Inter desencanta e Flu dispara

O Inter conseguiu nesta quarta-feira, na reta final do Campeonato Brasileiro, talvez sua vitória mais retumbante em toda a competição. Afinal, bateu um postulante ao título – para ele cada vez mais distante – por 3 a 0, com direito a pênalti defendido por Muriel no finalzinho, em cobrança de Jô.

Outro aspecto importante é que seus gols foram todos de jogadores jovens: Jackson, aquele que, criminosamente, tirou Mário Fernandes dos gramados por três meses, Fred, com muita técnica e frieza, e Cassiano, após lance de Dagoberto.

Está aí algo que o Grêmio deveria imitar: aproveitar melhor seus jogadores mais jovens em vez de insistir com jogadores como Léo Gago, M. Antônio e Marquinhos.

Ao bater o Atlético Mineiro, o Inter reanimou sua torcida, mas principalmente deu um alento ao Grêmio de começar a brigar pelo segundo lugar. O vice-campeonato já será bom demais para um time que começou desacreditado especialmente em relação ao seu arquirrival.

O título está praticamente nas mãos do Fluminense, que subiu para 65 pontos ao vencer o Bahia, que fazia a melhor campanha do returno. Foi uma vitória de quem realmente pode ser já chamado de ‘campeão’, como cantou sua torcida.

O time de Abel Braga consolidou-se na liderança isolada. O Atlético, com a derrota no que resta do Beira-Rio, está com 56 pontos, nove a menos que o líder. Uma diferença muito difícil de tirar em nove rodadas.

Já o Grêmio, se vencer o Sport hoje à noite, alcança o Atlético e o ultrapassa em número de vitórias. Na realidade, não acredito que possa vencer com o time que Luxemburgo escalou e que não tem a dupla Elano/Zé Roberto.

Felizmente, para o Grêmio, é que o Vasco que está na luta pelo terceiro lugar, foi parado pelo São Paulo e segue atrás do tricolor em três pontos.

O São Paulo continua subindo aceleradamente e já chegou aos 49 pontos, passando também a brigar para entrar no G-3. Depois, em sexto, o Inter, com 45 pontos. Matematicamente, o Inter também tem chances de entrar no G-4.

Esses são os seis times de melhor campanha no Brasileirão, um quadro que deverá permanecer inalterado, porque o sétimo colocado está com 40 pontos, é o instável Botafogo e o irregular Corinthians.

Biteco e a canção do Chico Buarque

O Grêmio vai a campo amanhã com um meio campo de carimbador de bola, sem um jogador sequer que parta para cima da defesa para cavar falta ou invadir a área a drible.

Alguém vai dizer que Luxemburgo não tem alternativas, já que os jogadores mais criativos ou estão lesionados ou voltando de longo afastamento, caso este de Facundo Bertoglio, que pelo jeito talvez só jogue em 2013.

É lamentável que o treinador do Grêmio, diante da escassez, não coloque seus olhos sobre a base tricolor. Se fizesse isso, já teria dado algumas oportunidades para o Biteco. Ou teria prestado mais atenção no Wangler. Ou ainda no Rondinelly, que sempre que entrou foi para apagar incêndio. Nunca mereceu nem de longe as chances concedidas a trio de ouro da mesmice futebolística: Léo Gago, Marco Antônio e Marquinhos.

Mas quero me deter no Biteco. Pois o guri acabou de ser convocado para a seleção brasileira que irá disputar o Sul-Americano sub-20 em janeiro, na Argentina. Pois Biteco é o tipo do jogador que acrescentaria muito pelo menos ao time que Luxemburgo ameaça colocar em campo em Recife. Desde já antecipo que me recuso a assistir filme de terror de segunda categoria. Por isso, não pretendo assistir a esse ‘espetáculo’.

Além de Biteco, foram convocados o goleiro Ygor, que promete muito, e o lateral Tinga, que também anda se destacando. É outro que poderia estar no grupo principal. Do Inter, foi convocado o meia Jair. Quer dizer, 3 a 1 para a base gremista. Os jogadores começam a treinar na semana que vem.

É isso: eles poderiam sair cantando por aí: ‘Luxemburgo você não gosta de mim, mas a seleção gosta’, parodiando uma canção do Chico Buarque.

Em campo o time da Copa do Brasil

O poderoso time que o Grêmio montou para perder a Copa do Brasil para o melancólico Palmeiras é o que a casa oferece para enfrentar o Sport, em Recife.

De um lado, um adversário desesperado para fugir do rebaixamento; de outro, o Grêmio sem Elano e Zé Roberto. Os dois estão com lesão muscular e não jogam quinta-feira.

O Grêmio sem essa dupla é um time que brigaria para não ser rebaixado. Com Marquinhos e Marco Antônio de titulares, como foi no Gauchão e na Copa do Brasil, o Grêmio não passa de um time semelhante ao … Palmeiras.

Se o Palmeiras, que superou o Grêmio na Copa do Brasil – com uma mãozinha de Luxemburgo que deixou Moreno no banco no primeiro jogo, lembram ou já esqueceram? – está lutando para não cair, por que não aconteceria o mesmo com o Grêmio?

Então, sem a dupla talentosa e criativa do meio de campo, e também sem Fernando – mas este para Luxemburgo não parece ser um problema, já que ele foi pra reserva mesmo -, e talvez sem Gilberto Silva, o Grêmio terá muita dificuldade para somar três pontos diante do Sport, que está com técnico novo, o Sérgio Guedes.

Se garantir um empate já estará de bom tamanho, porque o Vasco dificilmente irá vencer o São Paulo, que vem num crescendo na competição.

Mas nem tudo é má notícia no Olímpico. Facundo Bertoglio começou a treinar e deve voltar ao time na próxima semana, ainda a tempo de colocar uma pilha no time na reta final do Brasileirão. Vale o mesmo para Júlio César. Pico melhorou bastante, mas não tem a qualidade ofensiva do titular.

GROHE

O jornal Zero Hora deu nota 4 para o goleiro gremista. Não vi o jogo, mas escutei. Pelo que sei o Cruzeiro pouco chutou. Logo, quais as falhas que Grohe teve para receber uma avaliação tão baixa? Fui me informar com amigos. Ninguém entendeu.

No lance do gol ele foi atrapalhado pelas pernas e corpos que cruzaram à sua frente e também pelo campo molhado que deu mais velocidade à bola. Grohe admitiu falha, mas acho que fez só para antecipar-se aos corneteiros como Paulo Santana.

Se Grohe falhou, o que dizer de Fábio, que defendeu uma bola menos difícil e largou nos pés de Marquinhos?

INTER

O técnico do Sport, Waldemar Lemos, foi demitido com 47% de aproveitamento. Fernandão, que tem 40% no segundo turno, segue firme como um rochedo.

É verdade que ele tem sido muito prejudicado pelas lesões e convocações, mas também por ele mesmo, por suas próprias decisões.

Até hoje não entendi por que Bolívar foi afastado do time no momento em que a defesa colorada era a segunda menos vazada do campeonato.

Sem falar no Gre-Nal em que ele sacou Índio e colocou Juan.

Um milagre no Olímpico

Sou uma das vítimas do temporal que desabou em Porto Alegre e deixou boa parte da cidade sem energia elétrica.

Por um lado,  até que foi bom. Sob a luz de velas e rádio ligado, navegando pelas emissoras, mas fixando mais na narração vibrante do Orestes de Andrade, na Guaíba, acompanhei o jogo sem as imagens.

Não tenho dúvidas que foi melhor assim. Quando a energia voltou, faltavam cinco minutos para terminar o jogo. O Grêmio, que saiu perdendo por 1 a 0, num gol achado pelo Cruzeiro, conseguiu virar, muito mais pela garra e vibração do seus jogadores do que por qualquer outra coisa.

Até o gélido Marquinhos mostrou que tem sangue nas veias, vibrando como eu nunca havia visto ao marcar o gol da vitória.

Estou convencido que o Grêmio venceu muito mais pela precariedade do Cruzeiro com o seu centroavante pigmeu e seu técnico de poucas luzes, só pra seguir no tema energia elétrica.

Acho que foi a primeira vitória do time neste Brasileirão sem Elano e Zé Roberto. Os dois saíram lesionados. Então, aconteceu aquilo que se repetiu no Gauchão e na Copa do Brasil: o Grêmio dependendo de Marquinhos e Marco Antônio. Pesadelo.

Tive sorte que faltou luz e eu não precisei testemunhar essa situação. Quando o Grêmio virou o jogo estavam em campo os dois luminares do futebol, mais o Leandro. O guri até que entrou bem.

Deu-se um milagre no Olímpico. Um milagre que contou com a força da torcida e a bravura dos jogadores, e um toque de classe de Marcelo Moreno, que marcou um golaço após passe de Marco Antônio. Aliás, o Luxemburgo fez questão de destacar o passe, excelente, de MA no gol. Mas o genial da jogada foi a conclusão, não salientada pelo treinador.

O Grêmio venceu. Os outros times do G-4 também. Ficou tudo igual. Soube que o Fluminense mais uma vez foi ajudado pela arbitragem. Já está ficando suspeito.

O Atlético voltou com tudo. Arrasou o Figueirense. RG fez de tudo no jogo. Acho que os jogadores do Figueira entraram em campo com um bloco pra pedir autógrafo e esqueceram de marcar o RG.

O Vasco venceu com gol de Juninho Pernambucano. Segue no cangote do Grêmio e livrou mais dois pontos de vantagens sobre o Inter, que voltou a empatar.

A bem da verdade, o Inter mereceu vencer o Santos na Vila Belmiro. E o time melhorou quando Fernandão tirou o menino prodígio, o festejado Fred, o que provocou protestos dos comentaristas de rádio. Sem Fred, o Inter cresceu, empatou e por detalhe não venceu.

Ao Inter resta terminar o campeonato com dignidade, sem que a diferença do Grêmio aumente ainda mais para não ficar muito humilhante.

Já ao Grêmio cabe rezar para que que Elano e Zé Roberto voltem logo – difícil imaginar o time mantendo esse terceiro lugar sem os dois e ainda por cima sem Fernando -, porque outra vitória com Marquinhos e Marco Antônio, juntos, seria milagre demais, o que me levaria a pensar que Deus é gremista.

ELEIÇÕES

O presidente Paulo Odone pegou pesado ao atacar o grupo Record de fazer campanha contra ele. Citou o Hiltor Mombach e o Reche, o Correio do Povo, a TV e a Guaíba. Chutou o balde. Há quem diga que a RBS apoia a atual administração.  Teríamos, então, um duelo de duas grandes empresas de comunicação. Vou começar a prestar mais atenção, embora não acredite que exista esse confronto.

Agora, os jornalistas podem ter suas preferências, mas sempre trabalhando a questão com honestidade.

KIDIABA

Já planejando o segundo MazembeDay, meu filho Matheus lançou um projeto ambicioso e provocativo: trazer Kidiaba a Porto Alegre. Confiram:

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2012/10/06/torcedores-do-gremio-querem-kidiaba-em-porto-alegre-para-comemorar-mazembe-day.htm

Ainda mato um técnico

Tudo aqui na ‘república rio-grandense’ começa e termina em discussão, bate-boca, manifestações de protesto de um lado e de outro, acusações disso e daquilo.

Eu poderia listar aqui inúmeros casos de antagonismo, conflitos de todos os tipos, alguns sem pé nem cabeça, que só existem porque faz parte da nossa mania de pelear. Mas vou me limitar a esse caso envolvendo o cercamento do auditório Araújo Viana.

Soube que ontem, após o show de Tom Zé, houve protesto contra a cerca, que estaria tolhendo a liberdade e outras baboseiras de quem não tem mais nada a fazer. Rebeldes sem causa. Gente que poderia estar nas ruas agora clamando pela punição dos comandantes do mensalão, dos tubarões, não apenas dos peixes miúdos. Mas não, está exigindo a retirada da cerca.

Quem não sabe que o auditório, sem a cerca,  vai virar o que sempre foi: uma latrina, um mitório, um motel?

Mas o que interessa é polemizar em cima de tudo. Até de coisas que deveriam ter unanimidade, no caso da cerca do Araújo Viana, a unanimidade inteligente, mostrando ao grande Nelson Rodrigues que nem sempre toda unanimidade é burra.

Escrevo sobre isso por causa do comentário anterior, que gerou bastante debate, mas principalmente para anunciar que Luxemburgo se encaminha para ser unanimidade, mas unanimidade negativa.

Essa de escalar Marco Antônio para enfrentar o Cruzeiro foge à minha capacidade de entendimento, de compreensão. Primeiro, porque esse jogador não pode ser titular do Grêmio. Segundo, não tem condições de substituir Fernando. Terceiro, Fernando não pode ser preterido por esse jogador nem se estiver febril.

Ah, depois desse jogo, Fernando ficará fora de três partidas por causa da seleção. Sendo assim, é urgente convocar Misael, testar Misael, talvez o maior destaque atual da base gremista. Ou Luxemburgo pensa mesmo que MA pode ser volante. Souza terá de marcar por dois.

Marco Antônio teria uma saída de bola mais qualificada. Não mais do que a de Fernando. Se tocar a bola pro lado e para trás é saída de bola qualificada, então tá.

Por outro lado, MA não marca, não sabe marcar nem parece gostar de marcar. Alguém já viu o MA dar um carrinho? Alguém já o viu desarmar alguém? Cercar, tudo bem, ele cerca, mas marcar, chegar junto, dividir uma bola e essas tarefas mais rudes e toscas, mas essenciais para um time que quer ser vitorioso?

Se ver Léo Gago à beira do gramado esperando entrar me deixa triste e desanimado, ver MA no time me ofende. É ofensa grave. É inaceitável.

Luxemburgo parece ser um sujeito equilibrado e ponderado. Por isso, se torna ainda mais difícil entender e, pior, aceitar essa decisão que, somada a ausência de Fernando dos jogos seguintes,  pode significar a perda do terceiro lugar a curto prazo.

Decididamente, estamos diante de uma decisão estranha e absurda, ainda mais que vinda de um treinador que em pouco tempo conquistou a admiração da maioria dos torcedores gaúchos.

Por essa e outras que eu gosto de repetir a frase de um antigo dirigente de futebol: ainda mato um técnico.

A 'unanimidade' de Luxa

Toda unanimidade é burra, disse Nelson Rodrigues, mais para provocar polêmica e reflexão do que qualquer outra coisa.

A frase remete para um sujeito que quando foi contratado tinha um alto índice de rejeição e que em pouco tempo conseguiu reverter a situação de tal forma que hoje é quase unanimidade aqui no Estado mais belicoso do país.

Com exceção de mim e mais uns poucos, tão poucos que talvez não lotem uma kombi, o meio esportivo gaúcho está empolgado com Vanderlei Luxemburgo.

Eu que era radicalmente contra sua vinda, mudei de ideia com o passar do tempo, acompanhando seu trabalho sério e competente. É inegável que Luxemburgo faz um bom trabalho no Grêmio.

Mas, a meu ver, não merece tanto entusiasmo.

Por exemplo, ai daquele candidato à presidência do Grêmio que ousar sugerir que talvez não renove o contrato de Luxemburgo. Estará ferrado na eleição.

Pelo que tenho lido e ouvido, Odone, Koff e Homero já adiantaram que Luxemburgo fica. Se não é bem assim me corrijam. Odone, inclusive, já estaria acertado com o treinador para 2013.

Sei que até dirigentes do Inter também não disfarçam sua admiração por Luxemburgo. Isso significa que se ele estiver disponível, pode acabar no Beira-Rio.

Mas isso é hoje. Daqui a pouco, se o rendimento do Grêmio cair a ponto de não garantir a vaga na Libertadores no Brasileirão e fracassar na Sul-Americana, tudo muda. Ou alguém pensa o contrário?

No futebol nada é definitivo. O bom de hoje é o ruim de amanhã.

Há dois anos, Renato Portaluppi fez um trabalho muito superior ao assumir o Grêmio caindo pelas tabelas, flertando com o rebaixamento, e o levou a beliscar o título. Foi um fenômeno.

Seu sucesso foi tanto que o presidente eleito, contrariado, foi obrigado a renovar seu contrato.Procedeu da maneira que a grande maioria da torcida exige agora dos candidatos em relação a Luxemburgo, esquecendo-se que um treinador só terá êxito se trabalhar em harmonia e em sintonia com a direção. Não foi o caso, como se viu.

Renato, em poucos meses, caiu do céu para as profundezas do inferno.

Mas, afinal, por que eu não me entusiasmo tanto com Luxemburgo?

Eu pergunto e respondo. O Grêmio perdeu o Gauchão e a Copa do Brasil muito por falta de qualidade do grupo, especialmente por causa do meio de campo precário montado pela dupla Odone/Pelaipe, mas também porque Luxemburgo errou em momentos decisivos das duas competições.

Se eu fosse uma enciclopédia ou tivesse vocação para explicar tudo de forma didática como faz com brilhantismo o Maurício Saraiva, citaria aqui os equívocos do festejado treinador.

Dois títulos disputados, dois títulos perdidos. O Brasileirão segue o mesmo rumo. A não ser que vaga na Libertadores já seja considerado título.

Mas o que mais me irrita no Luxemburgo é outra coisa: essa insistência com alguns jogadores que decididamente não podem sequer ficar no banco de reservas porque nada acrescentam se entram no jogo e ainda por cima tiram o lugar de jovens criados no Olímpico ou vindos de fora, como Wangler e Rondinelly.

Ninguém vai me convencer que esses dois jogadores jogam menos que Marco Antônio e Marquinhos, por exemplo.

Por que não dar uma oportunidade para o Biteco? Com certeza ele faria mais que o Leandro, que não consegue jogar com pouco espaço como aconteceu contra o Santos. Aliás, o velocista Leandro deveria entrar mais recuado, como fazia outro velocista, o Taison, em seus melhores momentos no Inter, quando o WC o comparou ao Messi.

O fato é que essa gurizada precisa ser testada, e nada melhor que seja neste momento em que não há opção melhor para entrar no time e mudar o jogo, como se fazia necessário domingo.

A continuar assim, Luxemburgo vai ficar marcado como o Mano Menezes, que deixava Anderson e Lucas na reserva de alguns jogadores que já nem lembro o nome, nem faço questão de lembrar.

Não sei se toda unanimidade é mesmo burra. Só sei que Luxemburgo, apesar do bom trabalho, não é digno de tanto entusiasmo, tanta exaltação.

Quem só consegue ter olhos para Marco Antônio, Marquinhos, Léo Gago, Leandro e André Lima como alternativas precisa urgentemente de uma reciclagem.

ELEIÇÃO

O caso da catraca bombou na internet. Ouvi um representante do MP dizer que o candidato a vereador que estaria envolvido na história corre o risco de não poder tomar posse caso seja eleito.

Já na eleição tricolor, duvido que cause algum dano à candidatura de Paulo Odone.

Aguardemos novos episódios. Dependendo do nível do processo eleitoral, talvez o time acabe sendo prejudicado.

ROSPIDE

Que notícia boa! Marcelo Rospide foi contratado para cuidar da base do Corinthians. Ele deveria estar no clube do seu coração, o Grêmio. Um grande profissional.

Relaxamento e falta de qualidade

Quando o pesadelo de nome Neymar foi expulso no alvorecer do segundo tempo, eu relaxei. Mas eu posso relaxar. Eu e todos os gremistas que lotaram o Olímpico.

Já os jogadores do Grêmio, não. Eles não podiam pensar como eu: agora é só administrar a vantagem e buscar o segundo gol sem pressa, sem atropelo, que ele sai ao natural.

Mas eles são humanos. Depois de um primeiro tempo de muita energia, vibração, com marcação forte em cima do pesadelo chamado Neymar, houve esse relaxamento.

Mesmo assim, a vitória estava encaminhada.

Mas havia uma bola parada em meio à expectativa dos três pontos.

Quem com bola parada fere, com bola parada pode ser ferido.

O Santos empatou, manteve a estrutura defensiva e passou a especular contra-ataques. Foi assim que conseguiu criar até mais chances claras de gol que o time dono da casa, apoiado por sua torcida.

São nessas horas que Luxemburgo precisa rezar. A torcida toda precisa rezar. É a hora de mexer no time para tentar a vitória contra um Santos com dez jogadores, sem Neymar.

E aí vem aqueles nomes que fazem o pesadelo Neymar parecer um sonho repleto de anjos.

O primeiro a entrar foi Leandro. Esse guri, em quem vi um futuro promissor, decididamente só consegue jogar sob determinadas condições: muito espaço e pouca gente pela frente. Quer dizer, é difícil.

Depois, entra Léo Gago. Confesso que fico triste quando vejo esse rapaz à beira do campo, pronto para entrar. Me dá um desânimo, uma vontade de largar tudo.

Depois, fiquei muito grato ao Léo Gago. Ele evitou o gol da vitória do Santos – sim, o Santos acabou ficando mais próximo de vencer. Fiquei feliz que ele salvou o time de uma derrota. Fiquei muito grato mesmo. Mais feliz e grato fiquei porque ele levou o vermelho e está fora do próximo jogo. Sei, ainda restam Marquinhos e Marco Antônio, mas o ano está terminando, e isso também vai terminar.

Por último, o André Lima. Quando André Lima entra é porque Jesus está chamando.

O empate mantém o Grêmio no melhor lugar que ele pode ambicionar com esse time, ou melhor, com esse grupo: em terceiro lugar, talvez em segundo, nunca, mas nunca mesmo, em primeiro.

Para ser campeão, o Grêmio precisaria de alternativas de melhor qualidade. Mas precisaria ainda que os deuses do futebol e os árbitros deixassem de proteger o Fluminense.

O Flu vive aquele momento divino: tem qualidade, tem sorte e tem ajuda. Está com o corpo fechado. A continuar assim, será campeão com vantagem ainda maior.

Portanto, resta ao Grêmio lutar para garantir esse terceiro lugar, porque tem gente se aproximando.

RESUMO DE COTAÇÃO

Jogadores que foram bem: Grohe, Pará, Werley, Gilberto  Silva, Pico, Fernando e Souza.

Médios: Elano, Zé Roberto e Marcelo Moreno.

Mal: Kleber

INTER

O Inter, ajudado pela arbitragem, garantiu o empate em MG. Em outra situação, o empate seria um ótimo resultado. Mas para um time que havia firmado um pacto, ou lado parecido, de vencer três jogos seguidos, foi mal.

O time descomandado por Fernandão até que criou situações de gol. O Cruzeiro chegou a marcar através de Borges, mas o juiz mandou repetir.]

Aí o Borges fez o que havia feito no Gre-Nal do Gauchão do ano passado. Mandou a bola na arquibancada.

Diante desse fato, só me resta pedir desculpas ao Borges, porque sempre acreditei que ele havia chutado tão alto de propósito, pra sacanear o Renato.

Sábado eu descobri que foi por ruindade mesmo.

Vem aí uma nova cerveja artesanal

O Boteco do Ilgo, que é virtual mas muita gente acha que existe mesmo, vai lançar em breve uma cerveja em homenagem ao Olímpico e/ou à Arena. Ou aos dois estádios ao mesmo tempo.

Como fui abandonado pelos designers -muito envolvidos com suas atividades profissionais – dos outros rótulos e como o máximo que consigo é desenhar uma casa daquelas que qualquer criança sabe fazer, estou convidando os eventuais artistas que frequentam o boteco a participar do projeto.

Quem tiver interesse, pode entrar em contato comigo através do email ilgowink@gmail.com para trocarmos umas ideias.
Mas precisa ser já, pra ontem.

A cerveja tem que sair antes que a Arena seja inaugurada e o Olímpico demolido.

Ah, saiu mais um lote, pequeno, das cervejas 1983, Mazembier e Kidiaba.

GOLEIRO KIDIABA

Estamos trabalhando para contar com a presença do Kidiaba em Porto Alegre na segunda edição do Mazembe Day, confira a campanha na fan page https://www.facebook.com/mazembeday .

Curta e compartilhe esta fan page com seus amigos, gremistas e colorados. Assim teremos mais chances de atingir nosso objetivo de trazer o Kidiaba a nossa querida Porto Alegre.

Vários torcedores do Mazembe já estão nos apoiando nesta causa, indo atrás do próprio Kidiaba para fazer um vídeo dele revelando a sua vontade de viajar ao Brasil.

Assim se faz uma lenda

Quando alguém começa a se tornar maior do que si mesmo em razão de suas façanhas, está cada vez mais perto de tornar-se uma lenda, um mito.

Marcelo Grohe deu esta noite, na vitória por 1 a 0 sobre o bom time do Barcelona de Guayaquil, os primeiros passos para entrar na galeria dos grandes goleiros da história do Grêmio, aqueles de quem se contam histórias que a cada repetição ganham maior dimensão épica.

Marcelo Grohe não apenas fez defesas memoráveis como contou com algo fundamental para qualquer pessoa, em especial para um goleiro: a sorte.

A sorte acompanha os bons, é o que dizem. Foi o que provou Marcelo Grohe nesse jogo que credencia o Grêmio a passar de fase na Sul-Americana, robustecendo suas credenciais para disputar o título, um título que garante vaga na Libertadores de 2013.

Mas não foi apenas Marcelo Grohe quem se destacou. Werley, que marcou o gol, foi bravo, seguro, mostrando que é realmente um zagueiro no qual se pode confiar.

Seus companheiros de zaga também corresponderam. Naldo foi até melhor que Vilson, um tanto afoito.

O lateral Tony levou dois cartões amarelos em jogadas de meio de campo e acabou expulso, quase comprometendo a vitória. Anderson Pico foi muito prejudicado porque o adversário explorou demais o seu lado. Melhorou com a entrada de Léo Gago, que ajudou a fechar o lado esquerdo. Pico por pouco não marcou um gol gol contra ao cabecear contra a própria trave.

No meio, Fernando e Souza merecem nota 10. Jogaram demais. Foram incansáveis. Elano é outro que se superou, não tecnicamente, mas na dedicação, no empenho, parecia um jogador nascido com a camisa do Grêmio colada ao corpo.

Na frente, Kleber e, principalmente, Marcelo Moreno, foram intensos. Moreno, nos minutos finais, foi heróico, atacante solitário, marcando a saída de bola do Barcelona.

A rigor, friamente, foi um jogo em que o Grêmio poderia ter levado uma goleada, o que mostra sua fragilidade quando perde um de seus meias, no caso, Zé Roberto.

Neste jogo, até Pará fez falta.

O Grêmio teve a sorte dos campeões. Mas sorte é assim, como bem sabem os jogadores compulsivos: sobra hoje, falta amanhã.

Para chegar ao título, o Grêmio precisa melhorar, o que pode acontecer quando Luxemburgo tiver melhores alternativas para mexer na equipe, como Facundo Bertoglio, Júlio César e até os jovens Wangler e Misael.

BRASILEIRÃO

O Atlético Mineiro parece mesmo que chegou ao seu limite e agora começa a retroceder. Levou 2 a 1 do Flamengo, com a torcida carioca pegando no pé de RG. Tivesse vencido, o time mineiro livraria boa vantagem em relação ao Grêmio. Mas estancou.

Estou cansado de perder!

O Conselho Deliberativo do Grêmio me surpreendeu. Confesso que realmente estava temeroso. Imaginava mesmo que a eleição se decidisse ali entre 300 e poucos conselheiros, frustrando a mim e aos mais de 50 mil sócios do clube.

O presidente Paulo Odone confirmou seu favoritismo no CD, atingindo 151 votos, praticamente 50%.

A chapa de Homero Bellini chegou aos 67 votos e vai para o segundo turno. Já o Grêmio Prata, do bravo Eldir Antonini, somou dois votos.

Agora, o número alcançado pela chapa liderada por Fábio Koff sim é que superou as expectativas mais otimistas, inclusive do próprio Koff. Foram 93 votos.

Esse desempenho de Koff no CD mostra que é grande o número de conselheiros que consegue fazer a leitura correta desse momento histórico.

Fábio Koff, o dirigente esportivo de maior sucesso em todos os tempos no Rio Grande do Sul, colocou todo o seu prestígio, sua história vitoriosa, seu talento, sua credibilidade e seriedade à disposição do Grêmio.

O torcedor do Grêmio terá o privilégio de poder votar em Koff. Odone e Bellini são bons nomes, e também merecem presidir o clube, mas ninguém merece mais que Fábio Koff. Ainda mais na Era da Arena, ideia lançada por ele no Conselho Deliberativo na década de 90.

Agora, ninguém merece mais que o torcedor do Grêmio ter de volta o presidente multicampeão. Odone e Bellini terão novas oportunidades. Podem esperar.

E quando a vez deles chegar, não tenho dúvida: o Grêmio terá retomado o caminho das vitórias, dos títulos, das consagração mundial.

E eu terei lançado uma nova cerveja. Talvez a TRI, da Libertadores, ou, por que não?, a BI do mundo.

Mas antes é preciso que o torcedor não esqueça que o Grêmio é grande demais para ficar só lembrando a saída da segundona ou comemorando vagas na Libertadores, títulos do Gauchão, o Mazembe Day e outros fracassos do seu maior rival.

O Grêmio pode mais, muito mais.

Também não quero mais correr o risco de acordar de manhã e saber que o Grêmio contratou o auxiliar de treinador do Inter. Quero planejamento, coerência e decisões criteriosas.

Por isso, na minha primeira eleição no Grêmio, vou de Koff.

Estou cansado de perder!