Libertadores, enfim sós!

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?

Poesia numa hora dessas? Este clássico do grande Carlos Drummond de Andrade me ocorreu agora, quando pensava em como abrir este comentário sem ser duro demais, nem duro de menos.

Encontrar o tom certo para escrever sobre mais uma competição perdida não chega ser uma coisa fácil. Ainda mais que tem outra logo adiante.

Pensei no poema E agora, José? (não deixem de ouvir a composição de Paulo Diniz, sucesso nos anos 70 em cima dessa letra) porque ele reflete um pouco da perplexidade – e angústia – de toda a torcida gremista nesse momento em que o time consegue a proeza de ser eliminado por um time da série C, um time que será saco de pancadas na fase final do campeonato regional.

Sim, o Grêmio fez uma grande partida neste domingo. Venceu o segundo tempo do jogo de 180 minutos por 3 a 1, mas foi absolutamente incompetente para fazer um mísero golzinho no primeiro tempo, no Jaconi.

Um golzinho chorado que o Juventude teve competência para marcar enquanto os jogadores e a sofrida torcida tricolor ainda comemoravam o segundo gol.

Um gol marcado pelo esforçado Roberson, aquele que fez um gol pelo Grêmio no Flamengo no Maracanã quando só a derrota interessava. Roberson ouviu poucas e boas. O atacante teria lembrado esse episódio que o deixou marcado ao comemorar dois gols no ex-clube?

A rigor, Roberson e o goleiro Elias eliminaram o Grêmio. O goleiro do Juventude foi o melhor em campo. Aliás, tem sido assim. O Grêmio anda consagrando goleiros.

Por falar em goleiro, foi comovente o esforço de Marcelo Grohe que se jogou ao ataque nos minutos derradeiros para ajudar na busca do quarto gol. Com certeza ele tentava compensar a má atuação em Caxias, onde errou feio num gol – pra ver a importância de um gol no mata-mata.

No final, ouvi uma entrevista desse grande goleiro que hoje é atacado nas redes sociais por gremistas que sempre encontram nos goleiros – Vitor é outro exemplo – a culpa de anos e anos de frustrações acumuladas.

Grohe me lembrou Baltazar, que disse antes do golaço marcado em 1981, no Morumbi, após uma sequência de jogos sem marcar:

– Deus está reservando algo melhor para mim.

O goleiro gremista, ainda abatido, comentou:

– Algo melhor deve estar sendo reservado para nós.

Referia-se, claro, à Libertadores.

Pois é onde quero chegar.

Chega de choradeira, de caça às bruxas, de buscar culpados – até porque a gente sabe onde encontrá-los.

O que importa agora é lotar a Arena na quarta-feira para vencer o Rosário Central, que vem sendo tratado por setores da mídia terrorista como uma espécie de Barcelona argentino.

O Gauchão ficou no passado. Futebol é assim.

O que importa é sempre o jogo seguinte. Ainda mais se for por uma competição superior, para poucos. Vamos ao que realmente interessa. 

Libertadores, enfim sós!

Gauchão agora é prioridade absoluta

O Grêmio deve priorizar mesmo o Gauchão. É duro ter de admitir, mas o time construído não tem condições de conquistar a Libertadores.

Fora isso, a caxumba tirou dos gramados o melhor jogador do time, Geromel, o único zagueiro qualificado do grupo.

Nem é bom lembrar que outro talento, Miller Bolanos, não foi devidamente aproveitado em função de uma cotovelada.

Outra coisa: apesar de várias tentativas, não foi contratado um lateral direito à altura das exigências de uma Libertadores.

Sem contar que o lateral-esquerdo esqueceu o futebol jogado no ano passado, e hoje é conhecido como Avenida Marcelo Oliveira.

Então, são situações que contribuem para fragilizar o Grêmio na Libertadores, ameaçando inclusive essa competição menor, que é o Gauchão.

Mas pelo jeito é que o resta.

Então, para não terminar o ano de novo sem um título, fora os do cartório, o Grêmio tem de ir para o jogo contra o Juventude com o que possui de melhor na opinião do técnico Roger Machado.

Ganhar do Juventude e ir para a final da competição administrada pelo colorado tornou-se obrigação.

Condições para isso o Grêmio tem, e de sobra, ainda mais se contar com apoio de sua torcida, sempre presente nos bons e nos maus momentos.

 

 

 

Grêmio buscou o empate, levou a derrota

O Grêmio tem tudo para reverter o placar de 2 a 0 ocorrido ontem em Caxias do Sul.

Para isso, são necessárias cinco coisas:

– que seja estancado o inaceitável e varzeano surto de caxumba que vem desfalcando o time;

– que a defesa pare imediatamente de levar gol de cabeça – cabe ao técnico corrigir isso;

– que sua zaga faça como as demais – inclusive como a do Ju -, marque um golzinho de cabeça de vez em quando;

– que os laterais consigam ir ao fundo para fazer um cruzamento razoável para o centroavante aipim;

– e que o técnico Roger seja mais efetivo nas substituições.

Pelo que vi do Juventude, se o Grêmio não levar gol de cabeça domingo terá meio caminho andado para vencer, e vencer sem dificuldade.

Até porque, diferente de ontem, vai jogar pela vitória, não por um pontinho fora. 

Nesse jogo modorrento no Jaconi, o Juventude praticamente não ameaçou o goleiro Grohe, que em todo o jogo fez duas defesas importantes – contra nenhuma do goleiro rival -, evidenciando a pobreza franciscana do tricolor, que parece mesmo ter entrado para jogar por uma bola.

Então, em resumo, se o Grêmio não sofre os gols de cabeça teria voltado com um empate, encaminhando a classificação.

Mas os gols aconteceram. No primeiro, Grohe falhou ao soquear não soqueando uma bola alçada. No segundo, mérito para o zagueirão do Ju, auxiliado pela indecisão dos zagueiros gremistas.

Não adianta nem lamentar a ausência de Geromel. Ele faz falta, muita falta. Mas não é possível que o Grêmio não tenha pelo menos um zagueiro próximo do nível de Geromel, dependendo de zagueiros que hoje disputariam posição com os zagueiros do Juventude. E perderiam, porque sequer fazem gol de cabeça.

Temos, então, um problema grave na montagem do grupo para este ano de Libertadores. Alguém acredita que o Grêmio tem alguma chance de título se depender de uma zaga sem Geromel?

Sobre o time que entrou em campo ontem. Foi um time misto, é fato. Mas conheço muita gente que considera Marcelo Hermes, por exemplo, titular.

Nem vou perder meu tempo falando no lateral direito, o Wallace Oliveira. Saudade do Pará… A que ponto chegamos?

Sei de gente que defende a titularidade de Lincoln (eu inclusive), Pedro Rocha e Éverton. Para esses, o time que jogou era praticamente o titular.

O fato é que esse time, na verdade misto mesmo, não funcionou. Teve alguns lampejos, mas fruto de individualidades, não do coletivo.

No jogo da volta, ao que tudo indica o Grêmio terá o time titular, ao menos o time titular de Roger.

Será um time mais acostumado a jogar junto, ao ritmo de Douglas, diferente do que jogou no Jaconi.

Sinceramente, não vejo grandes vantagens do time titular de Roger em relação ao de ontem.

E nesse time Douglas tem cadeira cativa.

SUBSTITUIÇÕES

Não gostei da substituição de Lincoln por Bolanos. Primeiro, acho que Bolanos deveria ter entrado apenas nos minutos finais, e como atacante, não como meia.

Lincoln deveria ser mantido. Não estava tão bem, mas sem ele, o time ficou sem articulação.

Roger percebeu seu erro e depois colocou Luan para fazer a articulação, corrigindo o erro.

Penso que Giuliano deveria ter entrado para dar mais consistência ao meio campo e aí partir em busca dos gols.

Hoje, há quase um consenso no sentido de que o jovem técnico gremista tem dificuldade nas substituições.

Ah, e também para ajustar a zaga nos escanteios. 

 

 

Grêmio vence o Toluca sem sustos

O Grêmio não chegou a jogar bem, mas jogou o suficiente para bater o Toluca por 1 a 0, placar que deve afastar o time de longas viagens na próxima etapa da Libertadores.

O resultado não é fiel ao que aconteceu em campo. O Grêmio foi superior, criou boas chances para ampliar, enquanto seu adversário praticamente não levou perigo ao goleiro Marcelo Grohe.

A verdade é que as duas equipes não jogaram a 110% como é comum em jogos decisivos da Libertadores. O que é bem razoável, já que as duas equipes já estavam classificadas. Por isso, o Toluca jogou desfalcado, mais preocupado com o jogo contra o América, sábado, pelo campeonato mexicanos.

O Grêmio, sim, precisava do resultado para escapar de um adversário mais distante, que poderia ser o próprio Toluca em caso de derrota.

Por isso, o time de Roger largou com tudo sobre os mexicanos. Aos 15 minutos, Ramiro marcou, entrando em diagonal na área e desviando um lançamento primoroso de Luan. O Pequeno Grande Volante é meu titular na lateral-direita.

Os mexicanos só começaram a mostrar mais disposição ofensiva no segundo tempo. O Grêmio diminuiu de ritmo. Ainda assim, o Toluca pouco criou ofensivamente, enquanto o Grêmio ainda criou mais duas ou três boas oportunidades de gol.

Visivelmente, havia uma preocupação entre os jogadores do tricolor em se preservar para o jogo contra o Juventude, nesta quinta, em Caxias.

Roger, tratou de preservar Douglas, colocando Lincoln mais cedo do que de costume. Fora isso, Douglas foi apenas esforçado no jogo. 

Lincoln custou um pouco a entrar no ritmo do jogo, o que é normal. Independente disso, ele não foi tão bem quanto em jogos anteriores. Ousou pouco, foi burocrático. Inclusive bateu mal os escanteios.

Talvez tivesse ido melhor se Roger escalasse mais um jogador de velocidade pelos flancos. Mas o técnico optou por outro camisa 9, Henrique Almeida, que substituiu BobÔ.

Estaria Roger abrindo mão do esquema vencedor do Brasileirão passado, rendendo-se aos aipins flexíveis?

É o que saberemos com o passar dos jogos. 

Infelizmente, percebo que essa é a tendência de Roger.

Ao menos até a volta de Miller Bolaños.

 

Deuses do futebol de bota e bombacha

A arbitragem deste sábado no Beira-Rio confirmou que os deuses do futebol, de bota e bombacha na região Abaixo do Mampituba, simpatizam muito com o Inter.

Na hora difícil sempre aparece um pênalti. Foi assim com o pobre Cruzeiro no ano passado. Como um pênalti era insuficiente, apareceram dois.

Cruzeiro eliminado e Inter campeão.

Essa rotina pelo jeito se mantém no Gauchão atual.

O pênalti assinalado por Daniel Bins, quase no final do jogo, não existiu. Até os cronistas colorados concordam. Alguns constrangidamente.

A ser mantida essa tendência, o Zequinha não tem nenhuma chance de ir para a final da competição. Mesmo jogando em casa, no piso artificial que o presidente da FGF tentou implantar no Estado, o Zequinha deve ficar no meio do caminho.

Uma pena, porque é um time ajeitado – como era o Cruzeiro -, faz uma bela campanha e seria justo que se classificasse.

Para isso, terá de contar com a isenção plena dos deuses do futebol gaudérios.

TAPETÃO

E pensar que o jurídico do Inter e o tribunal da federação gaudéria pagaram um mico nacional em função de um jogador ‘muito do mais ou menos’…

Parabéns ao Nestor Hein e seus companheiros do jurídico tricolor. Ao perceberem que qualquer recurso no tribunal local seria inútil, cruzaram a divisa que separa a região Abaixo do Mampituba da região do Alto Mambituba.

O STJD não apenas concedeu efeito suspensivo à liminar local como ainda deu um puxão de orelhas constrangedor no pessoal que tentou escalar William antes dos seis jogos de punição.

Até para o próprio William é bom que cumpra essa pena que é acima de tudo didática.

É importante, até para seu futuro como profissional do futebol, que ele aprenda de uma vez por todas que futebol não se joga aplicando cotoveladas nos companheiros de profissão.

O episódio traz ainda outro ensinamento: ‘juiz de fora’ é bom também no tapetão, não apenas nos gramados.

BOLAÑOS

Vítima da violenta e covarde agressão, Miller Bolaños recém começa a treinar. EStá debilitado, sem chance de jogar tão cedo.

Os envolvidos na tentativa de colocar William em campo deveriam ter um olhar menos fanático e mais humano sobre esse caso.

Até porque William está longe de ser um jogador imprescindível ao Inter, como tem demonstrado o volante Fabinho., improvisado na lateral.

ZEQUINHA

Qual ou quais os jogadores do São José serão anunciados nesses dias pela imprensa como alvos do Inter para disputar o Brasileirão?

Esse é um filme visto e revisto.

CHICO

Não dá pra esquecer o Chico, que não é o Noveletto, mas o compositor Chico Buarque, com sua atualíssima Apesar de Você:

‘Amanhã, há de ser outro dia…’

 

Grêmio supera trauma da altitude e se classifica

Foi um começo para fazer dormir mais cedo o secador mais obstinado.

Golaço de Douglas logo na saída, depois de uma pressão inicial da LDU, e depois o gol de Bobô, após metida de Giuliano. 

Nem o torcedor mais otimista esperava por isso. Dois gols de largada na altitude de Quito. 

E dois gols de jogadores contestados como Douglas e Bobô, prova de que nada pode ser definitivo no futebol.

Douglas, apesar dos anos, tem muita técnica. E Bobô tem boa presença de área. 

O temor de um desastre veio logo no primeiro minuto do segundo tempo, com o gol equatoriano.

Afinal, com 45 minutos pela frente, a LDU poderia tirar proveito do desgaste natural dos gremistas.

Foi um susto, nada mais. Wallace, o melhor em campo, marcou um golaço, um gol daqueles que dobrar o preço do seu passe no mercado internacional.

A LDU ainda marcaria mais um, mas o sistema defensivo tricolor funcionou, principalmente na bola pelo alto.

A vitória por 3 a 2 classifica o Grêmio. Resta agora vencer o Toluca na Arena para melhorar a posição na tabela a fim de evitar alguma equipe mais forte.

Na Libertadores, é importante que o time ganhe corpo e confiança antes de poder encarar maiores desafios.

Antes do jogo, o presidente Romildo Bolzan assustou os defensores do ‘pontinho fora’, ao dizer que o Grêmio não jogaria pelo empate para não enfrentar Corinthians ou Atlético Nacional, este o melhor time da competição, nas oitavas.

O Grêmio realmente foi em busca da vitória. E venceu, sem medo de ser feliz. 

Sobre o jogo, penso que Roger demorou para fazer alterações. Douglas e Bobô poderia ter saído mais cedo.

O que importa é que o Grêmio superou o trauma e venceu a LDU na temível altitude de Quito. 

Já é uma credencial de peso para fazer a torcida tricolor acreditar que o Tri da América é possível.

Noite de superar altitude e deficiências

O Grêmio vai passar de fase na Libertadores. 

Hoje, precisa jogar pelos três pontos, sem pensar em prêmio consolação, o empate. 

Voltar com um ponto na bagagem não chega a ser ruim, embora a projeção seja de adversários mais fortes na próxima fase. Tipo Corinthians e Atlético Nacional, melhor campanha da competição.

O ideal é vencer hoje e também o jogo contra o Toluca.

Mas sempre há percalços no caminho que leva ao ideal.

A começar por esta noite. Confesso que estou preocupado.

A altitude é um problema, físico e psicológico. Depende de cada um.

Mas há outra dificuldade. Percebo que os torcedores em geral não querem pensar muito a respeito do time que enfrenta a LDU.

A qualidade do time que enfrenta a LDU.

Eu avalio que um time para ser vencedor de verdade não pode ter mais do que dois jogadores meia-boca, jogadores medianos, dos quais não se espera muito, a não ser que não comprometam.

Pois o Grêmio tem, a meu ver, seis jogadores inconfiáveis em sua escalação.

 

Alguns são quase unanimidades negativas, outros geram polêmica. Douglas e Bobô são, a meu ver, insuficientes para o desafio de conquistar uma Libertadores. Podem ser, no máximo, alternativas para o decorrer de uma partida. Nada mais do que isso.

 

Há quem os defenda, tudo bem, mas eu os prefiro fora do time titular.

Os outros quatro nomes que considero insuficientes, ainda mais juntos no mesmo time, no mesmo jogo:

Wallace Oliveira, Fred, Marcelo Hermes e Edinho.

Tem ainda Giuliano, um ótimo jogador que vive uma fase instável.

Apesar disso, acredito na vitória. Por que? 

Porque sim, ora!

 

O Gauchão e o Estatuto do Idoso

O Campeonato Gaúcho/2016 se encaminha para o seu final previsível: Gre-Nal.

Sei de gremistas que perderam seu tempo secando jogos do tradicional adversário, esperando que ele ficasse pelo meio do caminho.

Pura ingenuidade. Como alguém pode imaginar que o atual campeão gaúcho fosse ficar de fora? Está certo, o time não é lá essas coisas, mas aqui Abaixo do Mampituba o Inter é poderoso.

É inegável que não apenas gremistas, mas também colorados suspeitavam de uma derrocada do time, desconfiados do trabalho do técnico Argel.

Pois Argel tem mostrado que foi vítima de muita injustiça. Seu time tão criticado acumula goleadas e se credencia ao título.]Neste domingo, atropelou o São Paulo no Beira-Rio.

Enfrenta agora o São José, que faz campanha surpreendente. Em Porto Alegre, depois do Grêmio, o Zequinha foi o melhor na primeira fase.

Superou o Inter, seu rival na fase semifinal.

Torço para que seu destino não seja o mesmo do Cruzeiro naquele controvertido jogo em que foi eliminado pelo Inter com dois pênaltis inexistentes.

Já estão levantando até a possibilidade de o Zequinha levar o segundo jogo para outro estádio, abrindo mão de decidir a vaga em seu glorioso carpete verde, onde costuma se dar bem.

Já ouvi o presidente da Federação admitir que existe 1% de chance de o segundo jogo não sair no Passo d’Areia.

Num campeonato minimamente sério essa possibilidade estaria descartada de pronto.

Mas agora, sei lá, 1 % por cento…

O Grêmio deve ficar atento.

WIANEY

A Rádio Gaúcha pediu desculpas pela fala absolutamente lamentável de seu funcionário.

Falta agora o pedido de desculpas do WC, que pela manhã ainda se mostrava arrogante e provocativo.

Estou convencido de que ele irá se desculpar, o que não significa se arrepender.

O importante é que o Grêmio, através do seu atuante Departamento de Responsabilidade Social, deu uma resposta à altura ao agravo à Arena e, em especial, ao seu entorno.

De minha parte, esclareço que não me aprofundei no caso Wianey para não correr o risco de ferir algum dispositivo do Estatuto do Idoso…

 

Roger prefere procedimento sem anestesia

O técnico Roger Machado é como o sujeito que vai ao dentista e, ao ser questionado, opta pelo tratamento sem anestesia.

Roger, como a imensa maioria dos técnicos, prefere sofrer antes de aliviar uma dor de dente. O problema é que com isso faz penar toda uma torcida, que certamente ficaria com um procedimento indolor.

No caso do Grêmio, escalar de uma vez Lincoln no lugar de Douglas, estancando assim o sofrimento e a angústia do torcedor.

O jogo desta noite na Arena foi didático. Só não aprende quem não quer, ou é muito teimoso. Aliás, teimosia é outra característica comum a quase todos os treinadores de futebol.

Douglas, apesar da fragilidade técnica do adversário, não conseguiu jogar. Errou demais. Foi substituído tarde. Aliás, Roger já poderia ter começado com Lincoln, que mostra mostra mais entrosamento e, especialmente, afinidade com Luan, este com lugar certo na equipe.

Lincoln e Luan trocando de posição seguida e rapidamente formam uma dupla capaz de enlouquecer qualquer marcação.

Pedro Rocha, na frente, dá ao ataque impetuosidade e movimentação, abrindo um leque de opções aos articuladores.

Até Giuliano cresceu com a saída do maestro de Roger.

Douglas, é claro, tem seus méritos, mas eles estão mais no passado do que no presente. O tempo passa para todos, inclusive para os jogadores mais talentosos e inteligentes.

O time para começar em Quito deveria ser basicamente o que terminou o jogo na goleada sobre o Brasil por 4 a 1, resultado que garante o Grêmio na próxima fase do ‘empolgante’ Gauchão.

Wallace, que saiu lesionado, é um titular inquestionável. Ele há de se recuperar para enfrentar a LDU.

Por falar em titularidade, Geromel foi espetacular.  

Foi dele o gol de abertura, de cabeça, numa cobrança de escanteio por Douglas. Geromel está cada vez mais seguro e confiante.

Se continuar fazendo gol além de salvar lá atrás, Geromel estará próximo da canonização, que virá, sem dúvida, se o Grêmio conquistar o tri da América.

Se depender do talento de Geromel, esse título está longe de ser inatingível.

O problema é o entorno, não muito confiável, como mais uma vez se viu no gol do Brasil.

Roger precisa repensar seu time titular

Se o ‘centroavante de carteirinha’ tivesse aproveitado melhor as oportunidades que teve para marcar, não haveria agora essa espécie de levante nas redes sociais em defesa de mudanças no time titular.

Bobô teve em seus pés pelo menos três chances claras de gol. Não as aproveitou. Um verdadeiro matador, um aipim que se preze, teria feito ao menos um gol.

Felizmente não há qualquer risco de ele começar o jogo contra a LDU. Miller Bolaños será o titular.

Mas há o jogo contra o Brasil, no final de semana. E aí Bobô tem tudo para seguir nesse time que Roger Machado considera titular. Um time hoje muito contestado por nove entre dez gremistas.

Vale o mesmo para dois figurões, Douglas e Giuliano. O primeiro parece determinado a criar um novo tipo de meia, o meia-aipim. Um jogador com movimentação reduzida a alguns metros quadrados, área um pouco maior que um apartamento dois quartos.

A contribuição de Douglas – único jogador que nunca se lesiona no Grêmio – foi modesta. Fez o gol numa bola solta pelo goleiro, após um chute atrapalhado de Bobô.

Curioso que esse lance contou com a participação muito boa do lateral Wallace Oliveira, que cruzou para Bobô dentro da área.

Se Wallace tivesse saído naquele momento teria deixado uma boa imagem. Saiu de campo justificando o empenho do Grêmio em buscar mais um lateral direito sem nunca sequer ter testado o jovem Raul, figurinha fácil em seleções sub do Brasil.

O Grêmio poderia ter matado o jogo no primeiro tempo. Quem não faz leva. Hugo fez uma bela jogada em cima de Bobô, cruzou rasante, o goleiro Bruno soltou e o Juventude empatou.

No segundo tempo, Wallace Oliveira cometeu pênalti, foi imprudente. Gol de Hugo. Foram poucas as incursões ofensivas do Juventude, que por detalhe não deixou a Arena com vitória.

Nos acréscimos, Luan – este sim um titular inquestionável – cobrou falta com perfeição, com maestria, e evitou o vexame de perder para esse time modesto do Ju. Tivesse Douglas em campo, a cobrança seria de Luan?

O empate por 2 a 2 não faz justiça ao Grêmio.

De certa forma o resultado é positivo, porque alerta para o fato de que o time titular talvez não seja esse que Roger Machado abraçou e protege.

O Grêmio que goleou o Passo Fundo, fora, transmite muito mais confiança e esperança do que esse que penou diante do Juventude.

O Grêmio com jogadores como Lincoln, Éverton e Pedro Rocha empolga mais. Nas laterais, Ramiro e Hermes não entusiasmam, mas ao menos não decepcionam como os ditos titulares.

Então, cabe a Roger Machado começar a repensar o seu time titular.

Poderia mirar-se no time que jogou demais e liquidou o Passo Fundo em menos de 30 minutos, inclusive com gol de Bobô, um jogador que é útil, mas apenas em determinadas circunstâncias de um jogo em andamento.

GAUCHÃO

O Inter confirmou sua presença no G-4, e vai decidir em casa sua classificação. Pega um São Paulo que começou bem e que agora está em frangalhos.

É o Inter crescendo na reta de chegada, indicando que Argel é mesmo um injustiçado. Até Anderson de uma hora pra outra passou a ser festejado.

Foi tema de três páginas do jornal ZH.

A continuar assim logo aparecerá outro clube chinês com proposta milionária.

CRUZEIRO

Estou aqui festejando a permanência do Cruzeiro na primeira divisão.

Sem dinheiro de empreiteiras, o clube está sofrendo para concluir sua bela Arena em Cachoeirinha.

Seria lamentável uma queda nesse momento.