O Caso Kleber e o Mazembe Day

O Grêmio virou um caso. Já foi até caso de polícia, que não é bom lembrar, mas que é preciso não esquecer. Lembro que na época apelidei os colegas que cuidavam do caso na redação do Correio do Povo de ‘inspetor’ e ‘delegado’. Mas isso não vem ao caso.

Hoje, o que ocupa as manchetes é o Caso Kleber.

Assim, rapidinho, lembro do Caso Mário Fernandes, Caso Borges, Caso Jonas. Ah, o Caso Ronaldinho, Parte 2. É um caso atrás do outro.

Tudo é consequencia de outro caso, este um caso permanente, vitalício: o Caso Direção.

Mas o Caso Kleber está me irritando, me revoltando. O jogador vem a Porto Alegre de jatinho para fazer o quê? Discutir o contrato? Lógico que não. Veio para discutir a relação?

Kleber veio para definir detalhes e assinar contrato. E talvez fazer uma festinha numa casa noturna repleta de moçoilas desamparadas.

O Corinthians se atravessou, dizem. Mordeu a isca, assim como o Flamengo com Ronaldinho. O Grêmio, ao que tudo indica, mais uma vez é usado como chamariz para atrair o clube que verdadeiramente interessa ao jogador.

Talvez Kleber até realmente quisesse o Grêmio, mas duvido que fosse sua primeira opção. Aí, ele deu prazo de 72 horas para responder ao Grêmio, que fez uma proposta milionária, na verdade, quase indecente se for mesmo os 500 mil mensais que estão sendo divulgados.

A direção do Grêmio, então, aceita esperar pelo sr. Kleber. Fica configurado, assim, o Caso Kleber. Dizem que encerra-se neste sábado.

Outra obra do maior e o mais grave de todos os casos que assolam o Olímpico: o Caso Direção.

Confesso que tenho saudade do tempo em que a direção do Grêmio não se rebaixava, não se humilhava dessa forma.

Se trouxe o jogador até aqui, que feche o negócio de uma vez. Caso contrário, encerre o assunto.

O Grêmio só voltará a ser vencedor de novo quando tiver dirigentes mais firmes em suas ações e absolutamente intolerantes com a molecagem.

ATENÇÃO – MAZEMBE DAY

Com a veiculação por outros canais de comunicação do projeto Mazembe Day, tenho recebido dezenas de relatos de gremistas sobre o inesquecível 14 de dezembro de 2010. Aos poucos, o material está sendo publicado no blog Mazembe Day. Em breve, sai o livro.

Quero agradecer pelas manifestações de apoio que tenho recebido. Só lamento que alguns colorados levem tão a sério a brincadeira, esquecendo o que fizeram quando o Grêmio perdeu para o Ajax (o Inter chegou a fazer uma camisa igual a do Ajax. Aliás, estou atrás de uma peça para exibir aos mais jovens). As ofensas de baixo nível não cabem. Felizmente, a maioria dos colorados reagiu bem, alguns irritados, mas sempre elegantes.

Até porque ninguém está livre de um vexame no futebol.

Continuem mandando suas histórias, com fotos, para ilgowink@gmail.com.

Mazembe Day – A história vista pelos secadores

O que aconteceu no dia 14 de dezembro de 2010 mexeu com todo o Rio Grande do Sul. De um lado, colorados eufóricos antevendo o bicampeonato mundial em cima da Inter de Milão.

De outro, gremistas assustados, temendo pelo pior: o Inter ultrapassando o Grêmio com direito a muita festa, carreata, corneta, gozação. Enfim, um inferno.

Quase dez mil colorados se deslocaram para acompanhar o time no outro lado do Atlântico – muitos estão pagando a brincadeira até hoje.

O problema é que havia um Mazembe no meio do caminho. Ninguém dava bola para o time africano. Nem o mais pessimista dos colorados, nem o mais esperançoso dos gremistas. Enfrentar o Mazembe era apenas uma formalidade.

Mas aí aconteceu o que todos consideravam impossível. O time do Congo justificou naqueles 90 minutos inesquecíveis o seu ‘Todo Poderoso’. Venceu o Inter por 2 a 0, com direito a uma comemoração exótica do goleiro Kidiaba.

O Boteco do Ilgo – www.botecodoilgo.com.br -, que já lançou as cervejas Mazembier, Kidiaba e 1983, trata agora de eternizar esse momento histórico através do blog, que já está no ar, www.mazembeday.wordpress.com, e em breve com o livro Mazembe Day – 14 de Dezembro.

Torcedores do Grêmio revelam seus sentimentos naquele dia em depoimentos espontâneos, sinceros, reconhecendo humildemente seus temores, e demonstrando o quanto ficaram felizes e, principalmente, aliviados com a derrota colorada.

Mazembe Day é, mais do que uma brincadeira com os colorados, um trabalho jornalístico que recupera um lado da história, o lado dos secadores, e que acima de tudo exalta essa rivalidade sem limites que faz a grandeza da dupla Gre-Nal.

E não se esqueçam: estamos próximo do primeiro aniversário do Mazembe Day.

Não fique fora da festa, mande seu relato para ilgowink@gmail.com

O colorado do Gol branco

O colorado mais chato do mundo mora na minha rua, ou nas proximidades da minha rua. Eu não o conheço. Uma vez o vi de relance, é um sujeito de uns 30 anos, no máximo.

Mas idade mental de quatro.

Sempre que tem jogo do Grêmio ou do Inter ele aparece. Quer dizer, ele se manifesta através de bunizaços. Sábado, enquanto o Grêmio fiascava contra o Atlético Mineiro, um time que pedia para ser derrotado e levar uma sacola de gols, ele vinha com seu Gol branco, dedo na buzina a mil.

O colorado mais chato do mundo anda devagar, apertando a buzina de forma espaçada, num ritmo irritante que lembra o hip hop ou o rap, ou as duas coisas.

Ele deu a volta na quadra inúmeras vezes. Tenho quase certeza que ele quer ‘agredir’ um gremistão da minha rua, que também desconheço, mas que aciona uma corneta estúpida a cada gol do Grêmio. Sábado, não se ouviu a corneta. Mas a buzina do colorado murrinha foi insistente.

Hoje, o colorado do Gol branco começou a me irritar um pouco antes do jogo contra o Fluminense. Fui para a frente de casa, mas não consegui ver o sujeito porque os vidros do carro, muito escuros, estavam fechados.

Na hora do jogo, silêncio. O gol de Rafael Moura (gosto desse atacante) manteve o ‘colorado mais chato do mundo’ em silêncio. Mas aí veio o gol do Inter.

O zagueiro do Fluminense fez uma lambança, deu o gol de bandeja.

Aí, voltou o colorado com o seu Gol branco e os buzinaços. Agora com uma novidade. O carro estava praticamente coberto com uma bandeira do Inter.

O sujeito passou uma vez, duas, três, inúmeras vezes. Até que veio o castigo dos ‘Deuses do Silêncio’. O gol de Rafael Sobis.

A partir daí, silêncio. E foi assim até o final do domingo. Silêncio. Quer dizer, quase silêncio, porque o gremistão da corneta voltou a atacar. Esperto, ele esperou o jogo terminar para só então festejar.

O primeiro milho é dos pintos. No caso, do colorado do Gol branco. Por uma semana estou livre dele.

FRUSTRAÇÃO

Quem me leu nesta semana sabe que eu previa resultados ruins para a dupla. Imaginava que o Grêmio conseguiria no máximo um empate diante do Atlético, porque não tem como o time do Celso Roth levar o Olímpico e 40 mil gremistas para jogar fora de casa. Então, nada mais normal que jogar aquele futebolzinho medíocre que tem caracterizado o time em todo este ano, com raras exceções.

Tenho saudade do segundo semestre do ano passado, quando, sob o comando de Renato Portaluppi, que muitos desprezam, acumulava vitórias fora de casa, tantas que a gente já nem via diferença entre jogar em casa ou fora.

E veio o domingo. Escrevi na sexta-feira que o Fluminense, por ter um time melhor (eu imaginava que o Fred jogaria), venceria o jogo. Fred não jogou, e ainda assim o Inter perdeu. Prova de que está longe de estar com essa bola toda que a maioria dos colorados imagina, entre eles, claro, o colorado do Gol branco.

No primeiro gol, falharam Rodrigo Moledo e Muriel. No segundo, Sobis recebeu livre no lugar onde deveria estar Moledo. Imagino o que não sofreria o Bolívar se esses gols acontecessem com ele em campo.

Por último, bobagem essa do Sobis não festejar o gol. Está bem, não precisa sair pelo campo correndo como uma gazela, mas também não precisava fazer aquela cena toda. Marcou o gol e parece que começou a chorar de arrependimento.

Considero isso de uma falsidade absurda. Se ele é profissional, e ele é profi$$ional, tem mais é que demonstrar alegria com o gol marcado pelo clube que o paga, e paga muito bem. Repito, pode ser uma comemoração mais discreta, mas uma comemoração.

Fora isso, é amadorismo. Neste caso, por que ele não abre mão do salário milionário?

No final, soube que ele chegou a pedir desculpas ao torcedor colorado. E há quem leve a sério esse tipo de coisa.

GRÊMIO E LAJEADENSE

Emendei o jogo da Copa Laci Ughini e o jogo do Brasileirão. É claro que me irritei com os dois. Aliás, na véspera já havia previsto que isso aconteceria.

Se eu tivesse que definir numa frase o time sub-20 do Grêmio diria que é “um time ruinzinho”. Isso significa que não virão da base os reforços de que o Grêmio precisa para a temporada 2012.

É possível que uns dois ou três desse time possam ser aproveitados, mas nunca como solução imediata.

O jogador que vejo como mais promissor é o Biteco, um meia atacante rápido, ousado, habilidoso. Tem 17 anos. Mas encarou os marmanjos do Lajeadense.

Acho que o Roth já poderia terminar o ano colocando esse guri para entrar no final de algum jogo. Se ele escalou o Mamute para resolver uma encrenca, bem que pode escalar o Biteco em algum jogo que já esteja decidido.

Vale o mesmo para outros jovens que não receberam chance, como o Pessali, Mithyuê. Talvez o zagueiro Gérson dos juniores.

O ano terminou, vamos trabalhar pensando em 2012.

A 'decisão' e o Grêmio/2012

Alguém mais distraído pode imaginar que o jogo entre Inter e Fluminense decide o campeonato. É tamanho o destaque que a imprensa ‘falada, escrita e televisada’ dá para a partida que eu mesmo já começo a desconfiar que dali sai o novo campeão brasileiro, quando na realidade são dois aspirantes à vaga na Libertadores de 2012.

Não é pouco, principalmente para os clubes que podem no máximo figurar na Sul-Americana, e mais ainda para aqueles que tem como objetivo máximo neste momento continuar na primeira divisão.

Uma semana cheia, sem rodada na quarta-feira, obriga as redações a serem ‘criativas’. Afinal, há páginas em branco a serem preenchidas e horários nas emissoras de rádio e de TV esperando por notícias, comentários e debates.Então, como o Grêmio já não disputa mais nada, sobra o rodapé.

Sei que alguns ainda acreditam que o Grêmio possa conquistar uma vaga na Libertadores. Entre eles, contraditoriamente, estão muitos que consideram o técnico Celso Roth incompetente, para dizer o mínimo e manter um certo nível aqui no boteco. Se Roth é tão ruim, como alguém pode sonhar com vaga na Libertadores, ainda? Hora de acordar para a realidade.

E a realidade é o ‘planejamento estratégico’ para o próximo ano. No ano passado, apesar de eleita em outubro, a atual direção não fez grande coisa. Seu maior movimento foi a midiática tentativa de contratar Ronaldinho. Pior que eu cheguei a apoiar a tentativa. Podem rir. Acreditei que Ronaldinho queria mesmo voltar para se reconciliar com o seu passado. Por mais que o tempo passe, continuo sendo um sonhador, um ingênuo.

Como diz a poesia de Olavo Bilac, muitas vezes me pego tentando ouvir as estrelas. ‘Ora, direis, ouvir estrelas!’.

É por ser assim que ainda acredito na contratação de Kleber, o anunciado primeiro grande reforço para armar um grande time para 2012. Já faz uns 15 dias que esse negócio vazou. Aliás, vazou fácil demais. Eu, além de tentar conversar com as estrelas, não canso de ver chifre em cabeça de cavalo. Será que é só mais um lance pirotécnico da direção gremista?

O fato é que está demorando demais. Se o negócio não sair, será um tempo perdido. Penso que a direção deveria investir em outros jogadores paralelamente, mas com mais discrição, sem fanfarronice. Parece que querem dizer:

“Vejam, o time que a gente montou esse ano não ganhou nada, mas vejam o que nós estamos preparando, vejam só.Nós merecemos um voto de confiança”.

Por falar em voto, se tivesse eleição no Grêmio neste ano eles veriam qual a resposta da torcida.

ROBÔS DE CHUTEIRA

Grêmio, o time sub-20, enfrenta o Lajeadense às 17h, no Olímpico. Depois, tem Grêmio e Atlético-MG, lá em Minas. Quem tiver paciência e alto nível de tolerância que fique quase quatro horas diante da TV.

Eu vi o time da gurizada em Lajeado. Fiquei decepcionado. Gostei, com algum entusiasmo, apenas do Biteco. Habilidoso, rápido, atrevido, ousado. Os outros todos me passaram a impressão de robôs de chuteira. Entre eles até pode ter um ou outro que mereça uma chance no time principal, não duvido. Talvez eu resista a mais um jogo dessa gurizada. Talvez.

WINK BEER INFORMA

O MAZEMBE DAY se aproxima: reserve já as cervejas MAZEMBIER e KIDIABA para festejar o primeiro aniversário do grande dia.

Contato: ilgowink@gmail.com

Ah, participe do MAZEMBE DAY, O BLOG. Conte o que vc sentiu no dia 14 de dezembro de 2010.

Vamos eternizar esse momento. Não se esqueça, eles fariam o mesmo.

Aguarde, vem aí MAZEMBE DAY, O LIVRO, com as melhores histórias publicadas no blog.

Projeção radical para 2012

O campeonato, para o Grêmio, já terminou. E terminou bem, apesar de tudo. A vitória sobre Ronaldinho e seus Flamenguistas foi uma compensação pelo fracasso no Gauchão, na Libertadores e no Brasileiro.

Eu não trocaria o momento apoteótico de domingo no Olímpico por uma vaga na Libertadores. E não é exagero. Está provado que o Grêmio nos últimos tempos não sabe o que fazer com a vaga que conquista. Portanto, fico com a felicidade de ver Ronaldinho sair do Olímpico com o rabo entre as pernas, com cara de bunda, e com a Copa Sul-Americana como consolo. Tem ainda a Copa do Brasil. Somando com o Brasileirão, são três oportunidades de buscar a Libertadores de 2013.

Bem, o que resta agora é terminar o Brasileiro com a vaga na Sul-Americana garantida. Libertadores até seria possível se a cada jogo daqui para a frente o Grêmio tivesse a seu favor o clima que imperou no Olímpico. Foi isso que fez cada jogador dar mais de si e até jogar o que não vinha jogando (vide a janelinha do André Lima). Sem a força dessa torcida maravilhosa, não tem vaga na Libertadores. Melhor preparar o futuro.

Para começar, Paulo Paixão deve ser mantido a qualquer custo. Celso Roth até pode continuar, se não vier o Tite, por exemplo. Tem gente falando no Jorginho, da Portuguesa. Pode ser. Mas é uma aposta, como foi o Silas. Nei Franco seria um bom nome. Quem sabe o Caio, do Botafogo? Técnico é uma questão em aberto, mas sei que se depender da direção Roth vai continuar. Para isso, não pode pedir muita grana.

Sobre o time: sou radical. Só vejo quatro titulares: Victor, Mário Fernandes, Júlio César e Fernando.

Numa segunda linha, escalo Saimon, que cresceu no meu conceito com o pontapé no Ronaldinho. Fora isso, tem mostrado condições de ganhar a posição, ainda mais se tiver um zagueiro mais experiente ao seu lado, um zagueiraço. Um cara como o Oberdan, que desembarcou no Salgado Filho em 1977 dizendo que ele seria o dono da área e que ali nenhum adversário cabecearia. Dito e feito. Mas um jogador assim é mais difícil de encontrar do que achar um político incorruptível.

Penso que jogadores médios, mas identificados com o Grêmio, e de custo razoável, podem ficar. É o caso de Adilson.

Do meio para a frente não vejo ninguém em condições de ser titular absoluto, incontestável. Fábio Rochemback, Escudero, Marquinhos e Douglas. Estou pensando num time capaz de conquistar um campeonato brasileiro. É claro que esses são bons jogadores, mas considerando a relação custo/benefício… É lógico que não é fácil reformular de maneira tão radical. Por isso, é de se prever que um ou outro fique.

Douglas é um jogador de exceção. O futebol que ele jogou contra o Flamengo foi isso, de exceção. É preciso um jogador mais comprometido sempre, não apenas nos jogos com estádio lotado e com motivação extra. Escudero e Marquinhos: qualquer um deles poderia ter saído mais cedo do jogo, e tem sido assim quase sempre. Agora, os dois podem continuar. Mas seriam reservas no meu time ideal. Gosto do FR, mas ele custa muito caro e não está jogando tanto assim.

No ataque não vejo ninguém em condições de ser titular de um clube que, por sua grandeza, não pode nunca ser coadjuvante de qualquer competição. Tem um monte de reservas no Olímpico. Portanto, é preciso contratar dois atacantes de alto nível. Um deles pode ser o Kleber (Dagoberto vai mesmo para o Inter).

Prioridades para 2012: um zagueiro, um segundo volante, dois meias e dois atacantes.

Agora, antes de sair por aí contratando jogadores médios é melhor apostar e investir na base. Mas investir mesmo, dando oportunidades reais aos jovens.

As contratações precisam ser pontuais, com a precisão de um cirurgião, de preferência olhando unicamente os interesses do clube, não de empresários e outros.

INTER

Enquanto isso, o Inter segue em sua luta por vaga na Libertadores. Acho que vai conseguir. O Flamengo está descendo a ladeira, não tem preparo físico. Tem alguns jogadores de muita qualidade, mas eles cansam no segundo tempo.

O Botafogo, não levo fé também. O Caio está conseguindo fazer milagres. Já o Corinthians, o Vasco e o Fluminense são de outro nível.

Ainda vejo o São Paulo com boas possibilidades. O Figueirense está ali na briga, mas penso que não tem fôlego para continuar nesse corrida.

O Inter, se vencer o Fluminense de Abel, Edinho e Rafael Sobis, vai ganhar mais moral e aí pode até tentar o título.

O problema é que o Fluminense é melhor e deve vencer.

André Lima imita Ronaldinho

Imperdível! Confiram o link abaixo. André Lima, eleito autor do melhor drible da rodada (quem diria?), faz festa com a torcida depois do jogo e imita a dança de Ronaldinho. O maior deboche.

André Lima, depois dessa, tem que renovar contrato.

http://globoesporte.globo.com/platb/meiodecampo/2011/10/31/andre-lima-parou-na-esquina-apos-vitoria-do-gremio-sobre-o-fla/

CARTOLA

Sacanagem, meu time, o Todo Poderoso Alfredo, segue na zona do rebaixamento na liga do Boteco. Vai ter virada de mesa.

Ronaldinho cai de quatro no Olímpico

A dívida ética e moral de Ronaldinho com o Grêmio e sua torcida é impagável. Como dizia uma das faixas ‘ofensivas’ que entraram no estádio, apesar da Brigada Militar, nem 100 anos serão suficientes para perdoar a traição.

Mas cada parcela que for quitada irá proporcionar uma alegria indescritível ao torcedor, uma sensação de alma lavada e enxaguada, como repetia um antigo personagem do Chico Anísio.

Foi assim que me senti ao final da sensacional virada do Grêmio sobre Ronaldinho (sim, Ronaldinho, o adversário não era o Flamengo), chegando aos 4 a 2 depois de começar perdendo de 2 a 0.

Ronaldinho teve chance de se recuperar do golpe aplicado dez anos atrás, mas optou por enganar mais uma vez o clube que um dia foi a sua casa, o seu lar, o lugar onde deu os primeiros passos na vida e no futebol.

Em troca, Ronaldinho tem hoje o repúdio e o desprezo da imensa maioria dos gremistas. E isso ficou bem claro hoje, para o Brasil e para o mundo. A torcida gremista colocou para fora a sua indignação, sua revolta, sua raiva. Mas só teve sucesso total em seu objetivo de humilhar seu antigo ídolo porque encontrou no time um parceiro aplicado, um cúmplice.

As vaias, as palavras e frases ofensivas, os gritos, os cantos, nada disso teria maior consequência se os 90 minutos do jogos fossem como os primeiros 45. O protesto ficaria quase sem sentido. Ronaldinho deixaria o campo vitorioso, vaiado, mas vitorioso.

A torcida fez a sua parte, foi magnífica, inclusive por resistir à tentação de aplicar um corretivo mais forte sem inimigo público número 1, o que resultaria em penalização ao clube.

O que eu sinceramente não esperava é que o time conseguisse levar para dentro de campo o sentimento de dor, de mágoa, de rancor de cada um dos 45 mil torcedores que foram ao Olímpico nesse domingo iluminado, inesquecível.

O tão criticado time do Grêmio foi heróico. Não tenho dúvida de que cada jogador jogou não apenas por si. Jogou também pela torcida. O time jogou irmanado com a torcida. E por isso conseguiu reverter um resultado que seria trágico para o torcedor, e uma benção para o alvo de tanta raiva.

Portanto, além de homenagear a grandiosa torcida gremista, quero parabenizar cada um dos jogadores gremistas, sim, jogadores gremistas. Hoje, eles não foram simplesmente jogadores do Grêmio. Foram jogadores gremistas. É uma baita diferença.

OS 14 GREMISTAS EM CAMPO

Começo pelo VICTOR. Foi ele quem evitou o gol de Ronaldinho numa cobrança de falta logo no começo do jogo. Quer dizer, o odiado Ronaldinho por detalhe não fez o seu gol no dia do reencontro nada amigável com a torcida. Seria demais, seria insuportável. Graças a Victor, o gol de Ronaldinho não aconteceu. A bola ainda bateu na trave.

MÁRIO FERNANDES ficou com a carga mais pesada. Impedir jogadas do vilão da tarde. Foi determinado, incansável. E ainda buscou atacar. Teve participação no primeiro gol de André Lima, um gol mais do que oportuno, porque marcado pouco antes de o time ir para o vestiário no intervalo.

SAIMON foi talvez quem mais incorporou a sede de vingança da torcida. Aquele pontapé por trás na canela de Ronaldinho, na linha do meio campo, custou-lhe um cartão amarelo e mais adiante a substituição. Mas ele ganhou mil pontos perante os gremistas de todas as querências.

RAFAEL MARQUES esteve perdido como todo o sistema defensivo no primeiro tempo. Até por culpa de uma proteção frágil dos meio campistas. No segundo, ao lado de Gilberto Silva, ele cresceu e não deixou mais ninguém dar toquezinho em sua frente.

O lateral JÚLIO CÉSAR fez algumas belas jogadas, apoiou e apareceu como opção para o meio de campo, marcou e lutou como um abnegado gremista. Está completamente identificado com a causa tricolor. Só faltou entrar em campo com a faixa ‘pilantra’.

GILBERTO SILVA rende mais como zagueiro. Se o suficiente para ser titular, não sei, mas ele como volante já não tem a pegada necessária. Celso Roth ajeitou a marcação ao colocar Gilberto na zaga, sacando Saimon, e escalando Adilson ao lado de Fernando, dois jogadores que mordem e que brigam pela bola como se lutassem pela vida. Gilberto tem ainda o mérito de evitar um gol de Ronaldinho, corrigindo uma falha sua mesmo no meio de campo.

FERNANDO é outro que parecia um torcedor dentro de campo. Jogou com o coração, com a alma, e com o talento que é lapidado a cada jogo. Ele e Adilson deram a proteção necessária à zaga, ergueram uma muralha diante da área. Além de marcar com eficiência, ainda tocou a bola com lucidez para puxar contra-ataques.

MARQUINHOS foi irregular como na maioria das vezes, mas dessa vez foi mais interessado, com certeza por se sentir, como os demais, um porta-voz da torcida no gramado. Vontade para vencer não lhe faltou. Roth poderia tê-lo substituído, mas optou por Escudero. Uma decisão que não contesto.

ESCUDERO foi incansável também. Mas tão irregular quanto Marquinhos. Alternou boas jogadas com lances bisonhos, como o gol que perdeu depois de receber um passe primoroso de Douglas. Ele entrou livre e tentou desviar do goleiro, que foi muito bem na bola. No rebote, Escudero poderia ter feito o gol se não fosse tão afoito. Mas foi um jogador incansável, muito útil. Deu calor na zaga flamenguista.

DOUGLAS foi o destaque técnico do jogo. Mesmo nos piores momentos, como no primeiro tempo, ele soube manter a tranqüilidade, que algumas vezes se confunde com desinteresse. Douglas foi o nome do jogo. A cereja do bolo de sua atuação foi o golaço, o terceiro, aquele que encaminhou a vitória e, o que é muito importante, deixou Ronaldinho com cara de bunda, captada num close da TV na saída de bola. Isso não tem preço.

ANDRÉ LIMA é um caso à parte. Quando a auto-estima gremista estava lá embaixo, ele achou um gol. Recebeu de costas e, ao estilo Borges, virou sobre o zagueiro e chutou cruzado. Depois, quando o Grêmio dominava e encurralava o Flamengo (que estava cansado, sem fôlego, sem pernas), André Lima lembrou Jonas. Recebeu na frente da área, deu um toque entre as pernas do zagueiro e meteu a bola no canto esquerdo, com categoria, com lucidez. André Lima, quem diria?

Mas havia outra surpresa na tarde em que Ronaldinho descobriu com quem está lidando. MIRALLES entrou no lugar de Escudero. Em seu primeiro lance, dominou pela direita, veio pelo meio e bateu de fora da área, encobrindo o goleiro. Miralles, um golaço para mostrar que merece ser olhado com mais carinho pelo técnico.

ADILSON, que substituiu Saimon, fez o que dele se espera, mas de maneira redobrada, porque, criado no Olímpico, jogou impregnado pelo sentimento de cada torcedor. O mesmo em relação a BRUNO COLAÇO, que entrou no lugar de Júlio César, lesionado. Participou pouco, mas contribuiu para garantir a vitória.

São os 14 heróis, os representantes da torcida em campo. Graças a eles Ronaldinho saiu do Olímpico de quatro. Como merece.

Agora ele tem certeza de que será sempre uma visita indesejável, e como tal será tratada. E isso até o fim dos tempos.

NOS ACRÉSCIMOS

Ah, uma palavrinha sobre o juiz. Rápido para amarelar jogadores do Grêmio, e compreensivo com os flamenguistas. Por exemplo, André Lima apanhou bastante. Um lance me chamou a atenção: Aos 34 do segundo tempo, André Lima levou um pontapé por trás, na canela, na linha divisória do gramado. Na frente do juiz. Lance muito parecido com o de Saimon em Ronaldinho. O zagueiro do Fla fez uma cara de quem sabia que poderia até levar o vermelho, ficou assustado. Roman deixou passar. Marcou a falta apenas.

Sem contar uns dois ou três lances de possíveis pênaltis na área do Flamengo, lances que a TV não repetiu. Tudo muito suspeito.

RG, a BM e a proibição de cartazes

É só o que faltava: a Brigada Militar quer proibir o ingresso de cartazes ofensivos a Ronaldinho neste domingo, no Olímpico.

A decisão, baseada no estatuto do torcedor, vai jogar mais combustível no fogo.

As faixas ‘homenageando’ o jogador mais famoso criado no clube desde 1903 servem como catalisadoras da raiva acumulada da grande maioria dos gremistas.

Se não puderem portar faixas como ‘Pilantra’ ou imitando cédulas de dinheiro com a estampa do traidor, o que resta ao torcedor?

Mais indignação, é o resta. Mais raiva, mais revolta, mais sede de vingança. E como colocar para fora todos esses sentimentos?

Com gritos, com vaias, com cantorias. Mais de 40 mil pessoas formando o maior coro que já existiu no estádio de futebol para ofender alguém.

Será que todos vão ficar satisfeitos ‘apenas’ com essa tipo de manifestação? Os cartazes, sem armação com material sólido, teriam (tem) uma importante função nesse quadro belicoso que se arma para o jogo contra o Flamengo como uma assustadora tempestade que se aproxima, escurecendo o céu, transformando o dia em noite.

Temo que a ação da BM, absolutamente inédita em estádios de futebol – a BM vai agir assim também em outros jogos? – e pouco inteligente, acirre ainda mais os ânimos. Há quem imagine que os ânimos já estão exaltados o suficiente, mas sempre é possível agravar a situação.

Sem os cartazes, é provável que alguns torcedores direcionem suas energias para outro tipo de ação, partindo até para algum tipo de agressão física, o que poderá alegrar muita gente, mas que sem dúvida será péssimo para o clube.

Como já escrevi, a obra dos Assis Moreira está incompleta.

Não tenho dúvida que Ronaldinho e seu irmão não se incomodariam se, em troca de uma pedrada, o Olímpico fosse interditado por longo tempo.

Por isso, não afasto sequer a possibilidade de que Ronaldinho, de alguma maneira, se comporte de maneira provocativa, debochada.

Por enquanto, a única ação no sentido de ampliar o grau de risco do reencontro de Ronaldinho com a torcida gremista é apenas de quem justamente deve zelar pela segurança: a BM.

OLÍMPICO VAI RUGIR

Se o Grêmio estivesse numa situação melhor no campeonato, com possibilidade concreta de lutar por vaga na Libertadores, o jogo contra o Flamengo talvez ficasse em primeiro plano. É claro, haveria todo esse clima hostil contra Ronaldinho, mas talvez fosse menor. A mobilização seria pela vitória, não pela vingança.

É certo que ainda resta uma pequena esperança, mas está quase impossível chegar em quinto lugar no campeonato. Se vencer o Flamengo, ainda assim o Grêmio ficará na posição atual, atrás até do Figueirense.

Se perder, então, pode até sair dos ‘dez mais’, o que não significa grande coisa. Portanto, hoje, o que interessa é a vingança.

O Olímpico vai rugir.

Ronaldinho vai saber, enfim, a dimensão do ódio gremista.

Não deve ser fácil voltar à terra natal sabendo que tem contra si ao menos metade da população.

Ronaldinho até pode disfarçar, fingir que não se incomoda.

Mas terá de conviver com o fato de que ele, querido e festejado em todo mundo, jamais o será na própria aldeia.

A obra dos Assis Moreira

A obra dos Assis Moreira está incompleta.

Os alicerces foram colocados há muito tempo, quando o então jovem Assis, reluzente promessa das categorias de base – o melhor que vi antes da profissionalização, sem qualquer dúvida, superior até ao seu irmão mais novo – fugiu do Olímpico para acertar com o Torino, na Itália.

Na volta, ganhou do presidente do Grêmio na época, Paulo Odone, uma bela casa na zona sul de Porto Alegre. Uma casa com piscina, onde tempos depois… Bem, deixa pra lá, não vem ao caso.

Graças ao talento de Assis, a família humilde começou uma nova vida. Os tempos de pobreza ficaram para trás. Assis nunca foi o craque que prometia na base. De meia atacante goleador, passou a jogar numa faixa mais tranquila do campo, afastado da área inimiga. Mesmo assim, se destacou e ganhou dinheiro suficiente para proporcionar segurança e tranquilidade aos Assis Moreira.

Foi nesse meio que cresceu o pequeno Ronaldo, o Ronaldinho. Um raro exemplo de irmão mais novo que superou o mais velho.

Ronaldinho não ficou só na promessa de craque como seu irmão. Foi mais longe, muito mais longe.

Quando começava a aparecer como grande estrela do futebol brasileiro, Ronaldinho esqueceu as juras de amor ao Grêmio, o clube que acolheu os Assis Moreira, e proporcionou condições para que os dois irmãos desenvolvessem seus potenciais.

Depois de encenar uma renovação de contrato, Ronaldinho Gaúcho, tutelado pelo irmão Assis, bateu asas e voou, cruzando o Atlântico para defender o PSG.

Foi um golpe terrível para o Grêmio e uma decepção profunda para os gremistas. O jovem ídolo, que recém começava a brilhar, partia prematuramente, deixando atrás de si um rastro de revolta e ódio.

A obra maligna dos Assis Moreira contra o Grêmio não terminou aí. Certo dia, Assis retirou o seu filho dos juvenis do Grêmio, levando-o para o Inter. É claro que com grande cobertura da imprensa. O guri não deu certo no futebol. A jogada limitou-se a um lance midiático, mas sinalizou que ainda havia algo mais por vir.

E veio. Hábil negociante, sem qualquer escrúpulo (há quem entenda que em negócios não se pode exigir ética), Assis acenou com a possibilidade da volta de Ronaldinho ao Grêmio. Aqui, em sua antiga casa, Ronaldinho recuperaria o gosto pelo futebol, deixando o pagode e as noitadas em segundo plano. A direção do Grêmio acreditou. Eu vacilei como o Dunga naquele Gre-Nal, e acreditei. A maior parte da torcida acreditou, e se mostrou pronta a perdoar o antigo ídolo. Enquanto o Grêmio preparava uma festa para receber Ronaldinho, os Assis Moreira negociavam com outros clubes. O Grêmio servira apenas para atrair outros interessados, entre eles o Flamengo.

O golpe derradeiro dos Assis Moreira pode acontecer neste domingo. Ronaldinho, vestindo a camisa do Flamengo, volta ao Olímpico depois de tudo o que se passou. Há um clima belicoso no ar.

É como um vazamento de gás num prédio fechado. Qualquer faísca irá provocar uma explosão.

Ressentida, a torcida vai se manifestar contra Ronaldinho. São anos e anos de espera por esse momento.

A obra dos Assis Moreira estará concluída com a interdição do Olímpico.

Para isso, bastará um gesto, uma atitude, um sorriso debochado de Ronaldinho diante das manifestações hostis. Bastará uma faísca para que um torcedor reaja da pior maneira.

Se isso acontecer, a obra contra o clube que retirou os Assis Moreira da pobreza e contribuiu para a riqueza material da família estará finalmente concluída.

E Ronaldinho sairá do estádio como vítima, mal contendo aquele sorriso dos tempos em que jogava futebol com legítima alegria.

O pé-frio e a frustração da dupla

Os resultados do fim de semana foram frustantes para gremistas e colorados. O Grêmio, no sábado, e o Inter, neste domingo, tinham tudo para fechar a rodada com três pontos, mas não souberam segurar a vantagem por mais alguns minutos.

A história dos dois é semelhante. Seus adversários, o lanterna América e o então líder Corinthians ficaram com um jogador a menos ainda no primeiro tempo. O Grêmio vencia por 2 a 1 até os 41 minutos do segundo tempo. O Inter vencia por 1 a 0 até os 43 minutos do segundo tempo.

Aí, o Grêmio que estava encurralado pelo lanterna mesmo tendo um jogador a mais, levou um gol de cabeça numa cobrança de escanteio, um golaço. Se o jogo continuasse mais alguns minutos o América teria virado, com certeza, tamanha a mediocridade do time que estava em campo vestindo a camisa tricolor.

No Beira-Rio, o Corinthians não tinha o mesmo ímpeto do América, e tudo indicava que sairia de campo derrotado. Foi então que D’Alessandro cometeu uma falta evitável em Alex, a uns 15 passos da grande área, mas de frente para a goleira. O argentino levou o segundo amarelo e foi expulso justamente.

Foi então que sucedeu-se algo inacreditável: ficaram apenas dois jogadores na barreira. Concordo que era um chute de longe, mas quem ajeitou a bola para bater foi um sujeito muito conhecido por seu chute forte e preciso. Faltando dois minutos para terminar o jogo não seria o caso de fazer uma barreira de verdade, apesar da distância da falta? É evidente que sim. Alex viu o canto aberto e chutou forte. A bola entrou rente à trave esquerda. Muriel, que estava bem no centro da goleira, tinha amplas condições de fazer a defesa, mas demorou a saltar.

Se o gol do América acabou com o delírio de alguns gremistas que ainda sonhavam com uma vaga na Libertadores, o gol do Corinthians sepultou o sonho de título dos colorados, que vão para 33 anos sem comemorar um campeonato brasileiro. E, para agravar ainda mais a dor colorada, quem fez isso foi o odiado Corinthians.

Resta ao Grêmio, conforme escrevi já faz tempo, terminar o campeonato com dignidade, entre os top ten.

Ao Inter, a perspectiva é melhor: brigar até o fim por vaga na Libertadores de 2012. O que me parece muito possível com o retorno de Leandro Damião.

NOS ACRÉSCIMOS

Informo que não vi os dois jogos. Estava viajando, acertando detalhes para o lançamento oficial do MazembeDay e da 1983 em larga escala.

Quer dizer, vi um pedacinho de cada jogo. No sábado, consegui parar em frente a uma TV a seis minutos do final. Vi na tela: Grêmio 2 x 1 América-MG. Perguntei a um gremista ao meu lado, encostado no balcão, olhar aflito, os mineiros estavam em cima. Quem fez os gols? André Lima, respondeu, sem tirar o olho da TV. Aí, escanteio e gol do América. Continuo sendo pé-frio, uma verdade trágica.

Hoje, retornando ao lar doce lar, liguei a TV aos 40 do segundo tempo: 1 a 0 Inter. “Agora, o Inter sobe e pode buscar o título”, pensei, enquanto via o D”Alessandro cometer uma falta idiota no Alex. Última chance do Corinthians, imaginei. Gol de Alex. Alívio.

O que me consola é que sou pé-frio para os dois. Na verdade, eu sou um perigo.