Os volantes de Dorival e Luxa

O Inter vai com três volantes contra o Santos.

O Grêmio mantém seus dois volantes para enfrentar o River Plate, poderosa agremiação esportiva do Sergipe.

Dorival Jr mostrou que de bobo não tem nada. Enfrentar o Santos na Vila Belmiro com dois volantes, sendo que ambos são mais da segunda função do meio de campo, é suicídio. Ele coloca mais um volante e saca Dagoberto.

Uma decisão sábia, mas que irritou nove entre dez colorados que conheço, inclusive alguns da imprensa. Mas como, deixar o Dagoberto fora para colocar mais um cara pra marcar? – protestaram cuspindo fogo.

Se a proposta der certo, eles irão se calar. Se der errado, desaba o mundo sobre o Dorival.

Esquecem os colorados de mais um detalhe: o veteraníssimo Índio precisa de proteção, precisa de blindagem especial ainda mais que terá pela frente o Neymar, o endiabrado Neymar.

Sem falar no centroavante pigmeu, que fez dezenas de gols no ano passado e agora já não marca mais. Já aconteceu isso antes com o Borges. Em seguida, ele arrumou outro clube, novas ‘luvas’ pela transferência, etc. E aí ele volta a empilhar gols. Gente boa ele. Quem quiser que se engane…

Bem, com três volantes, crescem as chances de o Inter deixar a Vila sem goleada.

Já o Grêmio vai na verdade de um volante. Léo Gago é um ser indefinido. Não é volante, nem meia.

Souza, que deveria jogar ao lado de Fernando, está se recuperando de lesão. Já escrevi e repito: a fase do Grêmio é tão urubuzada que só os bons se lesionam. A questão é saber quando o Facundo e o Kleber irão desfalcar o time por causa de uma lesão. Ah, tem o Victor ainda.

Léo Gago, Marquinhos e Marco Antônio, esses não se machucam. Também, quase não se expõem.

Mas voltando ao esquema do Luxemburgo: cedo ou tarde ele terá de aderir aos três volantes. Com a zaga inconfiável e sem um meia realmente definidor e inquestionável, o melhor é colocar um volante centralizado e dois fazendo o vai e vem. O problema é que aí falta um volante de qualidade. Eu colocaria o Gilberto Silva ao lado do Fernando e do Souza.

Contra adversários de maior qualidade esse é a pedida. Caso contrário, o time continuará tendo dificuldade até para vencer o Cerâmica.

Na meia, o Facundo, que me deixou entusiasmado em sua estreia.

SAIDEIRA

Está esquentando a CPI do Instituto Ronaldinho na Câmara de Vereadores. O Instituto, entre outras coisas, teria de devolver 500 mil reais à prefeitura de Porto Alegre. E a casa noturna aquela continua interditada.

Esperança, teu nome é Facundo

O Grêmio de Luxemburgo continua sendo muito parecido com o de Caio Jr. O futebol que o time mostrou durante a maior parte do tempo contra o Cerâmica não transmite confiança nem para conquistar o returno do Gauchão.

A defesa continua vazando, a marcação no meio de campo segue vulnerável e o ataque permanece sendo o setor mais forte, mais eficiente. Tudo isso considerando a fragilidade do adversário.

Agora, há um divisor de águas, ou de mágoas. Facundo Bertoglio.

Esse argentino me devolveu a esperança. Em 15 minutos, ele mostrou o que se espera de um  meia avançado: ousadia, destemor, drible, velocidade e, algo que é raro, inteligência e visão de jogo.

De cara, Facundo lembra o Escudero, tanto pelo futebol como no aspecto físico. A diferença maior é que Facundo além de ter movimentação, enfrentar a marcação e driblar, ainda consegue pensar.

Pode ser que mais adiante eu me decepcione com ele, mas acho difícil. O que nunca esperei de Escudero, espero agora de Facundo.

Facundo, até prova em contrário, tem lugar no time. Com ele, o ataque do Grêmio cresceu e chegou com mais perigo. Foram 15 minutos de muita presença na área do Cerâmica, com alguns lances muito bons do argentino. Para uma estréia, nota 10.

Ainda o meio de campo, setor vital para qualquer time: Marquinhos e Marco Antônio melhoraram em relação a si mesmos. MA fez o lançamento para Marquinhos sofrer pênalti e marcou o gol da vitória, mostrando frieza e técnica na frente do goleiro. Mas não tem condições de ser titular de um time que busca título nacional.

Gostei também do Gabriel, que melhorou em relação ao que vinha jogando. Kleber, de novo, excelente. Moreno entrou bem no jogo.

É importante Luxemburgo reavaliar a presença de Gilberto Silva na zaga. Se contra o cerâmica é problemático, imagine contra um time mais forte. Léo Gago, então, nem se fala.

Resumindo: o Grêmio com Facundo Bertoglio é um time que me dá esperança.

Jogo para avaliar Luxemburgo

Depois de perder a formidável chance de ser campeão do primeiro turno – fez o mais difícil, que era eliminar o Inter -, o Grêmio começa neste domingo a caminhada pelo título do segundo turno. Enfrenta o glorioso Cerâmica, um time cuja folha de pagamento -160 mil reais- não paga um terço do salário do Kleber.

Não espero grande coisa desse jogo. O time do Vanderlei Luxemburgo é quase igual ao que derrubou Caio Jr, ou seja, um time no qual não aposto uma cerveja 1983.

O meio de campo é do tipo ‘derruba-treinador’. Fernando, que parece estar sofrendo um processo de desaprendizado, Léo Gago, Marquinhos e Marco Antônio. É óbvio que no papel esses jogadores são superiores ao do Cerâmica, mas no campo é outra história. Esse quarteto é desafinado, pior que banda de pagode que deixa o Traíra cantar.

Prevejo muita dificuldade. É bom não esquecer que o Grêmio com esse time só não caiu na fase classificatória do primeiro turno porque o Cruzeiro perdeu os pontos no tapetão.

Caio Jr fracassou com esses jogadores. Quando começava a dar um jeito, perdeu Mário Fernandes e Júlio César. Não teve o tempo necessário para formatar a equipe. E duvido que o conseguisse.

Agora, vamos ver se Luxemburgo consegue tirar mais desses jogadores insuficientes para um clube que busca título nacional. Se ele conseguir fazer esse meio campo jogar, marcando com eficiência, articulando com velocidade, objetividade e criatividade já estará justificando sua contratação. Mesmo assim, não vejo chance alguma de título expressivo – sequer de Gauchão – com esses jogadores.

Espero que Facundo tenha oportunidade no decorrer do jogo. Se ele for o jogador veloz e vertical que imagino, pode sacudir o time, beneficiando os dois atacantes. O zagueiro Werlei e o lateral Pará também estão à disposição. Vamos ver se as indicações do treinador são boas mesmo.

A lamentar que Souza tenha se lesionado. Mostrou muita qualidade em poucos jogos. É aquela história: jogador bom no Grêmio se lesiona facilmente, os ruins nunca.

Então, o jogo contra o Cerâmica será útil para começarmos a conhecer o time de Luxemburgo, que treinou forte durante toda a semana, tentando ajustar essa máquina emperrada montada pela direção gremista.

Se Luxemburgo for mesmo um técnico diferenciado, vai fazer esse time jogar um pouco mais.

Enquanto isso, fico no aguardo do Alex. Só um jogador desse nível pode colocar o Grêmio como forte candidato ao título da Copa do Brasil. Se ele não vier, ou outro de igual envergadura, vamos ficar de novo no meio do caminho. E eu já estou cansado disso.

A farsa da 'grenalização'

Uma semana depois de publicar uma nota que alvoroçou colorados de todas as instâncias e querências, a Andrade Gutierrez emite outra, que estará estampada nos jornais deste sábado:

A Construtora Andrade Gutierrez confirma que identificou os mecanismos financeiros adequados para o Plano de Garantias perante o BNDES e os agentes financeiros repassadores dos recursos ProCopa.

Estas garantias formais, necessárias para o projeto de reforma e modernização do Estádio Gigante da Beira-Rio, asseguram a execução das obras em tempo hábil para que o estádio sedie jogos da Copa do Mundo de 2014, entregando à torcida colorada, a todo o povo gaúcho e a todos os brasileiros que se encantam com o futebol um projeto digno de seus anseios e expectativas.

Em breve, será definida e informada a data de assinatura do contrato com o S.C. Internacional, bem como o cronograma de obras.

O que mudou tanto em uma semana? O ponto final na novela ‘Escombros’ foi aplicado pela colorada Dilma, que na condição de presidenta de República chamou a empreiteira, que sobrevive basicamente de dinheiro público, à realidade.

Ou dá ou desce.

A AG optou por dar. É evidente que não é de graça, sem ganhar algum ou alguns em troca.

De repente, não mais do que de repente, a AG conseguiu as tais garantias exigidas pelo Banrisul. Aquilo que era tão difícil veio num passe de mágica.

Seriam essas garantias oriundas de outras empresas privadas? Ou estaria o governo federal dando o ‘apoio’ necessário para  mais esse estádio da Copa?

São muitos questionamentos, muitas dúvidas.

O fato, o dado concreto, é que a AG vai levar a obra de reforma do BR adiante. Sem dúvida, em troca de alguma coisa. Ou de mais vantagens no contrato com o Inter e/ou de respaldo -seja qual for- da União. ´

No dia 27, publiquei no meu twitter o final seria exatamente esse: a AG conseguindo tudo o queria e mais um pouco.

GRENALIZAÇÃO E DESESPERO

Bom para o Inter e para os colorados, especialmente os da imprensa, que andavam muito agitados e inquietos.

Agora, eles se acalmam e param com essa bobagem de grenalização da Copa.

O Beira-Rio é há muito tempo o estádio escolhido para a Copa.

O Grêmio apenas continuou construindo o seu estádio, ou a sua Arena.

Ou alguém queria que o Grêmio suspendesse seu projeto? Não, a obra seguiu e vai muito bem.

A Arena é apenas um fantasma que atormenta os colorados dia e noite, com ou sem Copa.

O Grêmio não estava disputando com o Inter o ‘privilégio’ de sediar jogos murrinhas da Copa de 2014. Apenas estava construindo a sua Arena, a sua nova casa.

Que, aliás, estará pronta no final do ano, enquanto todos os estádios apontados pela Fifa estarão em obras.

O mais moderno, bonito e reluzente estádio de futebol da América Latina será palco de dois campeonatos gaúchos, um Brasileirão e talvez Copa do Brasil e Libertadores, antes da Copa.

Enquanto isso, o Beira-Rio provavelmente ainda estará em obras.

Se o BR não estiver concluído até 2014, a gente vai pensar se empresta a Arena para a Fifa.

PAULO SANT’ANA

O veterano colunista matou a pau em sua coluna desta sexta-feira.

Fé no Luxemburgo

Saí do programa Cadeira Cativa, na Ulbra TV, com a melhor das impressões do Vanderlei Luxemburgo. Quem assistiu ao programa apresentado pelo Reche deve ter sentido o mesmo.

Eu sempre vi o Luxemburgo como um sujeito arrogante e esnobe, mas o cara que conheci me pareceu muito simples, simpático, sempre disposto a ouvir, e que não deixa nada sem resposta. É enfático na defesa de suas ideias e convicções. Enfim, um cara para sair e tomar umas cervejas na maior camaradage. (ah, depois do programa conversamos sobre as minhas cervejas.

Durante a propaganda do slicer mix, enquanto a apresentadora descrevia as maravilhas do aparelho e falava em batatinha frita, o Luxemburgo sorriu e disse baixinho que caía bem uma cervejinha naquela hora.

Eu estava disposto a fazer alguns comentários e perguntas sobre a má qualidade do time, especialmente do meio de campo, mas na conversa que tivemos antes ficou claro que pensamos da mesma maneira. A diferença é que ele não pode expor seu pensamento verdadeiro a respeito do time que a direção lhe entregou. Tem que defender seus jogadores.

Agora, as ações dele mostram que ele sabe onde está pisando e o que falta para o time. Perguntei sobre o Pará e o Werlei, e disse que a torcida espera reforços de mais qualidade, em especial para o meio de campo, que é muito fraco.

Ele disse que não comenta isso publicamente, mas ficou claro que Alex, que ele adora, é a bola da vez. Cogitei do Zé Roberto, campeão com ele pelo Santos. Mas ele nada comentou. Senti que o Alex vem aí. Outro que pode vir é o zagueiro Alex Silva. Ele revelou que gosta muito do Uéliton, zagueiro do Flamengo.

Quer dizer, Luxemburgo está usando sua influência para trazer jogadores importantes. O time será qualificado.

Se o Grêmio não ganhar nada agora -Copa do Brasil ou Brasileiro- terminará o ano com um elenco muito caro e uma herança terrível para quem assumir o clube.

Mas estou levando fé no Luxa. Pronto, me entreguei.

Já nem me incomodo que no próximo jogo, contra o Ceramica, terá o pior meio de campo do Grêmio nos últimos anos:

Fernando, Marquinhos, Léo Gago e Marco Antônio.

Sei que isso vai durar pouco tempo.

Escombros, a novela colorada

A novela Escombros, que narra as desventuras do Inter para reformar o seu estádio em parceria com a Andrade Gutierrez e com respaldo do Banrisul, é quase um ménage à trois. O banco foi convidado, mas não quis participar do leito nupcial, onde os parceiros vivem entre tapas e beijos.

Seria um enredo sexual, onde um parece querer ferrar o outro, enquanto o terceiro se esquiva, mas está muito mais para uma novela de mistério.

A empreiteira, que é a terceira maior do país -atrás da Odebrecht e da Camargo Corrêa-, mas com diferença mínima, decidiu atazanar a vida do Inter. Por que? É aí que está o mistério.

A AG, segundo o jornal O Globo, em matéria de maio do ano passado, divide com a Odebrecht, C. Corrêa e Queiróz Galvão, a bagatela de R$ 138 bilhões em obras realizadas no país. As quatro trabalham praticamente apenas com dinheiro público -federal, estadual e municipal. A AG tem 72% do seu faturamento oriundo do setor público.

A empreiteira, que é maior do que a OAS, teria faturado no ano passado R$ 10 bilhões. E agora se mixa para bancar os R$ 250 milhões necessários para concluir o Beira-Rio. Mistério.

Parece evidente que a AG verificou que seu lucro será pequeno, ou que o risco de ter prejuízo é grande, mas como é que só agora se deu conta disso. Foram meses de negociações. Não posso acreditar que de repente a AG se deu conta de que o casamento com o Inter é uma furada. Com toda a sua experiência, a AG não teria fechado um acordo dessa natureza se não tivesse visto vantagens significativas no negócio.

Ao não apresentar as garantias exigidas pelo Banrisul, a AG sinaliza que quer cair fora, mas que pode seguir jogando se conseguir mais vantagens, mais ou menos o que obteve a OAS recentemente para levar adiante o projeto Arena.

O Inter está como o sujeito que espera a noiva no altar. Ela não chega nunca. Começa a bater o desespero.

O presidente Giovani Luigi já dá sinais de que percebeu que entrou numa enrascada sem tamanho. Um nó difícil de desatar. Está nas mãos da AG, refém de uma das maiores empreiteiras do Brasil, que, se quisesse, concluiria o estádio com dinheiro próprio, mas aí não seria a AG, que, como suas ‘concorrentes’, só brinca com dinheiro dos outros, de preferência, dinheiro público.

O pior, para Luigi, é que um final infeliz nessa novela pode refletir no futebol, comprometendo a Libertadores.

E, sem a AG, como vai ficar o estádio colorado?

Não queria estar na pele do Luigi.

Ainda mais que a Copa pode parar na Arena.

Os engravatados deslumbrados

O Caxias foi melhor, a arbitragem foi correta e o Grêmio mereceu perder.

Antes do jogo escrevi que não acreditava que Luxemburgo cometeria um dos erros que liquidaram Caio Jr, que é jogar com Marquinhos na função de volante e o fantasminha camarada, mais conhecido por Marco Antônio, como articulador. O certo seria escalar Marquinhos na meia, deixando o craque da Portuguesa no banco. Como terceiro volante, poderia ser o Misael ou o Gilberto Silva. O importante era manter o esquema, a estrutura que deu certo no Gre-Nal.

Foi um jogo parelho, mas quem chegou com mais perigo foi o Caxias. Victor foi mais exigido que o bom goleiro do Caxias. No final do jogo, Victor fez uma defesa espantosa evitando o gol da vitória do Caxias, um cabeceio mortal.

O esquema com dois volantes ajudou Fernando a afundar. No primeiro tempo, o guri foi liberado para avançar, com Souza mais fixo. Outro erro de Luxemburgo. Fernando mais adiantado é um volante comum. Fora isso, nesse jogo ele abusou de errar, dando umas entregadas que lembram Douglas.

Aliás, Douglas parado em campo aparece mais que o Marco Antônio. O ruim para o Grêmio é que esse meia apático acerta um ou dois lances em 90 minutos e isso parece apagar tudo o que ele deixou de fazer no restante do tempo. No Gre-Nal, ele meteu uma bola óbvia para Kleber marcar o gol da vitória. Ouvi o W. Carlet dizer antes do jogo que Marco Antônio havia feito partida ‘extraordinária’ no Gre-Nal. Eu enlouqueço.

Hoje, ele cruzou para Kleber fazer 1 a 0. Até ali eu não o tinha visto em campo. Depois, deu um passe para Kleber, que chutou mas a bola desviou num zagueiro. Ora, Douglas parado em campo fazia muito mais.

Depois, nos pênaltis, Marco Antônio errou. Ora, é visível que esse jogador tem dificuldade de personalidade. Ele sabe jogar, tem boa técnica, mas se esconde no jogo. Por que escalar esse jogador para cobrar pênalti? Ninguém ajudou Luxemburgo a escolher? Ao analisar a lista de cobradores apontei dois que poderiam errar: M. Antonio e Fernando, que poderia estar abalado pela má atuação.

Enfim, Luxa, que eu defini como iluminado, continua iluminado. A derrota nos pênaltis para esse time modestíssimo do Caxias, que estava pedindo para perder, vai impedir que alguns outros ‘iluminados’ do Olímpico pensem que o time, por ter vencido o Gre-Nal, tem potencial para vencer algo mais do que o Gauchão.

As derrotas têm esse dom: abrir os olhos dos deslumbrados engravatados do clube, que se exibiram faceiros após a vitória no Gre-Nal, inclusive se achando no direito de fazer provocações inoportunas e inconvenientes.

Hoje, eles estão calados. Afinal, ser eliminado pelo Caxias depois de vencer o Inter, decididamente não estava nos planos.

Luxa, o iluminado

Vanderlei Luxemburgo é um sujeito iluminado. Que ninguém duvide disso. De lateral medíocre a técnico da Seleção Brasileira e do Real Madrid, um multicampeão.

É tão agraciado pelos astros que segue sendo um profissional valorizado e requisitado depois de tudo o que já aprontou e de alguns projetos fracassados, como o instituto que criou tempos atrás e que serviu apenas para desviar seu foco do principal: treinar equipes de futebol, todas de ponta, ressalte-se.

Luxa nasceu virado pra lua.

Mais uma prova disso é que mal ele chegou a Porto Alegre e os ventos que assolavam o Grêmio hoje tumultuam o rival vermelho. Essa crise envolvendo a empreiteira, o Banrisul e o clube não é pouca coisa. Acreditem, pode refletir no desempenho colorado dentro de campo, a não ser que seja abafada logo, o que parece muito difícil.

Mas o que interessa é a bola rolando. O Luxa chega e o Grêmio, comandado pelo competente Roger, acabou com a alegria colorada dentro do Beira-Rio. Era o que Luxa precisava para começar seu trabalho sem pressão.

Agora tem esse jogo contra o Caxias. Os deuses do futebol se uniram para ajudar Luxemburgo. O insosso Léo Gago ingeriu algum medicamento proibido e está fora do jogo. Com isso, Luxemburgo pode colocar Misael na equipe. O guri, pelo que ouvi dizer, está muito bem nos treinamentos.

O problema é que estão falando agora em Marquinhos para a função de Gago. Equívoco.

Quero acreditar que é outro erro dos meus ex-colegas, que antes do Gre-Nal anunciavam que Gago e Marco Antônio (outro que não tem futebol para ser titular- ficariam no banco. Eles foram escalados e até deram uma boa resposta em termos competitivos.

Marquinhos deve disputar posição com Marco Antônio. Fora isso é invenção.

O Grêmio vai enfrentar um time com muito mais pegada do que foi o Inter no meio da semana.

Se não quiser escalar Misael ou outro volante de verdade que exista no grupo, Luxemburgo pode adiantar Gilberto Silva e escalar outro zagueiro.

Aliás, é o que acredito que o iluminado Luxa irá fazer.

FECHANDO A CONTA

Escrevi as mal iluminadas linhas acima nesta manhã de domingo ao som de um velho vinil de Glen Campbell, que embalou minha adolescência em Lajeado e arredores.

Meu amigo Ricardo, de Cruzeiro do Sul, sempre quis afanar esse meu disco. Não levou.

O 23 e as coincidências da vida

As coincidências aguçam a minha curiosidade. Elas sempre têm um sentido, um significado. Por isso, sempre que me deparo com uma coincidência – e elas nos acompanham ao longo da existência e talvez até fora dela, em outro plano – procuro estudá-la. Não acredito em coincidência sem algum sentido. Sempre há um significado. Nem sempre o descobrimos. Outras vezes ele é muito claro. Não descarto, porém, que existam coincidências que são… coincidências.

Quem frequenta o botecodoilgo (alerto de novo que é virtual), sabe que no sábado retrasado eu mudei de residência. Creio que foi a minha 23ª (!!!!) mudança. Ainda estou ajeitando as coisas. Tenho apego as coisas antigas, dificuldade para me livrar delas, não adianta. Sempre acho que um dias elas irão servir para alguma coisa.

Bem, o casal que me vendeu a casa comprou um apartamento na rua onde eu estava morando, e praticamente em frente, com o número invertido, 218 para 281. As duas partes só ficaram sabendo disso depois. Baita coincidência.

O que isso significa? Nada. Ou será que tem algum significado oculto?

Mas não termina aí: contratei um empreiteiro para fazer umas reformas (casa meio antiga). Quase caí de costas quando o empreiteiro me contou, impressionado e emocionado com a coincidência, que ele próprio havia construído a casa há uns 20 anos.

Terá tudo isso algum sentido? Não sei. Pode ser mesmo uma coincidência sem nada nas entrelinhas.

Algo muito diferente do caso da camisa número 23 entregue pelo Grêmio ao técnico Luxemburgo, que tinha ao seu lado no momento de receber o mimo o presidente do Grêmio, um sorridente Paulo Odone, do PPS, partido que por coincidência (???) tem o número 23.

Luxemburgo disse que 23 é seu número de sorte. Que ele havia pedido o número 33, mas este pertence a Edilson; aí sugeriu o 23, embora este seja do Bruno Colaço. Mesmo assim, ele não sugeriu outro.

História mal contada.

Não parece haver dúvida de que estamos diante de uma ‘coincidência’ com um significado muito escancarado. Se foi mesmo algo planejado, foi uma bobagem sem tamanho, porque serviu apenas para reforçar o sentimento de uso político do clube.

Uma pisada de bola que não combina com o histórico do experiente presidente tricolor.  Parece mais coisa de assessor puxa-saco. Mas…

Por via das dúvidas vou jogar no bicho, no grupo da cabra (ou do veado), que engloba os números 21, 22, 23 e 24.

E o favoritismo era de araque

Uma vitória no Beira-Rio, diante de colorados convencidos que veriam um massacre do Barcelinter sobre um Grêmio frágil e inseguro, cai tão bem quanto a bendita chuva que alagou parte do Estado e afastou o calor sufocante. É coisa pra lavar a alma e fazer renascer a esperança de que, como repetia o grande Baltazar, ‘Deus está reservando algo melhor para mim’. No caso, para nós gremistas angustiados e aflitos.

Antes do jogo escrevi que o Grêmio poderia ganhar. Parti de duas premissas: o time teria três volantes e jogaria finalmente com onze jogadores, já que Marco Antônio e Léo Gago estariam fora, segundo as especulações.

Pois com os três volantes o time realmente ficou mais encorpado, mesmo com Léo Gago sendo um deles. Devo admitir que Léo jogou bem, nada de excepcional, mas dessa vez marcou, roubou bolas e foi ao ataque. Talvez não precise ser mandado embora.

O quarto homem do meio campo seria o Marquinhos. Mas foi Marco Antônio, uma nulidade ambulante até este jogo. Ele foi mais participativo, apareceu mais e meteu aquela bola para o Kleber fazer o gol da vitória. Antes de voltar para a Portuguesa merece novas chances, ainda mais que depois do jogo ele disse que ‘o ano agora está começando’, mostrando que está mordido e que pode jogar muito mais. Gosto disso.

Acreditava que o Grêmio poderia vencer também por outros motivos: Kleber e Marcelo Moreno enlouqueceriam Moledo e Índio. Kleber cavou os cartões amarelos dos dois, que comeram o pão que o diabo amassou diante da dupla gremista.

Via também em Élton uma avenida a ser explorada, e isso aconteceu. Dorival demorou a sacar o guri. Além do mais, o Inter sem Guinazu parece que perde sua personalidade vencedora. Frisei que Sandro Silva e Bolatti não estavam à altura de Tinga e Guina. E que isso também pesaria a favor do Grêmio.

Se Oscar não jogasse, destaquei, o Grêmio teria suas chances redobradas. Oscar jogou, ou melhor, entrou em campo. No final, perdeu um gol daqueles imperdíveis.

Minutos antes, Victor protagonizou o grande lance do jogo. Defendeu uma conclusão à queima-roupa de Damião e ainda teve reflexo para uma segunda e salvadora intervenção.

Aquele que ousar escrever qualquer coisa contra Victor aqui neste espaço vai tomar cerveja morna no boteco até que o Grêmio volte a ser campeão do mundo.

Pois esse lance mágico do melhor goleiro em atividade no Brasil mexeu com Oscar. Ele tremeu diante da imponência do melhor goleiro em atividade no Brasil. E chutou para fora como uma criança que acabou de urinar nas calças.

Por fim, um elogio ao Souza. Quando todos questionavam sua contratação, eu escrevi que era um grande reforço, que eu lembrava dele no mundial sub-20 ao lado do Ganso e do Giuliano.

Para concluir, o gol do Inter começou numa falha do grande Fernando. Mas o guri não se assustou. Foi outra figura importante, assim como o veterano Gilberto Silva.

O Grêmio ganhou o jogo a partir do meio de campo. O grande erro de Caio Jr foi não definir de uma vez um trio de volantes.

No final, o chororô do D’Alessandro, que não jogou absolutamente nada e foi para cima da arbitragem, querendo justificar a derrota perante seus fãs, num jogo em que o Grêmio foi superior a maior parte do tempo.

Méritos do interino Roger.