo infantil , além de irresponsável. Mas fez justiça ao que os dois times jogavam.

No segundo tempo, o time melhorou um pouco, chegando a assumir o controle do jogo por alguns momentos, já que o time de Cuca tentava administrar a vantagem e explorar contra-ataques.

Num espasmo do que pode ser o time e o que foi no passado recente, Diego Souza marcou o gol de empate, após bola rolada para trás por Pepê. Eram 27 minutos. O Grêmio estava melhor em campo, chegando a dar impressão de que poderia virar o placar.

Mas o Santos voltou a marcar, num pênalti infantil, conforme definiu o treinador, cometido por David Brás. Ou seja, os dois zagueiros reservas estavam enterrando o time. Nesse gol, o zagueiro da base, Rodrigues, errou numa saída de bola, o que resultou na falta de Brás, que minutos depois seria expulso.

Quer dizer, confiável mesmo apenas a dupla Geromel/Kannemann.

Renato fez substituições para deixar o time mais agressivo na frente. Conseguiu, mas proporcionou espaços para o ataque do Santos. Não fosse o goleiro Vanderlei o jogo poderia terminar com placar mais avantajado. O Santos teve, ainda, duas bolas na trave.

O goleiro do Santos também teve algum trabalho ao jogo do jogo, em especial no arremate de Maicon, na prorrogação, com João Paulo salvando para escanteio. Foi outra jogada daquelas que a gente tem saudade.

Enfim, apesar da má partida do Grêmio, a começar pela escalação inicial, o Santos por pouco não deixou escapar a vitória. O que mostra que não passa de um time mediano, contando com um atacante em fase luminosa.

Finalizando: Renato errou, e errou feio. Todo mundo viu que o meio campo escalado era um absurdo. Unanimidade nas redes sociais. Agora, as opções não eram tão melhores. A qualidade do grupo não é aquela que se imaginava.

De qualquer modo, insistir com Robinho e apostar de novo em Thaciano (não servia a ponto de ser cedido ao Santos) contribuiu fortemente para mais um resultado negativo no Brasileirão.

Só espero que Renato não fale mais em decolar na competição. O título, de novo, já era. O risco é de nem G-4 pegar, a não ser que venham reforços de muita qualidade.

BLOG

Eram 19h30 quando fui olhar o blog. Aconteceu o que eu esperava: dezenas de acessos: Mais de 250. Nada de novo: cada resultado negativo tem poder milagroso no blog, como a multiplicação dos pães. Quando o time ganha o número de acessos não passa de algumas dezenas. Quando perde, dá nisso.

A raiva é inspiradora…

O diário Olé, a projeção tricolor e a arrastada qualificação do time

Faz uns quatro anos visitei a redação da revista Olé, da Argentina. Até ali nenhum jornalista brasileiro havia cruzado as portas do veículo que ficou famoso no Brasil pelo tom debochado e jocoso em relação ao futebol brasileiro.

Uma arrogância que hoje não transparece nas páginas do diário, muito em função da decadência da seleção argentina, quadro agravado com a crise social, política e econômica dos nossos vizinhos nos últimos meses.

Escrevi sobre essa visita aqui no blog.

Pois o Olé está com uma campanha nas redes sociais para que Messi volte à seleção. O craque aparece usando camisas dos principais clubes do mundo. O único clube brasileiro que aparece é o Grêmio.

Repito: o Grêmio. Leram bem? Não é o Flamengo, nem Corinthians, nem Santos. É o nosso Grêmio.

Essa imagem foi desenhada e consolidada nos últimos quatro anos na gestão Romildo Bolzan. Dentro de campo e, claro, no vestiário, o mestre Renato Portaluppi.

É verdade que nos últimos dois anos o time decaiu. O desenho está precisando de retoques, mas isso não impediu que o famoso jornal de esportes da Argentina colocasse a camisa tricolor em seu apelo para que Messi volte à seleção de seu país.

O Grêmio faturou muito nesse período, mas gastou mal na busca por reforços. Não sei se tem outro clube no país que tenha gasto tanto e tão mal. Nem vou listar. Fico com o exemplo mais recente: Thiago Neves. Imperdoável ter gasto dinheiro com esse jogador, imperdoável.

Hoje, o Grêmio está envolvido numa luta para ficar na ponta de cima do Brasileiro e avançar na Libertadores. Com o grupo atual acho muito difícil, mas nada que uma conjunção astral favorável não resolva.

O que me irrita mesmo é ver que a cada ano, e isso vem de longa data, a gente vê o Grêmio se empenhando para garantir vaga na Libertadores do ano seguinte, mas não vê a direção qualificando adequadamente o time. É o que acontece agora. Bressan é um exemplo ainda muito vivo na memória dos gremistas.

Todo um trabalho pode ir ladeira abaixo por esse planejamento equivocado. Por vezes, falta dinheiro para buscar os reforços, mas não é o que ocorre no clube nos últimos tempo. Dinheiro tem, falta aplicá-lo com sabedoria e moderação. Ousar pensar em Cavani, com seus 6 milhões mensais de salário, é um exemplo de delírio coletivo. Felizmente, o negócio, se é que havia um, gorou.

O que vimos agora é, aparentemente, um Grêmio mobilizado em busca de jogadores de qualidade. Só hoje foram citados três nomes de estrangeiros. Essa busca deveria ter sido feita antes, com calma, sem desespero.

A direção deve ter seus motivos para não ter contratado antes. O presidente Romildo já deu provas de competência. Só espero que, agora, nada seja feito no atropelo para que não se jogue ainda mais dinheiro pela janela.

O que resta é acreditar que Renato mais uma vez resolva os problemas – que não são poucos – e consiga armar um time em condições de brigar por mais títulos, mantendo a imagem vitoriosa construída a partir de 2016.

Grêmio vence o Coritiba e mostra que tem condições de ‘decolar’ no Brasileiro

Se o empate no Grenal – resultado absolutamente injusto para o time que mais atacou e criou chances de gol – caiu como uma derrota, a vitória de 2 a 1 sobre o Coritiba nesta noite, na Arena, é retumbante como uma goleada.

O time de Renato precisava mais de uma vitória do que certa parcela da torcida gremista precisa ter de tolerância e respeito, conforme foi evidenciado quando Marcelo Oliveira entrou em campo, no último minuto da partida. MO, que vem de uma grave lesão, merece melhor tratamento, como ser humano e como atleta, um jogador útil na conquista da CB de 2016. A presença dele no final do jogo foi uma homenagem. MO naquele momento estava encerrando sua carreira.

Mas os amargos de plantão não perdoam.

Amargos que já preparavam artilharia pesada contra Renato em caso de um resultado negativo. Em 12 minutos, o Grêmio já vencia o jogo por 2 a 0, o que serviu para calar vozes agressivas, que criticavam a escalação do time para o jogo sem argumentos sólidos, mas amparadas na necessidade de contestar tudo o que Renato decide.

Particularmente, eu gostei de algumas medidas. Luis Fernando na direita, mais ou menos na função de Alisson, foi um acerto. Aliás, no comentário anterior comentei que LF poderia muito bem jogar por ali. E deu certo.

Luiz Fernando marcou o primeiro gol, de cabeça, aparando um cruzamento com açúcar e com afeto de Diogo Barbosa, cuja contratação foi muito criticada, e foi por mim exaltada. Mais uma prova de que eu conheço muito. Modéstia à parte.

Gostei também da opção por Victor Ferraz, que disputa posição com Orejuela. Os dois são de bom nível, mas de características diferentes, o que é bom para o treinador. Só tenho dificuldade de aceitar Robinho. Acho que é uma perda de tempo insistir com ele.

No segundo gol, David Brás foi muito oportunista e teve categoria para colocar a bola no canto esquerdo, fora do alcance do goleiro Wilson. Depois, o time recuou e o Coritiba cresceu. Até fez um gol, anulado pelo VAR.

Gostei muito do Giovanni Augusto, um bom articulador. Muito melhor que Robinho, por exemplo.

O time teve alguns apagões no jogo. O Coritiba descontou com um gol de cabeça. Há quem tenha visto falha de Vanderlei. Foi um lance difícil para o goleiro. Acho que foi mais descuido da dupla de área. O Grêmio, apesar de alguns pequenos sustos, teve condições de ampliar.

Mais uma vez Renato colocou jovens no segundo tempo. Não entendo por que ele de novo deixou fora o Ferreira. Ele está melhor lapidado que Guilherme Azevedo, que tem sido mais utilizado por Renato.

O retorno de Maicon merece ser saudado. Domingo tem jogo contra o Santos, na Vila Belmiro. Eu começaria com Lucas Silva, Maicon e MH, que jogou demais contra o Coritiba.

Bem, domingo vamos ver se o Grêmio decolou mesmo.

Há quem defenda a volta da grossura no futebol

Se há um lugar em que o futebol mais tosco e viril ainda é festejado e venerado é o Rio Grande do Sul. Sempre que ouço e leio alguém suspirando ao pedir a presença de um legítimo camisa 5, mais conhecido como volantão; um camisa 9 alto e espadaúdo para trombar com os zagueiros e de vez em quanto fazer um gol, de preferência de cabeça; ou uma defesa com três zagueiros, fico preocupado.

Escrevo a respeito porque há um boato circulando na Capital de todos os gaúchos no sentido de que o técnico Renato estaria projetando armar seu time com três zagueiros assim que puder contar com Geromel e Kannemann. Sei que tem gente aprovando a ideia, outros a criticando, crucificando o treinador gremista por algo que sequer foi cogitado e muito menos testado. Até provável escalação li em algum lugar.

Vou esclarecer: alguém defensor de esquemas e formações mais conservadoras, com marcação forte, e nesse ponto Dinho é lembrado como exemplo a ser seguido, quer ver o Grêmio jogando assim. Mais ou menos como o Grêmio de Felipão na vitoriosa década de 90. Então, o sujeito, que adora um 3-5-2, por exemplo, lança ao vento, ou nas redes sociais, que vai mais rápido, a ‘informação’ de que Renato vai mexer no esquema. Verdade ou mentira, isso se espalha, e gera discussão. Com o time num mau momento, a ideia ganha defensores em grande número, chega aos ouvidos de Renato, que, claro, ri e a descarta.

Estamos diante do famoso se colar, colou. Fosse outro o treinador, um Celso Roth, por exemplo, talvez o time já nesta noite, 19h15, na Arena tivesse três zagueiros para enfrentar o Coritiba.

Então, muito cuidado com aqueles que defendem a volta de grossura no Grêmio e agregados.

GALVÃO

Sobre o esquema com 3 zagueiros, lembro do então técnico Cláudio Duarte testando Mauro Galvão (isso foi em 1979, se não me engano), então com apenas 17 anos, para atuar de líbero, com dois zagueiros à frente.

Eu era setorista do Inter, recém iniciando na profissão hoje tão enxovalhada. E Cláudio, conversando com Otacílio Gonçalves, dizia que é preciso treinar muito para o esquema dar certo. Hoje, os técnicos fazem a migração de esquema de um jogo para outro.

Grenal termina com sabor amargo para o Grêmio

O empate por 1 a1 neste sábado, na Arena, tem o sabor, aroma e textura de uma derrota dolorida. O Grêmio manteve a sequência de invencibilidade – agora são 11 jogos sem perder para seu rival -, mas e daí?

O Grêmio precisava, e precisa muito, começar a vencer, a somar pontos para ainda manter a esperança de disputar o título do Brasileirão. No futuro vai ser bom lembrar desse período de hegemonia, mas o que interessa hoje é a ponta de cima da tabela, objetivo que parece cada vez mais distante.

Pior de tudo é a maneira como o Grêmio deixou de somar três pontos. Aos 7 minutos, Pepê tabelou com Diego Souza e encobriu com muita categoria o goleiro Lomba. O Grêmio passou a buscar o segundo gol, mas sem a volúpia que eu esperava.

O tricolor, que tinha o controle da partida, e ainda contou com a expulsão de Musto, que andava comportado no jogo. Mas ele é tipo escorpião, fazer faltas e cometer agressões são da sua natureza. Sobrou para o rosto de Diego Souza. O VAR não deixou escapar.

Tudo se encaminhava para uma vitória. Até que Bruno Cortêz passou a assumir o protagonismo no jogo. Aos 27 minutos, ele tocou com a mão na bola dentro da área. O VAR viu. Gallardo bateu e converteu o pênalti.

Mas o Grêmio ainda tinha um jogador a mais. Foi por pouco tempo, porque Cortêz assumiu de vereda o centro das atenções ao cometer uma falta estúpida, não compatível com sua experiência. Foi punido com o segundo cartão amarelo, seguido do vermelho.

O Grêmio ainda teve chance de fazer 2 a 1, mas o jogo ficou mesmo no empate, com o Grêmio perto da zona de rebaixamento e o Inter na ponta de cima, mesmo jogando esse futebol pobre de talento e criatividade.

O técnico Renato Portaluppi deu sua contribuição para que o Grêmio não vencesse e ficasse esse sabor amargo. Sacou Alisson e colocou Robinho. Alisson fazia excelente partida, mas estava desgastado. Poderia ter entrado Luiz Fernando. Não sei se adiantaria alguma coisa, mas ao menos é um jogador de velocidade, que joga pelos flancos e tem vitalidade para fazer a função de Alisson.

Na quarta-feira, 19h15, o GRêmio recebe o Coritiba. Se não somar 3 pontos é bom esquecer a ponta de cima da tabela de classificação e jogar para ficar numa posição honrosa.

O ‘efeito David’ e o vírus que enfraquece o Grêmio no clássico

Será castigo? O Grêmio que tem desdenhado o Brasileirão com sua política exagerada de escalar times mistos, pode ir para o Grenal deste sábado, 17h, na Arena, com uma equipe muito descaracterizada. Bateu uma onda de coronavírus que afetou alguns jogadores importantes. Entre eles, Jean Pyerre e talvez Pepê.

Já tem gente maldosa espalhando que JP está bem e que só não joga porque ele e Renato não se bicam. O ano não tem sido bom para o jovem meia, que recentemente sofreu muito acompanhando a luta de seu pai pela vida, sem contar problemas musculares que o perseguem faz horas. Mas, para os antirenatistas, vale mais a versão que o fato.

Então, no Grenal do primeiro turno do nacional, Renato Portaluppi, que estava determinado a jogar com a força máxima disponível (Geromel e Kannemann já tinham confirmação da doença), agora busca formatar um time competitivo com o que for liberado pelo departamento médico.

Mais importante que o fato de atingir 11 jogos seguidos sem derrota e com apenas um gol sofrido (e ainda por cima contra), é que o clássico vale pontos para o Brasileirão, onde o Grêmio está mal e o Inter se esforça para continuar no topo.

Em caso de derrota, o Grêmio vai ficar colado à linha do rebaixamento, empurrado pelo rival, que, ao mesmo tempo, subirá na tabela. Um jogo de seis pontos, em que o rival estará completo e o Grêmio com desfalques importantes.

LAPIDAÇÃO

O aspecto positivo é que Renato já mostrou que sabe lidar com as dificuldades, buscando soluções para superar obstáculos. No caso, ele tem uma gurizada louca para entrar e mostrar serviço. São jovens que ele vem lançando aos poucos para que se ambientem, seguindo o cronograma vitorioso do Departamento de Lapidação de Talentos.

Por falar nisso, o clube acabou de fechar contrato com uma verdadeira joia, Elias, de 18 anos. O guri, que é de SP, foi destaque na Copa São Paulo, assinou até 2024, multa rescisória de 100 milhões de euros. Ele está inscrito na Libertadores.

EFEITO DAVID

O verbo ‘amassar’ empregado pelo colunista David Coimbra foi usado por Renato para motivar ainda mais seus jogadores no clássico da semana passada. O técnico mesmo admitiu isso em sua entrevista coletiva, evento no qual o técnico solta o verbo sem maior cerimônia.

David já sabia que isso aconteceria. Ajudou a botar uma pilha dos jogadores. Agora, ele faz o mesmo, desta para mexer com o brio colorado ao afirmar, em coluna de dois dias atrás, que o Grêmio irá ‘amassar’ o Inter no Grenal deste sábado.

Os gremistas não se preocupam, até acham graça. DAvid já ganhou fama de ser pé-frio em suas previsões.

Mas o time colorado estará mais motivado do que nunca. Como diria um velho conhecido: vai perder motivado.

Renato, Jean Pierre e os conflitos com a imprensa

Renato Portaluppi é o técnico a ser abatido. Sim, abatido, não batido. É o inimigo número 1 de uma parcela menor – mas ruidosa como britadeira de asfalto – da torcida gremista; odiado pela torcida colorada como um todo e alvo preferido de uma certa parcela da crônica esportiva gaúcha, constantemente desafiada por Renato.

Na entrevista coletiva posterior ao Grenal de 1 a 0, no Beira-Rio, Renato provocou os repórteres, desafiando-os a mostrar a camisa vermelha usada pela roupa comum, social.

O técnico gremista estava aborrecido com os comentários e notícias veiculadas antes do clássico. Cobrou mais respeito aos atletas, etc.

Não foi a primeira vez que Renato reagiu forte às críticas e análises feitas por jornalistas e/ou radialistas. Isso mexe com o ego dos profissionais, alguns partem para a ‘vendetta’.

De repente, começaram a aparecer interpretações e notícias para a ausência de Jean Pierre do time principal, todas responsabilizando o treinador, que estaria ‘brigado’ com o jogador. Chegaram ao ponto de especular que Renato não gosta de ver alguém que brilhe mais que ele no time.

Olha, até pode ser verdade: a cada craque que surge ele trata de mandar embora para enriquecer na Europa e encher os cofres do clube. Renato não quer mesmo ver alguém brilhando mais que ele, se o garoto quer brilhar, que brilhe na Europa. (este parágrafo contém ironia)

Eu soube que JP estava sendo preparado para voltar em melhores condições físicas, para que pudesse jogar sem ter de voltar de novo ao DM, como tem acontecido com irritante frequência, alimentando boatos.

Pois JP deve voltar no Grenal de sábado. Outro que pode voltar é Maicon. É o meio campo titular se recompondo.

Com isso, terão de buscar outro assunto para fustigar o técnico gremista, que, em meio às críticas e cornetas de sua própria torcida, já garantiu vaga por antecipação à próxima fase da Libertadores.