Estive fora de ontem pra hoje e fiquei meio desligado do futebol. Normal, depois daquele golpe de conseguir ser eliminado por um time colombiano de quinta categoria.
Além de profunda irritação, essa derrota me rendeu provocações como pedidos pra fazer a cerveja Renteria.
Ao retornar, leio aqui no boteco uma notícia que fez passar essa revolta: a morte do goleiro Alberto, comentada pelo meu velho amigo dos tempos de Lajeado, o Gunther.
Vou procurar nos sites e encontro essa notícia:
“Goleiro do Grêmio no heptacampeonato gaúcho conquistado na década de 1960, Alberto Silveira morreu, aos 74 anos. Vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) há cerca de 50 dias, ele estava internado desde então no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, onde sofreu de falência múltipla dos órgãos. O corpo do ex-atleta está sendo velado na capela 4 do Cemitério da Santa Casa, onde será enterrado neste sábado, às 11h30min.
Titular nas conquistas do Gauchão do Grêmio em 1963, 65, 66, 67 e 68, Alberto formou uma defesa que tinha ainda Altemir, Airton Pavilhão, Áureo e Ortunho. Também jogou ao lado lendas gremistas como Everaldo e Alcindo e chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira, atuando na companhia de Pelé e outros astros. Em 1968, foi considerado o melhor goleiro do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o embrião do Campeonato Brasileiro.
Seu nome era cotado como possível convocado para a Copa do Mundo de 1970, mas um impasse na renovação de contrato com o Grêmio, em 1969, acabou emperrando a carreira do goleiro. Grêmio e Alberto não chegaram a um acordo e o então atleta foi colocado na “geladeira” _ ficou mais de um ano sem jogar”.
Eu morava em Lajeado quando vi Alberto fazer defesas espetaculares em jogos contra o Botafogo e o Vasco, no Rio, com Alcindo estraçalhando no ataque. Isso lá em 1968 ou 69.
Eram imagens em preto e branco.
Mas aqueles lances me marcaram muito. Alberto foi convocado para a Seleção Brasileira e fez alguns amistosos antes da Copa de 70.
Alberto seria o goleiro do Brasil no México. Sem dúvida alguma.
Imaginem, naquela época, ter jogador gaúcho em seleção era coisa incomum.
Sempre que me perguntam qual o melhor goleiro que eu vi jogar – e só vi pela TV -, eu respondo prontamente, sem qualquer vacilo:
– Alberto.
Pode ser os meus olhos de guri, pode ser.
O fato é que eu nunca vou esquecer aquelas defesas de Alberto no Maracanã.
Defesas em preto e branco, mas coloridas na minha memória.
O CASO PAYSANDU
Transcrevo o que foi publicado no CP de sábado, excelente matéria do grande repórter Fabrício Falkowski: