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Roger Machado sinaliza fim de um ciclo

O técnico Roger Machado teria colocado o cargo à disposição depois dos 4 a 0 em Curitiba.

Eu mesmo sugeri, aqui neste espaço, que ele, como bom gremista, fizesse isso para o bem do clube. Roger fez a sua parte. Mostrou que é um bom gremista. O pedido não foi aceito.

Nesta noite, em Campinas, outra atuação deprimente. Levou 3 a 0. Nos últimos cinco jogos, três derrotas fora de casa, sendo que duas por goleada diante de equipes medianas, e dois empates em casa. 

Não há nada no horizonte que sinalize para uma melhoria. Nada. Pelo contrário, a maionese desandou. Não tem mais salvação.

E escrevo isso com amargura, porque Roger foi uma luz no cenário de penumbra que vivia o Grêmio na no período Felipão.

Foi com Roger que o Grêmio chegou a empolgar não apenas a torcida gremista, mas todas as torcidas pelo beleza e eficiência de seu futebol.

Provocou muita inveja, muito rancor dos adversários, mas houve também reconhecimento. Não durou muito tudo isso.

Mas durou o suficiente para o Grêmio, com Roger Machado no comando, proporcionar uma das maiores alegrias deste século ao torcedor gremista: os 5 a 0 sobre o Inter.

Então, é com tristeza que vejo o ciclo de Roger terminar. 

Não há muito a escrever sobre a derrota diante da Ponte Preta. 

Apenas registrar que falta qualidade, mas a qualidade que hoje existe no clube não é inferior a da Ponte Preta, nem a do Coritiba.

Roger Machado, ao que parece, embaralhou suas convicções, não encontrou outros caminhos para superar adversidades e acabou se perdendo nos labirintos que o futebol cedo ou tarde reserva a todos.

Então, no momento em que escrevo, minutos após outra humilhação, Roger deve estar pedindo as contas, agora de maneira mais enfática.

Dificilmente a direção recusará esse pedido.

Uma pena. Mas a fila anda. E no futebol não anda, atropela.

Vaga no G-4 e eleição no Grêmio

Quer irritar um gremista, além do que ele já está? Diga que o time ainda briga por vaga no grupo da Libertadores/2017.

O gremista, pelo menos a maioria maciça (entre os quais eu me incluo) cansou de vaga. Gremista quer título.

Havia uma perspectiva boa no atual Brasileirão. Mas o time tropeçou diante de clubes inferiores e viu o título se distanciando rodada após rodada.

Depois de algumas exibições alentadoras, aumentou a expectativa de enfim festejar um título de expressão depois de 15 anos.

Atuações obscenas e resultados pornográficos resultaram numa enorme frustração.

Por isso, essa cantilena de vaga na Libertadores é irritante.

Ao menos no momento. Se ela vier mais adiante, é claro que muitos irão festejar, discretamente, mas muito mais por uma questão de rivalidade.

O Inter anda lambendo o piso da tabela de classificação e até corre o risco de se acomodar no grupo do rebaixamento.

Não tenho dúvida de que o gremista comemoraria com mais entusiasmo um eventual rebaixamento colorado – o que não acontecerá como todos nós sabemos pelas razões que estão muito claras – do que o ‘título’ de terminar no G-4.

Mas voltemos à realidade atual.

O Grêmio enfrenta a Ponte Preta. É lá em Campinas, onde normalmente todos os times enfrentam dificuldades. O Grêmio entre eles.

Mas o Grêmio tem um reforço importante, e isso faz com que eu acredite numa vitória. 

O Grêmio precisa jogar pelos três pontos, indo pra cima, marcando a saída de bola. Empate e derrota é quase a mesma coisa.

O que interessa são os três pontos. Para isso, o time conta com um reforço realmente alentador:

a ausência de Douglas.

Como todos sabem, Douglas fora de casa é quase ridículo. Na Arena, sim, ele tem feito boas partidas, algumas até excelentes.

Sem Douglas, as chances de vencer a Ponte aumentam.

E aumentam ainda mais se Roger abrir mão dos três volantes.

Lincoln deveria começar no lugar do ‘maestro’. Mas desconfio que Roger vai de Negueba.

Se Lincoln não começar, ou sequer entrar no decorrer do jogo, vou dar razão ao meu amigo RW, titular do cornetadorw, que no começo da temporada, antevendo que Lincoln não teria chance, sugeriu o empréstimo do guri ao Santos.

Lá a gurizada tem vez.

ELEIÇÃO PARA O CONSELHO

Como todos sabem ou desconfiam, sou candidato ao Conselho Deliberativo do Grêmio.

Estou na chapa 4. Situação. Acredito demais no trabalho de Romildo Bolzan e seus companheiros.

Até porque as alternativas não são, ao menos pra mim, animadoras.

Bem, se um dia eu tiver poder de decisão no futebol: vou acabar com a cultura do ‘pontinho fora’ em jogos do Brasileirão.

Vou detonar com a cultura do conformismo: ah, ao menos podemos lutar por vaga na Libertadores.

Vou acabar com essa história de o ‘grupo’ (de jogadores) interferir de alguma forma na gestão do futebol. 

Mas isso se um dia eu tiver poder…

Ramiro, o Itaqui de Roger Machado

O empate deste domingo na Arena, 0 a 0, reflete em primeiro lugar uma injustiça. O Grêmio foi superior, mereceu a vitória, embora no final – com Ramiro já em campo – o Palmeiras por pouco não venceu, o que ele costuma fazer com frequência em jogos fora de casa.

Em segundo lugar, o jogo revelou a diferença essencial entre os técnicos. Cuca quer vencer, e não vacila em trocar um volante por um atacante, como fez ao sacar o excelente Moisés pelo atacante Lucas Barrios. Quase ao mesmo tempo, Roger Machado trocou Wallace por Ramiro, ou seja, seis por meia dúzia.

Para um time que não consegue vencer e anda frustrando e irritando toda sua torcida, Roger deveria ter colocado Lincoln ou algum outro jogador com mais qualidade técnica e vocação ofensiva.

A continuar assim, a torcida gremista verá Lincoln jogar talvez no time veterano ou em algum grande clube europeu no futuro. Ramiro pode ser o Itaqui (que era escalado por Celso toc-toc Roth em detrimento de Ronaldinho Gaúcho). Coincidência, os dois vieram da Serra.

Bem, como escrevi há alguns dias, Ramiro é o 12º jogador de Roger. Gosto é gosto.

O fato é que Roger se mostra um técnico assustado na hora de mudar, enquanto Cuca revela desassombro para ver seu time buscando a vitória, seja em casa ou fora. Por pouco, muito pouco, não conseguiu o gol que lhe daria mais três pontos. Dudu mandou uma bola na trave e Grohe fez milagre.

O terceiro aspecto a destacar: a absurda diferença de qualidade dos dois grupos, o que atenua um pouco a responsabilidade de Roger.

Enquanto Roger colocava em campo Ramiro, Guilherme e Batista, Cuca tinha Lucas Barrios, Cleiton Xavier e Rafael Marques. Jogador prontos e de boa qualidade. Os três até poderia ser titulares do Grêmio, esta é que a realidade dura e cruel.

Então, assim vai o Grêmio. Restou a Copa do Brasil como esperança de título.

No Brasileiro, não enxergo nem vaga na Libertadores.

CERA

O Palmeiras fez cera técnica já no primeiro tempo. Cartão amarelo para esse procedimento, usado pelo menos umas quatro ou cinco vezes pelos palmeirense, só apareceu nos minutos finais, para o goleiro Jailson.

No primeiro tempo, teve um lance muito parecido com o levou à expulsão de Lucas Lima contra o Inter.

O jogador do Palmeiras ia cobrar o lateral, depois de ganhar alguns segundos, e desistiu, esperando que um companheiro se aproximasse para fazer a cobrança. O juiz nada fez. Sequer deu advertência.

Já o juiz de Inter e Santos…

Craque do Santos é expulso de forma inusitada

Nunca acreditei no rebaixamento do Inter. Acredito mesmo que nunca irá cair pra segundona, pelo menos enquanto tiver ao seu dispor o talento de Fernando Carvalho, que conhece como poucos o futebol brasileiro e tudo o que o cerca.

Se FC ainda pode contar com o empresário Delcir Sonda, colorado, rico, e sempre disposto a ajudar o Inter, tudo fica mais fácil.  “Vamos ajudar o Inter a sair dessa. Mas não posso te falar no que vamos fazer”, disse Sonda, em meados de agosto, após reunir-se com o comando da operação de guerra deflagrada no Beira-Rio, sem esclarecer essa frase, digamos, misteriosa.

Qualquer interpretação venenosa fica por conta de cada um.

O fato é que fica por isso mesmo. Assim como fica por isso mesmo a inovadora arbitragem do sr. Rodrigo Batista Raposo, que conseguiu a proeza de expulsar um jogador com dois cartões amarelos, ambos por uma suposta cera ainda no primeiro tempo.

Coincidência: o jogador expulso é apenas o melhor do time, e um dos melhores do país, Lucas Lima.

Sem seu craque, com um jogador a menos, o Santos, que vencia por 1 a 0, acabou sofrendo a virada.

Foi uma boa mãozinha do juiz, que, afinal, é humano e também sujeito a erros. 

Ele teve a contribuição de Lucas Lima, que em poucos minutos cometeu a mesma ‘grave infração’, o que culminou em sua expulsão absolutamente exagerada.

Como já disse, vai ficar por isso mesmo. Vida que segue. 

Com esse resultado o Inter deixa a zona de rebaixamento, para a qual não voltará a julgar pelos recentes acontecimentos.

GRÊMIO

Roger continua no comando. Cheguei a supor que haveria um choque de gestão no Grêmio.

Ficou tudo igual.

Resta esperar que o técnico Roger Machado consiga mobilizar o time e aparar arestas que eventualmente existam no vestiário para que os jogadores se unam e abracem a causa gremista.

Uma vitória sobre o Palmeiras pode melhorar muito a situação do técnico, hoje contestado pela maioria da torcida.

Bem, depois tem Atlético PR pela Copa do Brasil, a esperança de título ainda neste temporada.

Esses dois jogos definem o futuro imediato de Roger. 

 

Roger parece sem forças para reagir

“Uma vitória sobre o Coritiba mantém o time na briga pelo título, que está difícil, mas não impossível.

O empate nos deixa à espera de uma milagre, sonhando com uma vitória sobre o líder Palmeiras no domingo.

Já uma derrota leva ao caminho dos que podem chegar no máximo a uma vaga na Libertadores.

Sem contar que pode gerar uma crise das mais terríveis até em função do processo eleitoral.

O caminho a ser seguido depende também, e muito, dos torcedores.

A hora não é de incendiários, mas de bombeiros.”

Foram minhas últimas palavras no comentário anterior, no qual defendi a tese de um cessar fogo.

Uma pausa nos ataques a Roger e alguns jogadores. Percebia que o tiroteio nas redes sociais poderia afetar o ânimo e a confiança dos jogadores.

Bem, agora é tarde.

Os 4 a 0 sofridos em Curitiba são quatro punhaladas no coração de cada gremista. Três gols em menos de dez minutos.

Além de levar quatro gols de um time que ronda a zona do rebaixamento, duro foi aguentar o segundo tempo.

Foram os 45 minutos mais longos que já vivi no futebol.

Uma tortura.

Eu só pensava numa coisa: Roger, como bom gremista, vai pedir demissão, vai entregar o cargo. Ou será demitido no vestiário mesmo, levando consigo todos os seus bruxos. Nem vou citar nomes.

Não, Roger não entregou o cargo.

Na entrevista no final do jogo ele assumiu a culpa. Mas manteve a soberba que, a meu ver, acoberta um sujeito assustado, um sujeito que perdeu o rumo, a convicção, e se encaminha para o abismo.

Roger Machado viveu um belo momento no Grêmio. Ele próprio tratou de complicar sua trajetória – atingindo o clube. 

Primeiro, ele inventou de escalar um centroavante tipo aipim, contrariando o esquema que estava dando certo.

Segundo, é essa insistência com um esquema de três volantes, que pra mim foi armado para acomodar Maicon no time, porque o certo era seguir com Wallace e Jailson.

Assim, temos que Roger em dois momentos traiu aquilo que se pensava fosse uma convicção sua: atacantes de movimentação e dois volantes.

Na primeira oportunidade ele testou o aipim e implantou os três volantes.

Fora isso, a impressão que dá é que ele come nas mãos de alguns veteranos do grupo, os tais bruxinhos, os ‘bons de vestiário’. 

Porque não dá pra entender que Ramiro seja o 12º titular e Marcelo Oliveira um titular por decreto, contrariando o bom senso.

Roger plantou o que colheu.

Mas daqui a pouco ele vai embora e a torcida gremista fica aqui lambendo as feridas, buscando minimizar mais uma frustração, e projetando a Copa do Brasil.

Antes, tem o Palmeiras na Arena. Tudo pode acontecer.

RENATO

Não gostaria de ser dirigente do Grêmio neste momento: decidir se mantém Roger ou se contrata outro treinador.

Eu seria pela demissão porque não vejo em Roger condições de reagir. 

Meu técnico, nesta emergência, seria Renato Portaluppi. Mas há um probleminha: ele gosta do Douglas.

Solução: livrar-se de Douglas se for para trazer Renato.

Hora é de bombeiros, não de incendiários

O Grêmio está numa encruzilhada, e sob fogo cruzado, o chamado fogo amigo que se alastra nas redes sociais.

Está na hora de uma trégua. Aliás, já passou da hora.

Quem sabe não seria o caso de seguir o exemplo vermelho? Os colorados, constrangidos, emudeceram, com exceção de alguns que nunca perdem a pose, a soberba.

Os colorados fizeram uma pausa nos ataques ao time, ao técnico, aos dirigentes. 

Afinal, a segundona está aí, acenando. O que fazem os colorados? Se unem. Claro, é uma união momentânea, que pode se dissolver em caso de derrota para o Santos, por exemplo.

Aí, volta o ‘portão 8’. Porque a trégua no futebol não resiste a um resultado negativo.

Cabe neste momento ao gremista recolher suas bazucas, metralhadoras e ovos podres. Suspender o fogo pesado no tuíter, feice e tudo mais

Se o Inter está atormentado pelo fantasma do rebaixamento, os gremistas têm pesadelos pelos 15 anos sem grandes títulos – e ultimamente até títulos menores.

Sempre que o Grêmio entra em campo seus jogadores levam sobre os ombros 15 anos de frustrações, decepções e revolta de seus torcedores.

Não importa se eles chegaram agora e a responsabilidade deles nesse latifúndio de seca é pequena. Vale o mesmo para o técnico Roger e dirigentes.

Mas o torcedor quer resultado agora, e faz a cobrança de quem está no comando, de quem entra em campo com o manto tricolor.

Agora, no momento de fragilidade e instabilidade, é hora de o torcedor fechar com a causa tricolor em todos os sentidos, a começar por acenar a bandeira branca nas redes sociais, acessada por muitos ou todos os profissionais do clube.

Mais do que nunca é hora de exercitar a tolerância, de torcer como quem busca o Nobel da paz.

O Grêmio se encontra numa encruzilhada, e nós ‘tamo junto’.

Uma vitória sobre o Coritiba mantém o time na briga pelo título, que está difícil, mas não impossível.

 

O empate nos deixa à espera de uma milagre, sonhando com uma vitória sobre o líder Palmeiras no domingo.

Já uma derrota leva ao caminho dos que podem chegar no máximo a uma vaga na Libertadores.

Sem contar que pode gerar uma crise das mais terríveis até em função do processo eleitoral.

O caminho a ser seguido depende também, e muito, dos torcedores.

A hora não é de incendiários, mas de bombeiros.

 

Grêmio se distancia do título

O Grêmio com dois volantes de origem funcionava, algumas vezes à perfeição. Contrariava alguns doutos da aldeia, gente influente, com espaço na mídia. 

Não sei se Roger Machado se deixou influenciar, ou se ele no fundo só esperava ter três bons volantes para desmanchar o esquema que ele mesmo consagrou no Grêmio e que o levou ao primeiro time dos técnicos do país.

No meu comentário anterior, alertei que era um equívoco essa mudança. 

O que se viu neste domingo de jogo isolado (atrasado) do Brasileirão foi um desastre. Os três bons volantes foram reduzidos a edinhos e ramiros. Wallace fez uma partida abaixo da crítica. Maicon foi apenas esforçado e Jailson, que vinha despontando com brilho, desabou.

Perdido o meio-campo, perdido o jogo. O Botafogo fez 2 a 0 e poderia ter feito até mais. O Botafogo que vinha de goleada diante do Cruzeiro, um time que recém saiu da zona de rebaixamento.

A derrota por 2 a 1 foi lamentável sob todos os aspectos. A começar pelo simples fato que praticamente soterra o sonho de título no Brasileirão.

Resta ainda a Copa do Brasil, mas não será nada fácil.

Aprendi que quando as individualidades fracassam em conjunto, é porque o time foi mal montado.

Vou apenas destacar o Luan pelo esforço em abrir espaço na frente. A dupla de área também esteve num nível aceitável.

Mas o que dizer de Marcelo Oliveira? Nada, não digo nada porque nada diz tudo sobre o que ele foi no jogo. 

O outro lateral, Edilson, pareceu perturbado com os xingamentos da torcida do Fogão, que tem má lembrança de sua passagem por lá.

Henrique Almeida na frente parecia uma barata tonta. É bem verdade que não foi privilegiado por uma das tais metidinhas de Douglas.

E por falar no ‘maestro’, que, é verdade, teve seu contrato renovado,  passou em branco pelo jogo. Deixou Luan jogando sozinho.

Pra não dizer que tudo foi ruim, restou o gol de Batista, coisa de atacante matador.

Claro, ele volta para o banco e talvez algum dia tenha nova oportunidade.

ROGER

Roger Machado está sofrendo um massacre nas redes sociais. Acho isso injusto pelo que ele já fez.

Agora, ele parece atrair raios. Mais ou menos como o Sartori no governo do Estado.

O Grêmio perdendo por 2 a 0, e ele saca um volante para colocar outro, que é pior que o que saiu.

Era o momento de tentar Lincoln, ou outra alternativa com mais vocação ofensiva.

Mas, como escrevi no comentário anterior, Ramiro é o 12º segundo jogador de Roger.

Enquanto ele seguir prestigiando jogadores como Ramiro, Marcelo Oliveira e Douglas não irá escapar do fogo cruzado nas redes sociais.

Uma pena, porque se trata de um técnico que já provou suas qualidades.

O 12º jogador

Os sinais são de que Roger Machado vai mesmo adotar o esquema com três volantes. Eu aqui de longe, sem os elementos que o técnico gremista possui, é bom frisar, considero um equívoco tal decisão.

Entendo que escalar três volantes, mesmo que sejam de boa qualidade como são Wallace, Maicon e Jailson, deveria ser uma alternativa de jogo, diante de determinadas circunstâncias, levando em conta as características do adversário da hora.

Pelo jeito Roger gostou tanto do time assim que já deu a entender que irá mantê-lo.

Contra o Atlético Mineiro, na Arena, o esquema mostrou seu ponto positivo: dominou amplamente o setor, amordaçando o galo, que foi cantar só no final, numa estocada mortífera. Mas cantou, e aí o Grêmio já estava com quatro volantes.

E é aí que mora o perigo. O quarto volante, o volante número 1 para substituir qualquer um dos três titulares é Ramiro.

Então, na ausência de um dos três, Ramiro; na tentativa de reforçar o meio para garantir um resultado positivo nos minutos finais, Ramiro.

Já se viu que Ramiro entra e o time cai de rendimento.

Vejam, não sou contra Ramiro. Entendo que é um bom jogador de grupo, mas não pode ser alternativa primeira nunca. Ramiro não pode ser o 12º jogador de um time que mira o título brasileiro.

Há um levantamento aí provando que com Ramiro em campo o Grêmio obteve a maior parte dos seus resultados negativos. É um dado, a ser considerado pelo técnico tricolor.

Eu preferia manter uma dupla de volantes e ter um meia atacante mais agudo, que aliás faltou na partida contra o Atlético. O Grêmio teve amplo domínio, mas não criou muitas situações claras de gol até por falta de uma jogada que foi perdida, pelo jeito, com a saída de Giuliano.

Sei que há jogadores na base – Roger está observando de perto a gurizada, e isso merece ser elogiado – que poderiam ser testados.

Minha bola da vez seria investir firme em Lincoln.

 

 

Alcindo e a conta de Roger

Faltou Alcindo. O ‘bugre’ teria mandado pelo menos umas duas bolas na rede do Atlético Mineiro, neste domingo.

Mas o Grêmio não tem nada parecido com Alcindo, centroavante da minha seleção gremista de todos os tempos.

(Escrevi um pouco sobre ele no comentário anterior.)

Faz tempo que o Grêmio não tem um matador. São incontáveis os jogos em que o Grêmio criou muito, amassou o adversário, e ainda assim não venceu.

Foi assim nesse empate por 1 a 1 com o time mineiro, cantado em prosa e verso por alguns analistas da praça como favorito ao título.

Pois o Grêmio foi muito superior ao Atlético. Não venceu por essas coisas do futebol.

Foi um crime esse empate. Mas como todos os crimes, sempre há pelo menos um culpado.

Saí da Arena, ainda atordoado com o gol de Robinho quase no final, convencido de que parte da responsabilidade cabe ao técnico Roger Machado.

Havia quase um consenso entre os gremistas que foram à Arena neste domingo que amanheceu triste com a notícia da morte de Alcindo.

Ouvi um gremista declarando para um repórter de rádio:

– Esse empate vai pra conta do Roger.

Concordo em parte. Durante o segundo tempo era visível o cansaço de Douglas. Roger demorou a tirar seu maestro, e até com boa razão. Afinal, o Grêmio com Douglas, mesmo cansado, dominava amplamente o adversário. Uma mexida talvez desarticulasse o time, permitindo uma reação do Atlético. É possível que Roger tivesse ponderado nesse sentido.

Não é fato que em time que está ganhando não se mexe? Mas no caso faltou colocar alguém mais agressivo para furar o bloqueio atleticano e concretizar em gol o amplo domínio.

O próprio gol de Luan foi quase um acidente. O Grêmio dominou, mas não teve acabamento nas conclusões na maioria das vezes. Faltou, inclusive, a já famosa ‘metidinha’ do maestro.

Então, era o caso de colocar um atacante para fazer a beira do campo, passando Luan para a função de Douglas.

Bolanos, que atuou pelas beiradas, às vezes parece que joga com a cabeça no Equador. Ainda está devendo.

Então, na conta de Roger, vai não o empate em si, porque seria uma conta muito pesada, mas o fato de não ter tornado o time mais agressivo e incisivo, com mais verticalidade e menos toques para o lado.

O Grêmio deveria ter ‘matado’ o jogo para não deixar o Atlético com seus atacantes experientes e frios especulando uma chance. O Atlético jogava claramente por uma bola. E teve essa bola.

Na conta de Roger, por uma questão de justiça, é preciso contabilizar que foi ele quem armou o esquema de envolveu completamente um dos favoritos ao título brasileiro. Méritos do técnico.

Seu erro, portanto, foi demorar para sacar Douglas (isso é quase unanimidade). A entrada de Ramiro eu até entendo – não concordo, mas entendo – seria para reforçar a marcação e não permitir o que acabou acontecendo, o gol desconcertante do Atlético.

O gol que subtraiu do Grêmio dois pontos que pareciam tão certos.

A conclusão é que Roger, que está com muito crédito, está acertando no atacando, e errando no varejo.

Mas erros que custam caro e tiram o sono de qualquer gremista.

Erros que passariam despercebidos se em seu ataque o Grêmio tivesse alguém do porte de um Alcindo Martha de Freitas, o maior artilheiro da história Tricolor.

SEGUNDONA

Os sinais são claros. O Inter está recebendo sinais de que ‘Jesus está chamando’. É pênalti perdido no último minuto; é gol sofrido quase no final e impedindo a vitória que se consolidava, como foi no empate por 1 a 1  com o Sport. E por aí vai.

Parece que tudo conspira contra. 

No caso deste domingo, só a arbitragem parecia favorável. Houve três pênaltis, todos discutíveis. Mas o juiz só marcou o favorável ao Inter.

Os outros dois, a favor do Sport, ele ignorou.  Por isso que o técnico Oswaldo de Oliveira foi expulso. Não aguentou.

Com o empate, o Inter dorme na zona de rebaixamento.

Alcindo, obrigado por tudo!

Alcindo é o centroavante da minha seleção do Grêmio de todos os tempos. 

Descobri Alcindo na minha mais tenra juventude, lendo a Folha Esportiva e a Folha da Tarde na década de 60, mais precisamente em 1965/66.

Lembro-me também de ouvir os gols de Alcindo na rádio Guaíba. Gols que depois pude ver no Canal 100, no cinema. Há jogos antológicos contra Vasco e Botafogo, que naquele tempo eram poderosos. Vitórias no Maracanã. Alberto (goleiro da minha seleção tricolor) fechando o gol e Alcindo marcando na frente.

Alcindo empilhava gols. Tantos gols que foi lembrado para a seleção brasileira de 66. Imaginem, um jogador da periferia do país naquele tempo precisava ‘gastar’ a bola para ser cogitado a vestir a amarelinha.

Pois Alcindo abriu seu espaço nos treinos da Seleção entre os 44 convocados, numa espécie de vestibular para ver quem iria para a Copa do Mundo da Inglaterra.

Chego a me emocionar ao cavocar minha memória (sem recorrer ao Google) e lembrar as manchetes em que Alcindo aparecia com destaque nos treinos, formando uma dupla imbatível com Tostão.

Os dois fizeram tantos gols e jogaram tão bem que ficaram no grupo principal.

Na Copa, Alcindo jogou ao lado de Pelé e Garrincha. Poucos jogadores ostentam isso em seus currículos.

Alcindo virou parceirão de Pelé, e de Tostão, claro.

Alcindo, não vai nascer outro igual. Aliás, Alcindo foi o último centroavante de qualidade formado na base gremista.

Parece incrível, mas é verdade.

Alcindo, muito obrigado!

Descanse em paz!

CORNETA DO RW

Vale a pena conferir essa bela homenagem do RW:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/08/alcindo_28.html