Campo dos sonhos e a seleção do passado

Quando vejo o time que Luxemburgo está montando, repleto de jogadores veteranos, lembro do filme Campo dos Sonhos.

Kevin Costner começa a ouvir uma voz repetindo “Se você construir, ele virá”.

Ele fica sem entender, mas aos poucos as coisas vão clareando e ele constrói um campo de baseball. Lá pelas tantas os grandes craques do passado, todos mortos, reaparecem nesse campo.

O Grêmio construiu o seu ‘campo dos sonhos’, a Arena, que, aliás, segue causando inveja e ranger de dentes.

Luxemburgo está cuidando de trazer os craques do passado, alguns nem tão craques assim, mas jogadores que tem duas características básicas, além da idade avançadinha: são vencedores e trabalharam com o técnico, contando, portanto, com sua total confiança.

Entre jogador jovem e mediano, prefiro veteranos vitoriosos, jogadores acostumados a grandes confrontos.

Se não é possível trazer, por exemplo, o Dedé, do Vasco, que venha mesmo o Cris, que já está no clube pronto para defender o tricolor.

O Cris que eu me lembro, de quase uma década atrás, me agrada. Zagueiro de imposição, que não brinca em serviço e quando mostra os dentes não é para sorrir.

Se vai dar certo? Ora, se Gilberto Silva e Zé Roberto corresponderam…

Entre tantas dúvidas, tenho uma certeza: o Grêmio para ser campeão da América, tri da América, terá de formar praticamente uma seleção, mesmo que seja uma do passado.

Claro que não seria um time como esse do filme, que no futebol teria jogadores como Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Everaldo, Garrincha, Didi, Sócrates e por aí vai.

O do Grêmio que vai buscar o tri começa a ser formado, ainda falta muito para ser como um time dos sonhos.

Dentro dessa linha, observando o modus operandi de Luxemburgo, o time que irá enfrentar a LDU tem alguns titulares:

Dida, Cris, Fernando, Elano, Zé Roberto e Marcelo Moreno.

Até desconfio que ele não irá desafiar os astros e sacar Marcelo Grohe logo de cara. Mas…

Hoje o time tem apenas cinco jogadores em condições de enfrentar equipes fortes como Fluminense e Corinthians, que acaba de anunciar Alexandre Pato. É isso, quem tem dinheiro sobrando consegue contratar jovens e talentosos.

Então, para formar um time realmente competitivo, faltam dois laterais – Pará não tem condições para suportar esse desafio e Fábio Aurélio é uma incógnita -, um zagueiro – que até pode ser Werley, mas não para a estreia -, um volante – Souza ainda é dúvida – e um segundo atacante, que até pode ser Bertoglio, mas o ideal é que se contrate um atacante de ponta, uma solução, já que Kleber vai demorar a retornar.

Para a lateral-direita o Grêmio deveria tentar outro jogador do passado de Luxemburgo, o Maicon, que está louco pra deixar o Manchester United e vive trocando umas ideias com o Elano e o Zé Roberto.

O importante é passar a primeira fase, porque depois haverá mais tempo para realmente qualificar o time, inclusive com alternativas de bom nível.

O campo dos sonhos o Grêmio já tem, falta agora o time capaz de buscar o Tri.

Mas eu confio nos homens que estão comandando o clube. E não tenho pressa.

A FOTO

O blog do meu amigo RW, www.cornetadorw.blogspot.com, publicou uma foto histórica e que dá o que pensar.

Confiram: é a foto da apresentação de Falcão com toda a pompa como treinador colorado.

Daquele monte de gente, dirigentes e jogadores, só restaram dois:

o presidente do clube, Luigi, e o dono do vestiário, o D’Alessandro.

Parece aquele joguinho, o Resta Um.

O antepenúltimo a sair foi Bolívar, que assinou sua rescisão. Embolsou uma bela grana.

Continuo achando que ele poderia ser contratado pelo Grêmio.

É um zagueiro vencedor, com raízes gremistas, com a vantagem de ser mais jovem que o Cris.

Ah, continuo aguardando uma entrevista com o Bolívar nos moldes da realizada com Gabriel.