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Grenalizando reforços e o gremismo de Felipão

Levei um susto quando li a manchete: Gre-Nal por Lisandro López.

Está aí um jogo jogado, pensei. Mesmo que o Grêmio tivesse manifestado interesse nesse argentino – não há no texto nenhuma declaração tricolor nesse sentido -, a vitória no ‘clássico’ seria do Inter, o novo milionário do futebol brasileiro. Nenhum clube no país gastou tanto com jogadores como o Inter neste início de temporada. Seria a disputa do suposto primo rico com o comprovado primo pobre.

A manchete estrondosa da manhã virou jornal de ontem já por volta do meio-dia, quando o Inter confirmou a vinda do atacante que estava no Catar. Pronto, só falta o jornal noticiar agora que Inter venceu o primeiro Gre-Nal do ano.

Não duvido que a manchete sobre o ‘Gre-Nal por Lisandro’ tenha contribuído para o negócio, fazendo a alegria do empresário Gustavo Arribas, citado na reportagem.

Sei pouco sobre esse jogador. Sei que nunca vestiu a camisa da seleção argentina, o que é um mau sinal. Ele tem 1m74. Atacante com essa altura deve ser aquele tipo de joga pelos lados do campo, ou pelas ‘beiradas’ como ensina o professor Carvalho em sua escolinha. Se preferirem, pode ser também um atacante que atua pelas franjas do gramado. Goleador baixinho dentro da área só mesmo um Romário.

Pelo que pesquisei rapidamente, Lisandro López não é grande coisa. Não percebo colorados entusiasmados. Mas vejo gremistas festejando a ‘derrota’ nesse Gre-Nal.

Por enquanto, feliz mesmo só o empresário do negócio.

FELIPÃO

Escrevi no post anterior que acredito em Felipão. Reforço: acredito no profissional. Sei que trabalha sério, ou seja, não faz o jogo de empresários e procuradores.

Fora isso, tem sido parceiro da direção nesse processo de depuração do clube.

Hoje, coloco a honestidade até acima da competência. Não suporto treinador que escala, contrata ou afasta jogador sem a devida transparência, deixando suspeitas no ar.

Acredito em Felipão também porque poucos profissionais poderiam levar adiante um projeto como esse do Grêmio.

Poucos aceitariam o risco (grande) de fracassar numa política radical de contenção de custos tendo ainda a obrigação de buscar títulos, porque o torcedor gremistas não aguenta mais sonhar e perder.

Acredito em Felipão também porque não o considero ultrapassado. Aliás, nem sei bem o que é ser ultrapassado e atualizado no futebol.

Não consigo ver losangos invertidos, esquema diamante, assim como não consigo perceber nos vinhos ‘traços de ameixa silvestre da Patagônia com notas de chocolate belga com um leve toque de café jamaicano’.

Pura limitação ou ignorância minha, imagino. Invejo aqueles que têm o dom de constatar essas coisas, despejando teses que os fatos logo adiante tratam de desmoralizar.

Acredito, isto sim, em técnico motivado, experiente e capaz de tirar o máximo de seus jogadores, aproveitando suas potencialidades e suas melhores qualidades. E a partir daí definindo esquemas e estratégias.

Então, fico pensando no Felipão. E quanto mais eu penso, mais confio nele.

Afinal, como não acreditar e respeitar um sujeito que encarou esse desafio meses após ver seu prestígio desabar na Copa do Mundo?

Acredito no Felipão por sua história, suas conquistas, sua competência, sua seriedade e, por que não?, por seu gremismo.

Só um cara muito gremistas entraria nessa.

Eu acredito no Felipão

O abraço dos jogadores em Felipão na comemoração do gol de Erazo – finalmente um gol de cabeça de zagueiro em cobrança de escanteio, por Douglas, diga-se – foi acima de tudo um sinal de que o treinador continua com o apoio da rapaziada, um apoio que não recebe de muitos torcedores pelas mais diversas razões, uma é a de que ‘está superado’.

Não vou entrar no mérito do que pensam aqueles que não gostam de Felipão – entre eles, o Pedro Ernesto pela forma como se refere ao técnico gremista -, mas penso que muitos que o criticam esperam dele milagres como transformar um time em formação, com dinheiro escasso, em vitorioso num piscar de olhos, só porque esse pessoal veste o manto tricolor.

Acreditem, passou o tempo em que Grêmio e/ou Inter largavam na frente só pelo nome, pela tradição. Hoje, há que se lutar, e muito, contra qualquer adversário. Essa história de que a vitória vem ao natural já passou faz tempo.

Diante do que está posto, Felipão faz um bom trabalho. Acima de tudo um trabalho honesto, transparente.

Criticam o treinador por escalar Matias Rodriguez. Será que ele não faz isso para colocar esse ‘talento’ descoberto por Rui Costa na vitrine? Já pensaram nessa possibilidade?

Acontecem coisas nos bastidores que muitas vezes a gente não fica sabendo, e aí, em caso de resultados ruins, é pau no treinador.

Bem, eu acredito em Felipão. Até porque se não for ele será outro. Por exemplo, Celso Roth. Quem sabe Mano Menezes? Sem comentários.

Fora isso, não considero esse time uma desgraceira como apontam os resultados recentemente obtidos.

Em termos individuais, vejo que o time tem goleiro, zaga e lateral-esquerdo. Esse Júnior joga muito e vai jogar muito mais. Escalado por quem? Não precisam responder.

A lateral direita ainda é um problema. Gallardo precisa render mais. Hoje cometeu um ou outro erro infantil.

No meio de campo – podem me apedrejar! -, gosto desse Marcelo Oliveira. Eclético, vibrante, dedicado e também com boa técnica. Gosto também de Felipe Bastos, que foi muito bem nessa vitória por 2 a 0 sobre o Passo Fundo. Só acho que falta um volante mais pegador, mais mordedor, que guarde mais a posição. Hoje, eu escalaria Wallace como primeiro volante, dando mais liberdade para Felipe e Marcelo.

A partir daí tudo fica mais complicado. Douglas foi muito bem, talvez por que estivesse de ‘aniversário’ nos dois sentidos. Deu umas entregadinhas, mas meteu algumas bolas preciosas. Aí faltou qualidade ofensiva. Everaldo é muito combativo e interessado, mas é preciso mais para ser titular do Grêmio.

Esse guri, Pedro Rocha, com nome de craque, mostrou que pode ser solução. É outro jovem da base. Marcou seu gol em passe de Everaldo.

O desafio maior de Felipão é encontrar a melhor formação do meio para a frente, o que ele só irá conseguir fazendo experiências, testando, observando, tudo isso com o som de cornetas ao fundo e muito ranger de dentes, o que é natural e faz parte.

Bom seria se Felipão pudesse, por exemplo, contratar um Cristiano Ronaldo, aliás, lançado por ele na seleção portuguesa.

Hoje, eu diria que a prioridade em termos de reforços é um camisa 9. E aí é preciso fazer uma pausa na política de austeridade e ir às compras.

Sofrimento à distância

Retornando da folga – estava tão desligado que só fiquei sabendo da anunciada derrota do Inter na Bolívia no meio da manhã de quarta-feira de cinzas, publico o comentário que recebi faz dois dias do Gustavo, a quem entrego as chaves do boteco pelo menos até o jogo contra o Passo Fundo, esta noite. Gustavo Medeiros é analista de negócios em TI e que mora em Colonia, na Alemanha.

De longe, ele acompanha o Grêmio, porque não há distância que consiga afastar um gremista do seu clube. De minha parte bem que tentei esse afastamento, mas o RW não me deixou. Através do cornetadorw.blogspot.com.br acompanhei tudo o que se passou por aqui nesses dias carnavalescos. Bem, com vocês o Gustavo:

Me expulsei

Talvez por morar do outro lado do Atlântico, onde notícias do Grêmio são raras, seja fácil, para mim, “desligar” do Grêmio.
Não escuto corneta de ninguém na rua. Quando divido o elevador com algum vizinho, mesmo estando com a camisa do Grêmio, o máximo que nos comunicamos é alguma bobagem relacionada com o tempo. Mesmo na rua, quando alguém reconhece a camisa, normalmente sou lembrado pelo clube que revelou Ronaldinho. Ultimamente tenho evitado sair com a camisa do Grêmio, por dois motivos, o frio, obviamente, e a corneta, ai sim, sobre o 1 x 7 para a Alemanha. Se eles soubessem que o técnico do meu time foi o técnico do Brasil nessa Copa…
Meu filho está com 11 meses, e ensaiando os primeiro passos. Lá estou eu, segurando ele pela casa, ajudando para que aprenda a caminhar. Cai, bate a cabeça, a perna as vezes dá uma falseada, fica sem força e lá vai ele para o chão. As vezes chora, mas na maioria das vezes está dando risada e feliz, porque está aprendendo algo novo, e sente a confiança do pai junto a ele. Em nenhum momento, por mais que ele tenha dificuldade em aprender, pensei em abandonar o campo, deixar ele por si só. Sei que ele precisa de mim.
Não, isso não é uma analogia barata com o abandono de campo do Felipão.
Imagina aquele garoto, alçado a titular para um time de enorme prestígio e torcida, no mundo inteiro, jogando seu quinto jogo, ou menos, profissionalmente, perdendo em casa, para um time inferior tecnicamente, nos últimos minutos, buscando de qualquer maneira o empate. Falta ou escanteio para o Grêmio, o guri vê nessa oportunidade em empatar o jogo, afinal, estamos falando do Grêmio, o time que não desiste, ou não desistia nunca, o guerreiro, aquele que podíamos esperar algo até que o juiz apite o fim do jogo. Então, esse guri, com tudo isso na cabeça, vê que pode ser a oportunidade para ele, olha para o banco de reserva, buscando uma última orientação, onde se posicionar, quem bate? O que ele vê é um banco vazio, seu técnico resolveu sair antes, deixou ele por si só.
Tenho profunda admiração pelo o que o Felipão fez para o Grêmio, em um passado não tão distante, como também tenho essa admiração pelo Dr. Fábio Koff. Porém o futebol mudou mundo daqueles tempos para cá. Muito mesmo. Não se faz mais um time campeão juntando meia dúzias de “refugos” de outros times e mesclando com meia dúzia de jovens promissores.
O Grêmio que o diga, sai ano e entra ano, e parece que vamos encontrar um novo Dinho, um novo Jardel, um novo Paulo Nunes, um Adílson, um veterano Mauro Galvão. Que vamos contratar 3 estrangeiros, e será um dos maiores laterais direitos da história do clube, que outro paraguaio, vai tomar conta da zaga. E por ai vai.
Não, esse mundo não existe mais. Precisamos olhar para a frente.

O guri daltônico e o fundo do poço

Nesses poucos dias de folga que tirei para fugir do carnaval e dos problemas do cotidiano pouco acessei a internet.

Nem tanto pela minha vontade, mas principalmente porque não é fácil conseguir conexão aqui onde estou e também porque destesto escrever no teclado pequeno do lépitópi.

É bom fugir da realidade de vez em quando. O problema é que a realidade sempre nos alcança.

Foi assim quando inventei de abrir um site de notícias, antes não o tivesse feito. A manchete era a morte de Carlos Urbim.

Grande jornalista, escritor renomado de livros infantis, ex-patrono da Feira do Livro, um colega de longo tempo na rádio da Universidade. Um amigo.

Ficávamos longo tempo sem nos ver, mas nos últimos dias nos esbarramos umas quatro vezes, no supermercado ou no restaurante a quilo da nossa zona.

Conversávamos rapidamente. Na semana passada, em nosso último encontro ele falou com orgulho dos dois filhos, um trabalhando na produção de filmes e outro no jornal O Globo.

Seus olhos brilhavam de emoção. Urbim era assim, todo emoção e amor ao próximo. Um cara com muita luz.

Enquanto ele falava lembrei-me de uma entrevista dele, 20 anos atrás, na qual ele dizia que seu maior sonho era viver até ver seus filhos formados, encaminhados na vida.

O sonho dele era também o meu, o sonho de todos os pais.

Urbim desencarnou aos 67 anos. Não tenho nenhuma dúvida que partiu tranquilo, com a certeza do dever cumprido.

Paz, ‘guri daltônico’.

FUNDO DO POÇO

A segunda vez que abri um site de notícias foi no final da tarde deste sábado. A realidade desabou sobre minha cabeça já sem os cabelos de outros tempos.

O Grêmio se esmerou, se esforçou, caprichou tanto que conseguiu perder de novo dentro de sua casa, a Arena monumental, agora para um time do tamanho do Veranópolis é vergonhoso demais.

Não tem desculpa. Ainda mais que o time pouco fez para conseguir algo melhor que essa derrota por 1 a 0.

Eu sei que o clube vive talvez a maior crise financeira de sua história, e garanto que a situação está feia, mais feia que o temporal que caiu aqui no litoral catarinense ontem à noite.

Agora, algo precisa ser feito.

Pela lei das probabilidades, dois ou três desses guris que estão sendo lançados darão uma resposta satisfatória. A maior parte vai direto do junior para o veterano. Sempre foi assim, e não vai mudar só porque o Grêmio quer.

Então, a solução é investir em dois ou três jogadores de bom nível e preço razoável. O diretor de futebol está lá para descobrir onde estão esses jogadores. Um camisa 9 de respeito é fundamental.

O fundo do poço é logo ali.

Dupla Gre-Nal não está pronta para seus desafios

O que aconteceu na quarta rodada do Gauchão mostrou que nem Grêmio nem Inter estão preparados para os seus desafios neste início de ano.

O Grêmio que busca um título regional para quebrar a hegemonia do rival, e o Inter que gasta o que tem e o que não tem para conquistar a Libertadores.

O Grêmio fez isso faz dois anos e hoje está aí empenhado a quitar dívidas que se avolumaram com o efeito Arena e contratações desastrosas, a começar por um contrato de dois anos com um técnico que a direção teve de engolir.

Os erros do passados seguem pautando o presente e o futuro do Grêmio. O pior é que ‘eles’ não aprendem.

Vejam o caso do Inter, que repete o Grêmio, gasta demais na esperança de um título. Os dirigentes esquecem que futebol é um jogo, não uma jogatina. Há que se ter parcimônia nos gastos, planejamento, administração eficiente para reduzir esse lado aleatório do processo que são os incidentes de campo, como a bola que bate na trave e não entra, o pênalti desperdiçado, o gol em impedimento e que o juiz validou para o adversário.

O Grêmio está tentando arrumar a casa, mas faz isso só porque não tem dinheiro, pelo contrário, tem dívidas, e dívidas de curto prazo. Se estivesse comendo frango e arrotando peru como faz o Inter, estaria inflando sua dívida na ânsia de um título.

A proposta do Grêmio é a mais adequada para o momento de cofres raspados e credores batendo à porta.

A solução é apostar na gurizada sob a orientação de um treinador de peso, quase incontestável. Outro técnico, de menor expressão, já estaria sendo massacrado. Felipão tem salvo-conduto, mas não para sempre.

O próprio projeto da direção pode sofrer mudanças se os resultados não aparecerem logo. Duas derrotas no Gauchão em quatro jogos é uma campanha medíocre, assustadora. Mesmo considerando que o Brasil tem uma equipe competitiva e entrosada.

Agora, continuo acreditando que o trabalho a ser feito é esse mesmo, que é preciso investir nos jovens. Mas também é preciso cuidado e ir qualificando o time assim que possível. Desde que esse possível seja logo.

O futebol não tem paciência. Ao contrário, tem pressa.

GROHE

Tenho lido críticas a Marcelo Grohe. Um baita goleiro. Cansou de carregar o time nas costas.

Não sei por que, mas me lembrei do Victor.

Assim como tem pressa, o futebol também sabe ser injusto.

Mas é assim mesmo, estamos sempre buscando culpado ou culpados.

ATENÇÃO

Vou me afastar por uns dias. Por isso, talvez não escreva nada sobre os jogos do fim de semana.

Quem quiser mandar um texto, por favor, fique à vontade: ilgowink@gmail.com

Com a gurizada, Grêmio começa a tomar forma

Com uma atuação espetacular, o Grêmio conseguiu bater o Avenida em pleno estádio dos Eucaliptos, por 3 a 1, recuperando-se plenamente do acidente de percurso que foi a derrota para o Aimoré, no meio da semana.

Tirando o exagero grosseiro, que nem o mais gremista dos gremistas cometeria, vi alguns avanços no time neste domingo em Santa Cruz do Sul. Considerando-se que é um time em formação e, pelo jeito, em ritmo de ‘quem sair por último apaga a luz’, é preciso exercer a tolerância e a benevolência, sob pena de cair em desespero e já começar a enxergar um certo fantasma que se insinua no segundo semestre de cada ano.

Diante disso, declaro que o Grêmio já tem uma defesa definida em nomes. Tem um baita goleiro e um baita zagueiro, Rodolpho. Tem o Geromel, que é muito bom, e o Erazo, este ainda a ser melhor observado.

O que é mais importante no momento é a questão das laterais, porque o Grêmio ‘perdeu’ os dois titulares. Ficou a expectativa. Penso que é unanimidade, neste momento, que Júnior é o cara da lateral-esquerda. Está aí um jogador de futuro brilhante.

Resta a direita. Pois quero declarar que o Gallardo é melhor que o Pará. E isso já é muito bom. Somando e diminuindo qualidades e defeitos de cada, fico com o Gallardo. Minha primeira impressão sobre ele, que se trata de um bom cruzador de bola, foi confirmada. Ele tem o cruzamento com ‘efeito procurante’. O segundo gol foi assim, ele cruzou na medida para Marcelo Moreno, à meia altura, o zagueiro, acossado, mandou pra dentro, até porque esse tipo de bola vem com efeito, o tal ‘efeito procurante’ (quem não sabe o que é que consulte o Maurício Saraiva.

No meio de campo, ainda muitas indefinições, mas há jogadores jovens em condições de titularidade sem qualquer dúvida. Sem contar que o Giuliano um dia, imagino eu, poderá voltar a jogar futebol sem nenhuma desculpa de problema físico a atormentá-lo.

Ao contrário de muita gente, gosto do Marcelo Oliveira, é um jogador útil pela versatilidade. No segundo tempo de hoje ele foi muito bem. Felipe Bastos é que outro que conta com a minha simpatia. Marca e arma, sem ser um primor nas duas funções, mas é eficiente. Antes que alguma trombeta soe no meu aparelho auditivo, lembro que o gol contra começou com uma metida de bola do FB para o Gallardo.

O terceiro gol, este de Marcelo Moreno mesmo, foi obra de um cruzamento. Não sei de quem. Moreno saltou mais alto e mandou para a rede. Tenho sérias dúvidas se Barcos faria esse gol, perdoem-me as viúvas. Com a venda de Barcos, o ideal seria manter Moreno, até porque seus substitutos atuais são insuficientes. Perder Moreno agora seria temerário, mas também não é nada que não possa ser resolvido em curto prazo, talvez até com custo/benefício melhor.

Mais uma vez gostei de Lincoln e Éverton. E de Luan, que para mim já é uma afirmação. Sua expulsão foi um exagero do árbitro.

Então, o meu time, hoje, seria com dois volantes. Pode ser até a dupla que jogou hoje.

Uma linha de três: Luan, Éverton e Lincoln. Douglas no banco. Na frente, Moreno. Lucas Coelho seria o reserva imediato.

Ah, Moreno entrou no jogo como quem faz um apelo: ‘Eu quero ficar’.

O Grêmio está tomando forma. É preciso ter paciência, tolerância e, principalmente, vitórias pra dar moral à gurizada.

CELSO ROTH VEM AÍ?

O presidente Vitório Piffero, que pra inocente e ingênuo não serve, sabe o que está fazendo quando questiona publicamente o técnico Diego Aguirre.

O dirigente, com forte resquício de cartola neste começo de gestão, cobra mais gente pra marcar do que pra atacar.

Fico me perguntando: ele não sabia que tipo de treinador não estava contratando? Não conversou com ele para saber de suas ideias? Não observou suas equipes?

O mínimo que se exige de uma direção é que saiba escolher os profissionais a partir de suas convicções sobre futebol.

Esse Aguirre ‘ofensivista’ está em processo de fritura.

Estão asfaltando o caminho para a volta de Celso Roth, um defensivista de carteirinha, como o presidente oculto – ou nem tanto – Fernando Carvalho.

Rodada inquietante para gremistas e colorados

Quem espera bom futebol e vitórias ao natural desse time do Grêmio, só porque é o Grêmio, deve estar muito irritado com a derrota no estádio Cristo Rei.

Realmente, o Grêmio jogou um futebolzinho deprimente, principalmente, de novo, porque cria pouco e conclui menos ainda.

Como agravante, apresentou problemas defensivos. O primeiro gol foi consequência do Aimoré aconteceu num clarão aberto pelo lado esquerdo da defesa, contando com a sorte do atacante, já que a bola desviou em Rodolpho e enganou Marcelo Grohe. O segundo gol foi outro lance em que a defesa vacilou, deu espaço e o atacante ficou à vontade para chutar. Grohe, que saltou atrasado, não conseguiu evitar o gol.

O Aimoré não fez muito mais do que isso ao longo do jogo. O problema é que o Grêmio fez até menos. E isso é inaceitável até para um time em formação.

È verdade que o Grêmio teve muito mais posse de bola, mas também é verdade que raramente soube o que fazer com ela, a bola.

Mérito também para o Aimoré, que beneficiado com a vantagem logo no começo, soube se defender, fechando espaços e marcando forte.

Enfim, quem muito espera desse Grêmio está agora muito revoltado.

Não é o meu caso. Não estou revoltado, nem irritado. Conformado é a palavra mais adequada para definir o que sinto agora, porque não espero grandes atuações desse time de jogadores médios e jovens em busca de afirmação. O que eu espero agora é pelo menos muita entrega, muita raça, e isso eu vi, especialmente a partir da entrada de Lincoln, que deu outra cara ao time, a cara de um time vibrante e inconformado com a derrota.

Fora isso, além de conformado, sinto-me esperançoso. Acredito nessa gurizada. Júnior, por exemplo, entrou muito bem na esquerda.

Agora, é preciso paciência. Ser tolerante com os jovens, porque se eles não derem certo, será a hora da preocupação. Primeiro passo para o desespero.

INTER

Se o gremista está nervoso, inquieto, os colorados não estão muito diferentes.

A ‘máquina’ montada no Beira-Rio mostra fragilidades imperdoáveis. Um time tão festejado não pode ceder empate dentro de sua própria casa após fazer 3 a 0.

Se o empate foi buscado por um time modesto como o São José, então, é porque há muito que melhorar.

E a Libertadores está logo ali adiante.

Rodada para inquietar gremistas e colorados.

Anderson e a grenalização da crônica esportiva

Depois de acompanhar boa parte da entrevista de Anderson, em sua apresentação no Beira-Rio, pensava em escrever sobre duas coisas que chamaram minha atenção.

A primeira, positiva, é o nível da companhia que Anderson desfrutou nos últimos anos. Ele mesmo citou alguns nomes: “Atuei ao lado de Giggs, Cristiano Ronaldo, Rooney, Van Persie, Falcao Garcia…”. O guri de 14 anos que um dia acompanhei até sua, digamos, moradia no bairro Rubem Berta, com o carro do Correio do Povo, arrolou esses nomes ao natural, sem empáfia, e depois acrescentou uma série de títulos conquistados pelo Manchester United.

Coisa de provocar inveja, muita inveja. Ranger de dentes e sorriso amarelo. Posso imaginar como D’Alessandro vai reagir. Ou está reagindo. Afinal, está chegando ao clube um jogador que alcançou sucesso no futebol europeu, onde o argentino teve passagem discreta. Poucos jogadores em atividade no futebol brasileiro chegaram aonde Anderson chegou. Prevejo chuvas e trovoadas à beira do rio.

Então, estamos diante de um jogador de outra turma. Que foi parceirão do melhor jogador do mundo, que, não duvidem!, qualquer hora aparece por aqui para visitar o velho amigo.

Agora, vamos ao aspecto negativo: Anderson revelou que passou por cirurgia de ligamentos cruzados. Que voltou de forma precipitada, etc.

Pois eu pensava em simplesmente destacar e saudar a presença em Porto Alegre desse jogador, de apenas 26 anos, que participou de grandes jogos em sua curta carreira e que foi protagonista na épica batalha dos Aflitos. Um homem do mundo.

Mas antes de começar a escrever tive a infeliz ideia de verificar o que dizem os sites. Vejam só:

Zero Hora/Clicrbs:

Anderson é apresentado no Inter: “Quero um Brasileirão, só tenho pela Série B”

Correio do Povo:

No Inter, Anderson mira “ganhar Libertadores e Brasileirão da Série A”

De uma forma ou de outra, os três veículos grenalizaram a contratação, sendo que o  título do CP é mais sutil, mas ainda assim provocativo. Quem ouviu a declaração de Anderson sabe que não foi com o intuito de provocar os gremistas. Então, valorizar esse lado da entrevistas é realmente um incentivo à grenalização.

A impressão que dá é que os títulos foram concebidos à mesa de um bar, não numa redação de jornal/internet.

Depois, dizem que são os torcedores que grenalizam. São, sim, mas muitas vezes, como agora, inflados por jornalistas profissionais que têm obrigação de tirar suas camisetas azuis ou vermelhas na hora em que estão em plena atividade.

Depois do expediente, sim, a flauta e a brincadeira, até para aliviar o estresse de um fechamento de edição, são válidas.

Já vivi muito esse tipo de situação. Mas busquei sempre separar uma coisa da outra.

O torcedor gremista, em geral, está chateado por ver Anderson com a camisa do rival. Não precisa mais essa provocação, ainda mais partindo de profissionais.

Depois, quando o blog www.cornetadorw.blogspot.com.br pega no pé de uns e outros, tem gente que não gosta.

Saída de Barcos e os jovens talentos: a volta da esperança

Se o empate do Inter em Lajeado foi um petardo no ufanismo que envolve o clube, principalmente de fora para dentro, a vitória do Grêmio sobre o glorioso Frederiquense deve ser comemorada com moderação, muita moderação.

Prova de que o adversário é fraco e candidatíssimo a voltar para a segundona, é que Barcos fez dois gols e saiu consagrado de campo. Muitos o aplaudiram pelos gols, outros de alegria por sua saída. Uma saída por cima, sem dúvida. Que seja feliz o Barcos navegando pelo futebol chinês.

Barcos reafirmou o que foi sua trajetória pelo Grêmio: matador inclemente de fracos e oprimidos, subserviente diante dos poderosos.

Respeito quem admire o Barcos, que tem algumas qualidades, sem dúvida, mas eu estou entre os muitos que estão felizes com sua saída. O custo/benefício alto demais.

Vamos ver agora o Lucas Coelho. E, claro, o Moreno, um homem de área, sem pretensões maiores no futebol além da ação básica de seu ofício: meter a bola pra dentro. Nada de lances elaborados, intelectualidades, dribles estonteantes ou passes refinados. O negócio dele é fazer gol, e já está de bom tamanho.

Nada de ser líder e ‘bom de grupo’. O que se espera dele é que seja um matador tanto de fracos como, e principalmente, dos fortes.

Agora, para isso, Felipão terá de ajeitar o time de modo a proporcionar lances de conclusão ao seu camisa 9.

Sábado, nos 3 a 0, Lincoln mostrou que é mesmo uma pedra preciosa. É muito novo, mas Felipão deve insistir com ele. Vale o mesmo em relação a Éverton, que entrou e fez um gol – jogada do Barcos, registre-se para satisfazer suas viúvas.

Luan é uma afirmação. Sei que alguns não gostam dele, mas estamos diante de jogador diferenciado. Num time ajustado, organizado, entrosado, Luan vai brilhar.

Gostei também do volante Araújo, outro jovem que brota da base.

Nas laterais, não vi nada demais. Agora, Galhardo deu sinais de que pode ser a solução para a direita, desde que aprimore a marcação.

Enfim, há um longo caminho a ser percorrido até o Grêmio ter de novo um time capaz de empolgar e dar esperanças de grandes títulos.

Os primeiros passos são convincentes.

INTER

Os colorados estão ansiosos demais. Querem que o técnico Diego Aguirre acerte o time em poucos dias de trabalho.

Esquecem que vencer o Lajeadense – meu terceiro time, o segundo é o Avenida – lá onde me criei é tarefa herculiana.

O fato é que já tem gente pegando no pé do técnico uruguaio, que não vai resistir muito, não. O desafio é grande demais pra ele.

Além disso, precisa trabalhar de forma a não contrariar o dono do time.

Com D’Alessandro não se brinca, e ele já deve ter percebido isso.

Willians inventou de confrontar o argentino no ano passado e agora está indo embora.

Coincidência?

ESCLARECIMENTO

Estivemos fora do ar por problemas com o provedor do site. Na verdade, eu esqueci de pagar e depois para corrigir isso é uma encrenca.

De gremista para gremista

Estreia hoje a Rádio Grêmio Umbro, 90.3 FM.

Uma grande jogada do clube. Quem for à Arena na abertura do Gauchão, jogo contra o União Frederiquense, pode ficar ligado na emissora. Vale o mesmo para quem ficar em casa ou estiver circulando de carro.

Vamos prestigiar esse novo produto, inédito, e que em breve será imitado, como sempre, por uns e outros.

Dito isso, quero lembrar o Antônio Augusto, que cansou de falar em seus espaços sobre a necessidade de o clube ter uma emissora de rádio para chamar de sua.

O grande plantonista esportivo, o pai deles todos, sugeriu ao multicampeão Fábio Koff a criação de uma emissora azul, branco e preto. Também Haroldo Santos cansou de trabalhar em cima dessa ideia.

E agora está aí a ‘rádio do Grêmio’. Parabéns a todos os envolvidos nesse projeto.

Hoje, narração de Cristiano Oliveski, comentários de quem esteve nos gramados, os campeões Mazaropi e Carlos Miguel.

Reportagens de Luciano Rolla, Rodrigo Fatturi e Márcio Neves. Plantão: Jéssica Maldonado. Na técnica, Carlos Bicudo e Paulo Resém.

FM 90.3. Enfim, uma rádio a cores. As cores do Grêmio.