Derrota surpreendente e as mudanças de Luxemburgo

Até mesmo contra adversário mais frágeis, como é esse time do Caracas, é preciso ficar atento, sempre esperto, compenetrado.

Qualquer vacilo pode resultar em gol. Para um lado ou para outro.

E quando a chance de gol surgir, é preciso aproveitá-la. Porque outra talvez não venha.

É por aí que começo a explicar a derrota inacreditável por 2 a 1 para esse time do Caracas, que tem alguns bons jogadores, mas que de um modo geral é modesto e deveria ser batido sem muito estresse.

O Grêmio não soube aproveitar as poucas chances que conseguiu criar. Por outro lado, deixou furos para o Caracas aproveitar.

O Grêmio saiu na frente com Elano, de cabeça, após cruzamento de André Santos.

Na realidade, o time de Luxemburgo não fez muita coisa ofensivamente. Teve mais posse de bola, mas quase não levou perigo ao goleiro venezuelano.

O empate aconteceu quando um jogador se distraiu, pensando talvez na namorada, na cerveja da comemoração pela vitória, ou no que faria com o prêmio pela vitória.

Estou me referindo a Vargas, que parecia marcar o juiz quando o meia Peña pegou o rebote na meia lua da grande área para bater forte, rasante, marcando o gol. Peña pegou a bola sem ser incomodado. Inexplicavelmente, não havia ninguém de azul diante da área. O venezuelano estava sozinho.

Vargas, pelo que percebi, é quem deveria ter ficado naquela área do campo. É inaceitável que um adversário pegue  rebote sem qualquer marcação na linha frontar à goleira. Inaceitável.

No segundo gol, na intermediária do campo inimigo, Pará lançou mal a bola, que foi interceptada por um adversário, que puxou o contra-ataque.

Por infelicidade plena do Grêmio, conjunção astral negativa, quem apareceu para marcar o atacante venezuelano foi Marco Antônio, que, como todos sabem, menos Luxemburgo, é inútil como armador e mais ainda como marcador. Marco Antônio foi driblado facilmente, Febles chegou ao fundo e cruzou, após passar por Werley, que foi muito frouxo na jogada.

ATENÇÃO caro leitor: no parágrafo acima há um erro grosseiro: Marco Antônio não participou desse lance, até porque sequer estava em campo. Mantenho o texto errado até pra mostrar que não é só o Luxa que erra.

Foi tudo muito previsível. É óbvio que o cruzamento sairia para quem estivesse chegando na primeira trave.

O experiente Cris, talvez por cansaço, não foi capaz de prever o lance e fazer a antecipação. Dida não conseguiu evitar o  gol, que acabaria sendo o da vitória do Caracas, que vinha de uma goleada na Arena.

A responsabilidade de Luxemburgo pela derrota começa aqui: por que sacar Fernando, que era o melhor do sistema defensivo? A entrada de Wellliton foi correta, mas poderia ter saído, por exemplo, o Pará. Ou o Souza, que não fez boa partida.

A mim está mais do que evidente que Luxemburgo não gosta de Fernando.

Dois minutos depois, aos 29, saiu Elano, que é simplesmente o jogador que tem a melhor ‘bola parada’ da Libertadores.

Elano cansado, com estiramento, dor de cabeça, unha encravada, hemorróidas em flor e furúnculo, é mais útil que Marco Antônio. Sempre que Marco Antônio entra, sinto que o fim está próximo e é inevitável.

A mim está mais do que evidente que Luxemburgo gosta, e muito, do Marco Antônio. Poderia testar o Guilherme Biteco, o Misael, o Matheus Biteco, mas insiste com um jogador que já provou ser apenas razoável.

Minutos depois, entra Willian Jose no lugar de Vargas. Aí percebi que Luxemburgo estava desesperado.

O torcedor tem direito de se desesperar e pedir um centroavante no lugar do goleiro, mas o treinador precisa manter a serenidade para tomar a melhor decisão.

Luxemburgo, ao menos para mim, já mostrou que quando bate o desespero, ele troca mal.

Diante da derrota para um time que havia goleado recentemente, o Grêmio vê sua situação complicar. Antes do jogo, o pensamento era lutar pelo primeiro lugar.

Agora, o Grêmio volta a pensar como no início da competição: se chegar em segundo já está muito bom.

O que interessa é classificar.

Apesar de tudo, ainda acho que o Grêmio pode terminar em primeiro. O Fluminense está em má fase. Tem titulares lesionados. É um adversário que pode ser superado na Arena.

Depois, o Huachipato, que em sua casa parece jogar pior.

CASTIGO

E pensar que o Grêmio entregou o título do primeiro turno do Gauchão para dedicar-se de corpo e alma a esse jogo contra o Caracas.

Perdeu o jogo na Libertadores, entregou o título do turno do Gauchão para o Inter.

A metade da laranja e os mensageiros do apocalipse

O Inter fez a sua parte: bateu o São Luiz com autoridade.

Depois, uma comemoração efusiva, diria até que um tanto exagerada diante da importância do título, que na verdade é um meio título, a metade da laranja.

Mas é meio caminho andado para conquistar um outro campeonato gaúcho.

Nos últimos anos, o Inter ao menos tem se mostrado competente para vencer o Gauchão. Bem ou mal, é um título. Que até não tem a dimensão e a relevância de outros tempos, mas é uma conquista.

O Grêmio nem isso tem conseguido. Tem comemorado vagas para a Libertadores, vagas que joga na lata de lixo por absoluta incompetência.

Ao menos agora o clube é comandado por um dirigente que realmente sabe armar um time capaz de vencer a Libertadores, diferente de seus antecessores.

Só faltou um pouco mais de empenho e vontade de buscar o título regional. O Grêmio optou por abrir caminho para o Inter conquistar o primeiro turno.

Priorizou demais a Libertadores, que deve mesmo ser priorizada, mas havia condições de armar um time misto capaz de brigar pelo título.

O Grêmio desistiu. O Inter aproveitou.

O tempo dirá se a escolha gremista foi a mais acertada.

O JOGO

O São Luiz começou bem. Foram uns dez minutos, não mais do que isso. Depois, só deu Inter, que dominou o meio de campo com D’Alessandro atuando como maestro. Até o criticado Josimar apareceu bem.

Mas o destaque mesmo foi Damião, autor de dois gols.

Com a goleada de 5 a 0 fica claro que todo o time jogou bem. O gramado embarrado em alguns pontos foi superado com técnica e organização.

A diferença entre Inter e São Luiz ficou expressa no placar.

ARENA

Sempre que eu quero receber uma abordagem negativa sobre a Arena, leio o que estão escrevendo determinados colunistas.

São sempre os mesmos. Nos últimos dias eles estão muito atuantes.

Poderiam falar sobre o bom momento do time, mas preferem atacar a Arena. Se repetem, não se cansam.

Eles seguidamente dão vez e voz a quem tem alguma coisa para ‘revelar’ sobre o contrato com a OAS, a obra, o prejuízo do Grêmio, etc.

Eles se preocupam muito com a estabilidade econômico-financeira do Grêmio. E essa preocupação aumenta proporcionalmente ao sucesso do time em campo. Mas isso deve ser apenas coincidência.

São os mensageiros do apocalipse.

Fico pensando no que eles irão escrever se o Grêmio for campeão da Libertadores na Arena lotada.

Vai doer demais!

Grêmio, secadores e segurança nos estádios

Coisas do RS...

Apesar de todo o medo que eu tenho de me entusiasmar com alguma coisa, e principalmente de admitir publicamente que estou começando a ficar entusiasmado com medo do olho grande, eu devo confessar que esse time do Grêmio está me entusiasmando.

Faço essa confissão depois de muito refletir. ‘Será que não estou me iludindo mais uma vez?, perguntei a mim mesmo inúmeras vezes depois do show dos 4 a 1 que rivalizou com o espetáculo do Elton John, que eu não vi, mas soube por dezenas de testemunhos que foi algo inesquecível.

Esse time do Grêmio está chegando num estágio que nem o Luxemburgo e sua insistência em colocar o Marco Antônio vai conseguir atrapalhar.

Menos ainda os secadores de plantão, da mídia e fora dela, todos já demonstrando visíveis sinais de desespero.

O Grêmio tem hoje nove titulares de alto nível. Com isso, até um jogador mediano como o Pará, com seu esforço comovente, se transforma e tem lampejos de craque, como no quarto gol da vitória sobre o Caracas.

O outro que ainda não atingiu o nível dos tais nove titularíssimos – entre eles o Dida, mas poderia ser o Grohe -, é Cris. Ainda não senti firmeza nele. É um zagueiro viril, que se impõe, não sorri – o que é fundamental num zagueiro que precisa meter medo nos atacantes – e tem jeito de xerifão.

Já escrevi que aqui a gente tem pressa em julgar quem chega. O Forlan no ano passado era quase um perna-de-pau para alguns; hoje já virou o Forlan da Copa do Mundo. Nem oito nem oitenta.

Li e ouvi alguns criticando o Vargas antes dos 4 a 1.

É preciso dar um tempo para quem chega, especialmente para quem chega com currículo de grande jogador.

Penso que o Cris ainda está em fase de adaptação e que pode jogar bem mais, o suficiente para ficar à altura dos demais.

Portanto, o Grêmio está com um time forte, e tem um banco de reservas de qualidade. Só acho que falta o Luxemburgo começar a experimentar os jovens meias do grupo e esquecer o MA.

Importante, também, a permanência de Marcelo Moreno, que está levando um tratamento duro do Luxemburgo para que ele se toque e volte a mostrar serviço, diferente do jogador apático e sem vigor que andou entrando em campo ultimamente.

Então, estou entusiasmado, confiante.

Só temo, tenho que admitir, as tradicionais recaídas do Luxemburgo em jogos decisivos.

OS RIVAIS

Depois de ver todos os adversários do grupo, entendo que só uma calamidade tira do Grêmio o primeiro lugar.

O Fluminense, que tem um elenco de qualidade, parece que cansou. Exemplos de jogadores que eram talentosos e criativos, e que se tornaram burocratas: Rafael Sobis e Thiago Alves.

O Sobis há mais tempo não anda jogando nada. O Thiago Neves, antes um meia de arranque e drible, agora só toca a bola para o lado. Está virando um MA com grife.

O Flu hoje é praticamente só o Fred.

Já os outros dois times são competitivos, não se entregam.

Gostei muito de dois jogadores do Caracas: Otero, um meia habilidoso que lembra o D’Alessandro, e o lateral Carabalí, da direita.

No Huachipato, gostei do atacante Braian Rodriguez, oferecido ao Grêmio tempos atrás.

CORINTHIANS

Pois durou pouco a seriedade na Conmebol. Corinthians poderá ter público já em seu próximo jogo. Em troca, terá de pagar 200 mil dólares à entidade que comanda o futebol sul-americano.

Só falta agora os ‘torcedores’ presos serem liberados.

Uma vitória de lavar a alma

Há quem duvide da existência da alma, parte imaterial do ser humano que é capaz de sentir e pensar,  e que, segundo algumas religiões, é imortal.

Eu acredito na alma, tanto que a lavei esta noite na coruscante – para usar uma palavra que tenho lido na ZH – goleada por 4 a 1 sobre o Caracas.

Uma vitória de lavar a alma.

Depois da frustrante atuação contra o Huachipato, duas goleadas seguidas.

Mais importante que as goleadas, são as atuações. O Grêmio teve atuações seguras, convincentes, entusiasmadoras contra o Fluminense e agora contra o Caracas, que venceu o Huachipato, que venceu o Grêmio em plena Arena.

Então, antes que secadores e invejosos se manifestem, quero dizer que o Caracas não é uma grande time, mas também não é nenhuma desgraceira.

O Grêmio foi tão bem que é difícil escolher o melhor em campo e mais difícil ainda é decidir quem merece menos que uma nota 7. O time todo foi bem, resultado do tempo destinado a treinamentos, do entrosamento que aumenta e da confiança que cresce.

Num ambiente assim até Pará se transforma. Foi dele o lance que redimiu Zé Roberto de ter perdido dois gols feitos, ambos em jogadas de Vargas, que o deixou de frente para o gol.

Meu melhor jogador em campo são cinco, não pela ordem:

Werley, que participou do primeiro gol e fez o segundo;

Fernando, que ganhou mais moral com a convocação e justificou plenamente sua presença na Seleção;

Elano, que voltou a jogar bem, marcando, lançando, criando e calando mais uma vez alguns corneteiros que implicam com seu futebol por falta do que fazer ou por rabugice mesmo;

Zé Roberto, que, apesar de ter perdido dois gols na cara do goleiro, foi mais uma vez fundamental – só espero que Felipão não tenha visto esse jogo; e

Vargas, que dessa vez, com dribles, retenção de bola no tempo certo e passes precisos, conseguiu ser melhor do que Barcos.

Os demais jogadores estiveram também em alto nível. O André Santos joga demais. É difícil entender por que Dunga, que tem “excelentes serviços prestados à seleção”, segundo um integrante do TJD gaúcho, preferiu Michel Bastos a André Santos na Copa do Mundo.

Por fim, é obrigatório registrar que foi uma vitória incomum para o Grêmio: sem sofrimento.

Arbitragens e os tais 'erros humanos'

Nos meus tempos de Correio do Povo cansei de escrever sobre jogo que eu não via. Acompanhava pelo rádio e escrevia.

Pior é transmitir o jogo pelo rádio, narrando a partir de imagens de TV, e de repente cair a imagem. Já vi narrador seguir transmitindo ouvindo o colega concorrente que havia viajado e estava presente no estádio.

De vez em quando essas coisas ainda acontecem.

Pois hoje eu vou reviver esse momento. Não vi o jogo do Inter contra o o pobre Esportivo, digo pobre porque ele foi vítima de uma arbitragem medonha, pelo que ouvi pelo rádio do carro a caminho de Porto Alegre, e também pelo que li no blog cornetadorw.blogspot.com.br.

O RW diz que Josimar atrasou uma bola para Muriel, que pegou com a mão, imitando Clemer naquele célebre Gre-Nal apitado pelo Carlos Simon. Isso aconteceu aos 13 minutos, quando o jogo ainda estava 0 a 0 e eu nessa hora tentava sintonizar uma emissora de Porto Alegre.

O jogo estava empatado também quando o Esportivo teve um gol anulado equivocadamente pela arbitragem. Aliás, é difícil entender a indicação desse juiz, o Francisco Silva Neto.

Pobre Esportivo. Pobre Luís Carlos Winck. Ao meu parente distante só restou chorar no final.

Melhor sorte teve Dunga, cuja única punição foi sua expulsão. Ele diz que nada fez para ser expulso. Eu até acredito.

Não duvido que o juiz tenha pretendido mostrar, quando a vitória colorada estava encaminhada, que também é capaz de tomar uma medida contra o Inter.  Assim fica fácil.

Agora, independente de qualquer coisa, o Inter venceria. Era jogo jogado. Tanto que não animou sequer os torcedores colorados. Público rídículo no Centenário, 4 mil pessoas mais ou menos.

Quem foi ao estádio ou assistiu pela TV viu dois belos gols de Forlán, gols que eu ainda não vi, mas acredito na descrição dos narradores e dos repórteres.

Todos muito empolgados com a atuação do uruguaio, que até pouco tempo era questionado.

Nós temos muita pressa para julgar. Sempre acreditei que Forlán voltaria a jogar bem, porque se trata de um grande jogador. Era questão de tempo, de ambientação, e de fim de ciumeira no vestiário em função dos 850 mil mensais que Forlán recebe.

Os mesmos apressados já erguem suas vozes questionando Vargas. Já ouvi bobagens absurdas como ele sendo o Mazinho Loyola com grife. Coisa de invejoso, sem dúvida.

Agora, vem a final do Noveletão.

Assim como considerei jogo jogado esse contra o Esportivo, agora penso diferente em relação ao São Luiz.

O jogo será em Ijuí. A propósito, certa vez o CP  deu na capa: Inter joga em São Luiz. Eu estava lá na época, mas quem fez esse título foi um colega.

Bem, se houver uma arbitragem que não cometa ‘erros humanos’ como os de hoje em Caxias, acredito que o Inter é capaz de deixar escapar o título do primeiro turno.

O time do Ijuí, digo, do São Luiz, em sua casa, é quase imbatível. No mínimo, a decisão vai para pênaltis.

Ah, essa de o Dunga dizer que há um complô contra ele…

O que sobra para o Winck então?

FAÇANHAS DE CHICO

No blog do corneta tem o vídeo de Inter 1 X 1 Santos. O Santos teve gol legítimo anulado pelo quarto árbitro, o sr. Francisco, que não viu a bola ultrapassar a linha da goleira. O bandeirinha correu para o centro do campo. O sr Francisco, quarto árbitro, decidiu invalidar o gol santista em jogo do Brasileirão de 2010.
O Grêmio foi eliminado de uma Copa do Brasil pelo XV de Novembro. O sr Francisco validou gol com a mão de Rudinei e invalidou gol legítimo do Grêmio. Derrota por 1 a 0. No jogo de volta, o Grêmio, então treinado por Mano Menezes, venceu por 1 a 0, mas foi eliminados nos pênaltis. Foi nesse jogo que Renato Moreira, que normalmente é um cara pacato, chamou o juiz de Chico Colorado de tão revoltado que ficou.
Agora, não conseguir fazer dois gols no XV em casa não tem perdão.

FÉRIAS

Quero dizer que voltei mais cansado, mas de cabeça arejada. Grato pela paciência. Sobre a ideia de deixar um interino, acho muito boa.

Férias

Pessoal, tirei uns dias de férias. Volto no dia 4.

Mas nao posso deixar de referir a coluna do Diogo Olivier na ZH de hoje.

Ele fala em prejuizo institucional do clube se jogar no Olímpico, nao na Arena.

E o prejuizo de uma eliminacao na Libertadores se jogar no gramado ruim da Arena, destestado pelos jogadores?

O prato-feito e a relação Grêmio/OAS

O bom senso começa a prevalecer na relação entre Grêmio e OAS.

A direção atual do clube herdou um prato-feito. Reclamou do bife ‘nervos de aço’, do feijão aguado e do arroz tipo ‘unidos venceremos’, coisas que eu comia e me lambuzava nos tempos de estudante de jornalismo no Restaurante Universitário da Ufrgs.

Mas eu era um ‘pobre rapaz latino-americano sem dinheiro no bolso…’

Hoje, continuo sem dinheiro no bolso e latino-americano, já não sou um rapaz – as queridas, como diz o Reche, me chamam de ‘tio’ -, mas fiquei mais exigente.

No caso da Arena, o presidente Fábio Koff não está sendo exigente, mas simplesmente exercendo o direito de receber um produto de qualidade, um prato-feito com filé suculento, fritas crocantes, feijão e arroz dignos e, de quebra, uma saladinha com folhas tenras regadas com azeite de oliva.

O Grêmio quer a Arena em plenas condições de uso. E não abre mão disso. Cabe a OAS providenciar para que o seu cliente seja atendido da maneira que merece: com respeito e atenção.

Chegará o momento em que o Grêmio irá receber as ‘chaves’ da Arena, transferindo-se física e espiritualmente para a sua nova casa. Em troca, entregará as ‘chaves’ da velha morada.

Mas esse momento será quando o Grêmio considerar a obra realmente concluída, inclusive com um gramado compatível com a magnitude da Arena. Não quando a empreiteira desejar.

Antes disso, as chaves do Olímpico devem continuar com o clube. Só por precaução.

Facilita, vem um bife ‘nervos de aço’ de novo no lugar do filé.

Mas o importante, a boa notícia, é que Grêmio e OAS estão se acertando, chegando a um acordo que contemple os interesses de ambos de forma satisfatória, e igual.

Afinal, quer queiram quer não, um depende do outro. Por 20 longos anos.

Se a OAS se fresquear, ela que fique com a sua Arena para shows do Roberto Carlos.

E aí, esse gramado de areia, grama rala e piso duro, já não fará qualquer diferença.

HABITE-SE

Ao negar o Habite-se da Arena, a Prefeitura de Porto Alegre surpreende. Afinal, se um estádio em obras foi por ela liberado para a realização de jogos com presença de público, por que não liberar a Arena?

De certa forma, a decisão da Prefeitura ajuda o Grêmio, já que obriga a OAS a executar os ajustes necessários o mais rápido possível.

Koff anunciou hoje que o interesse é enfrentar o Caracas na Arena dia 5 de março. É o que quer a OAS, que agora corre contra o tempo para obter o Habite-se ou algum documento provisório que permita a realização do jogo.

Por ironia, no momento em que encontrava problemas na Arena, um site publicava pesquisa mundial apontando a Arena do Grêmio como a melhor de 2012, com ampla vantagem sobre o estádio colocado em segundo lugar.

O link me foi passado pelo Marcos, integrante da RBS (Rede Botequeira do Sul):

http://stadiumdb.com/competitions/stadium_of_the_year_2012

NOVELETÃO

Depois de receber um presente de Luxemburgo – um time escalado para perder – no Gre-Nal, o técnico noviço Dunga foi agraciado com uma eliminação surpreendente do Lajeadense.

Lá em Lajeado, onde me criei e forjei esse elemento que aqui escreve, o furo seria mais embaixo.

Agora, contra o Esportivo, é jogo jogado.

O Inter vai vencer com facilidade e encaminhar a conquista do título do primeiro turno.

Dunga pode agradecer a Luxemburgo o presente de pai pra filho.

Não é nada não é nada, Dunga estreia como treinador, de verdade porque seleção é uma fantasia, conquistando um campeonato.

Sim, o Inter será campeão gaúcho.

Luxemburgo tem o seu projeto pessoal, um projeto do qual título regional não faz parte.

ARBITRAGEM

Não sei por que, mas ao ler esta notícia me lembrei do Fluminense no Brasileirão 2012.

http://sportv.globo.com/site/programas/arena-sportv/noticia/2013/02/aristeu-tavares-e-demitido-da-comissao-de-arbitragem-da-cbf.html

GRÊMIO LIBERTADOR

A quem interessar possa, minha participação no programa de TV do site:

http://www.gremiolibertador.com/

Mas é só isso que o Inter tem?

O Grêmio está realmente priorizando a Libertadores. Não é meia prioridade, é prioridade por inteiro.

“…E que tudo mais vá pro inferno”, poderia cantar Luxemburgo, lembrando um antigo sucesso de Roberto Carlos.

Eu defendi que o Grêmio deveria ir para o Gre-Nal com o máximo de titulares possível, deixando fora o Barcos, o Elano e o Zé Roberto, os únicos realmente essenciais a meu ver.

Diante do que aconteceu no ano passado – Mário Fernandes e Kleber, expoentes do time, foram vítimas da violência no Gauchão – não posso criticar a decisão de jogar apenas com reservas – exceção de Dida e Werley.

A contusão sofrida por Alex Telles indica que cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Está certo, é mais um Gre-Nal perdido, e isso realmente não é agradável.

Mas, e se fosse o Barcos a sair de campo com o nariz estourado? Estaríamos todos agora lamentando sua escalação.

O risco existe em qualquer atividade. Lesões sérias acontecem em treinos, mas são mais comuns em jogos oficiais. O que o Grêmio fez foi reduzir o risco.

Pagou com uma derrota. Com um pouco mais de qualidade no time, poderia ter vencido o jogo. E este é um dos aspectos positivos. O outro, é que o time titular não conseguiu mais do que esse apertado 2 a 1. Cabe, portanto, o indagação do meu amigo Ricardo, lá de Cruzeiro do Sul: “Mas isso é tudo o que o time titular do Inter tem?”.

Realmente, o Inter tinha a obrigação de jogar mais, fazer mais, e vencer com mais facilidade. Quando fez 2 a 0 começou a trocar passes, estimulando a torcida colorada a gritar olé nas arquibancadas do Centenário.

Logo depois, o pênalti, aliás, surpreendentemente muito bem assinalado por Jean Pierre. Douglas Grolli sofreu um violento empurrão numa cobrança de escanteio. Nenhum repórter atrás da goleira viu. Mas Jean Pierre viu e, o que é mais importante, marcou.

Talvez até porque minutos antes Bertoglio havia invadido a área a drible pela direita, fundo de campo, e levava perigo mesmo desequilibrado, quando sofreu um empurrão de Moledo, que jogou sua barriga sobre o corpo do argentino, que acabou caindo porque estava mesmo tentando se ajeitar após driblar o zagueiro. Seria um pênalti de barriga, algo que dificilmente um árbitro marca.

Destaco esse lance porque a vitória colorada, do time titular colorado, esteve por um fio. Bastava um empurrão com a barriga para o desequilibrado Inter desabar no gramado.

Com mais dois ou três titulares, o Grêmio talvez estivesse agora na disputa do título do primeiro turno, podendo ficar mais tranquilo no returno.

Para ser mais claro: se o Grêmio tivesse um lateral melhor que o Tony e um meia superior ao M. Antônio, aumentaria sensivelmente suas chances de vitória. E mais ainda se tivesse alguém melhor para o lugar de Welliton, que perdeu um gol ‘feito’ ainda no primeiro tempo.

Agora, o Inter foi superior a maior parte do tempo. Mereceu a vitória, sem dúvida alguma. Mas seu futebol segue na linha do razoável, e isso contra um Grêmio B. É evidente que a direção colorada já viu isso, tanto que está em busca de reforços.

Não vi nenhum grande destaque no clássico. Alguns conseguiram ver grande desempenho de Forlan, que para mim foi apenas discreto. O melhor do Inter foi D’Alessandro, pelo conjunto da obra. Depois, Damião e Moledo. Gabriel também jogou relativamente bem, ainda mais comparando com Tony, que decididamente, está na divisão errada.

No Grêmio, destaco o zagueiro Werley e os volantes Adriano e Mateus Biteco, apesar do pênalti que cometeu. Bertoglio acrescentou qualidade ao setor ofensivo.

O torcedor colorado comemora. A direção colorada festeja dois Grenais vencidos em fevereiro, desprezando o fato de o Grêmio ter jogado com reservas.

Tudo bem, tem mais é que comemorar, mas continua pergunta:

– É só isso que o Inter tem?

COTAÇÃO DO  ‘AVALIADOR DE FORA’

GREMIO

Dida – Um entregadinha que comprometeu – 6

Tony – Não adianta insistir com ele. 3

Werley – muito firme, liderando a zaga. 7

Groli – Grande chegada no Damião. 8

Bressan – Zagueiro com muito futuro. 7

Alex – Boa técnica e personalidade. 7

Adriano – Encarou o D’ale, marcou e deu bons passes. 8

Mateus Biteco – Apesar do pênalti desnecessário, foi bem. 7

M. Antônio – Um dia ainda vou descobrir por que ele está no Grêmio. 4

Welliton – O melhor que fez foi perder um gol de cabeça. 4

Marcelo Moreno – Nem gol de cabeça perdeu. 3

Bertoglio – Deu alma e vivacidade ao ataque. 8

Willian José – Mostrou que pode ser reserva imediato de Barcos. 7

Guilherme Biteco – Tivesse entrado antes… 8

INTER

Muriel – Não foi exigido. Por ter se fardado. 7

Gabriel – Boa partida, joga com inteligência. 7

Moledo – Muita imposição física. 8

Juan – Jogou basicamente na experiência. 7

Fabrício – Só falta conseguir pensar enquanto corre. 6

Igor – Marcou com eficiência. Cansou. 7

Josimar – Confuso. Cometeu pênalti imbecil. 5

Fred – Muita movimentação e iniciativa. 7

D’Alessandro – O maestro do time, apesar de nervosinho. 8

Forlan – Muito participativo, mas precisa jogar mais. 7

Damião – Sentiu a marcação, mas deu trabalho. 7

Elton, Gilberto e Vitor Jr. – sem nota.

Manual Prático do Avaliador no Futebol

Considerando que domingo tem Gre-Nal, sempre um jogo polêmico antes, durante e, principalmente, depois;

Considerando que as avaliações dos jogadores nos jogos causam sempre muita controvérsia e, muitas vezes, revolta, em especial da torcida gremista;

Considerando a frequente falta de critério na distribuição das notas, razão maior da irritação de torcedores;

Considerando a discrepância entre a nota e o comentário emitido em alguns casos;

Considerando que a tarefa de aplicar notas e conceitos é mesmo muito difícil, porque há um forte componente de subjetividade;

Considerando que é dever de todos contribuir para a paz e a harmonia no futebol;

Considerando que uma avaliação mais criteriosa e fiel à realidade dos fatos vai ser útil para melhorar a relação mídia/torcida, o Boteco do Ilgo sente-se na obrigação de publicar os principais trechos do Manual Prático do Avaliador no Futebol – árduo trabalho em andamento e que já ultrapassou mil páginas -, para auxiliar os avaliadores ‘mãos pesadas’, feliz expressão extraída do conceituado e sempre atento blog www.cornetadorw.blogspot.com.br;

Considerando tudo isso e mais o que foi esquecido agora, aqui estão os princípios básicos de uma avaliação justa e adequada:

1 – o avaliador deve, obrigatoriamente, despir-se de qualquer coloração clubística para não deixar que a paixão interfira no trabalho;

2 – o avaliador não pode permitir que eventual antipatia com esse ou aquele atleta interfira em sua nota;

3 – o avaliador, quando tiver dúvida sobre uma nota, deve ter humildade de consultar os colegas mais experientes, mas sempre com um pé atrás, porque a opinião pode vir contaminada de gremismo ou coloradismo;

4 – o avaliador, ao final da cotação, precisa somar as notas para conferir se o total está de acordo com o desempenho do time como um todo. Por exemplo, em Fluminense 0 x 3 Grêmio, a nota geral do Grêmio, que fez uma partida considerada por todos fantástica, foi de APENAS 6,9. O MÍNIMO aceitável, nesse caso, seria nota OITO.

5 – o avaliador precisa adotar um critério diferenciado para os goleiros. No jogo referido, o goleiro Dida levou nota SEIS, que é a nota mínima para passar no exame da OAB. Quando o goleiro sai de campo sem sofrer gol – sua missão no jogo -, mesmo que não seja muito exigido e desde que não tenha cometido falhas, o MÍNIMO que ele deve receber é uma nota SETE. Se ele fez uma ou duas grandes defesas, essa nota deve obrigatoriamente ser ainda maior.

6 – Quando se afirma que determinado jogador de defesa foi um ‘gigante’, sua nota deve ser superior a SETE, nota atribuída a Pará contra o Fluminense;

7 – Quando uma dupla de área se mostra eficiente na marcação de um goleador perigoso como Fred, tanto que ele praticamente não concluiu a gol, o MÍNIMO que esses jogadores, no caso Werley e Cris, merecem é OITO. Afinal, cumpriram a missão com total sucesso.  No caso de Cris, citar que ele cometeu pênalti – na verdade, lance discutível – tendo poucas palavras para escrever, indica uma certa tendenciosidade;

8 –  Quando um atacante como Barcos é agarrado escandalosamente na área nas cobranças de escanteio, é obrigatório, em nome da isenção, citar que ele sofreu pênaltis não assinalados pela arbitragem – apesar dos auxiliares que ficam no fundo do campo. Essa obrigação é ainda maior quando na mesma cotação é frisado que o zagueiro do mesmo time, Cris, cometeu pênalti, repito, duvidoso.

9 –  As equipes de esporte devem estabelecer um critério – algo sempre exigido dos árbitros, por exemplo – para ser seguido por todos os avaliadores, porque há aqueles que costumam estar de mal com o mundo e costumam dar notas muito baixas, desconsiderando o empenho dos atletas e seus acertos no jogo, e superdimensionando eventuais erros. Por outro lado, há os que são generosos demais nas notas;

10 – As avaliações devem sempre ficar a cargo dos jornalistas mais experientes, equilibrados e conhecedores, o que pelo visto não acontece, considerando-se as reclamações constantes dos leitores.

O Boteco do Ilgo espera ter contribuído para que as avaliações individuais nos jogos sejam mais coerentes com a atuação dos jogadores, deixando de gerar tanta polêmica e contrariedade de torcedores.

Um guri boliviano

Kevin Douglas Beltrán Espada, 15 anos, gostava de futebol. Era fã de Kaká. É o que li em algum lugar.

Era um guri como qualquer outro, de qualquer nacionalidade.

Gostava de ir aos jogos acompanhado do pai. Era torcedor apaixonado pelo San Jose.

O guri boliviano viu o gol do Corinthians contra o seu time, aos 5 minutos de jogo.

Em questão de segundos, tudo terminou. Um sinalizador com alto poder destrutivo o atingiu.

O médico responsável pelo atendimento, relatou que o falecimento foi imediato.

– Houve perda de massa encefálica em razão do projétil, um tubo de plástico, que penetrou até a cavidade cranial, então, a morte foi imediata, relatou o médico.

Doze torcedores do time paulista foram detidos. Dois deles, com sinais de pólvora nas mãos, estão em situação mais complicada, acusados do disparo. Os outros foram denunciados por cumplicidade.

Estamos diante de uma quadrilha.

A TV boliviana já divulgou imagens que identificam os assassinos.

O presidente do Corinthians, um infeliz, disse que foi uma fatalidade.

Como pode ser fatalidade se um grupo de marginais entra no estádio com inúmeros sinalizadores – vários foram apreendidos – dispostos a disparar contra a torcida rival, conscientes de que podem provocar ferimentos muito graves?

O Corinthians, como outros clubes, inclusive a dupla Gre-Nal, apoia de alguma forma esses grupos.

Hoje, é o Corinthians, amanhã pode ser o Grêmio. Ou o Inter.

Os clubes não podem mais manter qualquer vínculo com essas ‘torcidas organizadas’. Elas que se organizem, mas sem qualquer incentivo dos clubes.

No momento que ficar caracterizado apoio financeiro ou logístico para esses grupos, a responsabilidade passa a ser do clube. Parece ser o caso do Corinthians agora.

O clube dificilmente escapará de punição rigorosa. Talvez a eliminação na Libertadores.

Hoje, é o Corinthians. Amanhã, pode acontecer com Grêmio ou Inter.

Inevitável. A não ser que providências sejam tomadas imediatamente.