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Grêmio goleia LDU e afasta desconfianças

O ideal do futebol é criar situações de gol – mandando a bola para a rede ao menos uma vez – e impedir que o adversário faça o mesmo.

O Grêmio que bateu o bom time da LDU atingiu esse objetivo. Foi a melhor atuação do Grêmio nos últimos meses.

Os primeiros quinze ou vinte minutos foram terríveis para os equatorianos. Marcação forte sob pressão no campo do adversários, passes rápidos e verticais com a bola nos pés, todos os setores articulando juntos, formando um bloco monolítico.

Não sei se o Grêmio irá repetir essa atuação inicial, mas se o fizer estará no caminho certo para conquistar o tri da América.

Há muito chão ainda a percorrer. 

O Grêmio tem problemas, como todos os outros participantes, mas pelo que se viu ontem na Arena o técnico Roger sabe o que fazer para ajustar o time de maneira adequada, mesmo que uma ou outra peça esteja abaixo do nível desejado.

Muitas equipes campeãs também conviveram com jogadores apenas medianos, o que não impediu a conquista de títulos.

É como disse Roger após os 4 a 0 sobre a LDU: os jogadores precisam pegar confiança, e quando isso acontece o todo cresce.

Ontem, o Grêmio foi um todo unido, com um jogador ajudando o outro, com humildade, raça, vibração. Um Grêmio solidário.

Douglas é um exemplo. Parecia um guri. Sim, Douglas ajudou a marcar, recuou quando preciso, e ainda articulou e apareceu na frente para atormentar o goleiro na saída de bola.

Eu tenho minhas teses, mas não as sobreponho aos fatos. Douglas fez uma bela partida. Se jogar sempre assim merece continuar no time. Só faço uma ressalva: ele não tem condições de ficar até o fim. Douglas cansou. Lincoln poderia ter entrado nos minutos derradeiros.

Outros jogadores que estiveram em alto nível: Geromel (não acreditei quando me contaram que teve gente ‘especializada’ afirmando que ele jogou mal) foi o destaque da defesa. Pena que tenha levado um cartão amarelo bobo.

Fred mostrou uma segurança até agora não vista. Foi firme, tranquilo. 

Os dois laterais melhoraram, mas ainda estão devendo.

Edinho e Maicon foram heróicos, incansáveis. Edinho lembrou Dinho: bateu com categoria.

Maicon fez um golaço, aparecendo na área na hora certa para receber a bola encostada por Luan e fazer 1 a 0.

Luan foi o maior expoente técnico em campo. Deu assistência para dois gols.

Giuliano correu muito, mas sem o brilho de vários jogos do Brasileirão passado.

Henrique Almeida e Éverton entraram iluminados. Cada um marcou um gol, e bonitos gols. Bobô perdeu espaço para Henrique, sem dúvida.

O ESTREANTE

Por fim, o estreante Miller Bolaños. Na véspera, eu encontrei um dirigente do Grêmio que assiste aos treinos. Ele resumiu: é um jogador que tem facilidade para fazer gols, é vocacionado para fazer gols.

Bingo!, como diria o Lênio, colaborador do cornetadorw. Miller joga fácil, simplifica, é inteligente, se posiciona com sabedoria. Teve duas chances de gol, marcou um. Nada mal para alguém desentrosado, e que ainda não está em sua melhor forma. Só achei que ele foi muito econômico nos dribles. Tem horas que os dribles são necessários para abrir uma retranca. Baita contratação.

Resta torcer, agora, para que Roger não se deixe influenciar pelos defensores do centroavante aipim e pelo futebol de ‘uma bola só’ e mantenha esse formato que ele mesmo lançou com sucesso no Brasileirão passado, até desviar de rumo.

Domingo, Gre-Nal: defendo que o Grêmio vá com todos os titulares que tenham plenas condições de jogo.  

FRASE DO ANO

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/03/no-ano-passado-era-viuva-de-leandrao.html

Todos juntos pelo Tri da América

  Esta é uma noite em que o GRÊMIO deve pairar acima de todas essas questões que fazem o cotidiano do torcedor, como quem deve começar o jogo, quem entra e quem sai, este é melhor do que aquele, atacante fixo ou falso centroavante, etc.

  Enfim, chegou o momento de silenciar as cornetas, de aparar arestas causadas por discussões mais acaloradas e desapegar-se da vaidade de acreditar que estamos sempre certos e os outros errados. 

  Nesta quarta, quando a bola começar a rolar na nossa Arena, a gente vai dar-se conta de quanto foram insuficientes todos esses debates, as ideias superficiais como se fossem verdades irrefutáveis. Os ataques desferidos, os golpes verbais sofridos. Verdades ‘definitivas’ que muitas vezes desmoronam quando a bola mergulha na rede e a vitória nos abraça, nos acolhe, e nos faz felizes.

  Chegou a hora de nos tornarmos uno, indivisíveis, sem dúvidas, sem medos. Chegou a hora de deixar fluir exatamente o que somos: gremistas. E ser gremista é um dom, uma dádiva. É sempre acreditar que nada é impossível para quem torce pelo GRÊMIO. Pouco importa os reveses, que doeram, mas nos deixaram mais fortes, mais unidos.

  Hoje, é noite de estarmos todos juntos, unidos, apoiando o Grêmio com a intensidade e o entusiasmo fanático que forjaram a mística do velho casarão, o Olímpico. Mística que há de ser incorporada pela nossa Arena e por nossos atletas, fazendo vergar todos os adversários. A começar pela LDU.

Juntos pelo Tri da América!

Grandes debates na aldeia

É forte a pressão para Éverton ceder seu lugar ao equatoriano Miller Bolanos. Existe quase unanimidade nesse sentido.

Douglas poderia repetir He Man, o legítimo, não aquele que andou pelo Beira-Rio a troco de milhões de reais: eu tenho a força.

É, na verdade, uma força que está se exaurindo. O tempo é implacável. Ninguém fica imune aos efeitos devastadores do tempo. Nem os jogadores mais habilidosos.

Curioso, os mesmos que agora dizem que foi bom D’Alessandro ter saído porque nos últimos tempos tirava a velocidade do time e inibia os mais novatos, de ritmo acelerado, omitem que Douglas faz o mesmo no Grêmio atual. Quando ele sai, o time voa. 

Se dependesse de mim, Éverton seria mantido. Sairia o Douglas, de relevantes serviços prestados. Poderia até ser condecorado com algo como uma Medalha do Mérito Gremista.

Mas tem outra discussão na aldeia: Bolanos deve começar o jogo?

Não há consenso, pelo contrário. Os argumentos tanto para um lado como para outro são respeitáveis. Eu mesmo não tenho muita convicção sobre minha posição a respeito.

Se fosse para o equatoriano – antes, quero confessar que não sei da real capacidade desse jogador e me baseio nos elogios a ele dirigidos – entrar no lugar de Douglas, seria a favor de que começasse o jogo. Isso partindo do pressuposto de que ele está bem para sair jogando.

Agora, até os quero-queros que ainda resistem no Olímpico sabem que Douglas começa o jogo. É mais ou menos como Douglas e mais dez.

Então, como não considero justo sacar Éverton, talvez o melhor atacante do time nesta temporada, prefiro que Miller Bolaños comece no banco de reservas. Até porque tenho lido e ouvido opiniões altamente suspeitas defendendo que o equatoriano comece. Cada vez que esse pessoal de posiciona de um lado, eu fico preocupado, e acabo me inclinando para o lado oposto.

Em resumo: prefiro Bolaños como alternativa para o segundo tempo.

Mas vou apoiar qualquer decisão que Roger venha a tomar.

O que importa é o Grêmio vencer, não ver a minha opinião vencedora.

 

er que não sei exages 

Acertos superam erros e Grêmio vence na Arena

Mais uma vez o Grêmio foi superior quase todo o tempo, e mais uma vez penou, e por detalhe não saiu de campo com um resultado negativo diante do Glória, que acabou de trocar de técnico por fazer má campanha no Gauchão.

É incrível a facilidade com que o time leva gols. Neste domingo, começou com uma entrega de Maicon, que jogou a bola nos pés de Éder, que respondeu com um morteiro indefensável. O segundo gol do Glória começou com uma roubada de bola (com falta!) de Lincoln, que recém havia entrado. No cruzamento para a área, Fred fez ‘golpe de vista’ e Marcelo Oliveira chegou atrasado. Foi um espectador privilegiado do gol de Vinicius.

Mais uma vez o Grêmio criou chances de gol em número suficiente para vencer com folga. Mas continua levando gols por desatenção, falha técnica, e falha coletiva.

A grande verdade é que o técnico Roger Machado não está conseguindo reestruturar o sistema defensivo, que perdeu qualidade individual, é certo, o que ajuda a explicar a peneira em que se transformou.

Não fosse o ‘frangueiro’ Marcelo Grohe, que fez duas grandes defesas quando o Glória empatou, a poucos minutos do final, talvez o time não tivesse força nem controle emocional para fazer os dois gols no ocaso do jogo.

Saindo da defesa instável e inconfiável, vamos ao sistema ofensivo, que só não vai melhor porque perde muitos gols.

O goleiro Rafael fez pelo menos cinco grandes defesas. A bola encontrou o poste em duas oportunidades.

 

O primeiro gol do Grêmio, o de empate, foi de Giuliano, que melhorou um pouco em relação a si mesmo. Ele recebeu um passe precioso de Éverton – um dos melhores do time -, dominou, driblou o goleiro e mandou para a rede com categoria.

O time foi para o intervalo com um empate constrangedor. E assustador. Afinal, era o Glória.

Logo na largada Geromel empatou, após receber uma bola desviada de cabeça por Marcelo Oliveira (vejam só!) e cruzamento de escanteio de Douglas (finalmente).

Depois, só deu Grêmio. Seus atacantes abusaram de perder gol, por preciosismo ou imperícia mesmo. Quem não faz leva, pensei com meus botões.

O que parecia impossível aconteceu. O Glória empatou e só não virou porque Grohe (repito) apareceu para salvar.

Roger, meio que no desespero, arriscou com dois centroavantes. O técnico que se consagrou nacionalmente por jogar com atacantes de movimentação apelou para Bobô e Henrique Almeida, que substituíram Éverton e Maicon. Era tudo ou nada.

Quando as coisas se encaminhavam para o ‘nada’, o empate inglório (desculpe o trocadilho infame), eis que Henrique Almeida acerta um torpedo de fora da área, semelhante ao primeiro gol do adversário (treinado pelo meu amigo Rodrigo Bandeira).

No final, como presente aos arremessadores de pipoca, Luan, de boa atuação, marcou o quarto gol.

As nuvens escuras que pairavam sobre a Arena se dissiparam instantaneamente.

Mas ainda não foi possível observar as estrelas.

Fica a esperança de que Roger acerte a mão. Estruture melhor a defesa e ajuste a pontaria dos atacantes.

Quarta-feira o jogo é decisivo. Uma vitória sobre a LDU é mais que um dever, é uma obrigação.

O TIME

Ninguém espere que Lincoln comece no lugar de Douglas. 

Douglas é cláusula pétrea. Não importa que torne o time previsível, lento e até irritante.

É titular.

Então, é por ele que iremos torcer contra a LDU.

Contra o Glória até que ele foi bem, mas era o Glória.

O time pelo jeito está escalado. É o que começou o jogo.

Não gosto de W. Oliveira, não gosto de Fred e estou preocupado com Marcelo Oliveira.

É muita gente inconfiável no mesmo time, no mesmo setor.

Mas é o que a casa oferece.

Ainda assim dá pra ganhar. Basta a torcida pegar junto e os jogadores se superarem. 

 

 

 

As pipocas do desencanto e da frustração

Um pequeno grupo de torcedores decidiu ir ao CT da Arena protestar contra o desempenho do time, cobrando mais garra, mais futebol, mais isso e mais aquilo.

Foi uma ação com nível de agressividade baixo. Entre mortos e feridos salvaram-se todos.

Tem coisa muito mais violenta acontecendo na cidade o tempo todo e em todos os lugares, inclusive os mais movimentados como a Cidade Baixa, palco de um tiroteio no final da madrugada desta sexta-feira.

A munição dos revoltados não poderia ser mais meiga e inofensiva: pipocas. Quem sabe uma homenagem ao colunista aquele sempre referido pelo cornetadorw?

O alvo era o grupo todo, inclusive o técnico Roger, mas sobrou mais para Luan. Tivesse ingressado no CT com os vidros abertos Luan teria garantido um lanche à base de pipocas. Pena o desperdício.

Pena também que essa mobilização toda não tenha sido destinada aos verdadeiros responsáveis pelo desencanto e frustração que tomaram conta da torcida gremista.

É impossível deixar de reconhecer o esforço, o empenho da direção em formar um time competitivo. Mas só esforço e empenho muitas vezes são insuficientes para conquistar títulos. Até agora os jogadores contratados não deram resposta realmente positiva.

O Grêmio tentou de todas as formas contratar um líder para dentro de campo. Um cara que levante o moral do grupo nos piores momentos, que mostre indignação e conduza os companheiros a uma reação. Que não se conforme com a derrota, que busque a vitória até o último minuto, a última gota de suor ou sangue.

O Grêmio tentou Henrique, um nome forte, com características necessária para ser a liderança do time. Não conseguiu. 

Quer dizer, a direção e a comissão técnica avaliaram bem. Mas o fato é que Henrique não veio, e o time precisa de uma voz forte dentro de campo. Mas ela não existe. Por isso, muitas vezes, o time fica apático, e passa essa impressão de desinteresse e conformismo diante do resultado adverso.

É por isso que esse grupo de gremistas, em torno de 50 almas sofridas, esteve na Arena cobrando raça, esforço, dedicação.

Tudo o que sobrou na derrota contra o São Paulo, em Rio Grande.

Mas que faltou contra o Toluca e que não pode se repetir contra a LDU.

Agora, tanto num jogo como no outro, ficou de novo muito claro que o time do Grêmio, neste momento, é tecnicamente insuficiente para satisfazer plenamente o torcedor.

A torcida já se tocou disso. Quer o time jogando na superação para compensar outras dificuldades, algumas pontuais e por demais conhecidas.

Agora, qualquer chance de título passa por Luan. É bom que o torcedor não se esqueça disso.

DA SÉRIE SE ARREPENDIMENTO MATASSE

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/02/momento-zini-de-justo-guerra.html

Dupla Grenal frustra torcedores na rodada

O São Paulo fez três gols no time misto do Grêmio. Até aí nada de anormal, porque o sistema defensivo armado por Roger já mostrou que tem vocação para peneira, jogando com titulares ou com reservas.

O problema dos 3 a 2 sofridos, de virada, em Rio Grande, foi a forma como os gols aconteceram. Houve falha gremista, sim, mas sobrou sorte para o esforçado time do São Paulo.

O Grêmio largou na frente, até porque era superior. Deu gosto de ver o time jogando com vontade, disputando cada bola com vontade, com garra. Era um time veloz, saindo rapidamente da defesa para o ataque. Luan mostrou que está vivo. Não foi o jogador sonolento de jogos recentes. Gostei do Lincoln, do Éverton, do Kaio. Gostei no primeiro tempo e continuo gostando do que vi nesses jovens mesmo depois da derrota.

Fred fez 1 a 0. Recebeu bola recuada por Geromel em meio à confusão na área e mandou para a rede.

O São Paulo empatou logo depois num lance também de tumulto na área. Grohe deixou a bola escapar, acossado por adversários que desde os minutos iniciais iram sempre em seu corpo. A bola respingou, o garoto Kaio afastou de cabeça, mas nos pés de Thiago Correa: 1 a 1. Resultado injusto para o Grêmio naquele momento.

No segundo tempo, e faço questão de enfatizar, boa jogada da gurizada pela esquerda, Kaio apareceu de trás em velocidade e, mostrando calma e visão de jogo, cruzou pelo alto para Luan fazer 2 a 1. Até ali, 4 minutos do segundo tempo, o time misto jogava uma partida de bom nível, e merecia a vantagem.

O SP, empurrado pela torcida e estimulado pela arbitragem conivente com as pancadas que Luan e Lincoln sofreram, equilibrou o jogo.

Até que aos 30 minutos, de gol olímpico, o SP empatou. Um jogador do Grêmio falhou ao tentar interceptar a bola que veio a meia altura, e com isso prejudicou quem estava junto à primeira trave e também o goleiro Grohe. Um lance absolutamente fortuito.

Dois minutos depois, com o Aldo Dapuzzo transformado num caldeirão pela torcida local, o gol da vitória. Um chute de fora da área, a bola desviou no meio do caminho, mas ainda assim Grohe conseguiu evitar o gol, afastando a bola do jeito que foi possível, quase de dentro da goleira. A bola caiu nos pés de Alex Goiano, que não perdoou e saiu pra galera.

O São Paulo estava batendo o misto gremista, que ainda tentou reagir. Mas teve Edinho, um guerreiro, expulso depois de sofrer uma entrada dura pelas costas, igual as que Lincoln e Luan receberam algumas vezes no jogo sem punição aos agressores. Edinho foi fazer justiça e acabou expulso.

Alguém pode dizer que faltou maturidade ao time jovem escalado por Roger. Pode ser, mas quero frisar que maturidade sem vibração e sem empolgação, como aconteceu no México, também não adianta.

Percebo que inúmeros gremistas atribuem grande parte da derrota ao goleiro Grohe. A meu ver, ele falhou no primeiro gol, e só.

No mais, é muita injustiça que estão cometendo com esse grande goleiro.

Sobre os centroavantes. Gostei mais do Henrique Almeida. Penso que Roger deveria ter insistido mais com esse atacante, que jogou ansioso demais, preocupado em fazer um gol, mas lutou, participou. Bobô entrou e nada acrescentou. Henrique é um centroavante com mais movimentação pelos lados, mas sempre presente na área. 

INTER

Já o Inter sofreu apagão. Faltou luz no estádio e futebol ao time de Argel. Pode ser o efeito Mick Jagger, pode ser.

O fato é que o Inter do ‘esquadrão classe A’ caiu em casa diante do lanterna Veranópolis.

No Gauchão, Grêmio e Inter estão bastante parecidos. 

A diferença maior é que o Inter ainda não viajou ao interior.

Enquanto isso, o Juventude faz campanha admirável. Candidato ao título.

Estranha campanha em favor de Bobô e Douglas

É impressionante a campanha para tornar Bobô titular do Grêmio, acabando com o esquema sem centroavante de carteirinha, o aipim.

Tem gente que se deu ao trabalho de contar os minutos de participação do atacante com a camisa do Grêmio. O resultado, segundo esse levantamento que eu não conferi, mostra que Bobô fez 8 gols em 15 jogos.

Nada mau para quem não ganha continuidade e na maioria das vezes entrou no decorrer de alguns jogos.

A questão não são os gols, mas o futebol que ele apresentou. Nada que autorize alguém a afirmar que Henrique Almeida é muito inferior a Bobô, como ouvi após o jogo contra o Novo Hamburgo.

Bobô até pode ser o goleador que o Grêmio precisa, mas até agora sua maior participação foi como o instrumento que afetou o esquema até então vitorioso montado por Roger, com Luan de falso camisa 9, com Éverton ou Pedro Rocha pelo lado esquerdo e Giuliano pela direita.

Coincidência ou não, desde então o time não foi mais o mesmo.

Outra campanha em curso é para manter Douglas como titular. Entre os defensores de Douglas estão alguns que defenderam a saída do ídolo colorado D’Alessandro, que já não teria mais preparo para aguentar uma partida inteira, estaria decadente, etc.

Douglas é um jogador de técnica apurada, um meia raro no futebol, talvez até porque o futebol atual prescinda do articulador que se movimenta em espaço reduzido, não combate, e mal e mal cerca o adversário que está com a bola. 

Os que defendem Douglas acreditam que ele merece continuar no time quando Bolaños puder jogar. Sairia, então, Éverton, que tem sido o atacante mais regular e efetivo do Grêmio neste início de temporada.

Não, Éverton merece ficar. Quem deve sair é Douglas, o que contribuirá para tornar o time mais ágil e objetivo no ataque.

Desconfie daqueles que querem a permanência de Douglas. 

TIME MISTO

Marcelo Grohe; Wesley, Pedro Geromel, Fred e Marcelo Hermes; Edinho, Kaio, Luan, Lincoln e Everton; Bobô. 

Este deve ser o time que enfrenta o São Paulo, em Rio Grande, nesta quarta-feira.

Gostei da escalação e da ideia de poupar Douglas. Mais uma chance para Lincoln.

Só não gostei, e não consigo entender, por que Geromel não é poupado.

O gramado do SP é ruim, as chances de lesão não são pequenas.

Geromel, o melhor do time no momento, deveria ficar de fora dessa encrenca.  

ARGEL

Mesmo sob críticas da imprensa e desconfiança de sua própria torcida, o técnico Argel vai arrumando a casa.

Aos poucos, seus críticos mais ferozes vão mudando de posição devagarinho.

Imagine o que eles dirão se por um acaso Argel ganhe o Gre-Nal, por exemplo.

Então, é melhor recolher a artilharia. Pelo menos por enquanto.

 

 

‘Aipim’ faz gol salvador no ocaso de Douglas

O fim do horário de verão pode estar marcando também o fim do atacante ‘pelos lados’, ‘flutuante’, e a volta do atacante mais fixo e centralizado, mais conhecido como centroavante ‘aipim’.

Sei de muita gente que vai vibrar com isso. Não é o meu caso. Por mim, pode jogar até um zagueiro na frente, desde que faça gols decisivos e em profusão.

Bobô marcou um gol salvador substituindo um congênere, Henrique Almeida. Isso bastou para ser considerado por muitos um dos destaques do Grêmio na vitória sobre o Novo Hamburgo.

Aliás, o melhor da tarde foram os três pontos obtidos. O resultado de 1 a 0 foi minguado e não corresponde ao que o time produziu. O fato é que o resultado contribui para pacificar ânimos e tranquilizar o vestiário gremista.

O técnico Roger Machado enfrenta seu primeiro momento de contestação e crítica. Ainda poucas e contidas, mas que neste domingo poderiam ter subido de tom caso não viesse o gol salvador.

A substituição de Douglas por Fernandinho aos 18 minutos do segundo tempo causou murmúrios reprovadores. A torcida, o vendedor de churrasquinho e o pipoqueiro fora da Arena esperavam Lincoln.

A sorte de Roger foi que três minutos depois Luan cobrou falta da intermediária, na área central do campo, e Bobô, que minutos antes havia substituído o discreto Henrique Almeida, mandou para a rede de cabeça.

Um tipo de gol raro nesse Grêmio que desaproveita 99,9% das cobranças de bola parada, tanto escanteio como faltas.

E por que dessa vez marcou? Ora, o cobrador oficial, Douglas, estava fora. Se estivesse em campo a cobrança seria dele. E, talvez, quase certo, o gol não acontecesse.

Henrique Almeida deve estar lamentando até agora ter saído antes de Douglas.

Bem, o gol abriu a retranca do NH – não entendo por que trocar o azul pelo vermelho nada a ver do seu uniforme -, e isso abriu espaços para jogadas mais verticais, em velocidade.

É injusto atribuir apenas à ausência de Douglas essa mudança de característica do time.

O NH deu espaços e o Grêmio conseguiu chegar com perigo algumas vezes. Numa delas, Éverton invadiu a área pela direita, recebendo passe de Bobô, e o goleiro defendeu. Outra boa chance foi com o volante Kaio, que apareceu de surpresa. Mais uma vez o goleiro salvou.

O fim do horário de verão pode marcar o término do esquema que empolgou o país no ano passado com a escalação de um camisa 9 e também o ocaso do ciclo Douglas, que a cada jogo escancara que sua presença como titular é injustificável.

Acredito que Roger esteja esperando Bolaños para fazer a mudança que os fatos exigem: a saída de Douglas do time.

COTAÇÃO

Qualquer avaliação de jogador fica prejudicada pela qualidade do adversário. Os alvos principais, Wallace Moreira, Fred e Marcelo Oliveira, foram favorecidos pelo pouco poder de fogo do adversário.

Mesmo assim, Grohe fez uma grande defesa. Depois, destaque para Éverton.

Luan, estrela do time, mais uma vez esteve apagado. Não esquecendo que foi ele quem cobrou a falta do gol que vale três pontos no Gauchão.  

 

Grêmio decepciona e assusta torcida

Nos últimos dias preguei o otimismo, a tolerância e a esperança. Defendi o time não por suas qualidades nem por seus defeitos, mas por ser o time que a diretoria conseguiu montar. Sabia de suas limitações, mas larguei de mão a crítica e a corneta em prol do nosso objetivo maior.

Hoje, depois da paulada de ontem no México, o otimismo fugiu pra debaixo do tapete. A tolerância está moribunda. Só restou mesmo, forte e compreensiva, a esperança. 

Tenho esperança que a derrota por 2 a 0 logo na largada da Libertadores – diante de uma equipe que jogou quase uma hora com dez – tenha ocorrido principalmente por causa da altitude.

Que a altitude ajude a explicar a placidez dos jogadores como ruminantes rumo ao matadouro. A falta de indignação depois de levar o primeiro gol de um time que tinha um jogador a menos foi algo irritante, para abalar qualquer esperança de uma reação imediata.

Minha convicção de que o time tem condições de brigar pelo título ficou abalada. 

Se Bolaños tiver toda essa capacidade técnica que lhe é atribuída as chances aumentam.

O problema é o fardo que o atacante terá de carregar: dois laterais inconfiáveis, uma zaga capenga pela falta de um companheiro para Geromel, e um meia que se arrasta esperando dar uma metida a qualquer momento. Aliás, coube a Douglas criar a melhor situação do Grêmio – a tal uma bola só -, quando ele deixou Éverton na cara do goleiro, em condições de escolher o canto. Mas Éverton é o Éverton, e isso significa acabamento imprevisível.

Mas Éverton, assim como Douglas, foi dos poucos que não sucumbiram plenamente. Foram participativos e interessados.

Tenho dificuldade de dizer o mesmo de Luan, que pareceu cansado, enfarado, triste. Sim, Luan parecia triste, contrariado com alguma coisa, ou até com ele mesmo.

Pior ainda foi Giuliano, que parecia um fantasma em campo. Giuliano foi completamente apático.

Diferente de Edinho, um leão no jogo, inclusive dando umas chegadas mais fortes. Edinho se mostrou inconformado com a pobreza, a indigência do futebol gremista.

Maicon é outro que deu o máximo. Tentou organizar o time, foi presente na marcação e tentou criar jogadas no meio.

O fato é que de um modo geral todos estiveram abaixo do futebol que já mostraram.

E quando o time todo não vai bem – tenho isso como regra – a responsabilidade é do treinador. Unicamente do treinador.

Por isso, torço que a principal razão do fracasso diante do mediano Toluca tenha sido mesmo a altitude, diminuindo o percentual de culpa de Roger e seus comandados.

Caso contrário, o que aconteceu no México irá repetir-se.

 

 

Libertadores: união total pelo Grêmio

Chegou o dia do começo da caminhada pelo TRI DA AMÉRICA.

Precisamos de união total, com muita energia positiva para contrapor aos fluidos negativos que serão emanados por ‘eles’, o que é natural, e faz parte do nosso universo Grenal.

O que não dá pra aguentar é secação interna em nome de vaidades, rancores, egos, invejas e politicagem.

Então, vamos para o jogo, vamos brigar pelos três pontos. Se der empate, tudo bem, mas o time precisa jogar pela vitória. 

Segue abaixo texto publicado pelo grande gremista e companheiro do Movimento Grêmio Multicampeão, Evandro Krebs, em Zero Hora desta quarta-feira:

 

COM O GRÊMIO ONDE E COMO O GRÊMIO ESTIVER

É sob um clima de preocupação e alguma desconfiança que o Grêmio estreia nesta quarta-feira na Libertadores/2016, no México. Muito distante de nós, torcedores, que se pudéssemos até a pé nós iríamos para ajudar nosso time a vencer o Toluca.

O resultado negativo contra o São José nos deixou um tanto abalados, desconfiados, mas nós, gremistas, nunca nos vergamos. Estaremos com nossos jogadores e com o técnico Roger Machado em cada lance, em cada disputa de bola, em cada conclusão a gol.

Já estamos recuperados e confiantes na vitória. Temos time para começar conquistando três pontos. Este é o melhor time que foi possível construir diante da situação financeira crítica do clube, fato que muitos relevam na hora da raiva e de manifestar sua revolta no campo ou nas redes sociais, sentimentos legítimos, mas que não podem ganhar maior amplitude.

Não podemos nunca esquecer que esse time que vai enfrentar o Toluca é o NOSSO time. Tudo o mais não importa agora. Os questionamentos a uma eventual falta de qualidade em determinadas posições são absolutamente dispensáveis e, mais do que isso, completamente inúteis. Os jogadores estão aí e é com eles que o Grêmio vai brigar pelo Tricampeonato da América.

Todos nós sabemos que a equipe possui alguns problemas técnicos, individuais e coletivos, o que acontece, aliás, na imensa maioria dos clubes, com exceção dos Barcelonas da vida. O importante é que o Grêmio, o NOSSO Grêmio, está na Libertadores da América, uma posição almejada por muitos e alcançada por uns poucos. Pensem nisso.

Quem não quiser ajudar, que não atrapalhe! A hora é de união de forças, de energia, não de contestação ao que está consumado. Para torcer contra já tem bastante gente nas imediações…

Um olhar mais atento pelo retrovisor da história indica que muitos times campeões eram contestados no início de suas caminhadas rumo ao título. Superaram os obstáculos, inclusive os colocados por torcedores menos tolerantes, e hoje são, justamente, festejados, e até mitificados. É curioso constatar que jogadores então criticados, definidos como toscos e insuficientes, passaram a ser quase endeusados após um grande título obtido.

Enfim, temos um time para torcer na Libertadores – o que é para poucos – e uma direção séria, que está enfrentando inúmeras dificuldades, mas que ainda assim consegue nos oferecer a esperança da retomada dos grandes títulos.

Como a maior parte da torcida, reconheço as dificuldades e o grande desafio, mas acredito no trabalho que está sendo desenvolvido e não tenho dúvida de que Roger e seus comandados saberão honrar e dignificar esse manto sagrado, a gloriosa camisa azul, branca e preta.