O ofensivista Cristóvão: técnico do ‘quase’

O farto material publicado em ZH desta quarta-feira sobre Cristóvão Borges reforçou minha convicção de que sua contratação é um equívoco.

É um treinador de trajetória mediana, com alguns picos de sucesso. Ele fez alguns bons trabalhos, todos curtos, e isso me lembrou o treinador coca-dois litros, que perde o gás antes de chegar à metade da garrafa.

Pelo histórico apresentado é o técnico do quase. Quase campeão aqui, quase campeão ali.

Cristóvão quebrou um recorde ao ficar 48 rodadas seguidas no G-4 do Brasileirão pelo Vasco. Terminou em segundo lugar. Lembrei de um certo técnico muito lembrado por setores da crônica esportiva quando se trada de indicar alguém para o Grêmio. Não, para o Inter, não. Pois esse técnico, cujo nome anda pipocando insistentemente, também ficou muito tempo na ponta de cima e entregou na reta final.

Mas o que mais preocupou no currículo, além de um ou outro fiasco, é que ele tem fama de técnico ofensivista. Os ofensivistas me causam calafrio e tremedeira. Felipão, por exemplo, estava ofensivista demais, mesmo sem ter ataque. Vá entender.

Sou retranqueiro assumido e juramentado. É óbvio que se eu tivesse Messi e Neymar no meu ataque a defesa seria minha última preocupação.

O Renato, em sua primeira passagem, em 2010, fazia-me sentir numa montanha russa. Era ofensivista demais para o meu gosto. Até hoje não consigo entender como ele conseguiu levar Douglas para a seleção brasileira de tanto que Douglas jogou com ele.  E o Clementino? Até o Clementino deu certo. E o que jogou o Gabriel? O Lúcio de meia-esquerda.

O Grêmio não foi campeão brasileiro porque Renato assumiu o time na zona de rebaixamento e o levou à ponta de cima da tabela.

Depois, em sua segunda passagem, Renato me irritou muito, mas, ao contrário de muitos, reconheço no trabalho dele uma tentativa desesperada de, primeiro, impedir novo rebaixamento, e, depois, a luta por uma vaga na Libertadores. O time jogava por uma bola só. Irritante.

Imagino que numa terceira passagem, Renato ficará no meio termo. Mas isso depende dos jogadores que tiver à sua disposição. Hoje, por exemplo, acredito que ele faria um time para jogar por ‘meia bola’. É muito ruim esse ataque em que Mamute chega a ser apontado como solução.

Aí, tento imaginar o que faria um técnico ofensivista como esse material humano. Não consigo. Tenho imaginação fértil, mas não chega a tanto.

O importante é que o Grêmio contrate um treinador a partir de uma política de futebol muito bem definida.

Nunca como quem busca uma tele-pizza no google.

De qualquer modo, na torcida total por quem for contratado.

IMPRENSA

O clicrbs e ZH estão cravando o nome de Cristóvão Borges enfaticamente. Desde ontem. Hoje, duas páginas sobre ele. Se Cristóvão não for contratado, será a mancada do ano. Ou, para usar uma linguagem do jornalismo, a ‘barrigada’ do ano. Esqueceram que o futebol é dinâmico.

ADILSON COTADO

O Capitão América é o nome mais forte caso Cristóvão não assine. Adilson Batista tem ligação muito forte com o Grêmio. Assim como o próprio Cristóvão, que foi tricampeão gaúcho pelo tricolor.

Em 2003, o Grêmio numa pindaíba danada, havia dificuldade para contratar um técnico. O salário oferecido era muito baixo, desdenhado por todos, inclusive por um figurão aqui da praça que continua desempregado.

Adilson, gremista reconhecido, assumiu a bronca por uma remuneração ridícula para os padrões da época.

Dia triste: a partida de um ídolo

E segue o baile. Felipão pediu as contas. Sai ele e todo seu pessoal. Menos R$ 1 milhão a pesar na folha de pagamento.

Felipão, pelo que já fez, realmente estava devendo. Teve consciência disso, e, como bom gremista, pediu as contas.

Se ele não tomasse a iniciativa, duvido que a direção do clube o fizesse.

Felipão tomou a decisão pelo presidente Romildo Bolzan, que dificilmente demitiria a ‘entidade’ Felipão que só voltou ao clube atendendo apelo de Fábio Koff.

De certa forma, Felipão prestava um favor remunerado, e trazendo outros três profissionais a reboque.

É preciso destacar ainda que Felipão teve grandeza para atender pedido de Koff, para seguir no comando mesmo sabendo que o clube não faria grandes investimentos – de cara perdeu dois centroavantes – e também, e principalmente, ao facilitar as coisas para Bolzan, pedindo demissão.

Enfim, é um dia triste.

Partiu Felipão treinador, mas fica para sempre o ídolo de grandes conquistas.

SUBSTITUTO

Poderia especular aqui muitos nomes. Se o Cruzeiro for eliminado da Libertadores, Marcelo Oliveira ficará desempregado. Seria o caso de tentar sua contratação, embora seja um profissional muito caro, em torno de 650 mil mensais.

Fora ele, não vejo ninguém que não possa ser considerado uma aposta. Aqui, no futebol gaúcho, vejo o Rogério Zimermann, que além de tudo é gremista.

De fora, lembram do Juninho Paulista. Há quem cite técnicos identificados com o Inter. Cada um, cada um.

Falam muito em Cristóvão, que a meu ver tem uma trajetória mediana. Difícil entender por que é tão lembrado.

É claro que seu nível de rejeição é baixíssimo, especialmente porque nunca treinou o Grêmio. Mas ele ao que parece está bem cotado.

Aposta por aposta, ficaria com Adilson Batista, o capitão América.

Agora, se quisesse acertar na mosca: Renato Portaluppi. Com esse grupo, só ele mesmo pra dar conta.

Roth, não; Roth é um perigo.

DIRIGENTES

A lamentar, também, que Rui Costa continue. Ele teve alguns acertos, mas errou bem mais do que acertou.

Salvo engano, foram 40 contratações.

Eu ainda acredito em Felipão

Quando o técnico Luís Felipe Scolari diz que o time do Grêmio não é superior aos times da Ponte Preta e do Coritiba, imagino que ele esteja se incluindo nessa avaliação.

Como se sabe, o técnico não ganha sozinho nem perde sozinho. Vale o mesmo para o time que ele dirige. São partes de um todo.

Se for assim, Felipão se incluindo, concordo que realmente o futebol que o Grêmio anda apresentando ao longo deste ano, com raras exceções, é de uma equipe de porte médio da série A do Campeonato Brasileiro. Uma equipe que sonha com uma vaga na Libertadores, mas está vocacionada a levar apenas um lugar na Sul-Americana e, se vacilar, pode despencar no abismo da segundona.

Esse é o Grêmio que vimos jogar contra a PP e o Coritiba: uma equipe média com um treinador que, apesar de sua reconhecida capacidade, está fazendo um trabalho apenas mediano.

Não é nenhum desastre como disparam alguns, mas também está longe de ser um trabalho que pode esperar-se de um técnico com o currículo de Felipão.

Felipão está deixando a desejar tanto quanto o time.

O time que foi entregue a Felipão é carente de um modo geral, o que atenua um pouco a responsabilidade do treinador.

Se é incontestável que alguns jogadores não podem ser titulares do Grêmio, é verdade também que Felipão tem cometido erros, e eu os tenho destacado aqui com muito pesar.

No jogo de sábado, em Curitiba, não concordei quando ele colocou Éverton. Era o momento de mandar a campo alguém com experiência e qualidade técnica para arrumar o meio de campo, Douglas.

Concordei quando antes, logo após levar o primeiro gol, ele sacou Júnior, que estava mal como no jogo anterior, para colocar um atacante, Mamute. Incrivelmente li críticas ao treinador que, perdendo o jogo, sacou um lateral que nada acrescentava para reforçar o ataque com alguém que está sendo festejado por muitos.

Mamute, aliás, não jogou absolutamente nada. Assim como quase todos os jogadores do time. Luan foi um raio de luz na escuridão ofensiva.

Giuliano, que corre muito e pensa pouco, teve chance de fazer um gol que poderia mudar o rumo do jogo. Mas ele perdeu a chance, talvez com medo de assumir a responsabilidade, entregando, mal, a bola para Mamute. É inaceitável que um jogador experiente como Giuliano tenha feito o que fez, tendo todas as condições de marcar preferir o passe.

Mas nem por isso vamos decretar que Giuliano é ruim, que não serve. Giuliano já mostrou qualidades e merece ser prestigiado. Agora, ele não pode ser o articulador do time, o pensador do meio de campo. E aí Felipão erra de novo. Tem errado demais o Felipão em cima de um time realmente insuficiente.

Qualquer percebe que o time foi mal concebido, e aí a responsabilidade maior é dos homens do futebol, da direção do clube.

Dia desses, comentei sobre os volantes que vêm jogando. Nenhum deles tem a pegada e a garra de Ramiro. Vejamos o melhor deles no momento: Walace. No primeiro gol do Coritiba ele permitiu que o jogador cruzasse. Ele correu com a elegância de sempre, mas com o freio de mão puxado, enquanto o adversário foi ao fundo e cruzou. Ramiro, nesse lance, teria sido mais veloz, porque é mais veloz, e tentado um carrinho para interceptar o cruzamento. Estou convencido de que nunca verei Walace dar um carrinho numa situação como essa. Nem ele nem Maicon, que, aliás, caiu de rendimento sem Ramiro para garantir a pegada e a ‘mordida’.

O PGV está fazendo falta, e não é de hoje. Pra ver como o time tem carências.

Bem, há muita coisa a ser mudada. Imagino que teremos novidades nos próximos dias.

Por enquanto, ao contrário de alguns, ou muitos, continuo levando fé em Felipão. Menos do que antes,muito menos. Mas eu ainda acredito em Felipão.

A injustiça contra Mamute

Eu começava a escrever sobre a ‘informação’ de que Mamute havia sido cortado da seleção por indisciplina quando abro o corneta do RW. Gostei tanto que reproduzo aqui. Penso que esse tipo de coisa não pode ficar assim sem qualquer reação. Na verdade, caberia ao Grêmio uma posição forte contra o boato originado no programa Sala de Redação e que logo se alastrou como fogo no capim seco. Afinal, trata-se de um jovem jogador, em plena ascensão, que vê seu nome enlameado dessa forma. Mamute é, além de um ser humano digno de todo respeito e consideração, um patrimônio do clube.

Não espero que o Grêmio faça alguma coisa em protesto.

Menos mal que o jornal Zero Hora, impresso, já desmentiu o boato. O site clicrbs mantém a ‘notícia’ neste momento, 10h30 deste sábado, dia 15. Confiram:

http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2015/05/guerrinha-mamute-foi-desconvocado-da-selecao-sub-20-por-indisciplina-4761393.html

Confiram também o texto impecável do RW:

Foi no minuto 34:18 do Sala de Babação.
Disse que Mamute não teria cumprido “as ordens do treinador na quarta-feira”
E que teria “repetido a atitude novamente”
Mais tarde no mesmo programa Justo Guerra descreve com riqueza de detalhes o suposto diálogo do treinador com Mamute..
As 14:50 saiu no ZH digital.
As 15:05 foi ATUALIZADA a noticia no ZH digital.(veja em vermelho) dizendo que não há informações detalhadas sobre os atos que levaram a desconvocação do atacantes.
Deu racha no vestiário da avenida Ipiranga.
Muito estranha esta versão de Justo Guerra.
Em Porto Alegre descobriu(?) o que aconteceu no centro pais.
Percorri durante à noite vários sites esportivos.
Nenhum deles relata a suposta indisciplina de Mamute.
Vi um programa da ESPN e nenhum jornalista refere qualquer ato de indisciplina do jogador gremista.
Guerrinha divulgou detalhes no Sala de Babação.Está claro no programa.
A própria ZH digital atualiza a matéria e diz que “não há detalhes”.
O áudio do Sala e o link com a ultima atualização do Sala de Babação estão no final do post.Comparem.
Justo Guerra é uma figura conhecidíssima no Parque da Redenção.
Estamos acostumados com seu “modus operadi”.
Divulgava com maestria as podridões do vestiário do Grêmio de Luxemburgo.
No lado vermelho bota o pé freio nas noticias bombásticas.
Já informou (várias vezes) que recebe telefonemas de seu amigo Dalessandro.
No Parque de Redenção este telefone é conhecido como o “telefone vermelho do Juiz Dalessandro”
Resultado de imagem para telefone vermelho
Neste ano Justo Guerra teve um faniquito histórico.
José Alberto Andrade disse que estavam querendo derrubar Diego Marlon Brando Aguirre.
Justo Guerra saltou e gritou: “Não é Dalessandro!”
Repetia:
“Não é Dalessandro”.
Insinuou que sabia quem estava tentando derrubar o Marlon Brando.Mas ficou de bico calado.
Resultado de imagem para bico fechado
Ontem no inicio da tarde escrevemos um post contando outras histórias de Justo Guerra.Basta ir em postagens anteriores.
por zhesportes
15/05/2015 | 14h50min · Atualizada em 15/05/2015 | 15h05min
“Não há informações detalhadas sobre os atos que levaram à desconvocação do atacante”.

http://zh.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2015/05/guerrinha-mamute-foi-desconvocado-da-selecao-sub-20-por-indisciplina-4761393.html
http://videos.clicrbs.com.br/rs/gaucha/audio/radio-gaucha/2015/05/122554/

Grêmio vence e Inter segue protegido pelos ‘deuses do futebol’

Começo a escrever depois de ver um golaço de Valdívia e outro golaço maior ainda de D’Alessandro, além de um gol anulado do Atlético que na área oposta seria confirmado, porque puxões e empurrões na área em escanteios ocorrem sempre e só são assinalados quando o árbitro quer.

O Inter está garantindo sua classificação, encaminhada em Belo Horizonte com o empate por 2 a 2.

O Grêmio, assim como o Inter, atingiu seu objetivo nesta quarta-feira de muito futebol. O adversário era o CRB, adversário teoricamente fraco que o Grêmio, com sua nova formatação, confirmou ser fraco também na prática. Já houve casos, e recentes, em que o Grêmio se deu mal contra adversários iguais ou até piores.

Portanto, é preciso parar com esse coitadismo e enaltecer a grande vitória por 3 a 1 no campo, ou potreiro, sobre o time alagoano.  Ainda mais que o Grêmio com três volantes – vejam só! – chegou aos 3 a 0, e poderia ter feito mais, até passar àquela etapa do ‘precisamos administrar a vantagem’.

Na real, a estratégia foi correta. Afinal, há um jogo sábado em Curitiba pelo Brasileirão. Então, nada mais razoável do que diminuir o ritmo. Mas não precisava diminuir tanto. O CRB passou a ameaçar.

Luan, no final, poderia ter feito mais um em grande jogada de Douglas – ele ainda pode ser útil como alguém que entra no decorrer do jogo -, mas o guri exagerou na sofisticação e mandou por cima. Mesmo assim, foi o grande destaque do jogo.

Depois dele, outro guri, o PedroRocha. Ele fez um gol em jogada individual e outro num cruzamento do craque do jogo, Luan.

Aí eu fico me perguntando onde andava Pedro Rocha quando o time precisava dele, por exemplo, nos grenais?

Alguém precisa explicar o que aconteceu. Não prestava e agora entra para fazer dois gols e mostrar bom futebol.

Bem, o importante é que o esquema com três volantes mostrou que não é tão defensivo quanto pensam alguns. Depende muito de quem são os volantes. No caso do Grêmio, são jogadores com boa técnica e boa transição defesa-ataque.

Demorou, mas Felipão parece estar encontrando uma forma mais competitiva e realista, mais adequada aos jogadores que ele têm à disposição.

Aliás, algo que eu já vi faz tempo.

INTER E A QUARTA ENTREGADA

Termino este texto com o Inter vencendo por 3 a 1, com o Atlético dominando e fazendo por merecer não apenas o empate, mas a vitória. Mais uma vez, uma entregadinha do adversário, a quarta em quatro jogos seguidos.

Realmente, os deuses do futebol, ou como isso tudo pode ser chamado, estão conspirando a favor do Inter.

Sem contar que quase no final do jogo houve um pênalti sobre Jõ, puxado na área por Juan. Até o Márcio Chagas viu esse pênalti, algo raro.

Então, o mesmo puxão/empurrão que serviu para anular o gol do Atlético não serviu para dar pênalti para o Atlético quando o jogo estava 2 a 1.

Deve ter sido muito bom o churrasco…

O desafio do dirigente e a churrascada

O diretor de futebol do Grêmio participou de um programa na rádio Grenal, onde lançou um repto ao torcedor gremista: que indique um centroavante bom e bato.

Pode ter sido em tom de ironia, algo descabido para quem comanda um setor do clube que acumula equívocos.

Foi, sem dúvida, uma provocação. Uma provocação inoportuna.

Cabe ao dirigente buscar soluções, não transferir responsabilidades ao torcedor. O torcedor já faz muito pagando mensalidades e ingressos para em troca obter migalhas de alegria e um bastantão de decepções e frustrações.

Fico me perguntando se os dirigentes do Grêmio tiram a bunda da cadeira – estofada, claro – e os olhos de DVDs produzidos para encantar, para realmente sair em busca, ralar mesmo, atrás de jogadores que realmente possam reforçar e agregar qualidade ao time.

A gente sempre lembra da segunda divisão paulista. Mas outros campeonatos por aí. O Mineiro, por exemplo.

Será que a Caldense, vice-campeã na terra do Atlético e do Cruzeiro, não tem um jogador sequer que sirva? Sinceramente, não tenho a menor ideia. Mas os dirigentes devem ter a resposta na ponta língua. Caso contrário, entreguem seus cargos.

Aí fui atrás seleção do campeonato mineiro 2015.

Como diria o Jânio Quadros, ei-la:

Goleiro
Rodrigo (Caldense)

Lateral-direito
Marcos Rocha (Atlético)

Zagueiros
Marcelinho (Caldense)
Jemerson (Atlético)

Lateral-esquerdo
Bryan (América)

Meio-campo
Leandro Donizete (Atlético)
Yuri (Caldense)
Arrascaeta (Cruzeiro)

Atacantes

Luiz Eduardo (Caldense)
Lucas Pratto (Atlético)
Leandro Damião (Cruzeiro)

Técnico
Léo Condé (Caldense)

Craque do Mineiro
Lucas Pratto (Atlético)

Uma observação: Tiago, da Caldense, teria sido melhor que Arrascaeta, que foi escolhido porque, lá como aqui, falar espanhol faz a diferença.

Pois esta é a minha contribuição. Se quiserem mais, me chamem que eu varro este país e garimpo jogadores bons e baratos, e até bonitos.

Ao desafio, respondo com outro desafio. Deixem comigo que eu encontro, com ajuda dos botequeiros,  jogadores talentosos e que não falam espanhol.

CHURRASCO

Rumores de que Noveleto, Fernando Carvalho e outros menos votados ofereceram churrasco para a direção da Conmebol. Pode não haver maldade alguma nisso, claro, mas que é uma situação suspeita, é. A consequência do festival de costela e picanha pode aparece nesta noite.

VOLANTES

Finalmente, Felipão parece ter optado pelo esquema que venho defendendo há tempo aqui: três volantes. Não porque eu não goste de dois volantes e dois meias, mas porque não vejo nos meias do time capacidade física e velocidade para exercer a função como se exige hoje, com marcação e saída rápida ao ataque.

Felipão parece decidido a colocar Luan como referência no ataque, algo que defendi principalmente para o segundo Gre-Nal.

Se ele confirmar isso, o Grêmio é capaz de liquidar essa fatura hoje mesmo.

Vem aí o esquema com três volantes

O Grêmio esteve com a vitória duas vezes em suas mãos, ou em seu pés. Ficou no 3 a 3 com a Ponte Preta, que não é essa porcaria toda que tentam passar, porque foi muito bem no Paulistão.

O primeiro problema é estar vencendo por 2 a 0 – esses dois gol por si só já são uma proeza para quem não está acostumado com esses excessos – no segundo tempo tempo, e levar dois gols em três minutos.

Uma pausa: o segundo gol, marcado pelo bom atacante Rildo, foi um vacilo indecoroso de, salvo engano, Gallardo. A bola foi chutada, rasteira, para a área exatamente na direção dele, que ficou estanque, permitindo a antecipação de Rildo. Assim não dá.

Outro problema é arrancar um terceiro gol – quase um milagre para um time acostumado com a escassez ofensiva – e depois, nos últimos segundos, levar o empate.

Aqui outro aparte: Felipão comentou isso na coletiva, de estar na frente, com a bola em seus pés, e ainda entregar.

Chamou-me muito a atenção o fato de Douglas, ao bater o segundo escanteio seguido aos 3 minutos dos acréscimos, tenha chutado para a área tentando o gol olímpico tendo Luan ao seu lado pronto para receber e enrolar até o apito final. Estranhei muito isso, ainda mais partindo de um cara experiente.

Pois bem, a bola ficou com a Ponte Preta, que foi à moda miguelão ao ataque. Aí a marcação vacilou, uma bola chutada para a frente caiu nos pés da Ponte Preta, quando o certo era o jogador do Grêmio ter mandado para a lateral. Nesses ‘longos’ segundos aconteceu o empate. Coisa de time pouca prática.

Mais um problema: o melhor jogador do time contra a PP está indo embora. Mamute fez dois gols e algumas boas jogadas. Agora, ele sai pra defender a seleção sub-20. E o Grêmio fica com quem para o ataque?

TRÊS VOLANTES

Acabou a brincadeira. Felipão deu a entender que vai reforçar o time do meio para trás, algo que ele deveria ter feito faz tempo, conforme eu preconizei inúmeras vezes. É o fim do time faceiro, de marcação débil, contemplativa. Desde a lesão de Ramiro que o Grêmio não tem um volante pegador, mordedor.

Alguns defenderam que Felipão deveria ter jogado com Walace e Maicon, nunca com Felipe Bastos, nos grenais. Pois bem, Walace jogou neste domingo das mães como titular, ao lado de Maicon. O time levou três gols. Walace é ótimo jogador, um volante praticamente pronto, mas não é solução ele ficar sozinho ao lado de Maicon ou de Felipe Bastos. Talvez ao lado de um Ramiro pudesse dar certo.

Mas o mais sensato agora é armar o time com três volantes. Felipão declarou após o jogo que no Gauchão dava para jogar sem tanto cuidado, mas agora no Brasileirão, diante de times mais qualificados, isso se tornaria muito complicado.

O diabo é que ele demorou a se tocar disso. Já nos grenais poderia ter armado um time mais reforçado contra o Inter, ou seja, três volantes.

Percebi que ele tentou reforçar o setor fazendo Giuliano recuar e marcar mais atrás. Não deu certo. Giuliano se atrapalhou todo na saída de bola. Sem contar que tem pouca velocidade para puxar contra-ataque com a bola dominada. Diferente, por exemplo, de um Valdívia ou de um Sascha.

Então, preparem-se ofensivistas: estão voltando os três volantes.

Se com dois volantes o time foi uma peneira contra a Ponte, e antes com o Inter, o que dirá mais adiante contra adversários melhores que a Ponte Preta.?

Felipão está criando juízo.

PREPARAÇÃO FÍSICA

Já há comentários sobre a preparação física do time. Não entendo muito do assunto. Aparentemente, o rendimento físico cai no segundo tempo. É outra coisa a ser avaliada. O problema é que o preparador Darlan é sobrinho de Felipão. Mas se houver um diagnóstico de que a preparação é falha, então que se troque de preparador.

INTER

O time reserva do Inter até que tentou, mas não resistiu ao Atlético Paranaense. Walter foi o grande destaque do jogo. Hoje, ele faria sucesso no Grêmio.

Os três pontos perdidos nessa derrota por 3 a 0 em Curitiba podem fazer falta ao time que mais uma vez é apontado como um dos favoritos ao título.

‘Grêmio é o Grêmio porque é o Grêmio’

Mais um Campeonato Brasileiro em nossas vidas. E mais uma vez o Grêmio entra sem grandes expectativas, envolto em incertezas e indefinições, o que resulta em medos profundos, angústias e calafrios.

Agora, como decretou o grande Hélio Dourado: “O Grêmio é o Grêmio porque é o Grêmio”. Não sei exatamente o que significa essa frase, mas é mais profunda que uma outra, esta do Dino Sani: “No futebol se ganha, se perde e se empata”, não necessariamente nessa ordem.

O Grêmio até poderia mudar a frase diante do que tem ocorrido já faz tempo: “No futebol se perde, se perde e se perde, às vezes de forma ilícita”.

Refletindo sobre a frase de Dourado, que suprime os érres e fica Guêmio.

O Grêmio é superior a ele mesmo, está acima de tudo, de todas as forças, é capaz de superar as maiores adversidades. Acho que é isso que o presidente que me tirou do fundo do poço em 1977 e me levou ao êxtase em 1981 quis dizer. Nada pode ser maior que o Grêmio, que é preciso sempre acreditar na força desse clube. E como não acreditar se, mesmo nesse período de seco, o Grêmio cresce e avança impulsionado por sua fabulosa torcida.

Então, apesar de prognósticos sombrios de alguns setores e um certo pessimismo de todos nós, não há por que duvidar que o Grêmio ainda festeje um grande título neste ano.

Temos a Copa do Brasil e o Brasileirão, que começa neste domingo, às 11h, na Arena, em pleno Dia das Mães, no horário em que se costuma sair para almoçar com essas mulheres tão especiais e a quem devemos tanto. O público não será aquele que o Grêmio precisa para começar bem, mas dá para passar por cima também dessa sacanagem armada, provavelmente, por algum colorado com poder para definir datas e horários de jogos. O RW costuma repetir o nome dele. Mas pode ser pura paranoia nossa…

Bem, sinceramente não me preocupo com o time que começa o jogo. Se entrar este e sair aquele não vai fazer grande diferença.

O fundamental é que o Grêmio jogue um futebol de muita pegada, velocidade e objetividade. Sem aqueles toques de bola irritantes e infrutíferos.

Está na hora de Felipão armar o time com a cara dos anos 90.

Aí sim os temores poderão dar lugar à esperança.

TEM GOL

Tuitei ontem que a sala de imprensa do CT do Grêmio levará o nome do plantão das multidões, Antônio Augusto, que nos deixou faz pouco.

Justa homenagem a esse gremista que marcou seu nome na história do rádio gaúcho e brasileiro.

Os entregadores e os deuses do futebol

Uma entrada domingo, outra na quarta, e assim vai o Inter, abençoado pelos deuses do futebol, deuses que um dia foram gremistas. Nunca esses deuses, de quem tanto falava o grande narrador Milton Jung,  ajudaram o Grêmio como ajudam hoje o Inter.

Não vou nem falar no pênalti do Aranguiz, referido em detalhes pelo RW em sua corneta infalível. Nem vou cobrar expulsão do chileno pelo pontapé sem bola por trás no adversário.

Os deuses do futebol vestiram a camisa do Inter.

O dado concreto é que o Inter empatou por 2 a 2 com o Atlético e está com um pé na próxima fase.

A continuar assim, vai ser tri da América.

Dito isso, passo a palavra pra um grande jornalista e gremista: Raul Rubenich. Deleitem-se!

https://raulrubenich.wordpress.com/2015/05/05/historias-de-um-aposentado-gremista/

Aposentado tem direito a alguns ócios que não imaginaria possíveis quando ainda empenhado na busca do famoso sustento nosso de cada dia (isso não significa, pelo menos no meu caso, que a busca essa tenha terminado, muito antes pelo contrário…). Ainda mais quando esse ócio ajuda a esquecer a nova decepção sofrida no fim de semana por gremistas em geral, aposentados ou não.
Permitam-me, então, contar algumas dessas delícias. Sempre ligado no futebol, mas querendo esquecer situação a que, há tanto tempo, somos submetidos pelo antigo Glorioso, coincidiu que, por esses dias, estejam em andamento os jogos decisivos da Champions’s League, a copa maior dos europeus. E isso me foi lembrado pela história que envolve o filho de nossos vizinhos Fernando e Isabel, o Augusto, gremistinha desesperado, por supuesto. Pois, fiquei sabendo que, domingo, indignado com mais um fiasco do nosso time, ele arrancou a camisa já no primeiro gol do “inimigo”, e, mesmo gripado, não quis mais vesti-la de novo, furioso que estava, com toda a razão. Eu nem sabia que ele gostava tanto de futebol, apesar de entender que, logicamente, está mais do que cansado de sempre acabar perdendo.
Mas, como gosta também de futebol, o Augusto já arrumou um “remédio” para a sua crise, e inclusive conseguiu manejar a situação. Acontece que ele tem aulas à tarde, e, nesta terça-feira, tinha inclusive uma prova. Por isso mesmo, não fez nenhum pedido para “matar” a aula, deixando Juventus x Real Madrid para trás, desde que pudesse ficar em casa amanhã, quarta-feira, dia de Barcelona x Bayern. Para quem irá torcer? Parece que vai ficar com aquele que fizer mais gols, só pra voltar a sentir o gosto de uma vitória. Sabidão o Augusto, né mesmo?
Essa história do torcedor mirim cansado de perder me chegou antes do jogo em Turim, no estádio da Juventus, e resolvi, como bom aposentado, representar o Augusto na torcida. Minha mulher, a Celia, foi visitar a mãe dela, Dona Olívia, minha sogrinha, na geriatria. E de lá me ligou, perguntando qual era mesmo o canal que passaria o jogo. Surpreso com a pergunta, ela me disse que era informação para outro hóspede da geriatria, interessado na partida e que não sabia como sintonizar o canal correto. É o 570, a ESPN em ação, informei, e ela passou a notícia adiante. Aqui, é claro, estou fazendo um merchandainguizinho para a clínica e, mais importante, para o canal esse. Eles merecem, sua especialização em transmissões como essa permite a nós – aqui tomo a liberdade de falar em nome de todos os gremistas aposentados em busca de um futebol que nos faça lembrar de como era bom, quando a gente ganhava – não ficar só na dependência da Globo. Pode não fazer efeito algum, o “merch” esse, mas é merecido…
A terceira história serve para lembrar que nem só de ócios curativos de males gremistas é feita a rotina de um aposentado. Pelo contrário. Mas, especificamente, quebrei um dente segunda-feira à noite, enfrentando um pinhão que tinha tudo para ser uma delícia. Ainda bem que pude recorrer ao Dr. Paulo Renato, dentista, que me atendeu na “madrugada” (10h15min da manhã sempre foi madrugada, nem precisei me aposentar pra saber disso…). Também gremista, ele estava numa dúvida cruel: será que a gente consegue virar colorado, a essa altura? É que, do jeito que está, ele acha que até a mãe dele, que era colorada e ficou gremista, acabaria trocando de novo a “casaca”… Mais ainda, ele entende que será difícil levar pro Grêmio o filho dele, se a coisa continuar como está pelas bandas do Humaitá. Dúvida cruel, Dr. Paulo…
A história final diz respeito a uma cena mostrada pela ESPN antes da reentrada de juventinos e madridistas para o segundo tempo. Estava o goleiro do Real à espera dos companheiros, à saída dos vestiários, quando chegou seu colega do Juventus que fez questão de cumprimentá-lo com toda a cordialidade. E aí me lembrei da pauleira que, apesar de todos os esforços para transformar a torcida grenal em amigos, amigos, futebol à parte, mas mesmo assim lugar que se pode frequentar acompanhado dos “adversários”, por aqui não há jogo em que pelo menos uma parte ínfima das respectivas torcidas não acabe cometendo atos tão lamentáveis quanto os registrados nesses dois últimos jogos – na Arena e no Beira-Rio. Sim, houve quebra-quebra nos dois estádios, o que só serve para lamentarmos ainda mais a continuação desses despautérios.
Quanto ao jogo em si, na TVganhou a Juventus, 2×1 (escore que me persegue…) , o Real terá de ser muito menos preguiçoso (isso faz lembrar um time que existe por aqui. Ou não?) no jogo de volta, se quiser continuar nessa copa. Nesta quarta-feira tem outro jogo com tudo para ser apreciado. Eu, como aposentado gremista, apesar de tudo, estarei – se não quebrar outro dente por aí… – firme à frente da telinha. Desta vez, sabendo que o Augusto poderá se consolar torcendo para um time ganhador. Ou vai dar empate? Sei lá.

As ironias do futebol e o tiro no pé de FC

A vida é marcada por ironias. O futebol mais ainda. Estou ali me inscrevendo para o Cartola e deparo com a seguinte informação: Marcelo Grohe e Victor largam como os goleiros mais valorizados, mais caros.

Não é uma ironia, uma ironia fina? O goleiro que praticamente foi execrado por grande parte da torcida do Grêmio está hoje ao lado do seu sucessor como goleiro mais caro do Cartola.

Dois grandes goleiros. Grohe parece ser superior ao Victor, parece, mas o goleiro do Atlético está eternizado como o grande herói da Libertadores de 2013.

Grohe talvez nunca chegue lá, a julgar como andam as coisas no Grêmio, que não consegue festejar nem Gauchão.

Sei de gremistas que não gostam do Grohe. Sério. É só ler comentários de tempos atrás ou dar uma passada no twitter. Não agora, porque os que conseguem ver defeito no Grohe no momento estão atrás da moita. Aos poucos, porém, o goleiro gremista, o jogador que evitou uma goleada domingo, está conquistando também seus críticos. Mas sempre vão sobrar os mais renitentes, que não dão o braço a torcer de jeito algum.

Futebol tem muito disso: as pessoas se abraçam às suas teses e não há fato que as demovam.

Grohe venceu resistências graças aos seus desempenhos em Grenais, justamente o ponto fraco de Victor, infeliz em dois ou três clássicos. Ninguém lembra os outros que também fracassaram. Já as falhas de um goleiro em jogos decisivos, ainda mais em Gre-Nal, ninguém esquece.

Nem os colorados. É o caso do ex-presidente do Inter, Fernando Carvalho. No programa Sala de Redação, talvez ainda eufórico com a conquista do Gauchão, Fernando Carvalho deu munição ao Atlético Mineiro.

O hoje radialista esqueceu por momentos de sua representatividade como ex-presidente vitorioso – uma espécie de oráculo para os colorados –  e disparou um tiro no próprio pé:

– O Victor treme diante da camisa vermelha.

Wianey Carlet e Castiel reforçaram dizendo que o problema do Victor é com D’Alessandro.

Fernando Carvalho se deu conta da mancada e tentou corrigir. É tarde.

Conhecido por usar conteúdos dos meios de comunicação com críticas ao Inter para incendiar o vestiário na véspera de grandes jogos, Fernando Carvalho sabe muito bem o impacto que esse tipo de coisa provoca entre os jogadores. Tentou remendar, mas é tarde.

A história já repercutiu em Belo Horizonte. Sem querer, o mestre dos artifícios para motivar sua equipe acabou, por um instante de soberba, municiando o inimigo para o jogo desta quarta-feira.

São as ironias do futebol.

GRÊMIO

Depois de ler e ouvir análises de gremistas, constato que há quase um consenso que é urgente reforçar (mudar) o time nas seguintes posições:

lateral-direito, meia-esquerda e dois atacantes

INTER

Leio e ouço análises de colorados entusiasmados com os primeiros 30 minutos do Inter no Gre-Nal. Sem tirar o mérito dos atacantes colorados, ouso dizer que essa moleza que Felipão deu com seu esquema ufanista e afrescalhado não irá se repetir tão cedo.  Felipão contribuiu para que o Inter fizesse sua melhor partida no ano, consagrando Diego Aguirre. A liberdade e o espaço que Valdívia teve domingo não irão ocorrer contra o Atlético. É só um alerta para evitar decepção profunda.