Dupla Grenal frustra torcedores na rodada

O São Paulo fez três gols no time misto do Grêmio. Até aí nada de anormal, porque o sistema defensivo armado por Roger já mostrou que tem vocação para peneira, jogando com titulares ou com reservas.

O problema dos 3 a 2 sofridos, de virada, em Rio Grande, foi a forma como os gols aconteceram. Houve falha gremista, sim, mas sobrou sorte para o esforçado time do São Paulo.

O Grêmio largou na frente, até porque era superior. Deu gosto de ver o time jogando com vontade, disputando cada bola com vontade, com garra. Era um time veloz, saindo rapidamente da defesa para o ataque. Luan mostrou que está vivo. Não foi o jogador sonolento de jogos recentes. Gostei do Lincoln, do Éverton, do Kaio. Gostei no primeiro tempo e continuo gostando do que vi nesses jovens mesmo depois da derrota.

Fred fez 1 a 0. Recebeu bola recuada por Geromel em meio à confusão na área e mandou para a rede.

O São Paulo empatou logo depois num lance também de tumulto na área. Grohe deixou a bola escapar, acossado por adversários que desde os minutos iniciais iram sempre em seu corpo. A bola respingou, o garoto Kaio afastou de cabeça, mas nos pés de Thiago Correa: 1 a 1. Resultado injusto para o Grêmio naquele momento.

No segundo tempo, e faço questão de enfatizar, boa jogada da gurizada pela esquerda, Kaio apareceu de trás em velocidade e, mostrando calma e visão de jogo, cruzou pelo alto para Luan fazer 2 a 1. Até ali, 4 minutos do segundo tempo, o time misto jogava uma partida de bom nível, e merecia a vantagem.

O SP, empurrado pela torcida e estimulado pela arbitragem conivente com as pancadas que Luan e Lincoln sofreram, equilibrou o jogo.

Até que aos 30 minutos, de gol olímpico, o SP empatou. Um jogador do Grêmio falhou ao tentar interceptar a bola que veio a meia altura, e com isso prejudicou quem estava junto à primeira trave e também o goleiro Grohe. Um lance absolutamente fortuito.

Dois minutos depois, com o Aldo Dapuzzo transformado num caldeirão pela torcida local, o gol da vitória. Um chute de fora da área, a bola desviou no meio do caminho, mas ainda assim Grohe conseguiu evitar o gol, afastando a bola do jeito que foi possível, quase de dentro da goleira. A bola caiu nos pés de Alex Goiano, que não perdoou e saiu pra galera.

O São Paulo estava batendo o misto gremista, que ainda tentou reagir. Mas teve Edinho, um guerreiro, expulso depois de sofrer uma entrada dura pelas costas, igual as que Lincoln e Luan receberam algumas vezes no jogo sem punição aos agressores. Edinho foi fazer justiça e acabou expulso.

Alguém pode dizer que faltou maturidade ao time jovem escalado por Roger. Pode ser, mas quero frisar que maturidade sem vibração e sem empolgação, como aconteceu no México, também não adianta.

Percebo que inúmeros gremistas atribuem grande parte da derrota ao goleiro Grohe. A meu ver, ele falhou no primeiro gol, e só.

No mais, é muita injustiça que estão cometendo com esse grande goleiro.

Sobre os centroavantes. Gostei mais do Henrique Almeida. Penso que Roger deveria ter insistido mais com esse atacante, que jogou ansioso demais, preocupado em fazer um gol, mas lutou, participou. Bobô entrou e nada acrescentou. Henrique é um centroavante com mais movimentação pelos lados, mas sempre presente na área. 

INTER

Já o Inter sofreu apagão. Faltou luz no estádio e futebol ao time de Argel. Pode ser o efeito Mick Jagger, pode ser.

O fato é que o Inter do ‘esquadrão classe A’ caiu em casa diante do lanterna Veranópolis.

No Gauchão, Grêmio e Inter estão bastante parecidos. 

A diferença maior é que o Inter ainda não viajou ao interior.

Enquanto isso, o Juventude faz campanha admirável. Candidato ao título.