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Douglas, fim de um ciclo

Desde os seus tempos de Corinthians que admiro o futebol de Douglas. Tenho um amigo, conselheiro do Inter, que indicou Douglas para Fernando Carvalho quando ele ainda jogava no Criciúma.

Soube que Felipão rejeitou Douglas quando ele recém começava a jogar no time de cima do Criciúma. Acontece.

Hoje, conhecendo melhor esse jogador, firmo a convicção que Douglas não tem condições de exercer uma função de tanta responsabilidade num time de futebol. Talvez ele nem queira ser o centro do time, o cérebro, o articulador, o cara que recebe bolas e as encaminha com talento para que resultem em gol.

O melhor momento de Douglas no time foi quando ele tinha perto dele um jogador que dividia essa responsabilidade de criação ofensiva. Com Jonas o futebol de Douglas se iluminou, brilhou tanto que ele chegou à Seleção. Ali ele com certeza brilharia ainda mais porque haveria outros talentos ao redor. Mas Douglas não teve tempo, porque em poucos minutos cometeu aquele erro já conhecido de todos os gremistas, armando contra-ataque do adversário por excesso de soberba, de auto-confiança.

Sem Jonas, Douglas ficou como uma andorinha solitária querendo fazer o verão. Quando percebeu que afundaria com o time tratou de preparar sua saída, sua volta ao futebol paulista, de preferência ao Corinthians.

Douglas não quer ficar no Grêmio. Cabe ao Grêmio fazer o melhor negócio possível com ele. O talento de Douglas vai fazer falta, não sua negligência, seu distanciamento, seu pouco envolvimento com o clube que lhe paga e que, indiretamente, abastece sua geladeira de long neck.

Douglas ao lado de Kleber, Douglas Costa e Moreno, por exemplo, tem tudo para jogar mais e melhor. Mas está mais do que claro que ele prefere jogar futebol em outro lugar. Por outro lado, boa parte da torcida já não o suporta. Enfim, é hora da separação.

Cabe ao Grêmio buscar um substituto. Eu gostaria que fosse Montillo ou Ibson. Mas há outros bons nomes por aí, é só pesquisar.

Agora, é fundamental que Caio Jr participe desse processo e que as contratações não sejam feitas com base nos interesses de empresários, mas dentro de critérios que cabe ao treinador e à direção estabelecerem.

Se Caio Jr foi contratado porque estava disponível e porque manifestou há algum tempo desejo voltar ao seu ex-clube, conforme revelou o presidente Odone, não a partir de uma avaliação criteriosa, como seria de esperar, é imprescindível que a partir de agora cada passo seja calculado e estudado minuciosamente.

Caio Jr já disse que quer um time com mais velocidade, como exige o futebol atual. É a partir dessa premissa que ele e a direção devem montar o time.

E um time com mais velocidade e realmente competitivo passa pela saída de Douglas, que já faz algum tempo está com um pé fora do Olímpico.

Mazembier cruza o Atlântico

As cervejas Mazembier e Kidiaba fazem sucesso em outros continentes. Tudo graças ao site do Mazembe, o clube que me deu a maior alegria dos últimos tempos no futebol.

Hoje, dia 6, o site do clube africano, atual vice-campeão mundial, publicou foto da Mazembier e um texto referindo-se a mim como um ‘consultor multimídia’. Gostei. Só faltou o ‘mestre cervejeiro’. Nada é perfeito. (link: http://grem.io/R3J)

Ontem, o mesmo site destacou o projeto Mazembe Day, que segue colhendo depoimentos. Infelizmente, muita gente esquece de mandar fotos. Estou no aguardo. (link: http://grem.io/R3k)

Hoje, veículos como o Clicrbs (Clube da Bolinha) e Globo.com (Donas do Campinho) repercutiram a notícia que saiu no Congo. Curioso, são dois canais de comunicação rivais de um jornal, o Correio do Povo, onde trabalhei a maior parte da minha vida e que ignora solenemente as iniciativas de um ex-companheiro. (links: http://grem.io/R4a e http://grem.io/R4b)

O importante é que objetivos estão sendo atingidos. Até mais do que eu esperava. Hoje, dezenas de legítimos torcedores do Mazembe (gente do Congo e dos EUA) entraram no boteco e acessaram o banner que leva ao projeto Mazembe Day. Sensacional.

Esse sucesso eu divido com todos os botequeiros e botequeiras de todas as querências, gremistas e colorados de bom humor.

Vencedores do Cartola

A Liga Boteco do Ilgo, conforme prometido, vai premiar os dois melhores colocados no Campeonato Brasileiro.

Vejam os três vencedores, todos com vaga na Libertadores 2012:

Em primeiro o Metal FBPA, comandado pelo Rodrigo Fernandes; em segundo Lamb FC, do Matheus Wink, o pupilo que supera o mestre (eu);

e em terceiro, Equipe Cooler, do Pedro Trindade.

O campeão vai ganhar uma camisa 1983, A cerveja Campeã, um copo 1983 e um kit com 3 cevas.

Como o segundo lugar ficou na família, o premio vai para Pedro Trindade, que ganha um kit com 3 cevas e um copo 1983.

Apesar não previsto no regulamento, o 4º, o 5º e o 6º colocados vão ganhar uma cerveja 600 ml cada um.

Confiram o link com o regulamento:

Todos os agraciados terão retirar os prêmios até o dia 10/12. Depois dessa data as cervejas servirão para amenizar o calor e matar a minha sede descomunal.

Não vou me estender porque o meu time, o TP Alfredo, está em crise. Ficou em 15º, sua pior classificação em todos os tempos. Precisamos encontrar um novo treinador. Estou pensando num tal de Celso Roth… O que vcs acham?

Bem, vejam os top ten:

  1. Metal FBPA –               2561.86

2º   Lamb FC –                     2499.17

3º   Equipe Cooler –           2421.69

4º   Futebol Clube Bira      2420.47

5º   SkullGreen F.C            2417.09

6º   MUCH. BORRACHOS  2235.37

7º   S.S. Lazio 1900            2160.48

8º   Villareal CF 1919        2064.08

9º   Gremio Lex Luthor     2063.48

10º   MDeufel FC              2055.84

Caio Jr, Roth e Dorival

A comemoração colorada é ruidosa aqui na minha rua, no meu bairro, e imagino em toda a cidade, em todo o Estado. Parece até que voltou a conquistar o título brasileiro depois de 32 anos. Mas não é uma festa exagerada. Faz parte da nossa nova realidade: comemorar uma vaguinha aqui, outra ali, a fuga do rebaixamento…

Tivesse o Grêmio vencido o clássico e também garantido vaga na Libertadores de 2012, a festa seria igual.

O Inter foi melhor que o Grêmio, não muito, mas foi melhor. O suficiente para terminar o campeonato na frente. Ao Grêmio coube o triste papel de um figurante que tinha como maior objetivo na última rodada atrapalhar a vida do maior rival.

É como aquele cara que está a fim de uma mulher, mas não consegue, e por isso tenta impedir que alguém a conquiste. É pouco. O Grêmio é maior que isso, embora já há alguns anos sucessivas direções tentem torná-lo menor por falta de competência.

No Gre-Nal, o Grêmio foi valente. O resultado mais justo seria um empate. Estou esperando até agora que a RBS repita o lance em que Miralles levou um encontrão dentro da área, aos 18 do segundo tempo, logo após o gol colorado. Miralles reclamou falta. Eu vi um encontrão. Vuaden, perto do lance, mandou a jogada seguir. Um lance que merecia repetição da TV. Eu fiquei em dúvida.

Por que a TV não repetiu a jogada? Minutos depois, Índio ergue os braços ao seu estilo carinhoso e derruba Miralles, fora da área. O argentino pediu falta. Quem conhece Índio sabe que ele gosta muito de enfiar o braço na cara do atacante para impedir sua passagem. Mais uma vez nada de repetição. Estranho.

A mim ficou a impressão de que Carlos Simon tem um legítimo sucessor em grenais: Leandro Vuaden. Entendam como quiserem.

D’Alessandro fez a diferença. Foi o melhor do jogo. Pelo Grêmio, Fernando e Victor. Tem gente que quer melhorar o Grêmio começando por tirar Victor. É de enlouquecer. Se há uma posição em que o time está bem servido é a de goleiro. A campanha irregular de Victor é reflexo da irregularidade do time, não causa.

Aqueles que atacam Victor isentam, por exemplo, Douglas. Alguém viu Douglas em campo? O melhor dele foi um escanteio em que a bola bateu na trave. Ele esteve omisso a maior parte do tempo. Outro que não jogou nada: Rochemback. Mas este ao menos lutou.

Depois do jogo, entre vaias e palavrões de tudo que é tipo, o presidente Odone confirmou Caio Jr. como treinador.

Não é pra comemorar, nem pra lamentar. Interessante que Odone revelou que há algum tempo foi procurado pelo Caio, que se ofereceu para treinar o Grêmio, que seria um sonho pessoal, profissional. Espero que o critério, se ele existe, para contratar Caio não tenha sido a vontade de trabalhar no ex-clube. Espero que a decisão seja resultado de muita análise, muita reflexão.

É o que espero, mas eu sei que não é assim. E isso não é um bom sinal.

Mas ao menos uma coisa boa, ou melhor, duas: Roth está fora (até quando?) e Dorival continua (até quando?).

Ah, Roth pegou o time em 11º e entregou em 12º. E pensar que cheguei a chamá-lo de professor, iludido por alguns resultados positivos.

Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra.

CAMPEÃO

Outra coisa boa neste final de domingo: Tite campeão brasileiro. Desde que ele saiu que peço sua volta ao Olímpico. É o melhor treinador que o Grêmio teve neste século. Estou feliz com a sua vitória. Ser campeão com o Corinthians não é pouca coisa. Só Tite mesmo sabe o que teve de passar para conseguir o título. Está em boas mãos.

Caio Jr e a importância dos dirigentes

A contratação de um técnico exige em primeiro lugar que a direção saiba o quer. Depois, uma avaliação metódica e criteriosa dos nomes que se enquadram dentro de determinado perfil. O passo seguinte é colher informações sobre o comportamento do profissional, o jeito que lida com jogadores, dirigentes, imprensa, torcida.

Não sei se a direção do Grêmio está fazendo esse tipo de análise. O maior erro é trabalhar apenas com os nomes disponíveis, mais ‘fáceis’ de contratar. Não deveria ser assim. O critério não pode ser o da disponibilidade.

Fosse eu dirigente, jamais contrataria técnicos como Paulo Autuori e Osvaldo de Oliveira. Não gosto de treinador com fala mansa, pose de intelectual. Gosto mais do estilo Felipão, Muricy, Abel, que chega a partir pra porrada com jogador malandro.

Confesso que não sei como é Caio Jr, hoje o nome mais cotado para substituir Celso Roth, se é que ele vai mesmo sair.

Assim meio de longe ele me parece o tipo de treinador certinho, bom sujeito, me lembra o Vágner Mancini. Eu não gosto do estilo Vágner Mancini.

Caio Jr mostra como treinador uma postura semelhante a que teve como jogador: elegância. Não gosto de treinador elegante. A não ser que essa elegância fique de fora do vestiário na hora em que é preciso brigar, cobrar, exigir, impor.  Tem uma hora em que jogador de futebol só entende a linguagem do palavrão, do pontapé na porta, dedo na cara. Mas há também o momento em que é preciso ser amigo do jogador, conselheiro, companheiro, confidente. Promover churrascadas…

Roth, por exemplo, apela muito para ofensas, xingamentos, palavrões. Sei que não é o tipo brincalhão, capaz de aliviar um ambiente tenso com brincadeiras e piadas. Sei que Renato, só como exemplo, fazia isso com extrema habilidade, o que explica em parte o seu sucesso quando chegou para tirar a corda do pescoço do Grêmio.

O bom treinador é o que consegue manter esse equilíbrio. E, claro, com boa capacidade de ‘leitura’ do jogo, conhecimento de técnicas e táticas.

Agora, qualquer treinador, mesmo nomes consagrados, precisa de uma direção competente e de um bom grupo de jogadores. Nesse grupo não pode haver batata podre para contaminar todas as demais.

O Grêmio não tem uma direção competente. Considero Paulo Pelaipe um bom dirigente, mas ele me parece um dirigente para tiro curto, para emergências. Posso estar errado. Espero estar errado. Além disso, ele me parece isolado.

Pelaipe teve sucesso ao assumir o comando do futebol neste ano, com o campeonato em andamento. Júlio César foi ele quem trouxe. Também Brandão deu boa resposta. Era o que havia no mercado.

Por falar em dirigentes, os melhores do clube nos últimos tempos foram Alberto Guerra e Rui Costa. Com eles, Renato conseguiu realizar aquele trabalho extraordinário e surpreendente. Muito superior ao de Roth agora.

Renato, sem dúvida, foi uma aposta, uma aposta desesperada do ex-presidente Duda para terminar dignamente sua desastrada gestão no futebol (não vou esquecer também como ele recebeu o chefão do clã Assis Moreira, cheio de afagos e gentilezas).

Caio Jr é outra aposta. A diferença é que Renato já havia conquistado títulos importantes (Copa do Brasil e vice da Libertadores), enquanto Caio Jr. faz uma carreira mediana, uma carreira nota 7.

No Grêmio ele terá de chegar perto da nota 9. Sinceramente, duvido que consiga.

Mas vou torcer para que Caio Jr se consagre no Grêmio, da mesma forma como aconteceu com Felipão, Tite e Mano.

É difícil, mas no futebol nada é impossível.

Se até Gabiru foi capaz de decidir um título mundial…

GRE-NAL

Minha previsão é de vitória do Inter. Vitória tranquila até graças à direção do Grêmio que aceitou manter o demissionário Roth.

Aliás, considero essa decisão equivalente àquela de esperar pelo filósofo Paulo Autuori com a Libertadores em andamento.

Time desmobilizado, torcida desmobilizada. Eu desmobilizado. E um Inter com força total para brigar por vaga na Libertadores dentro de um Beira-Rio lotado de colorados.

MAZEMBE DAY – 14 de dezembro

Falta pouco para o grande dia. O inesquecível, o memorável 14 de dezembro.

Sei que o ânimo pra brincadeiras em cima do co-irmão não é dos melhores. O ideal seria festejar a presença numa final de Brasileirão. Mas hoje o que resta é a doce lembrança dos acontecimentos de 14 de dezembro de 2010.

Não esqueço das gozações dos colorados depois que o Grêmio perdeu para o Ajax a decisão do mundial de clubes. O Inter chegou a lançar uma camisa igual da do Ajax, mudando apenas o distintivo.

Então, vamos mandar para longe o desânimo, esse estado de inércia.

Escreva o seu relato sobre o dia em que um modesto time do Congo acabou com a soberba colorada em Dubai e fez a alegria dos gremistas do mundo inteiro.

Não perca mais tempo. Escreva a sua história e entre você também para a história.

Seu relato será publicado no blog anexo ao www.botecodoilgo.com.br e num livro que estamos preparando para imortalizar o Mazembe Day.

Escreva para: ilgowink@gmail.com.

Roth não pode ficar no Gre-Nal

Celso Roth reuniu a imprensa e declarou que comandaria o time no Gre-Nal, cumpriria seu contrato até 31 de dezembro e que não ficaria no clube em 2012. Simples, objetivo e direto.

Foi no final da tarde. Faltou o foguetório da torcida gremista. Mas faltou algo mais importante: a palavra de um dirigente confirmando esse absurdo de manter um técnico demissionário no comando do time num jogo em que o Inter pode conquistar vaga à Libertadores.

Alguém mais desatento pode achar que é pouco uma vaga na Libertadores. É um prêmio consolação para qualquer clube grande, que busca sempre o título. Mas é um prêmio que pode levar a algo grandioso: o título da Libertadores e, depois, o mundial de clubes.

Esse é um processo que deve ser abortado agora, já. O mal se corta pela raiz. É o caso. O Grêmio deve ficar completamente mobilizado para o Gre-Nal, a começar por sua diretoria.

Sinceramente, espero que o sr Paulo Odone esqueça um pouco a Arena e a Assembleia Legislativa e anuncie que funcionário demissionário vai pra casa aguardar o final do contrato e o pagamento.

Quem vai treinar o time no clássico é o menos importante, mas deve ser alguém inteiramente comprometido com os interesses do clube. Por que não o Roger, o grande campeão, um vitorioso? Tenho certeza de que os jogadores vão jogar a alma para vencer e colaborar com colega que inicia uma nova trajetória profissional.

Agora, paranóico assumido, desconfio que haja alguma jogada sinistra por trás desse anúncio do Roth, que se escalou para comandar o time domingo mesmo estando de saída.

Vamos supor que o Grêmio, com Roth na casamata, vença o Gre-Nal. Será que uma vitória no clássico, Beira-Rio pintado de vermelho, com o Inter perdendo vaga na Libertadores, não pode mudar tudo?

Será mais fácil confirmar o preferido da direção para 2012. Ou não?

Será que estou delirando?

Já vi tanta coisa no futebol que não duvido de mais nada.

Agora, se o Grêmio anunciar um novo treinador nas próximas horas apaguem tudo o que escrevi, menos uma coisa:

Foi bom demais ouvir o Roth dizer que não fica. Mesmo sabendo que um dia ele volta.

Roth: EU ganho, ELES perdem

O treinador Celso Roth é o escorpião da fábula: é da sua natureza complicar o que parece fácil, tumultuar o que está tranquilo e sempre, sempre, jogar a culpa sobre os jogadores. O verbo que ele conjuga é “EU venço, ELES perdem”.

Assim, ELE afastou o time da zona de rebaixamento. Depois, ELES, os jogadores, ‘desaprenderam’ tudo que o ‘mestre’ ensinou e por isso estão jogando essa bolinha que levou o time perder para o Ceará e a empatar com o Atlético Goianiense, dentro de casa.

Se ELES tivessem feito tudo o que o ‘mestre’ orientou, as vitórias viriam ao natural. É esse o recado que Roth passou na entrevista de hoje após os 2 a 2. Mas, esperto, ele lá pelas tantas disse que assume a responsabilidade. Pura falsidade. Assume nada.

Lá no fundo do vestiário, os jogadores ouvem, trocam ideias, e talvez se perguntem: é esse o comandante que queremos?

Apesar de tudo, Roth vai acumular funções: assume de blogueiro no grupo RBS – tentativa de melhorar sua imagem perante os gremistas – e deve mesmo continuar como treinador, talvez até independente do resultado do Gre-Nal.

Hoje, o diretor remunerado Paulo Pelaipe disse que a decisão está tomada, mas que será anunciada apenas depois do clássico.

Se a decisão está tomada, será essa anunciada pelo empresário Jorge Machado durante a semana? Machado informou que seu protegido, Celso Roth, vai continuar no Olímpico em 2012.

Vamos saber, então, quem manda no Grêmio: se é Machado ou se é a dupla Odone/Pelaipe.

O bom senso, para quem viu a reação da torcida antes, durante e depois do jogo, indica que o mais adequado é agradecer Roth por ter mantido o clube na primeira divisão e rescindir o contrato, prometendo acompanhar seus posts no blog.

Eu acredito que vai prevalecer a opinião de Machado, que, afinal de contas, ajudou a contratar Kleber e, por certo, dará outras contribuições.

Ou seja, aparentemente a direção depende de Jorge Machado.

Então, se isso for verdade, para demitir Roth, é preciso que as partes (empresário e direção) entrem em acordo. É claro que uma vitória no Gre-Nal vai facilitar as coisas e todos ficarão felizes. Menos os torcedores.

A DUPLA E O FLAMENGO

No ano passado (correção: ano retrasado), o Inter ficou nas mãos do Grêmio. Precisava que o Grêmio vencesse o Flamengo, no Rio, na última rodada. Resultados combinados poderiam dar o título brasileiro ao Inter. O Grêmio perdeu, como se previa.

Agora, dois anos depois, o Inter dependia apenas de si, não para ser campeão, mas para ficar com uma vaga na Libertadores. Para isso, precisava fazer aquilo que cobrou do Grêmio em 2011: vencer o Flamengo. Perdeu.

Então, tudo igual. É óbvio que o Inter jogou a toda máquina, enquanto o Grêmio jogou ‘descompromissado’, e por pouco o Flamengo não deixou escapar a vitória.

Agora de novo. O Flamengo jogou mal, foi dominado pelo Inter, que teve inúmeras chances de gol. O goleiro Felipe, que começou vacilante, tornou-se um gigante.

Ronaldinho fez a alegria dos gremistas, que há poucos dias o execraram e hoje deram uma trégua ao ódio abissal.

O Flamengo achou um gol. Moledo falhou de modo grosseiro, a bola sobrou para Ronaldinho, que jogava uma partida patética. Na área, na frente do goleiro, Ronaldinho sabe o que fazer, e fez.

Com a derrota, o Inter precisa vencer o Grêmio. Beira-Rio lotado. Todo vermelho. Dá Inter, fácil.

ADILSON

Não vi o jogo do Grêmio, mas soube que Roth sacou Marquinhos, que era o melhor do time e até foi eleito o melhor no final, e colocou Adilson. Roth queria segurar a vantagem por 2 a 1 sobre o poderoso time goiano, dentro de casa, diante da torcida.

Veio o castigo na falha de Victor. É o tipo de falha bem-vinda neste momento, porque ajuda a castigar um técnico que gosta de complicar quando é tão fácil simplificar.

Independente disso, Victor está precisando parar, dar um tempo, a ruindade do time, em especial da zaga, é contagiante.

Ah, Roth deve estar deprimido: Adilson levou o terceiro cartão e por isso não poderá jogar o Gre-Nal.

SALA DE REDAÇÃO

Roth virou blogueiro da RBS. Quem sabe a empresa não o contrata também para o Sala de Redação?

Mas com regime de dedicação exclusiva.

MAZEMBE DAY

Participe do blog Mazembe Day. Escreva sua história sobre o dia 14 de dezembro de 2011.

Ah, a reserva logo suas Mazembier e Kidiaba para comemorar o grande dia.

O casamento e as bananas

A frase do empresário Jorge Machado é um soco no peito, ou, pior, um joelhaço nas partes baixas.

“O casamento entre Grêmio e Roth deve continuar”, diz Machado, o homem por trás das principais, talvez todas, as principais ações do futebol gremista já há algum tempo.

O Grêmio parece refém de Machado. Nada contra o Machado, um empresário de prestígio, sério, astuto. Não fosse Machado, seria outro.

Há muito tempo, e cada vez mais, os clubes dependem desses intermediários. Já era assim antes da famigerada Lei Pelé. Só piorou.

Já profetizei que vai chegar o dia que os empresários mais fortes, aqueles que conseguem colocar pelo menos dois ou mais jogadores nos principais clubes, um dia conseguirão manipular resultados. Se é que já não o fazem…

Mas o que me incomoda agora é o que contém a frase de Machado, que fica ecoando como uma ameaça.

Quando Roth começou a tirar o time do atoleiro, cheguei a chamá-lo de professor. Professor Roth. Ele conseguiu colocar ordem no galinheiro. Mas aos poucos, conforme previam seus críticos mais duros e não tão flexíveis como eu, o time foi desandando. Hoje, o aproveitamento de Roth é de 45 por cento.

Decididamente, não é um aproveitamento que dê sustenção à permanência de qualquer treinador, mesmo considerando que o grupo do Grêmio não é dos melhores, tem certos vícios, jogadores que acham que são tão bons que podem jogar quando querem – e quase nunca querem.

Renato Portaluppi, com um time semelhante, para não dizer pior (quando apertava ele apelava para Clementino e Clementino resolvia), fez muito mais. Então, não há por que duvidar que  um outro treinador conseguisse melhores resultados.

Mas a direção parece mesmo inclinada a continuar com Roth. O Inter não manteve Roth depois do fiasco naquele que ficou conhecido como o Mazembe Day (ainda dá tempo de escrever a sua história sobre esse momento maravilhoso para uns e terrível para outros). Por que o Grêmio não pode fazer o mesmo?

Roth exerce fascínio nos dirigentes da dupla Gre-Nal. Em quase todos. Uns se envergonham de admitir em voz alta, mas deixar escapar murmúrios de admiração por Roth.

Assim, depois da frase do Machado, Celso Roth não continua no Olímpico se não quiser.

Ou se perder o Gre-Nal de forma humilhante.

Se bem que quem sobreviveu à humilhação imposta pelo modesto time do Congo supera qualquer coisa.

Bem, conforme escrevi anteriormente, ao continuar com Roth o Grêmio sabe que está contratando pelo menos dois treinadores.

O segundo assume ali por abril ou maio.

BANANAS

O Inter enfrenta o Flamengo em crise, é o que a imprensa gaúcha faz questão de manchetear. O Botafogo também estava em crise, e continua.

Na reta final, o Inter deu liga. Nem tanto o time em si, mas deu liga com os astros, os deuses do futebol. Por isso, se encaminha para garantir uma vaga na Libertadores.

Só quem pode impedir isso é Ronaldinho Gaúcho. As voltas que o mundo dá. O odiado RG, agora supostamente flagrado descascando banana na internet, terá neste domingo a torcida dos gremistas. Não de todos, mas de boa parte.

Depois, se vencer, só o Grêmio poderá impedir sua classificação. No Beira-Rio lotado, colorido de vermelho.

O Grêmio já faz duas ou três rodadas joga por banana, o que pode ocorrer de novo no Gre-Nal, dependendo dos resultados da rodada deste final de semana.

É isso, o Grêmio virou mesmo um pequeno coadjuvante de uma competição em que deveria ser protagonista.

Gladiador e He-Man no ataque?

A contratação de Kleber, se não foi apenas por inspiração dos marqueteiros do Grêmio, sinaliza que a direção quer montar um time realmente muito forte para a temporada 2012, o ano da Arena e o ano-chave para o presidente Paulo Odone, que decide sua sorte como dirigente do clube. Ou se consagra, ou se despede melancolicamente como dirigente de futebol.

Numa conversa que tive recentemente com o Paulo Pelaipe, que, queiram ou não, conseguiu arrumar a casa e manter o time na primeira divisão, já que realmente havia risco de descenso, ele me disse que iria montar um ‘bom’ time para 2012. Eu retruquei:

– Bom não adianta, tem que ser um time muuuito bom, porque já são dez anos sem título importante. Time bom não resolve.

Ele consertou rapidamente:

– Sim, muito bom, um time muito bom.

O time ‘muito bom’ está começando com Kleber. Tenho minhas restrições a esse jogador. Acho que cria caso demais e me parece que não vem com muita boa vontade, preferia mesmo é ficar em São Paulo. Mas se trata de um dos melhores atacantes em atividade no país, sem dúvida. E ainda por cima é o Gladiador.

A questão agora é saber quem mais vem. Para companheiro de ataque do Kleber eu gostaria de ver o Ricardo Oliveira, que hoje joga no Al-Jazeera.

Agora uma informação: Ricardo Oliveira, o centroavante que Fernando Carvalho sempre tentou contratar, está na lista do Pelaipe. O jogador quer voltar e facilita seu retorno. Os árabes estão dispostos a negociar. Probleminha: ele já está com 30 anos.

Como segunda opção, e mais fácil: Rafael Moura. Ele nasceu em 1983 (1983, a Cerveja Campeã). Fico imaginando ele e Kleber no enfrentamento com os zagueiros.

Gladiador e He-Man. Ninguém segura esse ataque.

Na verdade, o atacante do Fluminense é o segundo nome depois de Vágner Love. Mas, se vier Love (que eu gostaria de ver distante, embora seja ótimo jogador), ainda assim Rafael Moura pode ser contratado. Afinal, o ano é longo.

No meio de campo existe a possibilidade concreta de Ibson, um jogador que arruma o meio de campo e o time. É um organizador. Marca, articula e ataca. Ibson é outro sonho de consumo de Fernando Carvalho.

Agora, estou na torcida pela queda do Cruzeiro. Assim, vai sobrar Montillo, que não fica no clube para disputar a segundona. Ele tem contrato até 2015.

Agora, quem está muito próximo é o Carlos Eduardo, que voltará para ocupar o lugar de Escudero. Enfim, qualidade, velocidade e lucidez.    

Por falar em sonho, Lugano. Este é o zagueiro dos sonhos de todos os gremistas, e de muitas outras torcidas. Ele está no PSG. Tem um empresário trabalhando nisso, e não é o Jorge Machado.

Mas e dinheiro para tudo isso? Desconfio que aquele aditivo para as obras da Arena trazia embutido uma verba polpuda só para contratar jogadores. Seria um desvio de rubrica. Mas é só uma desconfiança.

Fora algo assim – um investidor não colocaria dinheiro em jogadores na faixa dos 30 anos -, não vejo como contratar grandes jogadores.

E o treinador?

Já escrevi sobre isso. Mas desconfio que se Roth vencer o Gre-Nal, ele fica.

Dilema: torcer para o Grêmio ou para o Inter?