Puxando a brasa para o meu assado

Já que nenhum dos meus parceiros – mui amigos – aqui do blog lembrou de fazer referência ao artigo que escrevi na véspera do jogo contra o Cruzeiro, eu corrijo essa falha de absoluta desinformação. Quando eu erro – algo mais raro que eclipse total do sol – sempre tem um corneteiro, esfregando as mãos de prazer sádico, pra lembrar. Quando eu acerto, silêncio.

Então, aqui me recuperando, ainda sem poder ficar muito tempo diante da tela do computador, transcrevo parte do que escrevi antes do furacão categoria 4 que se abateu sobre o nosso time, prevendo o que aconteceria com Luan sob a conivência da arbitragem, o que, a meu ver, contribuiu muito para a derrota.

Segue o que interessa:

“Cada vez mais visado pelas chuteiras do mal sob os olhares negligentes dos árbitros em geral. Luan é o jogador do Grêmio a ser marcado. Todos os treinadores sabem disso. Mano Menezes sabe que o jogo do Grêmio passa pelos pés de Luan, ainda mais se Maicon não jogar. É com Maicon que Luan melhor dialoga, apesar do alto nível do futebol jogado por Arthur e Michel.

Só espero que Mano não ordene que seus jogadores ‘cheguem junto’, expressão aplicada não raro como neologismo para ‘mata a jogada custe o que custar’.”

MILLER

Escrevi também sobre o Miller Bolanos, que parece ter vindo aqui apenas para levar a cotovelada assassina e faturar algumas centenas de milhares de dólares.

Uma passagem obscura e plena de boatos desabonadores.

Uma pena. O Grêmio investiu forte para ter esse jogador para a Libertadores do ano passado. Não deu por causa da agressão covarde que o vitimou. Agora, já sem nenhum problema físico, ele poderia ser útil.

Aí, ele pede para sair.

E faz de tudo para contribuir para sua saída, inclusive com um comportamento que pode induzir o clube a reduzir o valor do seu ‘passe’.

Por mim, já vai tarde. Mas que é uma pena, é uma pena.

 

Grêmio cai nos pênaltis

Ser eliminado de uma Copa do Brasil nos pênaltis e para um time inferior é duro, mas faz parte.

O Grêmio teve o jogo na mão. Lucas Barrios, o fazedor de gols, teve sua noite ‘não’. A melhor chance do jogo com bola trabalhada foi desperdiçada pelo goleador paraguaio logo no começo, após uma metida de bola genial de Luan.

Um gol naquele momento, Mineirão lotado, resultaria numa pressão muito forte sobre os jogadores de Mano Menezes. O Cruzeiro teria de fazer três gols e não levar mais um para classificar-se.

Mas Lucas Barrios perdeu o gol. A melhor chance de gol da partida com bola rolando.

Fora isso, tem o juiz que, conforme escrevi aqui neste espaço, fez o que eu temia, foi negligente com o abuso de faltas cometidas pelos mineiros, a maioria sobre Luan. Em quatro minutos de partida Luan sofreu três faltas, num rodízio de faltosos.

Tivesse ele agido com o rigor que teve ao aplicar um cartão amarelo em Lucas Barrios, a história seria muito diferente. O Cruzeiro, fatalmente, teria jogador expulso.

Tirando a choradeira, o Grêmio foi superior no primeiro tempo, e inferior no segundo. Com Luan agora bem marcado, o time ficou sem saída rápida para o ataque. Houve uma escapada com Éverton e Pedro Rocha. Os dois não assumiram a responsabilidade de chutar e a chance se esvaiu.

Já o Cruzeiro, diante da boa marcação de Michel e Arthur e do firme posicionamento dos quatro defensores -Bressan não comprometeu -, apelou para o jogo aéreo. Tanto fez que acabou marcando 1 a 0, um gol de cabeça de Hudson, que pulou livre.

Lucas Barrios, que aparentemente vem jogando no sacrifício, cedeu lugar para Éverton. Mas o guri foi pouco aproveitado. O Cruzeiro não adiantou sua linha de zagueiros, tirando espaços para contra-ataques. O melhor talvez fosse colocar Maicon, adiantando Luan. Mas Maicon é outro que anda um tanto fragilizado.

O Grêmio buscou o empate, lutou para marcar o gol que liquidaria o jogo, mas esbarrou num Cruzeiro determinado, um time que nos minutos finais parecia satisfeito em levar o jogo para as penalidades.

Eu fiquei preocupado. Não queria pênaltis. Acho que nenhum gremista acreditava de verdade numa vitória nos pênaltis. Exemplos recentes de más cobranças são traumáticos. Dois dos que erraram não faz muito, Edilson e Luan, voltaram a errar. Edilson chutou na trave e Luan fez a glória do Fábio. O outro que errou foi Éverton, também na trave.

Apenas Fernandinho e Arthur, este com muita frieza e técnica, marcaram.

Quem poderia sair do Mineirão consagrado é Marcelo Grohe. Ele fez duas defesas. Ou seja, fez a sua parte. Nem o gremista mais pessimista imaginaria que numa cobrança de cinco apenas duas cobranças fossem convertidas.

Por fim, aqueles que queriam um Grêmio mais dedicado ao Brasileirão e não estavam, digamos, nada entusiasmados com a possibilidade do hexa, agora podem comemorar.

Esses, a mídia do centro do país e a CBF, que andaram criticando o Grêmio por ter optado pela CB, opção ocorrida por causa de um calendário estúpido.

Embora um tanto tarde, a partir de agora o Grêmio deve ir fundo no Brasileirão, mas não muito, porque ainda há a Libertadores pra “atrapalhar”.

 

 

Não vamos nos dispersar: foco no Hexa

Esses assuntos periféricos que só servem para atiçar os lobos vermelhos, alimentar as redes sociais e preencher espaço em programações esportivas estão em segundo plano, ao menos para mim.

O foco agora é na decisão contra o Cruzeiro. Não vamos nos dispersar. Se Luan vai ou não imitar o ex-jogador aquele e se Miller Bolaños um dia voltará a vestir a camisa do Grêmio são questões que preocupam, mas, a meu ver, secundárias para um clube que está a uma vitória e dois empates (simplificando) do hexa da Copa do Brasil.

O que realmente importa hoje é que Luan estará em campo. E melhor ainda seria se o equatoriano estivesse à disposição, com ganas de jogar seu belo futebol, algo que parece cada vez mais impossível. Até Renato que conhece a alma dos boleiros jogou a toalha.

Mas ainda temos Luan. Cada vez mais visado pelas chuteiras do mal sob os olhares negligentes dos árbitros em geral. Luan é o jogador do Grêmio a ser marcado. Todos os treinadores sabem disso. Mano Menezes sabe que o jogo do Grêmio passa pelos pés de Luan, ainda mais se Maicon não jogar. É com Maicon que Luan melhor dialoga, apesar do alto nível do futebol jogado por Arthur e Michel.

Só espero que Mano não ordene que seus jogadores ‘cheguem junto’, expressão aplicada não raro como neologismo para ‘mata a jogada custe o que custar’.

O bom é que Luan não se intimida com as entradas fortes e por vezes desleais mesmo. Quanto mais apanha mais retém a bola, mais provoca e atiça a ira dos marcadores, algumas vezes com dribles desconcertantes.

Se Luan estiver inspirado, acredito até mesmo numa vitória sobre o Cruzeiro, embora o empate seja suficiente – e até derrota por um gol, fora o 1 a 0, que leva aos pênaltis. Não, pênaltis, não. Não merecemos.

Sobre o time que começa, li que há dúvida entre Arthur e Maicon. Arthur está em melhor forma e deve sair jogando.

Agora, não afasto a possibilidade de Maicon começar no lugar de Barrios (sentiu lesão no jogo anterior). A ideia não me desagrada. Seria uma forma de rechear o meio de campo, liberando um pouco mais Luan e deixando Pedro Rocha como válvula de escape.

Os dois formatos me agradam. Ainda prefiro a primeira opção, desde que Lucas Barrios esteja em boas condições. Se ele não estiver 100 por cento, melhor, então, é deixá-lo como alternativa.

Por fim, não há como não confiar num time que desde a CB do ano passado tem mostrado maturidade e qualidade para superar qualquer adversário em território nacional, dentro ou fora de casa.

 

Grêmio: estratégia poderia ser repensada

Confesso que esperava um Grêmio mais encorpado para enfrentar o Atlético-PR depois que o Corinthians deu uma vacilada e sofreu sua primeira derrota no Brasileiro (contra o Vitória, 1 a 0).

Não adianta, a alma do torcedor é nutrida pela emoção, que muitas vezes sufoca a razão. Por mais que eu concorde e defenda a estratégia de priorizar a Copa do Brasil e a Libertadores, sempre fica aquela perguntinha inquietante: será mesmo que não dava para colocar em campo um time um pouco mais qualificado, ou pelo menos compor o banco com alguns titulares capazes de dar uma estocada final no adversário cansado?

Sei que há todo um estudo, um planejamento, que inclui avaliações de fisiologistas e tudo mais. Se eu fosse dirigente, se tivesse algum poder de decisão, talvez fizesse a mesma opção. Talvez.

Outra perguntinha inquietante: se o Cruzeiro – adversário na decisão de quarta-feira – pode escalar os titulares, por que o Grêmio não pode? É o tipo de questão que me perturba. O Cruzeiro bateu o Sport com seu time titular, o Grêmio, com seus reservas e com a perspectiva de aproximar-se do líder, ficou no empate diante dos paranaenses. Com o reforço de alguns titulares poderia ter vencido.

Escalar força máxima não significa vitória garantida – o Avaí não nos deixa esquecer -, mas aumenta as possibilidades de sucesso.

Por outro lado, se tivesse escalado titulares mais vezes em jogos do brasileirão é possível que outros jogadores importantes estivessem com lesão muscular, a exemplo do Geromel.

Quero deixar claro que defendo a estratégia adotada, mas não precisava ser tão radical. É apenas essa a minha discordância. Um detalhe, mas um detalhe que pode fazer toda a diferença, como costuma acontecer no futebol.

Bem, o Grêmio está apostando todas as suas fichas na CB e na Libertadores. A roleta está girando…

Luan

Foi duro ver a TV mostrando Luan e Pedro Rocha nos camarotes enquanto em campo o time reserva escapava de uma derrota graças principalmente ao goleiro Paulo Vitor, e também à imperícia do adversário nas conclusões.

Lincoln

Por fim, lamentar as vaias ao jovem e promissor Lincoln. Um guri de 18 anos, formado no clube, merecia mais carinho, mais tolerância, ainda mais que vem num crescendo.

Torcedor assim deveria fazer como eu: ficar em casa e ver o jogo pela TV.

Bressan

Bressan até que foi bem. Pelo menos mostrou que no momento é superior ao Bruno. Gostei que a torcida deu apoio ao substituto de Geromel. É bom para dar moral e confiança.

Marcelo Oliveira

Deu uma entregada daquelas de sair lesionado de tanta vergonha. Ainda bem que o Paulo Vitor estava atento e saiu na hora para abafar, evitando o gol.

 

Bressan e a imprudência da direção tricolor

Alguém poderia criar a campanha ‘Somos todos Bressan’. Seria um mutirão para blindar Bressan das críticas e, principalmente, criar um clima positivo em torno dele, lembrando, se possível, alguma atuação segura e convincente dele – tuitando seus gols de cabeça – e frisando que isso pode acontecer de novo. Vamos acreditar!, e por aí a fora.

O que não podemos é desacreditar completamente na capacidade do ser humano de renascer, de reinventar-se, de superar-se e mostrar que ali está outra pessoa, mais forte, mais segura de si, melhor preparada para enfrentar as agruras da vida, e dos gramados.

De minha parte, confesso que fico emocionado com essas situações da segunda chance – no caso, mais do que duas. Há muitos filmes que tratam disso, da segunda chance. Todos nós merecemos essa oportunidade de reverter expectativas.

Quando tudo parece perdido, eis que o desacreditado surpreende e no final abate os inimigos e casa com a ‘mocinha’ – no meu tempo de adolescente, frequentador do Cine Avenida, em Lajeado, é como a gente chamava a protagonista, aquela que cairia nos braços do ‘mocinho’ enquanto a música sobe e aparece na tela o ‘the end’.

Com a lesão de Geromel, só nos resta torcer pelo ‘mocinho desastrado’, que é o Bressan. Sinceramente, é sério, vejo potencial no Bressan. Não tenho dúvida de que ele ainda vai crescer como jogador assim que adquirir mais confiança, ficar mais tranquilo e controlar a ansiedade. Vejo nele um Baidek no futuro. Mas no futuro. O problema é que no caso do Bressan o futuro é daqui a alguns dias.

Bressan tem 23 anos, ainda pode evoluir, eu acredito nisso. Mas talvez isso demore um tempo, um tempo que o Grêmio não tem.

Mas que teve e não aproveitou. Bressan foi empresado ao Flamengo. Voltou. Foi cedido ao PeÑarol. Voltou. Ele não foi bem nos dois clubes. Nem gosto de entrar em detalhes de como foi sua passagem pelo futebol uruguaio.

O fato, inquestionável, é que Bressan só poderia ter sido incorporado ao grupo se a direção tricolor tivesse feito o bêabá, o básico, o tema de casa: contratado um zagueiro mais ou menos do nível de sua dupla de titular. Muita gente clamou nesse sentido nas redes sociais. Então, não foi por falta de aviso. Falta de dinheiro e/ou de humildade, pode ser.

Hoje, o Grêmio tem dois grandes zagueiros. E três reservas de um nível bastante abaixo.

Essa direção de tantos acertos cometeu alguns erros, o que é natural, normal. Entre eles está esse de não ter três zagueiros de respeito para enfrentar uma temporada tão dura, tão exigente, tão desgastante.

A conta dessa imprudência, infelizmente, pode vir na próxima quarta-feira.

 

 

 

Grêmio larga com vantagem contra o Cruzeiro

O Grêmio atingiu o objetivo básico, que era vencer o Cruzeiro sem levar gol.

Se pudesse empilhar gols para encaminhar a classificação à final da Copa do Brasil, melhor. Mas não foi possível, e muito em função do adversário.

Mano Menezes, assim como outros treinadores, hoje conhece bem o Grêmio, e sabe que precisa encurtar o espaço no setor intermediário para não deixar fluir o toque de bola envolvente do tricolor.

Não é fácil, tanto que no primeiro tempo o Cruzeiro quase não conseguiu respirar tamanho o sufoco. No segundo, sim, o time mineiro conseguiu marcar melhor, teve por momentos o controle das ações, mas pouco produziu em termos de oportunidades de gol.

As melhores foram duas, um chute no canto direito que Grohe mandou para escanteio e, quase no final, uma escapada pela direita do Raniel, com Grohe saindo para abafar, evitando o empate.

Já o goleiro Fábio fez a grande defesa do jogo, um cabeceio de Lucas Barrios, que ele tirou de cima da risca. Ele ainda defenderia um belo chute de Pedro Rocha. E foi só também.

Aos 45 minutos, o gol gremista. E tudo começou com Marcelo Grohe, é verdade, acreditem. Ele rolou a bola para Michel, que avançou, cruzou a linha do meio de campo e meteu uma bola preciosa para Pedro Rocha, que tocou de primeira para Luan que entrava pelo meio. Luan, também de primeira, chutou. E aí Fábio espalmou pra dentro da área, onde estava Lucas Barrios. Gol!!!

Dias desses, Grohe soltou uma bola (defendida com muita dificuldade como foi o caso de Fábio), também para dentro da área. Aí, os ‘especialistas’ em goleiro (e eles são muitos), disseram que não se pode rebater a bola para dentro da área, e sim para os lados, para escanteio de preferência.

Nada mais óbvio. Só tem um detalhe: às vezes não dá. Mas e os caras que querem a caveira do Grohe levam isso em conta?

Mas voltando ao que interessa. O Grêmio venceu com muita dificuldade, não teve aquela supremacia técnica e tática de outras partidas. E isso prenuncia um segundo jogo muito difícil. Ou não, diriam os mais otimistas, aqueles que consideram o Mineirão um salão de baile desse novo e empolgante Grêmio treinado por Renato Portaluppi.

O certo é que tudo pode acontecer. Confio que o Grêmio faça ao menos um gol, o que já cria um problema ao Cruzeiro.

A lamentar a lesão de Geromel. Depender de Bressan, esforçado mas limitado, é torturante. Tem ainda o Lucas Barrios, que sentiu uma lesão.

A torcida para o segundo jogo contra o Cruzeiro começa agora: a torcida pela recuperação de dois dos mais importantes jogadores do time.

Por fim, um elogio ao juiz da partida, o Marcelo Aparecido. Ele marcou um pênalti sobre Luan, mas recuou atendendo aceno do bandeirinha. E fez o certo, porque a falta foi mesmo fora da área. No mais, foi correto na aplicação de cartões e nas marcações de falta, com um ou outro equívoco.

Um de seus méritos na carreira foi ter expulsado Marcelo Grohe por aquela babaquice de fazer cera excessivamente. De lá pra cá isso acabou. E tudo graças ao Aparecido.

Destaques: a dupla de área, a dupla de volantes, Ramiro e, principalmente, Luan, o craque do jogo.

Arrancada final rumo ao Hexa da CB

O Grêmio está a quatro jogos do título da Copa do Brasil. Mesmo assim, ainda hoje há quem defenda que o clube tomou a decisão errada, deveria ter privilegiado o Brasileirão. Argumento: não ganha essa competição há duas décadas. Grande coisa!

Mesmo que fosse um século, ainda assim a decisão mais sensata, equilibrada, seria a Copa do Brasil. Comemorar o HEXA, consolidar a fama de copeiro e garantir vaga na Libertadores de 2018.

A campanha absurda do Corinthians indica que o Grêmio fez a opção certa.

Claro, tem aquele jogo contra o Sport, na terceira rodada. Tem gente que não se conforma, chora pelos cantos e tem pesadelos.

Ora, o jogo foi no dia 28, em Recife. Grêmio foi de time reserva. Por que? Ora, três dias depois teria confronto decisivo, no Rio, contra o Fluminense de um Abel mordido pra vencer o Grêmio de qualquer jeito.

A direção agiu acertadamente. Até acho que poderia ter deixado uns titulares para entrar no segundo tempo em caso de necessidade. Foi uma decisão radical demais, mas aconteceu, jogo jogado, e chega de lamúrias.

Ficar lamentando o leite derramado é fazer o jogo dos setores vermelhos da imprensa, que não param de bater nessa tecla.

Vamos ao que interessa, o jogo desta noite contra o Cruzeiro, outro que está mordido e louco para bater o Grêmio.

Gremista que é gremista se abraça ao clube, à direção e ao time. Deixa de lado suas teses e simplesmente faz o que sabe fazer de melhor: torcer.

Todos na Arena. O Cruzeiro é um adversário forte. Precisamos vencer e não levar gol. Nesse sentido, torcendo para que Marcelo Grohe volte a ser o grande goleiro de outros tempos. Se isso acontecer, será meio caminho andado para ir à final.

Lincoln, a boa notícia em nova derrota

O Grêmio já tem um forte candidato a substituir Luan. É Lincoln. O técnico Renato Portaluppi chegou a declarar que ele tem um ‘plano B e um plano C’. Desconfio que Lincoln, pelo que mostrou hoje contra o Botafogo, no Rio, num duelo entre reservas, é o plano C. O plano B seria Miller Bolaños.

Como o equatoriano não se resolve na vida, o guri da base pode passar a plano B. Fiquei empolgado com o primeiro tempo do Lincoln. Passes precisos, simplicidade nas jogadas, personalidade para chamar o jogo, como faz Luan. Fora isso, tem aquele drible de craque na entrada da área, que resultou em falta, que resultou em pênalti. Bem, pênalti que Marcelo Oliveira desperdiçou, embora o goleiro Gatito Fernandez tenha seus méritos.

GOLEIRO

Aliás, todos nós sabemos que um time campeão começa pelo goleiro. Esse Fernández é o tipo de goleiro que muitas vezes leva o time nas costas. Esse pênalti, aliado a mais uns 7 ou 8 que ele defendeu no Brasileiro, mostra que estamos diante de um goleiro diferenciado.

Marcelo Grohe já teve uma fase assim, mas hoje, infelizmente, tenho de reconhecer que embora seja mesmo um bom goleiro, acima da média, Grohe não é o cara para levar um time a grandes conquistas, como uma Libertadores, por exemplo.

Sei que alguns gremistas, uma minoria ruidosa, acha que Paulo Vitor pode ser esse goleiro. Não, não pode. Nunca foi. Até acho que ele não teve culpa no gol do Botafogo – fosse Grohe o goleiro, estaria sofrendo nas redes sociais. E o que dizer daquela bola rasante, no segundo tempo, que ele deixou percorrer e pequena área de ponta a ponta? Fosse Grohe seria taxado de ter braços curtos, etc.

Então, hoje, entre os dois, ainda continuo com Grohe. Sem entusiasmo. Fico na esperança de que ele possa ser um goleiro tipo Cássio e Gatito, dois que conduzem um time ao topo.

No mais, como o Brasileiro está mesmo perdido, considero boa a decisão de jogar com reservas. É uma oportunidade de conferir o futebol de jogadores da base, alguns apontados como grandes promessas.

Pela amostra de hoje, nenhum dos jovens pouco conhecidos me empolgou. Claro, foi uma amostra minúscula, com pouco tempo e ainda entrando num time desentrosado. Renato deve continuar dando oportunidades para jogadores como Dionatã, Patrick, Jean Pyerre, Batista e Kaio. Eles são o futuro do Grêmio.

Sobre o jogo, o Grêmio levou o gol de bobeira na marcação. Depois correu atrás, criou chances de empatar, mas acabou perdendo. Resultado injusto. O empate seria mais adequado.

 

 

 

Cheiro de ‘Ronaldinho’ no ar

A novela ‘Ronaldinho PSG’ parece estar sendo reeditada. Novos protagonistas, algumas diferenças no enredo, mas tudo se encaminhando para o mesmo final.

É essa a percepção que tenho do rumo que a novela ‘Ronaldinho, parte II’, agora com Luan como personagem principal, tomou nas últimas horas.

Quando tudo se encaminhava para um negócio muito bom para as partes envolvidas, eis que Luan aparece na TV declarando que foi aconselhado por Neymar e sei lá mais quem a não se transferir para o futebol russo.

Até aí eu concordo. Luan pode mais. Não é jogador para ficar escondido, e sim para brilhar nos melhores palcos.

O problema é que até agora não apareceu proposta de clubes de ponta do futebol mundial, apenas especulações.

Proposta mesmo, efetiva e adequada aos interesses do Grêmio, e também do atleta e seu empresário, só a do Spartak. A coisas indicavam um final diferente da novela anterior. Aí, Luan veio com essa, conversinha pra boi dormir.

Depois, deixou escapar que pode continuar no Grêmio pelo menos até o final do ano. A galera gremista ficou excitada. Tudo que o gremista quer é continuar com Luan no segundo semestre.

O problema é que ao vir com esse discurso me-engana-que-eu-gosto, Luan planta esperança no coração dos torcedores que só enxergam o time e não olham para o clube.

Acontece que se Luan ficar no Grêmio até dezembro, sem ter sido negociado na transação que seria ideal, tipo ‘pague agora e leve depois’, em março ou abril ele estará livre.

Igualzinho ao Ronaldinho, que jurava amor eterno ao Grêmio enquanto assinava pré-contrato com o PSG.

A coisa foi se arrastando, se arrastando, até que veio o golpe final: Ronaldinho saiu de graça. Amealhou uma fortuna com essa jogada.

O mesmo pode acontecer com Luan. Pelo menos é essa a impressão que retiro dos mais recentes capítulos dessa novela que pode, como a outra, terminar de forma trágica para o Grêmio.

Ambição, cobiça, ganância, falsidade e traição são temperos sempre presentes nas novelas e também quando muito dinheiro está em disputa.

ESPINOSA

O Grêmio deve ter fortes motivos para demitir seu único treinador campeão do mundo.

Foi um risco calculado, espero. A reação contra a decisão é muito forte, chega a ser agressiva.

Alguns sustentam que o Grêmio deveria esperar melhor momento para anunciar a demissão de um ídolo da torcida. A medida caiu do céu para o lado vermelho do Rio Grande.

Mas não posso condenar a decisão sem saber de todos os detalhes.

Agora, reconhecendo a competência da atual direção, acredito que a demissão não poderia mais ser postergada.

Que Espinosa supere esse duro golpe e entenda de uma vez por todas que ninguém é campeão indefinidamente.

O título mundial de 1983 é o maior orgulho dos gremistas. Está presente, por exemplo, nas paredes, em DVD, na minha cerveja, a 1983, e, principalmente, em nossos corações.

Vá em frente Espinosa, com nossa eterna gratidão.

Essa palavrinha que, infelizmente, não cabe no mundo milionário do futebol, como nos ensinou Ronaldinho PSG.

Vitória em campo, derrota fora dele

O torcedor do Grêmio é, antes de tudo, um forte. Outra torcida ficaria no meio do caminho diante da tranqueira (o pessoal que fala sobre o trânsito no rádio diz que é retenção) para chegar à Arena.

É impressionante o descaso do poder público, que tapa os olhos para o que acontece na região do Humaitá. O mesmo poder público que facilitou tudo para o Inter, e ainda facilita descaradamente.

Os heróis que resistiram e conseguiram chegar no início da partida, logo de cara levaram um susto daqueles que despertar os piores pesadelos, de reavivar tragédias traumáticas. Eu fiquei assustado, confesso.

O gol do Godoy Cruz, além de seu começo assustador, sinalizava para uma noite de sofrimento. A falha de Marcelo Grohe no lance do gol argentino. contribuiu para reforçar temores. Felizmente, o time se ajustou, quase não permitiu ataques ao adversário e Grohe praticamente não foi mais exigido.

Em tempo: o goleiro do Godoy deu uma boa ajuda.

A verdade é que a partir do gol, o Grêmio foi pra cima, se impôs com alguma dificuldade, e chegou ao empate. Grande lance do Lucas Barrios, concluído com precisão por Pedro Rocha, que de ‘perdedor’ de gol virou ‘fazedor de gol’, aquele que a gente queria faz tempo. Agora são dois: PR e Barrios.

No gol da vitória, de Lucas Barrios apareceu na área, livre, após passe milimétrico de Luan. Chute na trave, rebote de PR: 2 a 1. O Grêmio ainda poderia ter feito mais, mas na Libertadores o maior luxo é vencer, nem que seja por 1 a 0. Goleada só em noites de gala, porque o bicho pega e a arbitragem, como a deste jogo, é daquelas capazes de tudo.

Eu diria que o Grêmio passou por cima dessa arbitragem. A lamentar a expulsão ridícula de Michel, que, além de tudo, fez uma partida por vezes comprometedora. Muito diferente do Michel que se consolidou como titular. Levou dois cartões amarelos em lances desnecessários.

Por fim, quero frisar que na minha opinião Renato acertou ao começar com Maicon, que, no momento, é mais jogador que Arthur. Maicon é uma liderança que não pode ser ignorada. Arthur tem um futuro resplandecente, mas hoje Maicon é mais importante que ele para o time.

No mais, é comemorar a classificação.

BRONCA

Gostei do protesto/desabafo do Ico Roman após o jogo. Bateu forte nas entidades públicas que nada fazem para melhorar o acesso à Arena. O prejuízo é de milhares de pessoas, entre as quais os habitantes da região, uma área pobre. Se a Arena estivesse fixada num bairro nobre as coisas já estariam ajeitadas há muito tempo.

É mais fácil superar adversários violentos e arbitragens nefastas do que conquistar o apoio dos órgãos públicos para resolver o entorno da Arena.

LUAN

Luan pode não ter feito sua despedida. Existe a chance de um negócio em que ele fique no Grêmio até dezembro.