Há quem defenda a volta da grossura no futebol

Se há um lugar em que o futebol mais tosco e viril ainda é festejado e venerado é o Rio Grande do Sul. Sempre que ouço e leio alguém suspirando ao pedir a presença de um legítimo camisa 5, mais conhecido como volantão; um camisa 9 alto e espadaúdo para trombar com os zagueiros e de vez em quanto fazer um gol, de preferência de cabeça; ou uma defesa com três zagueiros, fico preocupado.

Escrevo a respeito porque há um boato circulando na Capital de todos os gaúchos no sentido de que o técnico Renato estaria projetando armar seu time com três zagueiros assim que puder contar com Geromel e Kannemann. Sei que tem gente aprovando a ideia, outros a criticando, crucificando o treinador gremista por algo que sequer foi cogitado e muito menos testado. Até provável escalação li em algum lugar.

Vou esclarecer: alguém defensor de esquemas e formações mais conservadoras, com marcação forte, e nesse ponto Dinho é lembrado como exemplo a ser seguido, quer ver o Grêmio jogando assim. Mais ou menos como o Grêmio de Felipão na vitoriosa década de 90. Então, o sujeito, que adora um 3-5-2, por exemplo, lança ao vento, ou nas redes sociais, que vai mais rápido, a ‘informação’ de que Renato vai mexer no esquema. Verdade ou mentira, isso se espalha, e gera discussão. Com o time num mau momento, a ideia ganha defensores em grande número, chega aos ouvidos de Renato, que, claro, ri e a descarta.

Estamos diante do famoso se colar, colou. Fosse outro o treinador, um Celso Roth, por exemplo, talvez o time já nesta noite, 19h15, na Arena tivesse três zagueiros para enfrentar o Coritiba.

Então, muito cuidado com aqueles que defendem a volta de grossura no Grêmio e agregados.

GALVÃO

Sobre o esquema com 3 zagueiros, lembro do então técnico Cláudio Duarte testando Mauro Galvão (isso foi em 1979, se não me engano), então com apenas 17 anos, para atuar de líbero, com dois zagueiros à frente.

Eu era setorista do Inter, recém iniciando na profissão hoje tão enxovalhada. E Cláudio, conversando com Otacílio Gonçalves, dizia que é preciso treinar muito para o esquema dar certo. Hoje, os técnicos fazem a migração de esquema de um jogo para outro.

Grenal termina com sabor amargo para o Grêmio

O empate por 1 a1 neste sábado, na Arena, tem o sabor, aroma e textura de uma derrota dolorida. O Grêmio manteve a sequência de invencibilidade – agora são 11 jogos sem perder para seu rival -, mas e daí?

O Grêmio precisava, e precisa muito, começar a vencer, a somar pontos para ainda manter a esperança de disputar o título do Brasileirão. No futuro vai ser bom lembrar desse período de hegemonia, mas o que interessa hoje é a ponta de cima da tabela, objetivo que parece cada vez mais distante.

Pior de tudo é a maneira como o Grêmio deixou de somar três pontos. Aos 7 minutos, Pepê tabelou com Diego Souza e encobriu com muita categoria o goleiro Lomba. O Grêmio passou a buscar o segundo gol, mas sem a volúpia que eu esperava.

O tricolor, que tinha o controle da partida, e ainda contou com a expulsão de Musto, que andava comportado no jogo. Mas ele é tipo escorpião, fazer faltas e cometer agressões são da sua natureza. Sobrou para o rosto de Diego Souza. O VAR não deixou escapar.

Tudo se encaminhava para uma vitória. Até que Bruno Cortêz passou a assumir o protagonismo no jogo. Aos 27 minutos, ele tocou com a mão na bola dentro da área. O VAR viu. Gallardo bateu e converteu o pênalti.

Mas o Grêmio ainda tinha um jogador a mais. Foi por pouco tempo, porque Cortêz assumiu de vereda o centro das atenções ao cometer uma falta estúpida, não compatível com sua experiência. Foi punido com o segundo cartão amarelo, seguido do vermelho.

O Grêmio ainda teve chance de fazer 2 a 1, mas o jogo ficou mesmo no empate, com o Grêmio perto da zona de rebaixamento e o Inter na ponta de cima, mesmo jogando esse futebol pobre de talento e criatividade.

O técnico Renato Portaluppi deu sua contribuição para que o Grêmio não vencesse e ficasse esse sabor amargo. Sacou Alisson e colocou Robinho. Alisson fazia excelente partida, mas estava desgastado. Poderia ter entrado Luiz Fernando. Não sei se adiantaria alguma coisa, mas ao menos é um jogador de velocidade, que joga pelos flancos e tem vitalidade para fazer a função de Alisson.

Na quarta-feira, 19h15, o GRêmio recebe o Coritiba. Se não somar 3 pontos é bom esquecer a ponta de cima da tabela de classificação e jogar para ficar numa posição honrosa.

O ‘efeito David’ e o vírus que enfraquece o Grêmio no clássico

Será castigo? O Grêmio que tem desdenhado o Brasileirão com sua política exagerada de escalar times mistos, pode ir para o Grenal deste sábado, 17h, na Arena, com uma equipe muito descaracterizada. Bateu uma onda de coronavírus que afetou alguns jogadores importantes. Entre eles, Jean Pyerre e talvez Pepê.

Já tem gente maldosa espalhando que JP está bem e que só não joga porque ele e Renato não se bicam. O ano não tem sido bom para o jovem meia, que recentemente sofreu muito acompanhando a luta de seu pai pela vida, sem contar problemas musculares que o perseguem faz horas. Mas, para os antirenatistas, vale mais a versão que o fato.

Então, no Grenal do primeiro turno do nacional, Renato Portaluppi, que estava determinado a jogar com a força máxima disponível (Geromel e Kannemann já tinham confirmação da doença), agora busca formatar um time competitivo com o que for liberado pelo departamento médico.

Mais importante que o fato de atingir 11 jogos seguidos sem derrota e com apenas um gol sofrido (e ainda por cima contra), é que o clássico vale pontos para o Brasileirão, onde o Grêmio está mal e o Inter se esforça para continuar no topo.

Em caso de derrota, o Grêmio vai ficar colado à linha do rebaixamento, empurrado pelo rival, que, ao mesmo tempo, subirá na tabela. Um jogo de seis pontos, em que o rival estará completo e o Grêmio com desfalques importantes.

LAPIDAÇÃO

O aspecto positivo é que Renato já mostrou que sabe lidar com as dificuldades, buscando soluções para superar obstáculos. No caso, ele tem uma gurizada louca para entrar e mostrar serviço. São jovens que ele vem lançando aos poucos para que se ambientem, seguindo o cronograma vitorioso do Departamento de Lapidação de Talentos.

Por falar nisso, o clube acabou de fechar contrato com uma verdadeira joia, Elias, de 18 anos. O guri, que é de SP, foi destaque na Copa São Paulo, assinou até 2024, multa rescisória de 100 milhões de euros. Ele está inscrito na Libertadores.

EFEITO DAVID

O verbo ‘amassar’ empregado pelo colunista David Coimbra foi usado por Renato para motivar ainda mais seus jogadores no clássico da semana passada. O técnico mesmo admitiu isso em sua entrevista coletiva, evento no qual o técnico solta o verbo sem maior cerimônia.

David já sabia que isso aconteceria. Ajudou a botar uma pilha dos jogadores. Agora, ele faz o mesmo, desta para mexer com o brio colorado ao afirmar, em coluna de dois dias atrás, que o Grêmio irá ‘amassar’ o Inter no Grenal deste sábado.

Os gremistas não se preocupam, até acham graça. DAvid já ganhou fama de ser pé-frio em suas previsões.

Mas o time colorado estará mais motivado do que nunca. Como diria um velho conhecido: vai perder motivado.

Renato, Jean Pierre e os conflitos com a imprensa

Renato Portaluppi é o técnico a ser abatido. Sim, abatido, não batido. É o inimigo número 1 de uma parcela menor – mas ruidosa como britadeira de asfalto – da torcida gremista; odiado pela torcida colorada como um todo e alvo preferido de uma certa parcela da crônica esportiva gaúcha, constantemente desafiada por Renato.

Na entrevista coletiva posterior ao Grenal de 1 a 0, no Beira-Rio, Renato provocou os repórteres, desafiando-os a mostrar a camisa vermelha usada pela roupa comum, social.

O técnico gremista estava aborrecido com os comentários e notícias veiculadas antes do clássico. Cobrou mais respeito aos atletas, etc.

Não foi a primeira vez que Renato reagiu forte às críticas e análises feitas por jornalistas e/ou radialistas. Isso mexe com o ego dos profissionais, alguns partem para a ‘vendetta’.

De repente, começaram a aparecer interpretações e notícias para a ausência de Jean Pierre do time principal, todas responsabilizando o treinador, que estaria ‘brigado’ com o jogador. Chegaram ao ponto de especular que Renato não gosta de ver alguém que brilhe mais que ele no time.

Olha, até pode ser verdade: a cada craque que surge ele trata de mandar embora para enriquecer na Europa e encher os cofres do clube. Renato não quer mesmo ver alguém brilhando mais que ele, se o garoto quer brilhar, que brilhe na Europa. (este parágrafo contém ironia)

Eu soube que JP estava sendo preparado para voltar em melhores condições físicas, para que pudesse jogar sem ter de voltar de novo ao DM, como tem acontecido com irritante frequência, alimentando boatos.

Pois JP deve voltar no Grenal de sábado. Outro que pode voltar é Maicon. É o meio campo titular se recompondo.

Com isso, terão de buscar outro assunto para fustigar o técnico gremista, que, em meio às críticas e cornetas de sua própria torcida, já garantiu vaga por antecipação à próxima fase da Libertadores.

Renato entre os 10 técnicos melhores do mundo

Não dou muita bola para estatísticas no futebol. O melhor isso, o pior aquilo, etc. Na falta de assunto até que vale para preencher espaço. Mas tem alguns levantamentos que servem para provocar.

É o caso do ranking divulgado nesta segunda-feira por um site holandês que elegeu os 10 melhores técnicos de futebol do mundo.

Adivinhem quem está na lista: sim, ele mesmo, Renato Portaluppi.

Antes que alguém se apresse em atacar o Football World Ranking, quero informar que esse site é muito conceituado na Europa pela seriedade de seu trabalho de avaliação de técnicos e jogadores, entre outras coisas.

O treinador gremista ficou na frente de grandes nomes no cenário mundial do futebol, como Zinedine Zidane (Real Madrid) e Diego Simeone (Atlético de Madrid).

Posso ouvir ranger de dentes aí do outro lado, diante da tela, mas percebo muito mais sorrisos de aprovação.

Os antirenatistas, entre radicais furiosos e moderados, vão ter de dormir com essa, na véspera de um jogo decisivo da Libertadores, contra o Universidad Catolica, na Arena, às 19h15.

O Grêmio é favorito. Por isso, Renato deverá somar mais uns pontos no ranking e quem sabe não se aproxime mais da liderança ao final da temporada pandemônica. Alguém duvida?

Gallardo, que está em segundo lugar no ranking, talvez estivesse abaixo de Renato se o River Plate não tivesse sido tão beneficiado na decisão de Libertadores de 2018 contra o Grêmio.

Confira a lista completa do site Football World Ranking:

  • 1º – Jurgen Klopp – Liverpool
  • 2º – Marcelo Gallardo – River Plate
  • 3º – Jorge Jesus – Benfica
  • 4º – Maurizio Sarri – Sem clube
  • 5º – Ernesto Valverde – Sem clube
  • 6º – Pep Guardiola – Manchester City
  • 7º – Renato Portaluppi – Grêmio
  • 8º – Tuchel – PSG
  • 9º – Diego Simeone – Atlético de Madrid
  • 10º – Zinedine Zidane – Real Madrid

O ‘choro’ de Renato e Coudet após os maus resultados na rodada

O dia em que Renato Portaluppi e Eduardo Coudet entraram em sintonia fina em suas declarações. Coudet: “Não estamos capacitados para jogar duas competições”. Renato: “É o preço de jogar mais de uma competição”.

Foi o que ambos disseram nas entrevistas após os jogos de ontem à noite. O Inter ficou no empate por 1 a 1 diante do São Paulo, no Beira-Rio, merecendo perder. Já se comenta a possível saída de Coudet, tão festejado por ser inovador e blá-blá-blá.

Já o Grêmio, com um time misto (o pessoal que ataca o tricolor muito mais para atingir o treinador desconsidera esse ‘detalhe’), não resistiu aos titulares do Atlético, hoje forte candidato ao título por ter formado uma boa equipe (boa, nada mais do que isto) e ter o suporte financeiro de uma grande empresa de Minas Gerais, além de um treinador de renome.

Os dois treinadores têm suas razões. Falta qualidade em ambos os grupos. Isso é inegável. Mas é fato, também, que os dois são responsáveis pelas contratações, algumas absolutamente insuficientes.

Bem, o Grêmio levou 3 a 1, foi dominado e mereceu perder. Jogou com apenas quatro titulares: Matheus Henrique, Lucas Silva, Pepê e Diogo Barbosa. Renato manteve a formatação que levou o time a vencer o Grenal, com três volantes no meio, mas as individualidades não eram as mesmas. Por isso, caiu o rendimento.

A derrota veio ao natural. O primeiro tempo foi desanimador. Mesmo assim o Atlético conseguiu fazer apenas um um gol, num erro de posicionamento de Paulo Victor (o que é discutível).

No segundo tempo, Keno ampliou aos 5 minutos, com a bola desviando na defesa e deslocando o goleiro gremista. Quatro minutos o paciente deu sinal de vida: Isaque descontou após cobrança de escanteio.

O mistro frio do Grêmio cresceu diante do time de Sampoli, que passou a caminhar enlouquecido à beira do gramado. Aí, o goleiro Éverson lança Keno que corre sozinho, desde o seu campo de defesa, seguido pelo MH, e desloca o goleiro PV, que estava numa tarde de chama-gol.

Foi um balde de água fria no time gremista.

Ficou muito claro pra mim que com o time completo, especialmente a zaga central, o Grêmio ganha do agora festejado Atlético. Na lateral-direita, que eu tinha alguma dúvida, agora estou convencido da titularidade de Orejuela. Victor Ferraz é aquele tipo de jogador ‘muito mais ou menos’. Joga um futebol burocrático, eficiente na maior parte das vezes, mas insuficiente para um time que almeja grandes títulos.

Agora, time completo diante do Universidad Catolica, nesta terça, às 19h15. No sábado, 17h, na Arena, mais um Grenal. Já está ficando chato isso.

Renato x Sampaoli: duelo de dois técnicos ofensivistas

O reencontro de dois treinadores que buscam o gol: Jorge Sampaoli e Renato Portaluppi. Mais que isso, é um duelo contra o treinador ficha 1 de grande parte da torcida para substituir Renato. O jogo começa às 21h deste sábado.

Outros dois nomes sempre lembrados são Tiago Nunes, recentemente demitido do Corinthians, e Fernando Diniz, que está pela bola 7 no São Paulo. Além do Roger, outro que não consegue firmar-se, mas tem seu fã- clube por aqui.

Nos dois jogos do Brasileirão, no ano passado, o Santos de Sampaoli bateu o Grêmio na Arena por 2 a 1. No jogo de volta, em SP, 3 a 0 para o Grêmio. Há um ano mais ou menos, Renato elogiou Sampaoli por também armar suas equipes com vocação ofensiva. O argentino agradeceu a referência.

Curiosidade, o gol na Arena foi marcado por Éverton, driblando no lado direito de ataque e chutando enviesado sem chance para o hoje goleiro tricolor, o Vanderlei. Em Santos, os gols foram da gurizada: Luan, PepÊ e Éverton.

Foram dois jogos em que ambos os times jogaram buscando o gol, deixando clarões no meio de campo. O Grêmio no atual momento tem preocupação em reduzir espaços no meio – como fez no Grenal – jogando com três volantes, todos com qualidade para deixar o campo defensivo e aparecer na área. Renato insiste que os jogadores do meio de campo precisam ‘pisar na área’.

Portanto, nada de armar a equipe para voltar com um ponto de Minas Gerais, embora o jogo seja com um dos mais fortes candidatos ao título nacional.

O Grêmio, apesar de ter jogo pela Libertadores na próxima terça, vai com sua força máxima disponível. Poupados mesmo apenas Vanderlei, Alisson, Diego Souza e Kannemann.

Desses, a lamentar de verdade só o zagueiro argentino. Paulo Victor é do nível de Vanderlei; Alisson é questionado por boa parte da torcida; e Diego Souza, ficando fora, abre chance para Renato escalar um ataque com maior mobilidade, que é do meu agrado e de muita gente.

A equipe provável: Paulo Victor; Victor Ferraz, Paulo Miranda, David Braz e Diogo Barbosa; Lucas Silva, Darlan e Matheus Henrique; Luiz Fernando, Isaque e Pepê. Gosto desse time. Acho que dá pra vencer.

CAVANI

O Atlético fez uma proposta ainda mais elevada que a do Grêmio. Algo em torno de R$ 30 milhões anuais, por três anos de contrato. Uma loucura que seria bancada pela família dona da MRV Engenharia. O jogador rejeitou. Quer jogar a Liga dos Campeões e receber mais que o dobro do que foi ofertado.

E pensar que muita gente acredita ainda que jogador de futebol, como os demais mortais, rasga dinheiro.

A realidade é que Cavani está estimulando um leilão pelo seu futebol. Nada contra. Faz parte.

Grêmio vence Grenal 427 e encaminha sua classificação na Libertadores

Com a vitória desta quarta-feira, dia 23, o Grêmio completa dez jogos sem perder para o Inter. E isso que o treinador do tricolor não passa de um ‘entregador de camiseta’ e ‘supervisor de rachão’, segundo alguns especialistas em badminton ou ping-pong.

Pois é, mesmo sem Geromel e Maicon, o Grêmio bateu seu antigo maior rival no Estado – o adversário agora é o Caxias – por 1 a 0, e até poderia ter conseguido um resultado mais elástico.

Em três bolas cruzadas rasantes da linha de fundo, não apareceu o pé do centroavante para desviar para dentro. Eram bolas para Diego Souza concluir. Mas ele me parece um tanto pesado e sem arranque.

Nesses lances faltou também a presença, vindo de trás, como surpresa, de um dos volantes – se Maicon estivesse em campo ele estaria ali para concluir, não por ser mais ágil, mas por ter uma visão ampla das jogadas para antever a melhor jogada.

Diego Souza, enfim, ficou devendo. No entanto, em outras jogadas ele se mostrou eficiente, como no lançamento que deixou Pepê livre para marcar, e ele fez o certo, encobriu o goleiro, mas a bola saiu pela linha de fundo.

O mesmo Pepê, que realmente tem dificuldade em mostrar seu jogo contra adversários retrancados, conseguiu em jogada individual, saindo da esquerda para a direita, fazer o gol da vitória. Um lance que lembrou muito Éverton (snif, snif, saudade).

O Grêmio foi sempre superior ao Inter. Quem leu meu comentário de antes do jogo viu que eu estava muito seguro da vitória, e que minha preocupação era mais com a arbitragem. Felizmente, deu tudo certo. Arbitragem impecável é sinônimo de vitória do time comandado pelo Mago Portaluppi.

Não vejo nesse time colorado qualidade para se manter sequer entre os quatro do Brasileirão, quanto mais disputar o título. Na Libertadores, vejo que o time corre sério risco de ficar de fora já nesta etapa. Nem é culpa do treinador. O elenco tem pouca qualidade.

O Inter tem dois jogos fora; o Grêmio dois em casa: pega o Universidad Católica, terça, 19h15; e depois o America. Quer dizer, tem tudo para terminar em primeiro lugar.

INDIVIDUALIDADES

Gostei muito do Lucas Silva, talvez o melhor em campo. Digo talvez porque Matheus Henrique, Kannemann e Orejuela também estiveram em nível elevado. Sobre o Lucas Silva, em alguns lances vi nele qualidades do Maicon, organizando o time e ditando o ritmo das jogadas, sempre assessorado por MH e Darlan. O goleiro Vanderlei fez uma grande defesa num cabeceio do Galhardo. Aliás, conforme comentou Mauro Galvão, a bola aérea seria o único caminho para o Inter tentar o seu gol. Mas aí apareceu bem a dupla de área. Rodrigues mostrou que pode ser uma boa alternativa.

No mais, aqueles que querem ver Renato pelas costas pelo jeito terão de esperar um pouco mais. Felizmente.

Grenal com arbitragem argentina e sem VAR

Começo com uma notícia que tirou parte da minha confiança absoluta numa vitória no Grenal desta quarta, 21h30, no Beira-Rio.

A Conmebol escalou um trio de argentinos para o clássico válido pela quarta rodada do Grupo E da Libertadores: Patrício Loustau será o árbitro, auxiliado por Ezequiel Brailovsky e Diego Bonfa.

A preocupação aumenta quando se sabe que em entrevista recente, o técnico colorado, um chorão dos maiores, disse que gosta de jogar tendo árbitro argentino no apito. E aí vem um trio argentino para o jogo.

Coudet, que virou freguês de caderno do Renato, deve estar feliz. Se ele pudesse, por certo traria seus hermanos para apitar aqui no Brasileirão.

Mas o que está ruim sempre pode piorar: o jogo não terá VAR, conforme estabelece o regulamento da Conmebol.

Apesar de tudo isso, acredito na vitória. Mesmo sem Geromel e Jean Pyerre, que mais uma vez fica de fora. O Grêmio tem mais time. Não vive um momento dos mais tranquilizadores, pelo contrário, mas não está pior que o rival em termos de futebol apresentado até o momento.

A volta de Pepê é o grande trunfo de Renato para o jogo. O time sem um atacante mais agudo e vertical perde muito em poder de fogo. Tem Ferreira aparecendo aí, mas a bola da vez ainda é Pepê.

Quem sabe os dois não acabem jogando juntos algum dia, com Renato optando por um ataque sem centroavante fixo, ganhando em mobilidade ofensiva. Luiz Fernando é outra alternativa.

Gostei também da ideia de jogar com três volantes, sendo que nenhum deles, felizmente, é o tal que ‘suja o calção’. A lamentar que Maicon ainda é dúvida. O Maestro cresce no clássico, que para ele é sempre uma sinfonia que ele rege à perfeição. Mas vamos aguardar. Se Maicon não jogar, o trio de volantes será o mesmo que jogou contra o Palmeiras.

Tudo indica, ainda, que Renato vai optar pelo Victor Ferraz, que não foi bem contra o Palmeiras. Talvez fosse melhor começar com Orejuela, que é mais versátil. Na esquerda, Diogo Barbosa, que pelo jeito já ganhou a posição. Foi relativamente bem domingo e tende a evoluir.

Meu palpite é de que aqueles que querem ver Renato pelas costas terão de esperar um pouco mais.

Time misto dá boa resposta e Ferreira começa a mostrar que pode fazer a diferença

Mesmo com metade do time hoje considerado titular, o Grêmio manteve um duelo equilibrado com o único invicto do Brasileirão, o Palmeiras. Destaque para Ferreira, que evitou a derrota com um gol de cabeça, desviando do goleiro Weverton. Coisa de quem conhece o caminho das redes;

O gol de empate, que aconteceu nos acréscimos, fez justiça ao time misto do tricolor diante da equipe titular do Palmeiras. Além disso, dá moral e confiança para o jovem atacante, que começa a justificar o investimento feito nele pelo clube após uma pendenga judicial.

O gol do time comandado por Luxemburgo foi marcado por Raphael Veiga, aparando cruzamento da esquerda. Até ali o Palmeiras pouco havia criado. O goleiro Vanderlei quase trabalhou, assim como o goleiro rival.

Foi um jogo de meio campo. Renato tratou de reforçar a marcação, preocupado com as ausências. Acertou ao escalar três volantes para equilibrar a disputa no setor, o que pode ser uma tendência para o Grenal de quarta-feira. O Grêmio ficou mais encorpado, o buraco que havia no meio praticamente desapareceu. O Palmeiras teve dificuldade para trabalhar a bola, para desespero e irritação dos secadores, azuis e vermelhos.

O Grêmio teve o controle da partida em boa parte do jogo, mas não conseguiu traduzir isso em situações de gol. Faltou alguém (Maicon) para o passe final de curta ou média distância, e também alguém com um drible vertical. Ferreira entrou para fazer isso. Sem ter sucesso com os pés, usou a cabeça. É um jogador que tende a crescer muito. Candidato forte à titularidade, mas ainda precisa confirmar.

Gostei que Renato voltou a utilizar a base. Só achei errado sacar Lucas Silva (cansaço?) para a entrada de Ferreira. Robinho é quem deveria ter saído.

O lateral Diogo Barbosa estreou bem. Marcou forte e deu algumas escapadas para o ataque. Mais entrosado será muito útil, podendo assumir no lugar de Bruno Cortez em definitivo.

O melhor do time foi Matheus Henrique, seguido de Lucas Silva e Alisson.

Em resumo, o MISTO do Grêmio contra os titulares do Palmeiras não jogou o suficiente para merecer três pontos, mas também não jogou tão mal a ponto de merecer uma derrota. O empate ficou de bom tamanho.

JEAN PYERRE

O Palmeiras manifestou interesse no meia, que até lembra Ademir da Ghia, ídolo palmeirense dos anos 70s.

Tem gente criticando o Grêmio por causa disso.

Ora, o Palmeiras tem direito de querer. E o Grêmio tem obrigação de negar.

JP só se for para o exterior, e por muita grana.