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Considerações sobre uma noite empolgante

Ainda sob efeitos da emoção de antes, durante e depois da grande ‘vitória’ por 1 a 1 imposta sobre o Atlético Mineiro, tenho a declarar:

  • Como é bom poder festejar um título em casa, estádio lotado e a Goethe transbordando de alegria e paixão.
  • Aos adoradores dos pontos corridos, tenho a dizer que nada supera um mata-mata na decisão de um título. O mundo sabe que o Grêmio é campeão da Copa do Brasil/2016, já o Brasileirão tem seu campeão definido faz tempo e nem todos se deram conta disso. Um sistema híbrido seria sensacional.
  • Grêmio confirmou que tem uma equipe superior a do Atlético. Foi melhor em todos os jogos. Neste, Marcelo Grohe nem precisou fazer defesa mais difícil, diferente de Victor que brilhou num lance com Éverton.
  • Que ninguém mais se atreva a afirmar que Renato Portaluppi ‘nem treinador é’. Renato desmistifica essa história de ‘estudiosos’ do futebol e também essa imagem que os treinadores gostam de passar de que eles são os entendidos e nós, os outros, nada sabemos. Essa postura irrita muita gente, em especial os ‘analistas’ da mídia e boa parte dos colegas de Renato.
  • Renato armou o time para não levar gol. O gol fantástico de Cazares no final não tira os méritos de Renato na formatação do time para garantir o título sem dor.
  • Por falar em Cazares, o outro gol do jogo, o gol da tranquilidade, do alívio, o gol que fez explodir a Arena, foi marcado por outro equatoriano, Bolanos, que recém havia entrado.
  • Éverton, autor da jogada do gol, cresceu demais no meu conceito. Estava junto à área do Atlético no segundo tempo. Éverton jogava a poucos metros de mim. Quase podia sentir seu coração gremista pulsar. Vi de perto um guri endiabrado, liso, rápido, e de um futuro de destaque no futebol europeu.
  • Kannemann: que zagueiraço. Ele me faz lembrar Oberdan, que como ele impunha respeito e autoridade, na bola ou na ‘chegada junto’. É um pittbull na área, formando uma dupla excepcional com Geromel. Um afina – na medida certa – e outro engrossa. Pra mim, a melhor contratação do clube neste ano.
  •  Outra dupla imbatível: Wallace e Maicon. Técnica, imposição física, firmeza e versatilidade. Ambos cresceram com Renato, assim como Ramiro, que saiu de campo tendo seu nome gritado por todos no estádio. O Pequeno Grande Volante virou peça fundamental no esquema, gostem ou não dele.
  • No gol de Bolanos – muitos jogadores mandariam aquela bola de rebote nas nuvens – destaque também para o passe preciso de Luan no início e para a presença de Wallace, que saiu lá de trás para disputar, na risca da pequena área, a bola cruzada por Éverton. 
  • Mais um aspecto fundamental para a vitória: o time não se envergonhou de dar chutão, aderindo à máxima “bola pro mato que o jogo é de campeonato”. Duvido que com Roger – de grande participação nesse título -o time jogaria assim. Saúdo, pois, a volta do bicão quando necessário. Tem a hora de jogar, e a hora de espantar. Roger precisa aprender isso pra vencer mata-mata.
  • Como ninguém fala, falo eu: parabéns ao astrólogo Bruno Vasconcelos, que há dez anos previu que a seca de títulos do Grêmio terminaria só em 2015/2016. Grande Bruno, um amigo que hoje faz seus mapas astrológicos em outro plano. Valeu, irmão.

Era isso que eu tinha para o momento. Agora, só quero curtir esse ‘momento lindo’, como diria Roberto Carlos, o cantor.

E esperar pelo domingo, que promete novas e fortes emoções. 

Os astros e os fatos me deixam confiante no título

 Quem passou por tantas frustrações nos últimos anos tem razão em estar com um ‘medinho’, um frio na barriga, em relação ao jogo desta quarta, na Arena.

Respeito e acho que é mesmo assim.

Agora, eu estou inteiramente confiante. 

Primeiro, porque o Grêmio provou dentro de campo, no jogo de ida, que vive melhor momento que o bom time do Atlético. É um time maduro, consciente, capaz de superar as adversidades que surgem ao longo de cada jogo, e não se deixa influenciar por clima de oba-oba nem pelos arautos do apocalipse.

Segundo, porque joga em sua casa, com apoio de uma torcida sedenta por grandes títulos. A vantagem obtida pelos 3 a 1 é poderosa, sólida. “Ah, mas se eles fazem um gol logo no início aí complica”, dizem os mais assustados e os colorados secadores ao microfone, nos jornais e nas redes sociais. Pois eu responde, se o Grêmio levar um gol logo de saída, tem futebol suficiente para fazer outro gol de volta. Ponto.

Terceiro, porque acredito na previsão do astrólogo Bruno Vasconcelos (até como contraponto a uns ‘videntes’ de ocasião), feita a mim há uns dez anos, e que lembrei num comentário feito aqui no Boteco do Ilgo em 2013, na qual Bruno (que hoje vive em outro plano), disse que a seca gremistas terminaria em 2015 ou 2016.

Confiram: 

 

 

SEGUE TEXTO PUBLICADO EM NOVEMBRO DE 2013, NA ÍNTEGRA, SEM ALTERAÇÃO (http://botecodoilgo.com.br/?p=3656)

O interminável inferno astral gremista 

Quem trabalha ou trabalhou em jornal diário sabe como é complicado fechar as edições de Natal e, principalmente, de Ano Novo. Além de ser uma edição que vale para dois dias festivos (os dias 25 e 31 são os únicos feriados nas redações de jornais), há uma preocupante falta de assunto.

Por isso, boa parte do jornal é feita com matérias ‘especiais’ preparadas com alguma antecedência.

Se o sujeito trabalha na editoria de esportes, então, o problema é ainda mais grave. Jogadores em férias, dirigentes mais preocupados com as festas da virada. Falta assunto. Aí, fica aquele monte de especulação, coisa chata, repetitiva, cansativa.

Então, em meados dos gloriosos anos 90 eu decidi imitar o que todas as outras editorias faziam, ou seja, ouvir pessoas que fazem previsões, como cartomantes, astrólogos, tarólogos, jogadores de búzios, etc.

Como eu sempre respeitei a astrologia, que não é exatamente igual a esses horóscopos diários, decidi procurar um estudioso. Encontrei o Bruno Vasconcelos. Nem me lembro como.

Expliquei o que eu pretendia: a partir das datas de nascimento de Grêmio e Inter, ele faria o mapa astral dos dois clubes. Faltou um dado importante: o horário de fundação. Pelo que pesquisei, os dois clubes foram fundados à noite, mas não há certeza nos horários. Mesmo assim, Bruno encarou.

No cálculo dele não foram considerados as datas de nascimento dos atletas, o que daria muito trabalho para o astrólogo, que não era remunerado.

No começo, os colegas brincavam comigo dizendo que eu é que era o astrólogo, que eu inventava as previsões.

Dizem que o Luís Fernando Veríssimo, em seu começo em jornal, escrevia horóscopos diários.

O fato é que o percentual de acertos do Bruno era muito alto. Há algumas previsões fantásticas, realmente surpreendentes. Há erros, também, claro.

Para calar os incréus, publiquei lá pelo terceiro ou quarto ano de previsões, uma foto do Bruno. Mesmo assim, tem gente que até hoje acredita que eu mesmo é quem fazia tudo.

Eu apenas transcrevia o que ele me passava, primeiro por telefone, depois, com o advento da internet, por e-mail. Alguns deles eu tenho guardados para provar que eu era apenas o mensageiro nesse processo.

Bem, no final de 2004 ou 2005 – se alguém procurar vai encontrar – Bruno Vasconcelos previu que o Inter estava na iminência de começar a viver um período de vitórias semelhante ao dos anos 70, em forte projeção no exterior, em função de determinado posicionamento dos astros, etc.

Desnecessário dizer que ele estava certo.

Mas havia outra previsão, uma previsão ainda mais arrojada. E, para os gremistas, assustadora. Confesso que não levei fé, não acreditei no Bruno, e temia ver o meu amigo – sim, acabamos nos tornando amigos – pagando mico, o que também me atingiria, pois eu assinava as matérias, aliás, de grande repercussão a cada virada de ano.

Mas o que Bruno previu, que eu, covardemente, omiti, ou amenizei, não lembro ao certo?

Acreditem ou não, Bruno previu que o Grêmio, também com base nos astros, continuaria por longo tempo sem conquistar títulos de maior projeção.

Quando li o email que ele mandou com as previsões levei um susto. O Bruno pirou, pensei. Não pode ser, de jeito nenhum. Telefonei pra ele – ah, o Bruno não acompanhava futebol, mas se dizia gremista – e o questionei. Ele repetiu que isso aquilo mesmo que ele enxergava no mapa astral do Grêmio.

– Esse período de vacas magras pode ir até 2015, 2016 -, garantiu ele.

Hoje, depois do que vi acontecer nos últimos anos, com o Grêmio beliscando títulos e perdendo no detalhe, reconheço que pode estar mesmo ocorrendo uma influência negativa de alguma determinada situação astral.

O fato é que, infelizmente, a previsão está se confirmando.

Observação: Bruno Vasconcelos faleceu faz alguns anos. Em respeito a ele, deixei de seguir com as previsões astrológicas de final de ano para a dupla Gre-Nal.

Com isso, ficou mais difícil fechar a edição de 31 de dezembro/01 de janeiro. Felizmente, já há quatro anos não preciso mais me preocupar com isso.

Encerro essas linhas com uma mensagem ao BV: eu não levei fé; tu estavas com a razão, parceiro

Aos que querem falar sozinhos

Quando leio ou escuto alguém sugerir que o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil fiquem sem conclusão por causa da comoção em torno da tragédia que vitimou dezenas de jogadores, técnicos, dirigentes e jornalistas fico pensando qual a motivação, o que está por trás desse tipo de manifestação.

Sei, partindo de dirigentes e jogadores de um clube que está com um pé na segundona não resta nenhuma dúvida. Da ética e da vergonha na cara, então, não resta nada.

Mas quando é um jornalista que está vendo companheiros seus trabalhando – desde o primeiro minuto – com a voz embargada e lágrimas nos olhos para cobrir a morte de inúmeros colegas, aí fico meio que sem chão.

Será mesmo que são jornalistas esses que sugerem que pare tudo? Os jornais pararam de sair? As redações ficaram em silêncio? 

Aí, lembro de uma noite de um domingo de verão, há muitos anos. Eu, na redação do jornal Correio do Povo, editando o esporte com equipe reduzida, recebo uma ligação: um filho meu, de 10 anos, havia sido atropelado no litoral quando passeava de bicicleta, que estava no hospital local passando por cirurgia na cabeça, mas que tudo estava sob controle.

Não sei o que fariam esses que defendem o fim do futebol neste ano – curiosamente na mesma corrente do presidente patético -, mas eu fiquei trabalhando até fechar as páginas do esporte, e ainda escrevi uma coluna. Lágrimas nos olhos e uma vontade louca de pegar o carro e seguir para o hospital de Capão da Canoa.

Não sei de onde tirei força e serenidade para concluir o trabalho.

Então, quando leio e ouço esse pessoal querendo parar tudo – e um ainda tendo a ousadia e a desfaçatez de cobrar ação nesse sentido do presidente Romildo Bolzan – aí me bate uma revolta, uma irritação tão profunda que me faz escrever e expor algo da minha vida para mostrar que compromisso assumido, é compromisso honrado; e também me invade um nojo que me faz interromper por aqui.

AOS QUE QUEREM FALAR SOZINHOS

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2016/12/ao-corneta-o-que-e-do-corneta-e-o.html

 

 

Imagem do Inter cada vez mais enxovalhada

Por entender que não há mais clima para jogar futebol neste ano, o presidente Vitório Pifero junta-se ao vice-presidente com plenos poderes no futebol, Fernando Carvalho, para virar alvo da mídia nacional.

Não, não me venham com essa de grenalização. Até o jornal Olé publicou a infeliz declaração de FC, que ecoou em outros lugares do planeta. E não poderia ser de outra forma. A retratação veio, mas era tarde, o estrago na imagem do Inter não tem mais volta.

Alguém escreveu:

Há quatro coisas que não voltam atrás:
a pedra, depois de solta da mão;
a palavra, depois de proferida;
a ocasião, depois de perdida;
e o tempo, depois de passado.

Pois Píffero está tentando superar o companheiro. Essa de reunir os jogadores, levando-os perante a imprensa, e afirmar que não é possível continuar o campeonato depois da tragédia de Chapecó é de um oportunismo vergonhoso. Talvez só os colorados mais fanáticos não sintam vergonha de ter uma direção tão patética.

O comentarista PVC, logo após a coletiva infeliz do presidente colorado, disse que concorda com a ideia desde que a tabela de classificação fique como está, ou seja, com o Inter rebaixado. Ah, mas isso o dirigente não aceita.

Piffero quer moleza às custas da maior tragédia do futebol mundial.

Piffero não disse, mas está claro que a proposta tem em seu bojo o não rebaixamento de clube algum, uma tese nojenta que anda circulando na imprensa gaúcha, a única aliás que a todo instante levanta uma jogada para salvar o Inter do atoleiro, enquanto a imagem do clube afunda cada vez mais. Não por culpa de sua torcida, boa parte dela revoltada com os últimos movimentos de seus cartolas desesperados.

É profundamente lamentável e deplorável tentar tirar proveito da dor alheia.

Se o povo colombiano nos deu esperança de que a humanidade ainda tem salvação com a homenagem às vítimas do desastre, essa dupla indica que realmente o mundo está perdido.

Ser rebaixado numa competição é ruim, mas é do jogo. Todos estão sujeitos a isso, inclusive os ‘clubes grandes’.

Ser rebaixado não é bom. Agora, ser rebaixado atirando para tudo que é lado pisoteando a ética, a dignidade e violentando o fairplay esportivo, isso é revoltante.

Tudo isso que a dupla colorada está fazendo respinga no futebol gaúcho, no Rio Grande do Sul.

TAPETÃO

Como se não bastasse, o clube recorre ao tribunal. E é sobre um jogador ‘mal inscrito’ do Vitória. Coisa superada.

Mas confirma o que escrevi no dia 20 de novembro aqui sob o título “O medo jogador ‘mal inscrito”.

http://botecodoilgo.com.br/?p=6082

Como diz o nosso amigo RW, eles são previsíveis.

MAURÍCIO

Parabéns ao posicionamento de Maurício Saraiva, na rádio Gaúcha, após o pronunciamento de VF, que ele classificou de:

Oportunista. E repetiu a palavra mais duas vezes pelo menos.

IMPRENSA

Realmente, não há condições de jogo neste momento.

Agora, a vida continua.

Todos têm seus compromissos. com dor no peito, lágrimas que insistem em escorrer, saudade, tristeza tão profunda que machuca.

Tudo isso é muito triste.

Mas se o pessoal da imprensa está trabalhando desde o primeiro minuto, apesar das perdas de colegas e amigos, por que os jogadores não podem jogar dez ou doze dias depois?

 

 

Três dias de foco total na Copa do Brasil

Decidi aliviar minha mente por uns dias. Mais exatamente até perto da meia-noite de quarta-feira.

Até lá, meu foco, minha concentração, estará destinada a conquistar o título da Copa do Brasil. Estarei na Arena.

Pouco me importa se o Grêmio foi goleado pelo Santa Cruz e tem chances reduzidas de levar uma das ‘duzentas’ vagas à Libertadores/2017.

Engraçado, a mídia gaudéria dá uma importância tremenda a isso. O que interessa essa vaga?

O Grêmio não está nem aí para essa vaga. Já deixou isso muito claro.

Mas o pessoal da agenda negativa insiste em destacar essa ‘perda’ até para caracterizar um fracasso da gestão.

A meta tricolor é a Copa do Brasil, e ponto!. É confirmar o favoritismo alcançado com a bela atuação em MG e garantir o título.

Então, que se dane a sétima vaga ou outra vaga qualquer.

Até porque nada no mundo irá compensar ou atenuar a imensa frustração que seria perder (toc-toc-toc) a Copa do Brasil dentro da Arena, depois de obter uma vantagem de 2 a 0 no jogo de ida.

Bem, quando essa angústia terminar, quando as lágrimas secarem e minha voz voltar ao normal depois de tanto festejar esse que será meu primeiro título nacional como torcedor – nos outros eu estava mais preocupado com o meu trabalho jornalístico -, aí sim voltarei a exercitar a arte da secação.

Até lá, o que interessa é o Grêmio e a conquista da Copa do Brasil.

O resto é o resto.

MOLEZA

Qual seria a motivação do Santa Cruz para correr tanto e lutar tanto para vencer o time reserva do Grêmio?

Haveria uma mala branca de algum concorrente a uma das ‘duzentas’ vagas à Libertadores?

Atribuo esse empenho do grande Léo Moura e seus colegas a algo que muita gente esquece: a dignidade.

Quando nada mais se tem a perder, joga-se pela dignidade. Joga-se pela alegria de jogar futebol e de sair de campo vitorioso, aplaudido pela torcida.

Então, não acredito nessas histórias de que time A ou B irá facilitar por isso ou por aquilo.

O Fluminense, por exemplo, deixar de correr por que nada tem a perder.

Alguém realmente acredita que os jogadores do Flu não irão se empenhar?

A torcida não irá aceitar esse tipo de comportamento. Pelo contrário, vai reagir.

Portanto, que ninguém espere moleza na última rodada do Brasileirão.

DRONE

Essa da torcida colorada partir para a violência por causa de uma brincadeira envolvendo o fantasma da série B mostra o quanto se tornou doentia a paixão de alguns torcedores. 

Eu pensava em lançar uma cerveja em ‘homenagem’ ao Inter, mas desisti. Não quero ser a próxima vítima.

 

Grêmio faz 3 a 1 com jeito de campeão

“O Grêmio tem um time maduro, capaz de enfrentar qualquer adversário em qualquer lugar.

Há problemas em duas ou três posições, mas nada que não possa ser superado com o time jogando a 110%, sem temor e com ousadia.

Mais ou menos como era Renato jogador. Destemido e ousado.”

Foi com essas palavras que encerrei meu texto anterior, projetando o confronto Grêmio x Atlético Mineiro.

Nesse comentário manifestei minha confiança num resultado positivo e defendi a presença do jovem Pedro Rocha, um atacante moderno, que aparece na área, dribla, faz gols e ainda ajuda a marcar com muita abnegação.

O Grêmio, na verdade, nem precisou jogar a 110%. Jogou o que sabe, o que pode, o que se mostrou suficiente para encaminhar a conquista do título de campeão da Copa do Brasil.

A superioridade do Grêmio enquanto esteve com onze jogadores foi constrangedora para o atleticanos.

Foi com absoluta justiça que o Grêmio chegou ao primeiro gol. Bola metida por Maicon – aliás, atuação espetacular, pra calar aqueles que não cansam de criticar sua contratação -, que Pedro Rocha, outro muito questionado, recebeu, livrou-se da marcação e mandou para a rede.

Quer dizer, dois jogadores questionados pela maioria dos gremistas abrindo o placar em calando o Mineirão. Futebol é bonito também por isso. Nada pode ser definitivo.

Vejam Marcelo Grohe, execrado por um número absurdo de gremistas. Ele fez uma defesa num momento chave do jogo, impedindo o empate atleticano. Grohe, além de grande goleiro, é um baita gremista. 

No segundo tempo, quando o Atlético começava a levar algum perigo, Pedro Rocha mostrou outra jogada de ser repertório. Arrancou de trás, passou por três adversários e chutou para fazer 2 a 0.

Seu erro foi tirar a camisa na comemoração. Levou o cartão amarelo. Como recriminar um jovem que vinha sendo alvo de muita crítica e acumulava gols perdidos?

Minutos depois, ele foi expulso pelo juiz, uma expulsão justa. 

O Grêmio estava tão bem estruturado e o Atlético tão confuso que não cheguei a me assustar. Acreditava que era possível resistir e garantir ao menos um empate, na pior das hipóteses.

A zaga gremista estava implacável. A dupla de volantes exagerando na arte de marcar e jogar.

Não via como o time mineiro virar o jogo em menos de 20 minutos.

Aí, eis que o juiz inverte um escanteio e no mesmo lance deixa de marcar falta sobre Ramiro. Escanteio cobrado, gol do Atlético.

Foi um gol achado, porque o Atlético nada fazia por merecer esse gol, apesar do esforço.

Um pouco antes havia entrado Éverton no lugar de Douglas, já muito extenuado.

Aplaudi a escolha de Renato. Sei que muitos devem ter torcido o nariz, querendo um defensor para garantir a vantagem.

Pensei: Éverton vai ajudar a marcar e será uma saída em velocidade para o ataque. 

A saída para o ataque não foi dele, mas de Geromel, que, quase ao final do jogo, saiu da defesa pela direita, avançou e viu Éverton entrando pelo meio. Cruzou na medida para o guri desviar do goleiro Victor: 3 a 1.

Um placar clássico para um clássico do futebol brasileiro. Noite memorável para o Grêmio.

Atuação digna de um campeão.

Como símbolo dessa vitória aponto Geromel: raça, talento e resiliência.

Destaco também o trabalho de Renato Portaluppi, que, além de armar o time para marcar e agredir com destemor no Mineirão lotado, mostrou por que ganhou o grupo de jogadores ao abraçar Pedro Rocha, jogador que ao ser expulso de modo infantil colocou em risco a vitória.

Renato abraçou o guri, que depois foi flagrado chorando no corredor de acesso ao vestiário.

Isso também ajuda a explicar o sucesso desse time montado por Roger Machado e aperfeiçoado por Renato Portaluppi.

 

Renato

Um Grêmio como Renato: destemido e ousado

Este final de ano tá me saindo melhor que a encomenda. Ok, nada está ganho. Nem o Inter está realmente rebaixado (já descrevi meus temores no comentário anterior), nem o Grêmio é campeão da Copa Brasil, interrompendo 15 anos de uma seca típica dos piores tempos do sertão.

Mas só essa sensação de ser de novo centro das atenções, com o nome Grêmio ecoando mundo afora, ver a torcida comprando todos os ingressos para o jogo do dia 30 em pouco mais de 24 horas, ver o sorriso dos gremistas de orelha à orelha, ver o clube a 180 minutos de um título condizente com sua grandeza. Tudo isso já me anima, me conforta e, confesso, me faz mais feliz.

Não sei se o Grêmio vai chegar lá, lá onde merece, no topo. Só sei que estou com a alma lavada e enxaguada – como diria um personagem famoso da Tv – com a alegria dos gremistas e também, admito, com o desespero e o desânimo dos colorados.

Digo isso tranquilamente, porque os colorados viveram os últimos anos acometidos de uma soberba e de uma arrogância que parecem ser inspiradas em seu atual presidente, hoje uma figura tão patética como certos analistas da crônica esportiva gaúcha. Um pessoal que já não disfarça a dor com o virtual rebaixamento colorado e com a possibilidade de o Grêmio retomar a hegemonia no Estado e ser o único representante do futebol gaúcho na Série A/2017.

Bem, o destino do Grêmio na CB começa a ser definido neste noite de quarta-feira. Espero que Renato arme seu time não para garantir o empate, resultado mais próximo da derrota.

O Grêmio já provou que, compenetrado, forte na marcação e insistente no ataque, é um time poderoso. O próprio Atlético já sentiu o peso desse futebol que por vezes encanta, inclusive fora de casa. 

Concordo com Renato, que mantém o time e a estrutura que o levou à fase final da CB. Sim, Éverton merece ser titular. Mais ainda o Bolanos, de grande atuação no domingo. Mas se Renato mantém Pedro Rocha é porque tem seus motivos, um deles é de ajudar a fechar o meio de campo, a tal de recomposição. 

Só espero que o Grêmio não se encolha, não se intimide, ou se acadele, como dizem alguns. Não há motivo pra isso.

O Atlético não é melhor, embora tenha alguns nomes reluzentes, como Robinho, sempre perigoso com a bola nas imediações da área ou dentro dela.

A ausência do rápido e insinuante Luan, sim, é algo positivo. Luan, o deles, claro.

O Grêmio tem um time maduro, capaz de enfrentar qualquer adversário em qualquer lugar.

Há problemas em duas ou três posições, mas nada que não possa ser superado com o time jogando a 110%, sem temor e com ousadia.

Mais ou menos como era Renato jogador. Destemido e ousado.

O medo do ‘jogador mal inscrito’

Tudo indica que o Inter vai mesmo cair. A goleada do Vitória coloca o clube que terceirizou o futebol na obrigação de vencer o Corinthians, em São Paulo. Um Corinthians que tem todos os motivos para ver o Inter e a suati liderada por Fernando Carvalho chafurdando na lama da segunda divisão.

Já tem corintiano prometendo um DVD contando a história da queda vermelha. 

Até eu já estou meio que acreditando no rebaixamento colorado. 

Mas ainda tem muita gente na trincheira dos seguidores de São Tomé. Aqueles que só acreditam vendo. Ou seja, só irão crer quando os números finais sentenciarem o Inter de forma definitiva ao inferno da segundona.

Terminada a rodada deste domingo, com resultados desfavoráveis ao Inter, recebo uma ligação de telefone de um velho gremista, um sobrevivente dos anos de chumbo.

De tanto apanhar na década de 70 e agora nos anos 2 mil, meu amigo ainda não se dá por vencido. Ele duvida que o Inter caia.

Não esquece o ‘caso Paysandu’, o caso ‘gol de Dunga de cabeça sobre o Palmeiras’.

Meu amigo, com a alma calejada de tantas frustrações na vida e no futebol, sussurrou-me ao telefone:

“Tenho calafrios sempre que o ‘deus’ (FC) diz que tudo só irá se definir na última da rodada”.

Ele explicou: tem muita coisa que pode acontecer na última rodada para impedir a queda colorada.

Citou arbitragens, mala preta, mala branca, gaveta de jogador, tapetão, etc.

Não adiantou retrucar que hoje é mais difícil de fazer certas coisas. São milhões de fiscais nas redes sociais, por exemplo – eu disse.

Claro, não é impossível ocorrer algum tipo de fraude, tive de reconhecer.

São outros tempos, não esquenta – reforcei, citando a lava jato, as prisões de gente graúda.

Não adiantou. Antes de desligar o telefone ele ainda disparou:

“Nem depois da última rodada, com eles supostamente rebaixados, vou ficar tranquilo. Vou aguardar pelo menos 24 horas”.

Por que?,, perguntei já cansado de tanta paranoia e teoria da conspiração.

Ele nem vacilou:

“Vai que apareça um jogador mal inscrito do Vitória…”.

Bem, não seria a primeira vez. Lembram do caso Portuguesa?

Por via das dúvidas já estou com a barba de molho. 

Noite de terror no Beira-Rio

A noite se encaminhava para um final feliz para os colorados. O Grêmio não venceu o São Paulo e, principalmente, o Vitória não resistiu à arbitragem e acabou perdendo por 3 a 2 do Santos. 

Curiosamente, o time que ‘disputa’ com o Inter a última vaga dos quatro rebaixados é o que mais tem sofrido com erros de arbitragens.

O clima ficou favorável ao Inter, que logo no início fez 1 a 0, dominando a Ponte Preta, que parecia sem forças para reagir.

Na arquibancada, festa colorada o tempo todo.

Tudo mudou no segundo tempo. A Ponte Preta empatou e equilibrou o jogo.

Os três pontos que a torcida já contava como certos encolheram.

O time que havia deixado a zona de rebaixamento por alguns minutos, voltou ao Z-4.

Foi demais para a torcida. Voltar ao inferno a três rodadas do final do campeonato foi um golpe duro.

O resultado foi pancadaria, quebra-quebra, gente ferida, confronto com o policiamento.

Noite de terror.

Imagino que tudo isso resulte em punição severa ao clube, como a perda de mando de campo.

Duvido. Fosse a torcida do Grêmio com certeza haveria penalização severa dos doutos do STJD.

Em meio a tudo isso, a queda de Celso Roth.

Agora, o Inter corre contra o tempo para encontrar um substituto.

Alguém que consiga fazer esse time jogar o suficiente para não depender de resultados negativos do Vitória.

Alguém que aceite pegar esse rojão, alguém que não tenha muito a perder: Lisca.  

GRÊMIO

Durou menos de 24 horas a vigência da punição do STJD ao Grêmio (e ao futebol). Como estava previsto, o jogo final da Copa do Brasil será mesmo na Arena. E não poderia ser de outra forma. 

A imprensa de todo o país condenou o tribunal, que pagou o mico do ano. 

Sobre o jogo contra o São Paulo: o Grêmio jogou a 90%. Poderia ter vencido não fosse a falha de Grohe no gol paulista.

Ele saiu precipitadamente e foi encoberto pelo atacante.

O time só reagiu mesmo no segundo tempo. Jogou o suficiente apenas para impedir a derrota.

Belo gol de Ramiro, em jogada elaborada por Luan e Douglas.