Era doce e se acabou

Era doce e se acabou. É com esse sentimento que começo a escrever depois da vitória do Cruzeiro sobre o Grêmio por 2 a 1, resultado que garante o título de campeão brasileiro aos mineiros, e nada mais justo.

O Cruzeiro mostrou em plena Arena, com toda uma atmosfera de otimismo e confiança da torcida gremista, por que é o campeão.

O Grêmio foi superior no primeiro tempo. Mas, assim como foi melhor no jogo do primeiro turno na casa do adversário, o Grêmio voltou a perder.

E perdeu porque não soube aproveitar as chances de gol que criou enquanto foi melhor. Já o Cruzeiro, com seus jogadores com auto-estima passeando entre as nuvens, quando foi melhor, e isso aconteceu no segundo tempo, foi lá e aproveitou.

Mas até quando o Cruzeiro era melhor, o Grêmio teve uma oportunidade daquelas feitas para encaminhar a vitória, porque seria um balde de água fria no entusiasmo do campeão brasileiro.

Dudu foi ao fundo, aos 25min, e cruzou. Um zagueiro rebateu nos pés de Barcos. E aí faltou ao Barcos a frieza do matador, a frieza, por exemplo, desse infernal Everton Ribeiro no lance do segundo gol dos mineiros. O zagueiro se jogou à sua frente, enquanto Fábio, goleiro que parece ter nascido para impedir vitórias do Grêmio, se jogava no mesmo sentido, ou seja, o lado óbvio de chute do atacante, no caso, o canto direito. Com isso, o canto esquerdo, uns 3 ou 4 metros, ficaram à disposição de Barcos. O argentino fez o que Fábio esperava. Por isso, Fábio defendeu.

Não tenho nenhuma dúvida que Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart – que parece ter um imã que atrai bolas bêbadas na área – teria feito o gol. Jogariam a bola, sem necessidade de força, no canto esquerdo, como já ensinava o baixinho Romário.

Tudo isso não para culpar Barcos, que fez uma partida relativamente boa, mas para salientar que o Cruzeiro virou o jogo porque tem jogadores que definem, que decidem. Esse Ricardo Goulart, que tem 14 gols ao lado de Barcos, não jogou nada, mas quando a bola sobrou pra ele fez o que manda a cartilha dos matadores, matou.

O Grêmio, no Gre-Nal e contra o Criciúma, seguiu à risca a cartilha, e teve bom aproveitamento das oportunidades criadas, muito diferente do que aconteceu nesta noite de quinta-feira na Arena.

O gol no início, marcado por Riveros – outro volante goleador – e o domínio amplo do jogo, levou à torcida ao paraíso, aos sonhos mais doces.

Por isso, quando o Cruzeiro fez o segundo gol como quem rouba pirulito de criança fiquei mesmo com essa sensação de que era doce e se acabou. E quando digo isso me refiro ao fato de que o time vinha num crescendo revigorante, luminoso.

Até o empate, o Grêmio se encaminhava para conquistar a vaga da Libertadores e até podia sonhar com o segundo lugar.

Agora, tudo ficou mais difícil. Mas não impossível.

FELIPÃO

O técnico gremista tem muitos méritos. Ele é o artesão desse novo time gremista, um time que por vezes empolga a faz sonhar.

Agora, quando ele viu que o Cruzeiro voltara melhor do intervalo, mais ameaçador, e se mantendo no campo ofensivo, penso que seria o caso de colocar Alan Ruiz para fazer a função de Luan, que não conseguia desenvolver nenhuma jogada, abusando de toques para o lado e pra trás.

Sei que Felipão apostou na estrutura do seu time, uma formação que está dando certo.

Mas era preciso naquele momento, ali pelos 15 minutos, colocar alguém com novo ânimo para sacudir o time e voltar a equilibrar o jogo antes que fosse tarde demais.

Quando Felipão se deu conta, era tarde demais.

Não se brinca com um time como o Cruzeiro.

Gre-Nal pela vaga: vantagem é gremista

A dupla Gre-Nal está de mãos dadas em busca de mais um prêmio consolação, a tal vaga na Libertadores, que, no caso gremista, nos últimos anos só tem servido para mobilizar a secação vermelha nos dois lados do balcão: imprensa e torcida.

O Grêmio não tem conseguido aproveitar dignamente a vaga alcançada com muito suor. A torcida fica empolgada, cria expectativas, e logo se frustra.

O bom mesmo é ser campeão. Sem dúvida. Mas é melhor entrar na Libertadores do que ficar chupando o dedo, secando o rival que conquistou a vaga.

Os dois clubes gaúchos estão com 60 pontos. Vejo um pessoal aí com máquina de calcular, fazendo projeções.

Não curto isso. Normalmente, essas projeções não dão certo. Nos últimos tempos, então, o que tem de estimativas equivocadas em relação ao Inter no Brasileirão não é pouco. Quem toca muito nesse assunto é o RW e sua incansável corneta. Como diz o colega, ‘eles são previsíveis’.

Pra mim, a rigor, só um dado me interessa. Os dois clubes estão igualados. Mas apenas um deles pode chegar a 72 pontos, é o Grêmio.

O Inter pode alcançar no máximo 69 pontos. Não vejo muito destaque para esse aspecto tão relevante, quase definitivo.

Se uma tabela de jogos pode sorrir para alguém, eu diria que desde o início a tabela do brasileirão sorri para o Inter. Recorro devo à cornetadorw.blogspot.com, que lá no começo da competição alertou para a ‘papinha’ que era a tabela para o Inter nas rodadas iniciais, própria para o time embalar, ganhar confiança e brigar pelo título.

O problema é que o Inter não aproveitou essa vantagem. Tropeçou diante de adversários teoricamente mais fáceis. Desperdiçou a vantagem.

Agora, na reta final, três jogos seguidos em casa. Um deles, vencido neste domingo, 1 a 0 sobre o Goiás, com direito a golaço do tão execrado Paulão, que a maioria dos cronistas da praça considera sem condições de vestir a camisa vermelha.

O Inter tem agora o Atlético Mineiro, mais preocupado com a Copa do Brasil, e o Palmeiras, que virou saco de pancadas. Por fim, o Figueirense fora. Em princípio, jogos menos espinhentos que os do Grêmio. O problema é que o time de Abel segue instável, inconfiável.

O time de Felipão, agora embalado, pega o líder e virtual campeão, o Cruzeiro, na quinta-feira. Depois, Corinthians fora, rival na luta pela vaga; Bahia em Salvador e Flamengo em casa. Uma sequência muito difícil.

Mas são quatro jogos, contra três do Inter.

Se o Grêmio conseguir manter nessa reta final o alto nível atingido no Gre-Nal e mantido contra o Criciúma, no Heriberto Hulse, vai conquistar a vaga.

Contra o Criciúma, o tricolor manteve a segurança defensiva mostrada no clássico e continuou efetivo na frente, com melhor aproveitamento das jogadas, algo que antes não ocorria. O time criava, mas não aproveitava as chances.

Além do mais, o Grêmio está mais confiante, mais seguro de si. O gol de Dudu na falha do zagueiro mostra isso. De novo, Dudu teve frieza para fazer a coisa certa, repetindo o Gre-Nal. Antes de Felipão, ele era um estabanado; hoje é um atacante mais compenetrado e seguro. Já não se assusta quando chega diante do goleiro.

Depois, Barcos fez um golaço de cabeça, em cobrança de escanteio. Será que está voltando a bola aérea que antes tanto assustava os adversários? Foram dois gols assim nos dois últimos jogos, mais do que em todo o restante do campeonato.

O tão criticado Ramiro, suja utilidade tática é inquestionável para mim, fez o terceiro em passe de Dudu, que é outro jogador após Felipão.

Mais uma vez, três volantes, vejam só. O detalhe é que Ramiro, um volante nato, consegue se desprender e chegar ao ataque com rapidez, se transformando em atacante. Então, o problema não é jogar com três volantes. É o tipo de posicionamento a eles atribuído. E, claro, a capacidade técnica e tática de cada um. Ramiro, além de tudo, é inteligente, sabe o momento certo de se infiltrar e pegar a marcação de surpresa.

Coisas de Felipão, o Mestre.

Enfraquecimento político do futebol gaúcho

A punição imposta ao Brasil de Pelotas é mais um indicativo de que o futebol gaúcho realmente não tem mais força política perante a CBF e ao tribunal esportivo carioca, coisas diferentes mas iguais, como se sabe.

O Brasil perdeu sete jogadores para a final da série D contra a Tombense, clube do qual só tomei conhecimento agora. O clube é de Muriaé, MG. Pelo jeito tem mais força que a gloriosa Federação Gaúcha de Futebol, que na gestão Francisco Noveletto ficou mais pobre e mais frágil, perdendo terreno para os vizinhos catarinenses.

Em compensação, seguem as obras da suntuosa sede da FGF às margens do Guaíba. É isso, federações e CBF ricas e clubes falidos, inclusive os grandes.

Durante a semana soube que Noveletto estaria trabalhando para ajudar o Brasil. Poderia ter feito isso antes para evitar que o julgamento dos incidentes em Lonrina ocorresse às vésperas da decisão da série D.

Se tentou, não sei, o fato é que o julgamento aconteceu e o Brasil está ferrado. A delegação ficou com apenas um reserva em condições de jogo. O clube pelotense mandou mais quatro jogadores para compor o banco, entre eles jogadores vindos de lesão.

O jogo deste domingo, 17h, em Muriaé, já leva jeito de uma ‘batalha dos aflitos’ para o valente Brasil de Pelotas.

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Pergunta desnecessária I: alguém tem alguma dúvida de que a resultado seria muito diferente se fosse algum grande clube de Rio ou SP no lugar do Brasil de Pelotas?

Pergunta desnecessária II: será que pesou nessa decisão calhorda do Tribunal Carioca de Futebol o fato de Noveletto ter se assanhado para presidir a CBF, opondo-se aos paulistas que tomaram conta da entidade?

ASSIM SERÁ A NOVA SEDE DA FGF, PROMETIDA PARA A COPA DE 2014

O vídeo dos bastidores do Gre-Nal

O emocionante vídeo do Gre-Nal revela a união do grupo gremista

Se alguém tem alguma dúvida de que a goleada de 4 a 1 no Gre-Nal, além de um bálsamo revigorante para o espírito gremista, foi um marco, um divisor de águas, que dedique 10 minutos e 53 segundos de seu tempo para assistir ao vídeo dos bastidores do clássico. Está no site oficial do clube: WWW.gremio.net.

A peça, elaborada com zelo e paixão, ajuda a explicar por que o Grêmio venceu e humilhou seu maior rival. Mais do que isso: mostra que se descortina um novo tempo de vitórias a partir do sentimento de união e de solidariedade entre jogadores, comissão técnica e dirigentes.

É estimulante ver um atleta de carreira exitosa como o Zé Roberto, aos 40 anos, pulando como um guri no vestiário, entre risos e abraços. Ou perceber a alegria também dos reservas, como Werley, que aparece sempre sorridente. É claro, vestiário de quem ganha não é vestiário de quem perde, mas é perceptível acima de tudo que Felipão conseguiu em pouco tempo unir o grupo. E um grupo unido é o ponto de partida para atingir metas, entre as quais os grandes títulos.

Nos minutos finais do vídeo, o choro de Felipão. É comovente ver um profissional tão vitorioso, com longo tempo de vivência no futebol, expor sua emoção e embargar a voz ao pronunciar a palavra ‘oportunidade’ – quem viveu o que Felipão viveu recentemente sabe o que representa esse termo – quando começava a dedicar a vitória a Fábio Koff.

O veterano treinador interrompeu sua fala e logo foi envolvido por abraços solidários, até se recompor e concluir seu breve discurso de agradecimento ao presidente tricolor.

Para um vestiário assim, tão unido e empolgado, não há limites.

INTER

O empate colorado em São Paulo foi uma surpresa. Com o time bastante desfalcado, arrancou o 1 a 1 diante do São Paulo. O resultado, a meu ver, foi bom para os outros postulantes ao G isso ou aquilo, entre eles o Grêmio.

Agora, cabe ao Grêmio fazer a sua parte, bater o Criciúma. Se ocorrer empate, será de antemão um mau resultado, péssimo resultado.

Então, há empates e empates.

Cabe destacar que o gol colorado foi em impedimento, fato praticamente omitido ou atenuado aqui em Porto Alegre.

Curioso é que o incontrolável Fabrício foi expulso e saiu esbravejando ‘Juiz ladrão’ ou algo parecido.

Desatando o nó tático de Felipão

Todos comentam o nó tático de Felipão em Abel. Antes de tentar desatar esse nó, é preciso registrar que Abel havia feito o mesmo no Gre-Nal de 4 a 1 na Serra, enrolando Enderson Moreira. Então, é do jogo. Um dia se ganha, outro se perde. E eles, os técnicos, seguem enchendo os bolsos de dinheiro, alguns com mais mérito que os outros.

Domingo, foi a vez de Abel se enrolar todo.

Para vencer o clássico e romper a série humilhante de derrotas, Felipão partiu de uma premissa: não deixar o meio-campo habilidoso e experiente do Inter tocar a bola, ditando o ritmo do jogo.

O Inter chegou a ensaiar esse controle do meio campo no começo. Foram apenas alguns minutos. Cheguei a pensar que se continuasse assim o Grêmio voltaria a perder.

Mas o que se viu foi o Grêmio aos poucos neutralizando o quarteto formado por D’Alessandro – que, ao perceber que não conseguiria jogar futebol porque Felipe Bastos estava em cima dele, tratou de apatifar o jogo e a tentar a expulsão de algum adversário -, Alex, Aranguiz e o sonolento Alan Patrick.

Mas como Felipão conseguiu neutralizar esse toque de bola? Simples, impondo um ritmo forte, marcação severa e futebol verticalizado, com poucos toques para os lados. O Inter sentiu essa marcação e dela não conseguiu sair.

O Grêmio forçou o Inter a buscar a ligação direta. E aí apareceu o competente sistema defensivo armado pelo mestre Felipão. Vitórias pelo alto e pelo chão. Com Wallace ganhando a maioria das disputas, inclusive aproveitando seu porte avantajado para roubar bola e acionar em especial o Felipe Bastos, saindo de trás uma bola qualificada.

Fundamental nessa estrutura foi a movimentação de Ramiro. Confesso que, em princípio, preferia o Felipe chegando mais ao ataque e estranhei que essa liberdade foi dada a Ramiro, que reconhecidamente tem dificuldades na zona ofensiva. Até fazer o gol – resultado do posicionamento que lhe foi destinado por Felipão – Ramiro havia errado umas três ou quatro jogadas de contra-ataque. Por outro lado, fazia um combate incansável aos meias colorados.

O mesmo baixinho que chegava à frente com velocidade e disposição, combatia energicamente no meio e em sua própria área. Lembro o lance em que ele evitou o gol colorado aos 46 do primeiro tempo, entrando de carrinho na pequena área junto à trave esquerda, com Grohe já batido.

Em termos táticos, me atrevo a dizer que a movimentação e a aplicação de Ramiro fizeram o grande diferencial a favor do Grêmio. Comparado a Ramiro os meias colorados pareciam preguiçosos.

Não tem como deixar de destacar também a movimentação de Zé Roberto, um jogador sábio. Na hora certa, ele fechava pelo meio para compor a barreira de blindagem diante da zaga, que, aliás, foi soberba. Pará, sem a mesma sabedoria, mas com comovente dedicação, também foi importante.

Na frente, Luan e Dudu também tiveram participação decisiva. Luan cometeu alguns erros no começo, mas depois engrenou e ficou no nível de Dudu, que surpreendeu no lance do primeiro gol pela frieza para driblar o chileno e rolar para Luan marcar. Dudu desconcertou a marcação várias vezes.

Barcos cumpriu muito bem a função de um centroavante que recua para receber a bola, abrindo espaço para os meias que chegam de trás, pegando a marcação de surpresa.

Até nas substituições Felipão foi perfeito. Giuliano e Alán Ruiz entraram na hora certa para aproveitar que o Inter se lançava meio que desesperado em busca do empate. Ruiz, então, foi demais. Além de dois gols, conseguiu enlouquecer o argentina que gosta muito de debochar quando vence, mas que não admite o mesmo quando perde.

Diante de tudo isso, é inegável o mérito de Luiz Felipe Scolari – o grande comandante, mais que um motivador, um estrategista – nessa vitória redentora que sinaliza a volta aos bons tempos.

Quem viver, verá.

Goleada no aniversário do mestre Felipão

Como eu ia dizendo, os dois times se equivalem. Destaquei que não via superioridade do Inter, diferente de muitos. Escrevi sobre isso durante a semana.

Ficou provado hoje que o Grêmio não é inferior ao Inter. Venceu com toda a justiça por 4 a 1. E poderia ter sido mais.

O Inter mostrou que não sabe perder. D’Alessandro tentou de todas as formas apitar e criar confusão. Fosse um juiz minimamente enérgico e o argentino teria sido expulso. Ele e William.

O Grêmio venceu porque tem um técnico superior, melhor que Abel Braga. No primeiro Gre-Nal com Felipão tendo tempo para trabalhar, vitória do Grêmio. Simples.

Ramiro foi um espetáculo taticamente. Marcou e atacou no corredor do lado direito de campo. Aos 46 do primeiro tempo ele evitou o gol colorado. Claro que ofensivamente ele deixa a desejar, mas não impediu que ele aparecesse para fazer 2 a 0.

O primeiro gol foi uma jogada genial de Dudu, que mostrou uma lucidez até agora não vista nele. Ele cortou Aranguiz, que lavrou o gramado com o traseiro, e viu Luan entrando pelo outro lado. Olhou e jogou na medida.

O gol de Rafael Moura foi um acidente no jogo.

O Grêmio foi sempre superior. D’Alessandro não existiu em campo. Quer dizer, jogando bola ele foi uma nulidade. Só apareceu mesmo em confusões e em reclamações.

Destaco ainda o Felipe Bastos, monumental. Wallace foi soberbo como primeiro volante. O meio campo do Grêmio, sempre tão criticado e considerado inferior ao do Inter, ganhou o jogo.

Na hora certa, no momento certo, Felipão colocou Alan Ruiz, que entrou com muita fome de bola. Foi dele o terceiro gol após ele mesmo sofrer uma falta de Willians – lance para segundo amarelo e o vermelho em seguida, mas o juiz conivente deixou por isso mesmo.

Zé Roberto cobrou e Alán apareceu para marcar de cabeça após o desvio no meio do caminho. Alán Ruiz enlouqueceu os colorados, em especial o ‘pequeno juiz vermelho’.

Por fim, Giuliano, que já havia levantado a torcida em dois lances – um deles o balãonzinho em D’Alessandro – recebeu um lançamento precioso de Dudu, e meteu para Alán Ruiz livrar-se da marcação e bater forte com a perna esquerda: 4 a 1.

Poderia ter sido mais. Mas para quem não vencia Gre-Nal há tanto tempo ficou de bom tamanho.

Felipão está de aniversário neste domingo. Ganhou um belo presente. E deu um presente inesquecível à nação gremista.

3 VOLANTES

Ah, e a goleada foi com três volantes. Só pra deixar registrado.

FISCAL

D”Alessandro fez de tudo no jogo. Só esqueceu de fazer o que estabelece seu contrato: jogar futebol.
Tentou apatifar o jogo quando viu que tudo estava perdido.

Por fim, criou uma nova função: fiscal de comemoração.

Tudo sob a complacência do juiz, que, nesse aspecto foi igual aos colegas de AM – Abaixo do Mampituba.

SÓ PRA REFORÇAR

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Texto publicado também na Zero Hora.
Grêmio provou que está longe de ser uma ‘Geni’.
Guardem suas pedras para outros.

Futebol é competição, mas também arte

O problema do Gre-Nal é todo esse clima que se cria em torno do jogo. O que seria apenas mais um jogo pelo campeonato brasileiro, valendo os mesmos três pontos, se torna uma guerra.

O clima fica pesado, tenso. É como uma nuvem preta pairando sobre Porto Alegre, prenúncio de temporal devastador.

A torcida fica acesa, a imprensa mais agitada. As redes sociais servem de combustível. Os jogadores, mesmo aqueles que nada tem a ver com a nossa cultura bélica, de radicalismos extremados, ficam contaminados.

Quando entram em campo já estão mais para gladiadores. Então, o que se vê na maioria das vezes são jogos ruins, com muita pancada, muita simulação. Os mais talentosos sucumbem diante dos violentos e dos menos capazes.

A arbitragem até que se esforça, mas é difícil fazer com que o jogo seja apenas isso, um jogo de futebol.

Até porque não faltam nas arquibancadas aqueles que querem ver o sangue do ‘inimigo’.

No caso do Grêmio, eu gostaria que o time fosse para o confronto mais leve. Felipão bem que tentou diminuir a tensão do clássico ao dizer que no final das contas se trata apenas de mais um jogo de 3 pontos. Mas foi apedrejado, criticado, vilipendiado, tanto por gremistas como por colorados, sem contar alguns da imprensa.

Eu não tenho nenhuma dúvida de que se o Grêmio for para o jogo pensando em jogar futebol, e isso implica, claro, em marcar forte, chegar junto e se impor, ainda mais que joga em sua casa, estará mais perto da vitória.

É evidente que o Inter tem jogadores tecnicamente mais capacitados no meio de campo. Jogadores com melhor capacidade de criação e finalização, justamente os pontos mais fracos do Grêmio já faz algum tempo.

Mas D’Alessandro, Alex e Aranguiz não são imarcáveis, não são imbatíveis. Os dois primeiros participaram do vexame de 5 a 0 em Chapecó. O argentino, tão temido por muitos gremistas, foi substituído no intervalo.

Tem ainda o Bahia e o Ceará, que eliminaram esse Inter tão festejado por muitos.

Se o Grêmio encarar o Inter como se estivesse vestindo, por exemplo, a camisa da Chapecoense, desprezando o peso de dois anos sem vitória em Gre-Nal – sendo que em alguns dos clássicos o Grêmio só não venceu por falta de sorte e excesso de incompetência – tem todas as condições de vencer, e vencer bem, encaminhando sua vaga no G-4.

Mas, acima de tudo, um Grêmio sem temor. Com o respeito que se deve ter com qualquer adversário. Mas sem temor!

Um Grêmio jogando com mais alegria, mais leveza, mas aguerrido e determinado, buscando o gol com insistência como fizeram Cruzeiro e Atlético Mineiro dias atrás.

‘Hay que endurecer pero sin perder la ternura.’

No caso, sem esquecer que, além de competição, futebol também é arte.

Douglas e o engradado de cerveja

O jornal Zero Hora, edição desta quinta-feira, fez interessante matéria de duas páginas que mostrou o equilíbrio entre Grêmio e Inter em termos de individualidade.

O Grêmio até aparece melhor, com 6 titulares numa ‘seleção gre-nal’ contra 5 do Inter.

O problema é que o Inter tem jogadores com maior capacidade de definição. Por isso, faz mais gols.

O Grêmio até chega à frente, mas falha no penúltimo e último passes, sem contar as finalizações que muitas vezes beiram ao ridículo.

O Inter é mais eficiente nesse aspecto. No entanto, perde defensivamente.

Se o Grêmio passar a elaborar melhor as jogadas e concluir com maior eficiência, ganha o clássico.

ARTIGO EM ZH

Saiu nesta quinta, dia 6, um artigo que escrevi sobre os gremistas que só sabem criticar e esquecem que o Grêmio hoje está entre os sete melhores do Brasileirão e com boas chances de ficar com vaga na Libertadores.

Ah, vão dizer, o que interessa a vaga? Se alguém não sabe o quanto é importante disputar uma Libertadores, em todos os aspectos, então…

Se é ruim só ficar com vaga na Libertadores, pior é ficar de fora e ver o rival na competição. Ou não?

No texto, lembrei do Douglas, que o Grêmio não tem um articulador bom desde Douglas. Aí, já vieram me dizer que estou com saudade do Douglas ‘barriguinha’. Deus me livre!

Agora, Douglas, com um engradado de cerveja nas costas, faz falta para esse time do Grêmio.

Prêmio Press: boteco no G-5

Estamos no G-5 do Prêmio Press, categoria jornalista de web do ano.

Agradeço a participação de todos os botequeiros. Um agradecimento especial ao RW, que mobilizou os corneteiros.

Sinceramente, ficar entre os cinco já está de bom tamanho. Eu só não queria cair pra segundona.

Os concorrentes são todos de alto nível. Me considero um zebrão, tipo o Inter vencer o Barcelona no mundial ou perder para o Mazembe. Ou levar CINCO da Chapecoense.

O resultado sai dia 25. Parabéns ao Júlio Ribeiro, editor de Revista Press e idealizador dessa premiação.

Segue texto publicado no site da revista:

Terminou. Depois de dois meses de votações pela internet, estão encerradas as etapas de Voto Popular e Voto Profissional do Prêmio Press 2014. E terminou em alto estilo, tendo sido registradas 507.000 indicações.
Para Julio Ribeiro, diretor Geral da revista Press Advertising, esse nível de participação do público leitor, ouvinte e telespectador e dos radialistas e jornalistas profissionais do Rio Grande do Sul, confirmam o Prêmio Press como o maior e mais disputado prêmio do jornalismo brasileiro. “Que outro prêmio consegue mobilizar quase 20 mil votantes (CPFs diferentes), responsáveis por mais de meio milhão de indicações, e cerca de 500 nomes de profissionais sendo indicados?”, pergunta Ribeiro.
A partir desta semana, a relação dos finalistas em cada uma das 16 categorias será enviada, em envelope lacrado, para 30 personalidades convidadas pela revista, que irão escolher os seus preferidos. O resultado do Júri de Lideranças será conhecido no dia 25 de novembro, na grande festa dos 15 anos do Prêmio Press.
Para assinalar a data, uma nova honraria está sendo criada: o Troféu Advertising, destinado a destacar a contribuição de uma personalidade ao desenvolvimento e valorização do mercado publicitário gaúcho. O troféu deste ano será entregue ao empresário Adelino Colombo, fundador e presidente de uma das maiores redes de varejo do País e que sempre se utilizou de agência, veículos e fornecedores gaúchos na formação e consolidação da marca de sua empresa. O Troféu Advertising tem o patrocínio da ABAP-RS e SBT-RS.
Já o Troféu Sistema Fiergs – Homenagem Especial deste ano será entregue ao jornalista Rogério Mendelski pelo “conjunto da obra” em mais de 45 anos de atividade profissional, tendo passado pelos principais microfones da imprensa gaúcha.
O Prêmio Press, que em 2014 completa 15 anos de vida, tem o patrocínio de Sistema FIERGS, Sistema FECOMÉRCIO-RS, CIEE-RS, SICREDI, SINDUSCON e STICC e conta, ainda, com o apoio do GRUPO ZAFFARI, da KRIM BUREAU e da ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO RS.

JORNALISTA DE WEB DO ANO, por ordem alfabética:
– Gilnei Lima – www.gilneilima.com
– Ilgo Wink – www.botecodoilgo.com.br
– José Luiz Prévidi – www.previdi.com.br
– Paulo Cesar Flores – www.demalaecuia.net
– Ricardo Orlandini – www.ricardoorlandini.net

GRE-NAL

Carlos Simon critica o árbitro do Gre-Nal. Diz que o melhor seria o Vuaden, aquele do Gre-Nal do Mário Fernandes, lembram?

Tenho agora mais motivos para acreditar que foi ótima a decisão por um árbitro de fora, seja ele quem for.

ZH

A Zero Hora deve publicar nesta quinta-feira um artigo cometido por mim. Talvez o pessoal lá mude de ideia até a hora da impressão. Afinal, fiquei 30 anos em outra trincheira.
Pelo jeito, não sou mais considerado um adversário. Devo admitir que isso me deixa satisfeito.

D’ALESSANDRO

Estava almoçando com integrantes do Movimento Grêmio Multicampeão no excelente Beto’s Grill, altos da Protásio. Eu, o presidente Mattiello, o Evandro Krebs e uma turma muito animada. Eis que surge o D’Alessandro.

De olho no inimigo.

Ficamos elaborando um plano para tirá-lo do Gre-Nal. Minha primeira ideia foi sequestro. O garçon colocaria um ‘boa noite cinderela’ na bebida dele. Nós o devolveríamos domingo de noite.
Achamos muito arriscado.
Houve quem sugerisse medidas mais violentas. Umas porradas, por exemplo.
Pensei em diluir um diurético poderoso na comida dele. Ideia aprovada.

Mas desistimos.
Qual a graça ganhar deles sem o argentino em campo?

Grêmio virou 'Geni' para muitos gremistas

O Grêmio virou a ‘Geni’ de grande parte dos gremistas. Pelo menos daqueles que descarregam sua ira, frustrações, ódios e rancores nas redes sociais diretamente ou enviando mensagens para as emissoras de rádio, onde analistas futebolísticos ajudam a jogar pedras no time de Felipão, alguns simplesmente porque é o time do Felipão. Ah, e tem gente assim também entre os torcedores, gente que não vacila um segundo para desmerecer os grandes vencedores.

Antes que direcionem pedras à minha pessoa, quero esclarecer que eu também não estou satisfeito com o futebol do time. E isso já faz muito tempo. A diferença é que, reconhecendo a limitação técnica de alguns jogadores, escolhas equivocadas de treinadores e deficiências na montagem do grupo – não tem um articulador de qualidade para escalar desde a saída de Douglas -, avalio que ainda é possível figurar entre os três ou quatro melhores do campeonato. É difícil, mas está longe de ser impossível, em função inclusive da irregularidade das outras equipes.

A começar pelo grande rival, o Inter, hoje terceiro colorado. A campanha colorada é cheia de sobressaltos – inclusive com duas eliminações vexatórias diante de Ceará e Bahia, que o Inter transformou em potências emergentes do futebol mundial. Mas o que aparece é um Inter com equipe muito superior a do Grêmio, o que é desmentido pelos números, e os números como se sabe, são capazes de demolir as mais sólidas teses.

A diferença entre a Dupla é de apenas dois pontos. Esses dois pontos de vantagem colorada foram obtidos na vitória sobre o Santos na Vila Belmiro, território assustador para gremistas e colorados. Vitória histórica, sem dúvida, mas obtida a partir de uma falha absurda do experiente goleiro Aranha, no momento em que o Santos mais pressionava. O jogo se encaminhava para o empate, com o Inter resistindo bravamente, amontoando volantes. Então, veio o segundo gol e com ele os tais dois pontos.

Tudo isso para deixar claro que o Grêmio não é essa desgraceira que muitos gremistas fazem parecer. E não vai nenhuma crítica, porque são 13 anos na fila por um grande título, e isso torna qualquer torcedor mais sensível, intolerante e irritável. O que não pode é numa semana Gre-Nal colocar mais lenha na fogueira, desqualificando o trabalho de Felipão e dos jogadores, como se fossem eles os culpados de tanto tempo de seca.

A hora é de recolher as pedras, ficar ao lado do time de maneira incondicional, lotar a Arena e torcer pela vitória que irá inverter as posições dos dois no Brasileirão.