Grêmio perde para um time mais competente nas conclusões

O Palmeiras surpreendeu o Grêmio. Diferente dos outros adversários, foi pra cima e, de quebra, abusou de cometer faltas para parar jogadas.

O árbitro sinalizou corretamente as infrações e distribuiu cartões amarelos para Felipe Melo, Moisés, Duda e outros. O problema neste quesito é que ele deixou de marcar as faltas em rodízio cometidas sobre Luan, notoriamente o principal articulador do atual campeão da América.

Depois de apanhar demais, ao sofrer a 12ª entrada dura, cometida por Bruno Henrique, Luan não se conteve, reclamou fortemente,  cobrando punição à caçada palmeirense. Luan levou o amarelo e Bruno Henrique saiu feliz, para minutos depois cometer uma falta forte e, aí sim, levar um cartão amarelo, que poderia ter sido o segundo se o juiz não desprezasse a regra do jogo.

Mas a derrota gremista não passou pela arbitragem, que deu sua contribuição para os 2 a 0, resultado injusto pelo que fizeram os dois times. O mais justo seria um empate, mas não existe justiça também no futebol.

A derrota começa pela ausência de Ramiro e pela escolha de Renato para a função. Lima foi o eleito. Havia outro melhor? Talvez Cícero, ou Jaílson. Renato optou por Lima, por ser um jogador que se sai bem nos pequenos espaços. Poderia ter iniciado com um desses dois volantes, deslocando Arthur para a direita.

O fato é que Lima não correspondeu. Não entrou no jogo. Pior, foi a partir de uma bola mal metida por ele, aos 21 minutos, que saiu o contra-ataque que resultou no primeiro gol de Willian.

É importante destacar que a saída de Maicon, no intervalo, lesionado, desarrumou um pouco o time, tanto é que o erro cometido por Lima foi pelo meio (ele estava até ali jogando pelo setor direito. Com esse gol, Renato colocou o time ainda mais no ataque. Houve momentos de forte pressão, mas a bola não entrou.

O Palmeiras fez o segundo aos 41, com Willian saindo em posição de impedimento. Erro da arbitragem. O curioso é que esse gol também saiu de um passe errado de um novato, o Thony Anderson. Aliás, ele e Lima até agora não deram uma resposta realmente alentadora, pelo contrário.

Outro que está em débito é o centroavante André. Resumindo: ele por enquanto me faz sentir uma bruta saudade do Jael. Nunca pensei que fosse escrever esse tipo de coisa.

No mais, destaque para a dupla de área gremista. Não há palavras para definir a atuação de Kennemann. Os dois laterais também foram bem. Leonardo, que muitos, eu inclusive, já havia descartado, está revelando boas qualidades, inclusive o chute de longa distância.

Se Leonardo era um caso perdido, e hoje está começando a justificar sua presença no grupo, quem sabe algum dia não estaremos todos aplaudindo Lima, Thony e Pepê, outro que entrou e voltou a me decepcionar.

Arthur voltou bem, mas notadamente fora de ritmo. Luan jogou muita bola, apesar da caçada, uma afronta aos que apreciam o bom futebol e cobram punições adequadas aos que tentam se impor cometendo faltas. Éverton também fez o possível, mas sem o brilho de outros jogos.

Por fim, penso que o Palmeiras venceu porque tem um time mais homogêneo, sem peças destoando como aconteceu nesta noite no time gremista. Além da competência de Willian nas definições, vale ressaltar também o técnico Roger (recebido com aplausos pela torcida), que jogou de igual para igual com o Grêmio, quando se esperava outro time mais preocupado em não perder.

Fiquei irritado porque vi o Grêmio levar dois gols a partir de passes errados e, principalmente, porque mais uma vez não conseguiu aproveitar as chances de gol que criou. Sem contar o juiz, que deveria ter punido o rodízio de faltas sobre Luan.

Vitória sobre o Bahia passa pela qualidade do grupo gremista

As chances do Tri Brasileiro passam pela resposta que os atuais reservas, principalmente os jovens que estão subindo, derem quando forem escalados pelo Professor Renato Portaluppi, que não cansa de repetir que administra um grupo, não um time, e que todo suplente que for chamado precisa estar preparado.

A frase é tão óbvia quanto a certeza de que boa parte da crônica esportiva da aldeia vai abordar nesta segunda-feira as atuações decepcionantes do André ou mais algum outro aspecto negativo na vitória alentadora de 2 a 0 sobre o Bahia para explorar à exaustão.

Ao repetir essa obviedade – para alguns não tão óbvia, porque só enxergam um time titular com mais dois ou três reservas imediatos -, Renato sinaliza que dá as oportunidades e quem não as aproveita, dança.

A gente percebe pelas reações dele à beira do gramado quem está agradando e quem tem os dias contados. Maicosuel é um exemplo, o que não significa que ele não possa ter aproveitado mais adiante. André, se vacilar mais, é outro. Hoje, ele apenas reserva o lugar para Jael (vejam só!).

Tudo isso só pra dizer que alguns jovens começam a mostrar que podem ser úteis, muito úteis, para ajudar o Grêmio a atingir seu grande objetivo: conquistar todas as competições que tem pela frente até o final do ano.

Para isso, é preciso mais do que 13 ou 14 ‘titulares’, é preciso pelo menos mais uns três ou quatro jogadores que entrem e acrescentem alguma coisa.

Contra o Bahia, tivemos boa resposta do Leonardo, que até hoje não havia justificado o investimento feito nele, e que melhorou em relação a ele mesmo; do Thaciano, que entrou bem de novo, embora tenha feito duas faltas bobas perto da área num momento de pressão do time baiano, e acabou fazendo um gol por ter acompanhado a jogada puxada por Éverton; e também do Lima, este entrando com mais assiduidade. Ainda não me empolgou, mas mostra virtudes a serem lapidadas pelo ourives Portaluppi.

Já não é possível dizer o mesmo do Thony Anderson, considerado por muitos uma jóia. Nem tanto ao céu nem tanto à terra. Ele tem um baita potencial, precisa de tempo de maturação. A atuação dele mostra que Renato está muito certo em lançá-lo aos poucos, até porque ele sabe muito bem como são imediatistas e ansiosos os torcedores, ou pelo menos grande parte deles.

Aos que acham que é pouca coisa vencer o Bahia, um time que luta contra o rebaixamento, é preciso considerar que essa foi sua primeira derrota na Fonte Nova neste Brasileirão.

Foi um jogo difícil, em que pela primeira vez nos últimos tempos o Grêmio teve menos posse de bola do que seu adversário. O Bahia, como os outros times, jogou uma Copa do Mundo contra o Grêmio, que conseguiu a vitória com mais esforço que inspiração.

No primeiro gol, pênalti sobre Ramiro, aos 7 minutos, com jogada de Éverton. O segundo gol, de novo jogada de Éverton, que até não foi tão bem nesse jogo. Foi num contra-ataque. Thaciano pegou o rebote na disputa do goleiro com Pepê, e mandou para a rede. Importante registrar que Thaciano sempre entra com muita personalidade, passando segurança ao técnico.

Sobre a arbitragem, de novo a sensação de algo podre no ar. Cartões amarelos aplicados facilmente contra o Grêmio. Agora, se o juiz fosse mal-intencionado ele poderia ter marcado um pênalti naquelas jogadas enroscadas na área do Grêmio.

Mas é preciso ficar atento. Esses cartões podem repercutir lá na frente contra o queridinho Flamengo, hoje líder isolado da competição. A vitória sobre o Corinthians não mostra que o Flamengo está bem, e sim o quanto o Corinthians caiu.

Por fim, sem seu time titular completo na grande maioria dos jogos, o Grêmio é o vice-líder.

Lembrete: contratar um zagueiro e um lateral-direito.

 

Homenagem aos craques gremistas dos anos 50/60

Sucesso absoluto a festa promovida pelo cornetadorw. Na foto, da esquerda para a direita, Wolmir, Picasso, Zeca Rodrigues, Raul, Milton, Romildo Bolzan, Flecha, Juarez, Paíca, Sulí e Loivo. Agachado temos o João Severiano, o Joãozinho.

É neste sábado, ao meio-dia, no tradicional restaurante Copacabana – ponto de encontro dos jornalistas dos velhos tempos -, que acontece a festa de homenagem aos jogadores que levaram o Grêmio a conquistar insuperáveis 12 títulos regionais em 13 disputados.

Foi de 1956 até 1968. O martírio e a agonia dos colorados só foram interrompidos em 1961. No mais, foram anos de puro sofrimento, mais ou menos como aconteceu nos anos 90 e agora.

Eu peguei os últimos anos desse feito. Era guri em Lajeado, comia bergamota na praça e lia a Folha da Manhã Esportiva para ver meus heróis, gente que marcou seu nome e contribuiu para o Grêmio hoje ser o que é: um dos maiores clubes de futebol do planeta.

Costumo dizer que esse time dos anos 60 foi o melhor time que eu não vi jogar. Restam na memória narrações dos jogos, descrevendo lances e jogadas que insuflavam minha imaginação, e que me levavam para as arquibancadas de concreto do Olímpico, que eu fui conhecer só no início dos anos 70.

Parte desse Grêmio de um período romântico do futebol estará bem próximo de mim nesse encontro promovido e organizado pelo Ricardo Wortmann (leia-se cornetadorw), incansável crítico da IVI, sigla que ele criou e que, como um filho, agora pertence ao mundo, prova do sucesso da iniciativa.

Bem, será um momento de muita emoção. Mais de 130 pessoas confirmaram presença. Ainda há lugar para mais uns 30 torcedores. É só telefonar para o restaurante e referir que se trata do evento 12 em 13.

Mais de uma dezenas de ex-jogadores estarão presentes. Cada um irá receber uma camisa do Grêmio com o seu nome nas costas. Gentileza do presidente Romildo Bolzan, que também estará presente.

É o passado vitorioso se encontrando com o presente luminoso.

Entre os jogadores que já confirmaram presença: Juarez, João Severiano, Wolmir, Flecha, Milton Kuelle, Picasso, Suli, Zeca, Hercílio, Tesourinha II e Cardoso, campeão do mundo pelo Racing e pouco reconhecido aqui. Terei a honra de entregar a camisa pra ele.

Enfim, quem quiser comparecer ainda há tempo. Estão todos convidados.

 

 

Grêmio sofre as consequências da grandeza que conquistou

Não vencer dentro de casa é sempre frustrante, até quando se joga mal. Não é o caso do Grêmio, que joga bem, se impõe ao natural, cria oportunidades, mas nem sempre materializa a superioridade técnica e tática em gol.

Contra o fraco Ceará – goleado nesta noite pela Chapecoense – foi difícil sair um gol, que aconteceu numa escapada de Éverton que pegou a defesa adversária totalmente fora do lugar.

Na Arena, os times mantém a estrutura defensiva e raramente avançam em bloco, o que complica a criação de jogadas. O Grêmio atacou muito o Fluminense, mas esbarrou na monolítica defesa armada por Abel ‘vamu pra dentro deles’ Braga.

Cansado de perder para Renato, Abelão tratou de evitar nova humilhação. Foi visível o alívio dele quando o juiz encerrou o jogo, aos 6 minutos de acréscimo. Antes, fizera gestos desesperados sinalizando que era hora de encerrar a partida, esquecido talvez que seu time abusou de ganhar tempo.

Tudo isso é reflexo da grandeza atual do time gremista, respeitado e admirado, especialmente fora do Estado – aqui o que prevalece é muita inveja e despeito.

O Grêmio é o responsável por essa situação: todos entram em campo na Arena determinados a jogar por uma bola. A grandeza atual do time assusta.

Nesse sentido, Atlético PR, Inter e Fluminense têm mesmo o que comemorar: não perderam na Arena. Poderiam ter sido esfolados, mas resistiram e festejam o ‘pontinho fora’, que saiu barato para os três.

Agora, a despeito da proposta de jogo do Fluminense, faltou ao Grêmio nesta noite melhor acabamento nas jogadas. Não gostei de Lima nem e principalmente do Madson, que não consegue se adaptar à forma de jogar do time. Lima a meu ver não tem característica para fazer a função de Ramiro. Já Madson se esforça bastante, mas não consegue completar uma jogada com qualidade.

Outro que parece sem saber o que fazer é o experiente André, Seu primeiro tempo foi preocupante. No segundo, melhorou, mostrando ao menos mais interesse e disposição.

A entrada de Pepê pouco contribuiu. A cinco minutos do final do tempo normal, Renato colocou Thony e Thaciano. Achei que eles poderiam ter entrado mais cedo, mas o time estava bem, pressionando com insistência e até perdendo gols, como aconteceu com Éverton, aos 29, quando pegou rebote com o goleiro apavorado e chutou pra fora.

Se um deles fosse o Messi ou o Neymar eu estaria agora criticando o técnico gremista, mas estamos falando de dois jovens que ainda têm muito o que provar, e para isso precisam receber mais tempo de preferência em jogos menos encardidos. Pepê, por exemplo, custou a entrar no ritmo intenso da partida, mas mostrou que tem potencial para novas oportunidades.

No mais, o Grêmio se não foi espetacular, teve um desempenho de equipe superior, que cria jogadas e proporciona pouco espaço para o adversário ameaçar. O Fluminense chegou com perigo, aproveitando a ansiedade do Grêmio para marcar um gol, o que gerou algum descuido atrás.

Ao lado do Cruzeiro, o Grêmio tem a defesa menos vazada: 3 vezes.

Felicidade

Esse é o sentimento que irá prevalecer nesta quinta aqui no RS amado diante da vitória colorada sobre o Vitória, 3 a 2, em Salvador. O time entrou no G-4, situação mais ou menos parecida com aquela do clube sob o comando de Argel, há dois anos.

Flamengo

Gostei do sorteio que apontou Flamengo na próxima fase da Copa do Brasil. Hoje, o Grêmio passaria sem maiores dificuldades. Vamos ver como as equipes estarão em agosto.

Haverá saída de jogadores após a Copa. O Flamengo deve perder Vinicius Jr. Em compensação, está tentando o ex-gremista Wallace.

O Grêmio deveria trazer um zagueiro com urgência e um lateral-direito.

 

O fator Éverton

Éverton, que Tite teimosamente não colocou em sua lista para o Mundial, conforme sugeri faz mais de um mês – ele ainda vai se arrepender, anotem aí -, foi o diferencial do Grêmio em relação aos seus jogos mais recentes.

No primeiro tempo, ele protagonizou o único lance de perigo na área do Ceará, que, diferente de Inter, Defensor e Paraná não armou retranca. Aos 4 minutos ele acertou a trave direita.

No segundo tempo, aos 30 segundos, ele foi derrubado na área, pênalti que o juiz assinalou, mas acabou voltando atrás. Aos 3, Éverton foi calçado na risca da grande área, mas o juiz marcou falta fora da área. Aos 31, ele obriga Éverson a uma grande defesa.

Na verdade, sem exagero, Éverton fez a diferença em relação aos jogos modorrentos contra Defensor e Paraná. O restante do time foi burocrático, com exceção ainda de um lance ofensivo de Kannemann, que saiu de trás a dribles, lembrando seus tempos de lateral esquerdo.

Aos 35, o lance do gol, que saiu de uma arrancada de Éverton desde o campo defensivo até a área cearense, no único contra-ataque rápido do Grêmio, que nas outras oportunidades de fazer isso foi muito lento, devagar quase parando. O infernal atacante, que jogava também para seus familiares, cruzou na medida para Thony, que recém havia entrado, fazer de cabeça.

Curioso, ele que já mostrou não ter vocação para centroavante, marcou um gol de… centroavante.

Aliás, falando em centroavante, não me lembro de ter visto André. Só soube que ele estava jogando quando foi anunciada sua substituição por Thaciano. O guri entrou bem de novo. Em poucos minutos fez mais que seu antecessor, obrigando o goleiro a fazer duas importantes defesas.

Individualidades

Maicon não foi bem. Cadenciou o jogo -demais para meu gosto – como sempre, mas não acertou as bolas enfiadas para os atacantes. Outro que jogou menos do que pode é Ramiro, que até me pareceu nervosinho demais. Levou um amarelo e logo em seguida deu duas entradas que poderiam resultar num segundo cartão.

Não gostei também do Cortez. Depois de Maicon é o que mais pega na bola. Só que de seus pés praticamente não saiu nada de efetivo para o time. Faltou acabamento em suas jogadas. Do lado direito, Léo Moura também esteve abaixo, pareceu-me cansado, sem força, sem criatividade.

Chuteiras

Nunca vi um time com tantos jogadores escorregando. Não contei, mas foram mais de 15 escorregadas, inclusive de Grohe. Do lado do Ceará, que eu me lembre, nenhuma.

Deve ser chuteira com travas baixas demais, não sei.

Inter

Por falar em escorregada, o jovem Mantuan deu a vitória ao Inter no BR, escorregar diante da grande área, deixando a bola à feição para Rossi empurrar para a rede, já que o goleiro foi enganado pela falha do companheiro e ficou batido no lance.

Champions

Agora, o troféu ‘entregada’ vai para o goleiro Karius, que ferrou o seu time, o Liverpool, contribuindo com dois dos três gols do Real Madrid. No primeiro, um lance que nem na várzea acontece, e se acontecer um dia o goleiro não sai vivo de campo. No segundo, aceitou um chute de fora da área, no centro da goleira. Gol típico de goleiro ‘mão de alface’.

Bem, graças a ele temos a chance de uma revanche com o RM.

Deslealdade

O zagueiro Sérgio Ramos teve uma atitude criminosa no lance que resultou na lesão de Salah, na metade do primeiro tempo e que resultou na substituição do atacante, talvez o principal jogador do time inglês. Ele prendeu o braço direito de Salan e não o soltou mesmo em queda, correndo o risco de provocar uma lesão importante no adversário, o que acabou acontecendo.

Em outro lance, ele acertou uma cotovelada sem bola no goleiro Karius, conforme vi nas redes sociais.

Dói lembrar que esse mesmo jogador cometeu pênalti sobre Ramiro no Mundial de Clubes, e o juiz nada marcou.

Sérgio Ramos, pode esperar, a tua hora vai chegar…

Os cães ladram e a caravana passa: Grêmio atinge objetivo

Grêmio já classificado para a próxima fase da Libertadores, disputando para ser o SEGUNDO entre os TRINTA E DOIS (eu disse 32) participantes, e havia gente se remexendo nas cadeiras da Arena, alguns murmúrios e até tímidas vaias pelo futebol que o time jogava contra o Defensor.

Nas redes sociais, não faltaram comentários negativos, baixo astral mesmo, e até houve quem dissesse que pode ter acabado o gás do treinador multicampeão Renato Portaluppi.

Alguns analistas salivavam de prazer diante das dificuldades do time.

Até que veio o gol de Luan. As vaias tímidas calaram-se envergonhadas na noite fria em que o Grêmio bateu o Defensor, mais um adversário que assumiu sua pequenez diante do campeão da América, e se encolheu como cusco castigado pelo minuano.

Todos sabem que é muito mais fácil defender do que atacar e criar.

Mas o torcedor, de modo geral, no caso os gremistas ranzinzas que sempre acreditam que sabem mais do que qualquer um, inclusive de quem se cobriu de faixas ao longo da carreira, são sempre muito ligeiros para criticar e a sentenciar o fim disso e daquilo.

O Grêmio mais uma vez teve dificuldades para romper o bloqueio do time menor, o que aconteceu contra o Atlético PR (um banho de bola, mas os urubus de plantão só lembra que houve empate), Inter (três pênaltis sonegados escandalosamente, mas os negativistas só lembram que foi empate), e Paraná, aí sim um jogo menor do Grêmio.

Foi o que bastou para a turma que desde a chegada de Renato aposta no fracasso dele, e não tem humildade para reconhecer o excelente trabalho do vencedor Renato Portaluppi.

Não há dúvida que o time tem dificuldades contra adversários retrancados, um pessoal que viu que se jogar normalmente contra o Grêmio corre o risco de ser goleado.

Bem, foi preciso um chute de fora da área de Luan, e todos sabem que esse não é o forte do craque do time, para que o Grêmio vencesse e atingisse o seu objetivo.

O Grêmio segue firme na Libertadores, para angústia dos colorados e de um tipo de gremista que parece ter medo de ser feliz e/ou que torce muito mais por suas teses.

Como diz um sábio ditado árabe – repetido por um velho colunista social do centro do país -, os cães ladram e a caravana passa.

GRAMADO

O Grêmio parece ter um adversário quase imbatível: a administração da Arena.

Após o jogo Renato criticou a gestão da Arena. Revelou que sábado foi ali realizado um torneio. Que o time deixa de treinar no campo principal para preservá-lo.

Os jogos e alguns eventos são inevitáveis, mas permitir a realização de torneio numa temporada com tantos jogos é realmente uma irresponsabilidade, a ser verdadeira a denúncia do técnico.

Mas tudo isso só irá melhorar quando o clube assumir a gestão.

Noite para vencer e testar alternativas para os próximos jogos

Olhando a lista dos jogadores concentrados para o jogo contra o Defensor nesta quarta, na Arena, 19h15, a primeira impressão é de que é possível extrair daí um time capaz de vencer e confirmar o primeiro lugar no grupo. Até porque os uruguaios nada mais tem a fazer na Libertadores.

Mas a gente sabe o quanto os hermanos gostam de superar os brasileiros. Cada jogo muitas vezes é uma Copa do Mundo para eles. Jogam com sangue nos olhos.

Eu sei que o treinador Renato Portaluppi tem como prioridade a Libertadores. Não fosse isso, ele até poderia aproveitar esse jogo para testar alternativas ao time.

Vejam quem ele tem à disposição:

Goleiros: Marcelo Grohe e Paulo Victor

Laterais: Léo Moura, Marcelo Oliveira, Madson

Zagueiros: Bressan, Kannemann, Paulo Miranda

Meio-campistas: Jailson, Maicon, Ramiro, Cícero, Lima, Thaciano e Thonny Anderson

Atacantes: Luan, Maicosuel e Vico

Vejam, Maicosuel figura como atacante. Mas que atacante é esse que quase não coloca os pés na área adversária? Eu não começaria o jogo com ele, apesar de sua experiência, algo que não apareceu contra o esforçado Paraná, que do pó veio e ao pó voltará em poucos meses.

A partir dos jogadores relacionados, eu faria o time assim:

Grohe; Léo Moura, Bressan (tem gente, agora, rezando para que ele não se machuque), Kannemann e Marcelo Oliveira; Jailson, Maicon, Ramiro, Lima e Luan; e Thony Anderson.

Eu escalaria esse trio Luan, Lima e Thony para rodar bastante, trocando de função, para confundir o adversário. Gostaria de ver Luan armando menos e se projetando mais, trocando de função com Thony eventualmente.

O Grêmio contra o Paraná me pareceu um tanto engessado, facilitando a marcação. Se Thony ficar restrito à zona central do campo, sem poder atuar pelos e entrar em diagonal, dificilmente irá mostrar as qualidades que já vimos.

Desconfio, porém, que Renato vai deixar Lima para o segundo tempo. Nesse caso, deve jogar Cícero, liberando mais o Maicom e o Luan.

O time uruguaio já sabe que com uma boa retranca, onze jogadores no campo defensivo, pode sair daqui com empate por 0 a 0 na bagagem.

Espero que no segundo tempo, com qualquer resultado, Renato teste Thaciano e Vico. Com tanta lesão pegando é hora de ver se essa gurizada tem condições de figurar no atual campeão da América.

 

 

Grêmio produz pouco e fica no empate

Foi a pior atuação do Grêmio no Brasileirão, talvez a pior do ano – se levarmos em conta apenas o primeiro tempo foi mesmo a pior, coisa assustadora. E preocupante.

Diferente dos empates anteriores – contra o Atlético PR e Inter -, o que se viu no 0 a 0 diante do Paraná, lanterna do campeonato, um time de novo com muita posse de bola, mas dessa vez com baixa produção ofensiva, inclusive abaixo do que foi contra seu rival na aldeia.

O fato de o Grêmio ter sua primeira, e melhor, situação de gol apenas aos 35 minutos do segundo tempo, ou seja, depois de 80 minutos de bola rolando, é difícil de entender.

Em campo estava o time titular – desfalcado apenas de Geromel, Éverton e Arthur -, o que torna o caso ainda mais sério.

A impressão que dá é que o Grêmio jogou com freio de mão puxado. Faltou ímpeto, ousadia e obsessão pelo gol, qualidades que aparecem nos jogos mata-mata. Exceção foi a goleada sobre o Santos, onde parecia que o Grêmio disputava uma final de Copa do Brasil.

É certo que os três titulares fazem falta, mas será difícil encontrar nesse longo e chato campeonato de pontos corridos algum clube que mantenha em campo seu time considerado titular. Então, o Grêmio precisa buscar soluções melhores para abrir retrancas como as do Atlético PR, Inter e Paraná.

Contra o Atlético, o Grêmio sobrou em campo. Deu de relho, e o empate foi uma enorme injustiça. Já contra o Inter, posse recorde de bola em Grenais, em torno de 80%, mas raras conclusões.

Essa história se repetiu neste domingo, mas com agravante de ter ocorrido contra o lanterna da competição, e virtual rebaixado.

O Grêmio teve três boas chances de marcar – o adversário nenhuma, e este é um aspecto muito positivo, verificado também nos dois empates anteriores.

Aos 35, num cabeceio de Lima, que recém havia entrado, em cruzamento na medida feito por Ramiro. O goleiro salvou. Já nos acréscimos, Lima acertou um forte chute e de novo o goleiro fez grande defesa. E foi só.

É importante registrar que o time melhorou com as entradas de Cícero e Lima, que começa a exibir suas qualidades. O problema é que eles entraram muito tarde, após os 30 minutos. Pepê, que substituiu tardiamente o insosso Maicosuel, foi pouco acionado, e não conseguiu mostrar seu forte, que é o drible e a velocidade.

Então, assim de empate em empate contra adversários menores, o Grêmio vai se afastando da ponta de cima, onde hoje aparece o Atlético Mineiro com 13 pontos. Quatro pontos separam o Grêmio do líder. Não é muito coisa, mas pelas recentes dificuldades ofensivas do time também não é pouco.

O próximo jogo pelo Brasileiro será em Fortaleza, domingo, 19h. O time deverá ser um misto frio, já que tem jogo pela Libertadores no meio da semana.

Diante do que André vem ‘jogando’, será bom que Jael não demore.

Z-4

O Inter dorme na zona de rebaixamento à Segundona. Nada muito grave, porém, porque basta um empate com a Chapecoense, nesta segunda (sem trocadilho), em pleno BR, para que o clube saia da incômoda posição.

Taffarel, Grohe e as lesões no Grêmio

Apesar de todos os cuidados, o Grêmio sofre agora com uma série de lesões. Não será fácil manter o padrão de jogo do time, este que o país aplaude com entusiasmo e que não é tão valorizado assim aqui na aldeia.

O técnico Renato terá muito trabalho para manter o time competitivo na luta para manter-se na ponta de cima da tabela até a pausa em função da Copa do Mundo.

As lesões principalmente de Arthur e Éverton são preocupantes. Ainda bem que Maicon – alma desse Grêmio que orgulha a nação tricolor –  está aí para continuar ditando o ritmo do time.

Mais complicado será substituir o endiabrado Éverton.

Aliás, soube de fonte fidedigna que Tite teria convocado Éverton e não Taison, mas, ele que já estava em dúvida, acabou ficando com o ex-colorado.

Agora, uma pausa para meditação. Perceberam que eu escrevi ‘teria’. Foi o mesmo verbo, na condicional, que o múltiplo Pedro Ernesto usou para dizer que Taffarel queria levar Marcelo Grohe. Mas que Tite ‘teria’ optado por Cássio, que ‘seria’ seu jogador de confiança.

É o tipo de ‘notícia’ sem qualquer base e que parece (eu disse parece) inventada para fazer uma média com Taffarel, deixando-o bem a torcida gremista. Pode até ser verdade, mas duvido.

Esclareço, então, que a possível convocação de Éverton e não de Taison foi inventada por mim agora, pra mostrar como é fácil criar ‘fatos’ sem maior responsabilidade.

Voltando ao time que enfrenta o Paraná, domingo, 16h, em Curitiba. Alisson, que seria o substituto imediato de Éverton, suponho, sentiu lesão e fica fora um mês.

Menos mal que Léo Moura, Jael e Paulo Miranda estão voltando e talvez até joguem.

Bem, será que não é hora de intensificar a inclusões de mais jovens da base no grupo principal? Será que não tem um zagueiro sequer em condições de ao menos ser testado e começar a integrar-se ao grupo?

Por fim, urge a contratação de um zagueiro de bom nível.

 

Grêmio vence em jogo morno com final emocionante

O Grêmio consegue transformar até uma vitória que se encaminhava morna, num jogo pra lá de ruim, em uma jornada épica, reforçando sua imagem de ‘imortal tricolor’, como diz o hino do grande Lupicínio.

Futebol tem disso. Eu saí da frente da TV aos 45 do segundo tempo, com o Grêmio conquistando, com seu time misto, uma vitória por 1 a 0, garantindo o primeiro lugar no grupo da Libertadores.

Quando voltei, dois minutos depois, o jogo estava empatado e Cícero sofria uma carga dentro da área, pênalti que dessa vez o juiz argentino marcou – Bruno Cortês sofreu dois e o juiz ignorou.

Quer dizer, aos 46 Kannemann fez contra, e aos 47 o Grêmio tinha um pênalti para desempatar. Jaílson se apresentou para bater, e o fez com qualidade, chute forte, rasteiro no canto direito, com o goleiro pulando no vazio do canto esquerdo.

A vitória por 2 a 1 foi mais do que justa. O Monagas é fraco, mas tem no campo irregular, na verdade um potreiro tipo os dos meus tempos de guri, um aliado. O Grêmio teve dificuldade para tocar a bola.

Mesmo assim, criou três ou quatro boas situações de gol. O Monagas ameaçou pouco, mas Grohe foi obrigado a fazer duas defesas difíceis.

O destaque do jogo foi Cícero. Além de participação efetiva no meio de campo, como articulador, acertou uma cobrança de falta na trave e depois acertou um belo chute de fora da área, que o goleiro salvou.

O setor defensivo esteve muito bem. Apenas Madson destoou um pouco. Geromel, de novo, impecável.

Do meio pra frente, destaque também para Ramiro, autor do primeiro gol, acertando um chute cruzado, rasteiro, de fora da área.

O Grêmio está classificado à próxima fase, e isso é o que importa agora. Na quarta-feira que vem, na Arena, às 19h15, decide quem fica em primeiro lugar enfrentando o Cerro (corrigindo, Defensor), que tem 10 pontos, um a menos que o tricolor.