Grêmio vence com futebol de Libertadores

O Brasil, digo, o Grêmio que eu quero é o que joga sempre a morrer, como se cada partida fosse uma eliminatória da Libertadores.

Eu sei que isso é impossível, porque cada jogo tem sua história e circunstâncias, a começar pelo peso do adversário.

Um São Paulo que ainda por cima sai na frente logo nos primeiros minutos é um adversário que precisa levar uma lição, ainda mais quando o gol foi marcado por um ex-gremista, o Diego Souza, que parece ter um prazer especial em jogar contra o Grêmio.

O gol feriu o amor-próprio do time, que vinha de uma atuação quase medíocre contra o Vasco, e que alegrou uns e outros diante da possibilidade de uma crise no clube que representa o Rio Grande do Sul na Copa do Brasil e na Libertadores.

O que se viu foi um Grêmio indignado como a gente só percebe nos mata-mata de fase derradeiras das competições. Um Grêmio jogando com alma.

Como descrever a atuação de Kannemann, que evitou um gol do São Paulo e, mais do que isso, se impôs com bravura e, diria até, com raiva, sangue nos olhos e, sim, o coração na ponta da chuteira?

E o Marcelo Oliveira, tripudiado – com um pouco de razão – pela maioria dos gremistas, esquecidos que no futebol não se pode ser definitivo, porque tudo pode mudar em questão de minutos, ou de um jogo para outro.

A ‘avenida Marcelo Oliveira’ ficou interditada ao trânsito de intrusos. MO foi outro bravo, como de resto todo time, e eu o destaco apenas porque poucos jogadores do grupo atual são tão criticados quanto ele.

Foi o Grêmio da superação. Aqueles que se apressaram em dizer que havia um racha no vestiário a partir de declarações do técnico Renato Portaluppi vão ter de esperar pela próxima má atuação para destilar seu veneno.

Por fim, o grande destaque individual do jogo: Éverton. Em dois lances de técnica e ousadia, além de força e velocidade, ele fez os gols da vitória. No primeiro, lançamento preciso do Maicon; no segundo, uma enfiada de bola de Luan, que até nem fez grande partida.

Uma pena que não veremos o Grêmio jogando sempre assim no modorrento Brasileirão dos pontos corridos. Se isso fosse possível em meio a outras duas grandes competições, o tri seria até tranquilo.

O Flamengo, próximo adversário pelas quartas-de-final da Copa do Brasil (dia 1/8, na Arena), já viu o que o espera.

 

 

Racismo, imprensa gaúcha e redes sociais

Informações dão conta que está em gestação um artigo (ou reportagem) sobre racismo no Grêmio. Torcedores teriam sido flagrados no jogo contra o Atlético Mineiro, na Arena, entoando canções de cunho racista.

Comportamento inaceitável sob todos os aspectos.

O Grêmio não precisa desse tipo de torcedor, que a qualquer momento pode provocar danos irreparáveis como o causado por aquela torcedora no jogo do ‘Aranha’. Até hoje o Grêmio paga a conta desse estrago em sua imagem.

Agora, é impressionante como setores da mídia gaúcha não perdem uma oportunidade para reforçar o rótulo de racista ao clube que tem seu hino composto por um negro, o genial Lupicínio Rodrigues.

A mesma imprensa que sonega informações negativas sobre o Inter ‘por respeito’ à entidade, é ligeira para criar ambientes de tensão e discórdia no Grêmio, ainda mais neste período de grandes conquistas do tricolor.

Questão de ordem: alguém sabia que Adriano Gabiru, o herói desprezado, estava em litígio judicial com o Inter, um caso que teria encerrado com um acordo ontem na Justiça do Trabalho? Pois é.

Voltando:

Foi só o Grêmio perder, jogando mal, que o pessoal saiu disparando que o vestiário tricolor teria problemas, ainda mais depois das declarações do técnico Renato ao final do jogo contra o Vasco.

Esse tipo de ‘informação’ foi ampliada por outros cronistas ‘isentos’ da aldeia, entre os quais um conhecido apresentador.

Teve jornalista que admitiu publicamente, ao microfone, que sabia de três meses de atraso salarial no Inter, e que agora poderia falar porque as contas foram colocadas em dia. (será mesmo que foram?)

E assim vai a crônica esportiva gaúcha nessa época de redes sociais atuantes para o bem e para o mal.

O torcedor hoje tem força, precisa ser ouvido. Quem subestimar o poder dos tuiteiros, por exemplo, pode se dar muito mal, principalmente se não atuar de forma isenta e séria, sem esse desespero que se percebe na busca pelos cliques fáceis e fugazes.

Já há exemplos de repórteres que perderam seus espaços na mídia tradicional por terem relegado o maior patrimônio de um jornalista, a credibilidade, e que hoje navegam sem rumo no mar agitado das redes sociais.

Nas última horas, as ondas cresceram. Revoltados, torcedores prometem retaliação se for mesmo publicada outra matéria no sentido de fixar em cada gremista o injusto rótulo de racista.

Ainda mais quando se sabe que injúrias raciais acontecem em todas as torcidas, inclusive a do Inter, conforme fartamente comprovado, mas nunca com a repercussão dada aos episódios envolvendo o Grêmio.

LIVRO

A propósito, o assunto é abordado com talento pelo jornalista Léo Gerchmann em seu livro Somos azuis, pretos e brancos.

 

 

Foco deve mesmo ser Copa do Brasil e Libertadores

Se o Grêmio que bateu o Atlético Mineiro – que hoje deu um calor no Palmeiras com direito a uma entregada antológica de seu zagueiro Juninho – foi um alento, a derrota diante do Vasco foi desanimadora, frustante, irritante e, não tem outra palavra melhor, brochante.

E não há nada que justifique a derrota. Ah, levou um gol aos 5 minutos de jogo – um gol de chiripa, mas ainda assim gol – e isso dificultou tudo, conforme ouvi alguém dizer. Ah, três ou quatro jogadores começaram o jogo dormindo, segundo o técnico Renato. Ora, eles tiveram quase uma hora e meia para acordar.

Perder por 1 a 0 desse time fraco do Vasco, e isso depois de bela atuação contra o Atlético poucos dias atrás, não tem explicação, ainda mais quando o adversário tem um jogador expulso ainda no primeiro tempo (31 minutos), é realmente de aceitar que o Campeonato Brasileiro ficou mesmo fora do alcance, mais uma vez.

Resultados ruins acontecem aos borbotões num campeonato insosso como esse Brasileirão de pontos corridos. O problema é quando esse resultado negativo vem acompanhado de uma atuação pífia, desalentadora.

O gol logo de saída complicou, claro, mas um time tarimbado, de técnica superior e entrosamento invejável como é o do Grêmio, precisa tirar esse descuido de letra, acertar a marcação, pressionar na saída de bola, ter mais criatividade.

O Grêmio sentiu a falta de Maicon, mas um time que busca títulos precisa encontrar soluções quando perde um ou outro jogador de referência. Bem, mais uma vez ficou provado que o Grêmio com apenas um dos seus ‘tenores’ (no caso deste domingo o Luan) perde muito de sua força.

É preocupante conviver com o fato de que os Três Tenores não estarão mais juntos. A perda de Arthur é irreparável a meu ver. Resta o consolo de ainda termos dois, até que se descubra um terceiro, o que não é fácil.

Sobre alguns jogadores: Marcelo Oliveira foi uma calamidade no começo, melhorou muito quando saiu. Agora, a derrota não passa por ele, apesar de ter permitido alguns riscos.

Na frente, André parece querer que a torcida do Grêmio comece a chamar por Jael, ou Brocador, ou sei lá mais quem. É incrível a capacidade que ele tem de estar sempre onde a bola não chega.

Marinho entrou bem, mas a jogada puxando a bola para o pé esquerdo e chutar é bastante manjada. No Vitória ele se destacou jogando com mais liberdade na frente, não apenas pelo flanco direito.

Em resumo, mudei de lado: também já não acredito em título do Brasileirão. Pensei que o time poderia chegar vivo à reta final da competição para então brigar para assumir a ponta.

O sonho acabou. Foco total na Copa do Brasil e na Libertadores.

 

Bela atuação e vitória tricolor no retorno ao Brasileirão

O Grêmio teve uma atuação para afastar temores e uma vitória necessária para essa retomada que inclui uma maratona de jogos.

A presença surpresa de Maicon deu estabilidade ao time. O maestro tricolor comandou o toque de bola e ditou o ritmo. Impressionante o número de vezes em que apareceu na área para concluir ou participar das jogadas.

Fez isso porque tinha atrás, na cobertura ágil e precisa, o Cícero, que muitos diziam que ele só joga porque é ‘bruxinho’ do Renato.

O Grêmio, na verdade, não deixou o Atlético respirar. Foi um sufoco durante quase todo o jogo. Mas como o adversário usou, como diria o técnico Odair, a ‘marcação de Copa do Mundo’, eufemismo para retrancão com grife, ficou difícil criar situações claras de gol.

Aí chegou a vez do técnico. No intervalo, Renato ajeitou o time e as chances começaram a surgir, não em abundância, mas o suficiente para golear o Galo.

Vieram os gols. E vieram de dois jogadores em débito com a torcida: Bressan e André. Gosto e me emociono quando vejo alguém dando a volta por cima. Bressan já faz algum tempo é outro zagueiro, não aquele chama-raio de dois ou três anos atrás.

O gol de Bressan foi uma jogada ensaiada nos treinos, fiquei com essa impressão, quase certeza.

Já o André claramente começa a se adaptar ao tipo de jogo do Grêmio. Ele se movimenta muito, muito mesmo, mas a bola raramente chega até ele em situação de conclusão. No primeiro cruzamento na medida, gol de André. Muitos ainda virão.

Teve ainda um pênalti escandaloso sofrido por Éverton. Luan bateu e acertou a trave direita. O gol perdido não fez falta.

A destacar ainda a volta de Douglas. Ele passou a impressão de que em poucos jogos estará disputando posição no time.

Olha, foi um recomeço auspicioso. A lamentar apenas que o time titular não poderá estar em campo em todos os jogos que teremos pela frente.

 

Um recomeço sem Arthur. E Maicon

É fácil perceber que boa parte da torcida está ‘cabreira’ com o Grêmio e o que pode acontecer nesse retorno à realidade nossa de cada dia, jogos em abundância e expectativas robustas.

Admito que também estou assim meio desconfiado, temendo que a saída de Arthur e as sucessivas ausências de Maicon prejudiquem demais o time.

No jogo desta quarta contra o Atlético Mineiro, me preocupa que Renato não terá Maicon nem Arthur. Tempos atrás escrevi que o Grêmio jogava ao ritmo de seus três tenores, suas maiores referências técnicas, os jogadores que  definiam o estilo de jogo iniciado com Maicon, Douglas e Luan.

Bem, esse trio já não existe mais. Mas com Maicon e Luan parte das características do time é mantida. Já apenas com Luan fica complicado.

Renato terá de alterar a forma de jogar que tanto encantou o país, e, que, apesar disso, desagradou gremistas mal-humorados que sempre buscam uma razão para destilar rancor e pessimismo.

A entrada de Cícero é um indicativo de que o Grêmio vai rodar menos e a bola. Seu jogo tenderá a ser mais vertical. Cícero, diferente de Maicon, busca mais o lançamento longo, a virada de jogo direta, sem muita troca de passes.

O jogo contra o Atlético não será fácil – aliás, tudo é muito difícil no Brasileirão devido a paridade de forças -, mas é possível vencer. Na defesa, apenas Kannemann é desfalque, e um expressivo desfalque.

Do meio para a frente, vemos um time com mais pegada no meio graças a presença de Jailson e um ataque veloz, com Éverton e André, que a qualquer momento pode justificar sua contratação. Esperemos que comece agora.

 

O show já terminou, vamos voltar à realidade…

A França foi a seleção mais homogênea, do goleiro ao ‘ponta-esquerda’. É inevitável a comparação com o Brasil, digo, com a seleção brasileira.

Os franceses, assim como os belgas, os ingleses, os croatas e mais outras seleções que ficaram pelo caminho, jogaram seguindo uma frase do Nélson Rodrigues: fizeram de suas seleções pátrias de chuteira.

A frase ‘o escrete é a pátria em chuteiras’ já foi adequada para a seleção brasileira numa época em que a seleção era apelidada de canarinho. Faz tempo. Hoje, a seleção parece um fardo, um incômodo, para boa parte dos jogadores brasileiros, principalmente esses que enriqueceram e que se preocupam muito mais com o corte e a cor dos cabelos.

Não sei exatamente quando a seleção foi se perdendo.

Até não acho que faltou empenho ao time, mas se a seleção do Tite – que se acomodou com os resultados positivos anteriores e levou alguns jogadores muito comuns para passear na Rússia – jogou a 100%, sendo bem generoso, ficou nítido que muitos dos outros concorrentes jogavam a 110%, ou seja, com a pátria na ponta das chuteiras. Neste aspecto, nenhuma seleção superou a ucraniana.

Não torci pela Croácia, nem pela França. O título ficaria bem em qualquer um dos dois. Mas, tecnicamente, a França é levemente superior.

Há quem diga que o árbitro deu uma mãozinha. Não concordo. No primeiro gol, foi falta no Griezmann. O croata meteu a perna direita nas pernas do francês. Um lance discutível, mas para mim houve infração.

No lance do pênalti, ficou claro que o croata fez um movimento para interceptar a bola. Houve intenção. E mesmo sem intenção deveria ser pênalti, como todos nós já vimos muitas vezes. Há abundância de exemplos, alguns contra o Grêmio. Nunca esqueço aqueles dois pênaltis contra o Cruzeirinho a favor do Inter…

O VAR mostrou sua utilidade mais uma vez. O juiz argentino foi alertado que deveria conferir o lance. Uma pena que em outros lances o juiz não pediu ou não foi alertado. Insisto, para o VAR ficar melhor, as equipes deveriam ter direito a dois ou três pedidos por jogo.

Bem, na Copa do VAR, o título foi carimbado com um lance marcado por esse novo mecanismo, que chegou para ficar, mas precisa ser aperfeiçoado.

MODRIC

O craque da Copa é um dos que suaram para vencer o Grêmio desfalcado na decisão do Mundial. Estava em campo defendendo o ‘pior Real Madrid dos últimos anos’, como referiu um cronista gaúcho claramente com a intenção de diminuir o tamanho do time espanhol no caso de uma vitória do Grêmio.

ILHA DA FANTASIA

O show já terminou. Vamos voltar à realidade…

Agora é Brasileirão. Curioso para ver como volta o Grêmio depois dessa parada, de lesões que assustam e sem Arthur.

Preocupado.

COPÔMETRO

Não sei como se mede se uma Copa foi melhor que a outra. Pra mim, todas são muito parecidas. Todas têm seus problemas, seus jogos ruins, ou grandes espetáculos.

O que mais me chama a atenção nesta edição é que os jogadores diferenciados já não fazem tanta diferença. As equipes dos três melhores do mundo foram embora mais cedo, o que com certeza tirou um pouco do brilho da competição.

Restaram aquelas seleções que contam com dois ou três jogadores de alto nível, mas não craques, e que se adaptam ao esquema do time, não tentam brilhar mais que os companheiros, são solidários e aguerridos.

Esta é a grande lição da Copa: com o avanço da preparação física o futebol está se tornando cada vez mais um esporte coletivo, no qual as individualidades aparecem pouco, mas ainda sendo, muitas vezes, decisivas.

TREINADOR

Depois de matutar durante longos 40 segundos, cheguei à conclusão que o Brasil precisa de um técnico estrangeiro. Alguém que imponha esse futebol total praticado, por exemplo, pelos finalistas.

Qualquer brasileiro que assumir, se Tite sair, vai ser dominado pelas estrelinhas brasileiras, e otras cositas mas.

ILHA DA FANTASIA

Como canta Roberto Carlos, o show já terminou. Vamos voltar à realidade…

Agora é Brasileirão. Curioso para ver como volta o Grêmio depois dessa parada, de lesões que assustam e sem Arthur.

Preocupado.

BASE

Assustado. Foi assim que fiquei quando vi o time sub-20 ser batido pelo Inter e perder o título em casa.

Agora entendi por que não sai zagueiro da base gremista. Triste.

O melhor da Bélgica continua sendo a cerveja e o chocolate

Como eu ia dizendo, a Bélgica é apenas um time médio, bem organizado e com dois ou três jogadores diferenciados. Entre eles, o espetacular goleiro de 1m99, o Courtois, principal responsável pela eliminação da seleção ovelheira do Tite.

Em 1986 os belgas apresentaram um futebol mais vistoso, até empolgante, mas caíram nas semifinais, como agora. Só que desta vez não chegou a encantar, pelo menos a mim.

A Bélgica chegou ao seu limite. Poderia vencer a França, claro, ainda mais se contasse com um gol de bola parada no começo, como aconteceu no confronto com o Brasil.

Os belgas usaram a mesma estratégia. Marcação sob pressão, na saída de bola, para achar um gol. Achando o gol, recuaria e trataria de jogar no erro do adversário, no contra-ataque. Contra o Brasil deu certo.

Desta vez, quem achou o gol foi a França, também num lance de bola parada, aos 5 minutos do segundo tempo.

Talvez um dia a Bélgica chegue a disputar uma final, mas acho difícil. O melhor da Bélgica continua sendo a cerveja e o chocolate. Não o futebol.

Final de Copa do Mundo é para tubarões, é briga de cachorro grande.

Por isso, desde já aposto na Inglaterra batendo a Croácia. Se acontecer o contrário ficarei muito surpreso.

Vai dar França x Inglaterra. Favorito: França. Jogaço.

 

Brasil eliminado por uma equipe inferior, mas com grande goleiro

A seleção brasileira foi eliminada por uma equipe média, bem organizada e com uns dois ou três jogadores talentosos, a começar pelo goleiro.

Courtois levou o time belga nas costas.  Fosse outro goleiro, um tantinho inferior, o Brasil teria eliminado a Bélgica.

Sim, faltou pontaria em algumas conclusões do ataque brasileiro, mas em outras apareceu esse goleiro fenomenal.

Não sou um torcedor da seleção. Pra mim tanto faz, mas fico irritado com injustiças. O Brasil não merecia ser eliminado.

Vejo que tem muita gente fazendo terra arrasada, os mesmos que horas atrás não viam defeitos no time armado por Tite.

Os duros críticos do empate com a Suíça mudaram o tom com os resultados positivos que foram surgindo, em especial após a vitória sobre o México, festejado por ter eliminado a Alemanha, mas que não passa de outra seleção mequetréfe.

Bem, agora esses que nunca perdem e tudo sabem, deitam cátedra. Eu mesmo acho que Luan e Arthur poderiam ajudar o time, mas ao contrário de alguns, ou muitos, não tenho absoluta certeza disso.

A causa maior da eliminação brasileira para um time inferior – e isso não é raro em mata-mata, nem sempre o melhor se classifica – foi a Bélgica ter achado aquele gol na cobrança de escanteio, e que Fernandinho teve a infelicidade de mandar para a rede.

Logo o Fernandinho, um reserva que só saiu jogando porque o titular, Casemiro, não tinha condições de jogo. Tenho pra mim que esse jogador ficou abalado, porque errou acima da média, e se trata de um volante muito bom.

Então, temos o gol belga, o time menor. Esse gol mudou a história do jogo, porque os jogadores brasileiros foram para cima decididos a empatar logo. Foi o grande erro. Abriu-se um clarão no setor defensivo. A Bélgica aproveitou-se disso e fez 2 a 0.

Olha, é raro ver a seleção brasileira sair perdendo por 2 a 0. Por isso, começou a passar em minha mente cenas dos 7 a 1. Passei a acreditar numa goleada. E a goleada teria acontecido se a Bélgica tivesse mais qualidade.

Não sei se os jogadores em campo não tiveram o mesmo sentimento, o temor de uma goleada, da repetição do vexame de 2014. Percebi semblantes assustados no time brasileiro.

No segundo tempo, vi um Brasil mais seguro, atacando, fustigando, e a Bélgica encurralada, formando um cinturão humano diante de sua área. Mesmo assim, pela técnica superior, muitas situações de gol foram criadas.

Do outro lado, o goleiro Alisson não foi exigido. Foi quase um espectador, prova da superioridade brasileira.

A entrada de Douglas Costa foi um sopro de talento, ousadia e eficiência. O guri gremista acertou todos os lances, e por pouco não fez o seu gol.

Mas sofreu um pênalti que o juiz não marcou, e ainda por cima, do alto de sua soberba, recusou o VAR. É aquilo que eu digo, enquanto a decisão de chamar o VAR pertencer apenas ao juiz, sem que a parte que se considera prejudicada seja ouvida, veremos muitas injustiças, como essa e outras que vimos no Mundial.

Sobre Neymar, leio e ouço muitas críticas. Não concordo com elas. Neymar tentou de todas as formas, fez boas jogadas, lutou e assumiu a responsabilidade, até por se tratar do melhor do time.

Agora, Neymar, assim como Messi e Cristiano Ronaldo, não joga sozinho, não tem condições de resolver um jogo se não tiver parceria. E mesmo quando tem essa parceria de boa qualidade, sempre há o risco de aparecer um goleiro como esse belga, que foi fundamental para mandar a seleção do Tite de volta mais cedo para casa.

Se bem que a maioria fica ali pela Europa e adjacências.

Adeus ao nosso Iniesta

Não me lembro de um jogador do Grêmio sair do quase anonimato ao estrelato em tão pouco tempo.

Ascensão meteórica. Em menos de um ano, ele saiu do banco de reservas para ajudar na conquista da Copa do Brasil, exibindo um futebol que lembrou a todos o de Iniesta.

Mas lembrou tanto que o Barcelona não demorou a perceber que ali estava o sucessor do seu talentoso meia.

Aos 21 anos, Arthur está atingindo o ápice na carreira. Ninguém tem dúvida de que não fosse uma lesão antes da decisão contra o Real Madrid, ele não só ajudaria o Grêmio a conquistar o bi mundial, como encaminharia sua convocação para a Copa do Mundo.

Pois bem, Arthur está indo embora. Vai alguns meses antes do prazo, desfalca o time neste semestre gordo de competições. Uma pena, mas não existe clube brasileiro, ou das Américas, que poderia resistir ao volume de dinheiro que o Grêmio está arrecadando ao ceder seu passe com antecedência, em troca de mais dinheiros.

Evito falar em números expostos pela imprensa, por que não são nada confiáveis. Mas não fogem muito da realidade, imagino.

Espero que o dinheiro – algo em torno de 30 milhões de euros – seja aplicados em reforços para o time e também para reduzir a dívida bancária do clube, que, segundo se comenta, gera juros de R$ 20 milhões de reais por semestre. Claro, não ponho a mão no fogo por esse dado.

Tem gente criticando o presidente Romildo, mas penso que realmente ele não tem outra saída a não ser liberar agora o ‘nosso Iniesta’.

Aos que choramingam muito, um consolo: ninguém é insubstituível.

Bem, só me resta agradecer ao Arthur por tornar o futebol mais bonito e desejar-lhe boa sorte.

COPA DO MUNDO

Aposto todas as minhas fichas no time do Tite. A Bélgica não vai dar pra largada.

Mas é só um palpite, porque não vi a Bélgica jogar. Meu palpite se deve ao histórico dos belgas. Esses não me enganam mais.

 

Brasil perto do título na Copa do VAR

O Brasil se encaminha para ser campeão do Copa do VAR. Depois que caíram Alemanha e Argentina, não vejo mais ninguém capaz de evitar o título, o hexa brasileiro.

Não estou chateado, nem contente. Tanto faz. A saída do Arthur antes do tempo mexe mais comigo, mas também não me faz perder o sono. Há substitutos no grupo, entre eles o jovem Matheus Henrique, de enorme potencial. Dá pra se dizer que é uma cópia do Arthur. Vamos ver se confirma entre os profissionais.

Voltando ao torneio em andamento na Rússia. Primeiro, não me emociona muito.  Estou como observador, e como tal o que busco em cada jogo é a emoção do terço final de cada jogo, onde as coisas acontecem.

O primeiro tempo dos jogos pelo que vi são um tanto chatos, os adversários um com medo do outro, um todo fechado, outro tentando abrir o ferrolho, mas também com medo de levar uma bola às costas.

Já o segundo tempo, de um modo geral, fica mais interessante. Quem assiste só os 10 ou 15 minutos finais é que está certo. É ali que as coisas acontecem.

Nesse jogo contra o México (incrível, tinha gente acreditando no esforçado time mexicano), ali pela metade do primeiro tempo, vaticinei que o México não conseguir manter aquela pressão na saída de bola, uma pressão que deu alguns sustos aos torcedores brasileiros, mas não o suficiente para mexer com um fio de cabelo do goleiro Alisson.

Antes do segundo tempo os mexicanos já abriam as pernas. No início do segundo, o gol de Neymar, o craque do jogo. Depois, Firmino,  que mal havia entrado, fez o segundo. Foi um vareio do Brasil.

O México escapou de ser goleado. Tenho de reconhecer, o Brasil é o melhor desta Copa. A Bélgica, que iludiu uns e outros, quase foi eliminada pelo Japão, o Japão, vejam só.

Não vi o jogo, nem tenho ideia de como foi. Mas vou me informar e volto a comentar aqui.

Observação: meu computado pifou faz alguns dias. Hoje arrumei outro para poder fazer esse comentário antes que ocupem meu espaço.