Os 40 anos do título que elevou o Grêmio de patamar

Texto do Copião de Tudo:

Na tarde ensolarada de 03/05/1981 nós calamos 95 mil São Paulinos dentro do Morumbi num dia memorável, conquistando nosso 1º Brasileirão, num torneio curto com 23 jogos que durou de 17/01 à 03/05, onde Nunes do Flamengo foi o goleador com 16 gols. Era uma época que só tinha no calendário o Brasileirão e estadual longo, com viagens de ônibus pelo interior do RS. Apenas o Campeão e o Vice brasileiro que jogavam a Libertadores.

No time da final havia seis guris: Paulo Roberto LD com 19 anos, Newmar zagueiro 20 anos, Casemiro LE 23 anos, China volante 21 anos, Odair ponta esquerda 19 anos e Baltazar 21 anos que tinha vindo do Atlético-GO 2 anos antes numa época onde se faziam poucas viagens por ano em distâncias mais curtas, mas tinham alguns amistosos e torneios para manter os times em atividade.

Jogamos a final com este time: Leão, Paulo Roberto, Newmar, Hugo De Leon e Casemiro. China, Paulo Izidoro e Vilson Taddei. Tarciso, Baltazar e Odair. (Técnico: Ênio Andrade)

O São Paulo com um timaço jogou com: Valdir Peres, Getúlio, Oscar, Daryo Pereira e Marinho. Élvio, Renato pé murcho e Éverton. Paulo César, Serginho e Zé Sérgio. (Técnico: Carlos Alberto Silva)

A partir desta data nos tornamos o Tricolor Imortal e nosso percurso foi trilhado com 14 vitórias, 2 empates e 7 derrotas onde marcamos 32 gols e sofremos 21, fazendo assim a campanha vitoriosa, ganhando as duas partidas finais do poderoso SP que tinha na época 8 jogadores de seleção sendo o Daryo Pereira na Uruguaia e 7 na brasileira. 

A defesa do SP era 100% selecionável com uma dupla de área de muito respeito com Oscar e Daryo Pereira que eram uma parede quase que intransponível, mas sucumbiram diante do ataque Gremista nos dois jogos deixando a imprensa paulista de boca aberta com nossa façanha lá dentro. O LE Marinho disse na saída da derrota de Porto Alegre de 2×1 nas entrevistas que em São as coisas seriam bem diferentes porque eles eram muito melhores e superiores, e se ferrou duplamente.

Data importante que marcou o início de nossa ascensão pelo Brasil, pela América e pelo Mundo, fazendo nosso Tricolor elevar com muita raça, garra e honra o nome do estado do RS como o 1º Campeão da América e 1º Campeão do Mundo, em 1983, nos tornando definitivamente o maior e melhor time do Sul do Brasil.

Dá neles, Imortal.

Gauchão: Grêmio vence Caxias com ajuda (correta) do VAR

Vou falar o que ninguém disse, costumava dizer Lauro Quadros – que faz uma falta danada ao jornalismo esportivo -, no Sala de Redação, gerando expectativa e chamando a atenção para si. Ele fazia uns segundos de silêncio e despejava sua frase supostamente inédita, diferenciada.

Pois vou pegar esse bordão emprestado do grande Lauro para dizer o que ninguém disse até agora, ao que me consta: se não fosse o VAR o Grêmio mais uma vez teria um resultado negativo diante do Caxias. O VAR anulou um gol do Caxias e depois marcou um pênalti, que resultou no gol da vitória tricolor por 2 a 1.

O técnico Rafael Lacerda protestou muito, e não poderia ser de outra forma, mas a realidade é que as duas decisões foram corretas.

Agora, se não tivesse o equipamento, o Caxias teria um gol, muito bonito, aliás, e a falta sobre Ferreirinha não seria marcada. O jogo, então, terminaria em 2 a 1, mas para o bom time caxiense. Aí é que o VAR, sendo usado adequadamente, com isenção e competência, é realmente muito útil.

Algo parecido aconteceu à tarde, em Bento Gonçalves, onde o Juventude foi beneficiado pelo VAR, que anulou um pênalti que beneficiaria o Inter.

Sobre o jogo no Centenário: o GRêmio foi superior, teve mais iniciativa e dominou no segundo tempo, forçando o Caxias a recuar mais ainda e buscar contra-ataques.

O técnico Tiago Nunes tem seus méritos. O time ganhou em marcação, está mais consistente, mas é cedo para qualquer avaliação séria. A tendência, porém, é que melhore com a sequência de jogos.

Um problema que Tiago precisa resolver, até porque nem sempre o VAR será a favor. A bola alta lançada sobre a área nas cobranças de falta e de escanteio. Não é de agora esse problema, que começou quando o time perdeu a dupla Geromel e Kannemann em muitos jogos.

Não fosse Brenno o time teria levado mais um gol de cabeça. No início do segundo tempo, ele salvou com uma grande defesa. No gol do Caxias, ele não teve culpa.

Mas já tem gente nas redes sociais questionando o goleiro. Ele teria problemas de visão nos jogos noturnos. É dose!

O nome do jogo foi Diego Souza. Ele é ‘fazedor de gol’, ajeita para o companheiro marcar, exímio cobrador de pênalti e ótimo cabeceador. Na temporada, em 10 jogos, ele fez 11, média muito rara de ser atingida.

Mas ainda assim não escapa das críticas na selva das redes sociais.

Destaque ainda para Brenno, Geromel, Ruan, Thiago Santos e Ferreirinha.

O lateral Rafinha ainda não apresentou aquele futebol que dele se espera. Parece que tem medo de ir ao fundo e de participar mais ativamente de jogadas ofensivas. Um jogador com sua categoria tem mais a oferecer.

Ele falhou no gol do Juventude, mais por ser o homem errado no lugar errado. Baixinho na primeira trave dá nisso. Ele salta, a bola resvala em sua cabeça e se oferece para o adversário, como aconteceu no Centenário. Não seria o caso de colocar alguém mais alto na primeira trave?

O time segue com problema na lateral-esquerda. Não há um lateral realmente confiável. Outra posição complicada é a ‘ponta direita’. Léo Pereira não me convenceu ainda, e acho que não irá me convencer.

Daqui a pouco ouvirei: volta Alissson!!!!

Antes disso, gostaria de ver Leó Schu na posição.

Por fim, JP. Acho que tudo já foi dito pelos participantes do blog. Espero que Tiago faça um milagre e torne JP mais intenso e participativo nos jogos.

Agenda

Com a vitória, o Tricolor terá a vantagem do empate no jogo de volta, na Arena, no próximo domingo (9), às 16h, para avançar para a decisão. Antes, porém, o Grêmio receberá o Aragua, da Venezuela, na quinta-feira (6) às 19h15min, pela terceira rodada do Grupo H da Copa Sul-Americana.

Muricy é mais um no fã clube de Renato Portaluppi

Reportagem do jornalista Eduardo Caspary:

Técnico Muricy Ramalho fez rasgados elogios ao trabalho de Renato no Grêmio neste sábado.

Enquanto curte férias no Rio de Janeiro com familiares e amigos, o técnico Renato Portaluppi foi alvo de rasgados elogios do atual coordenador do São Paulo, Muricy Ramalho, durante entrevista dada neste sábado à Rádio Gre-Nal, do Rio Grande do Sul.

Para Muricy, Renato transformou nos últimos anos a forma como o Grêmio jogava, saindo daquele futebol físico e de imposição, principalmente da década de 90, para um jogo de toque de bola, posse e qualidade técnica.

“O Renato mudou completamente o estilo de jogo do Grêmio. Antes era pura marcação e hoje se vê toque de bola. Um trabalho excepcional, que deixou a régua do clube muito alta”, declarou Muricy.

Muricy Ramalho, vale lembrar, trabalhou no Rio Grande do Sul de 2003 a 2005 dirigindo o Internacional. Em sua chegada ao Beira-Rio, o treinador gremista ainda era Tite, que hoje comanda a Seleção Brasileira. Na época, Renato apenas iniciava a sua trajetória como treinador profissional.

Renato dirigiu o Grêmio na mais recente passagem entre setembro de 2016 e abril de 2021. Dos sete títulos buscados no período, os de mais destaque foram a Copa do Brasil e a Libertadores.

Os números da terceira passagem de Renato pelo Grêmio:

307 jogos (1.670 dias no cargo)
162 vitórias
82 empates
63 derrotas
475 gols marcados
234 gols sofridos
61,6% de aproveitamento
7 títulos (três Gauchões, uma Recopa Gaúcha, uma Recopa Sul-Americana, uma Libertadores e uma Copa do Brasil)

Link para a reportagem: https://www.torcedores.com/noticias/2021/05/muricy-explica-como-renato-transformou-o-gremio-e-ve-regua-do-clube-elevada-a-partir-de-agora-foi-excepcional/amp

Ferreirinha atinge a maturidade e leva o Grêmio à vitória

Além da vitória por 2 a 1 sobre seu velho conhecido, o Lanús, o melhor da noite em portenha foi a certeza de que Ferreirinha alcançou a maturidade. Com isso, ele se firma como sucessor de Éverton Cebolinha e Pepê como o atacante habilidoso e driblador que rompe ‘as linhas’, como dizem agora os tecnocratas do futebol.

Artesão atento e caprichoso do primeiro gol do Grêmio, quando o jogo estava enfadonho e murrinha, Ferreirinha deu o acabamento perfeito à sua obra, ao erguer a cabeça no momento da definição da jogada para cruzar a bola na medida para Léo Pereira empurrar para a rede.

Depois, quando o jogo estava empatado em 1 a 1 e o Lanús pressionava para buscar o gol da virada, que só não aconteceu graças a Brenno, Ferreirinha deu acabamento a uma manobra ofensiva de toques precisos e deslocamentos, quase no final do jogo.

O lance terminou com Ferreirinha recebendo de Thiago Santos (vejam só!), quase na risca da pequena área, para fazer o gol da vitória. Importante registrar que a jogada teve participação de Luiz Fernando, outro que sofre com a turminha amarga das redes sociais.

Mas o Grêmio teve outros destaques, entre eles Geromel, que voltou depois de longo tempo e, ao lado do jovem Ruan, formou uma dupla de área segura, que tende a melhorar com uma sequência de jogos.

Sobre a atuação do time, percebi uma preocupação defensiva maior em relação aos jogos anteriores. Não sei se porque o jogo era fora de cada e o time está sendo reconstruído em termos de esquema e individualidades, mas o fato é que era formado um cinturão na intermediária defensiva quando o Lanús subia para o ataque. Mesmo assim, o time argentino conseguiu criar algumas situações de perigo no segundo tempo. A propósito, o primeiro tempo foi deplorável, um confronto de dois times com medo de jogar.

O técnico Tiago Nunes tem seus méritos. Armou um esquema para garantir ao menos o empate, o que fez muito bem diante das circunstâncias, e fez as substituições necessárias no segundo tempo. Aos poucos, ele vai encontrando o seu time titular.

A vitória é importante também por isso: dá mais tranquilidade para Tiago ajustar o time ao tipo de jogo que ele quer. Para isso, nada melhor que tempo e vitórias.

PRÓXIMOS JOGOS

Na próxima quinta-feira, o Grêmio, líder do seu grupo, fecha o primeiro turno na Sul-Americana em casa contra o Aragua, às 19h15. O Lanús vai à Colômbia enfrentar o La Equidad no mesmo dia, às 21h30.

Pelo Gauchão, o Tricolor duela com o Caxias, neste domingo, às 16h, no Centenário, pelo primeiro jogo da semifinal.

Técnico Tiago Nunes é a bola da vez nas redes sociais

Se eu fosse treinador de futebol seguiria o exemplo do grande Ênio Andrade, que costumava dizer, em tom jocoso, que um percentual de sua remuneração – nem de longe semelhante ao que se paga hoje – era para aguentar os repórteres, em especial os setoristas de clube.

Hoje, eu faria o mesmo, mas acrescentaria um percentual ainda maior para suportar o pessoal do futebol nas redes sociais , que sempre sabe mais do que todo mundo, e que tira conclusões definitivas a partir da ponta do iceberg, ou seja, com um mínimo de conhecimento sobre os fatos. E quando erram, simplesmente ‘esquecem’ e mudam de assunto, e o alvo de sua crítica que se dane.

Mesmo fora do Grêmio, o técnico Renato segue sendo criticado por esse tipo irritante de gremista. É um pessoal que vira e mexe insiste que Renato não treinava, que era só rachão. Quatro anos e meio fazendo rachão…

O time que durante dois anos foi considerado o de melhor futebol do país, conquistou uma Libertadores e uma foi construído assim, na base do rachão?

É uma total irresponsabilidade opiniática que se alastra a cada dia, e não apenas no futebol.

Vejamos o caso do novo técnico do Grêmio, Tiago Nunes. Ele nem tinha assinado contrato e já havia gente lançando farpas no twitter e nos grupos de whatts. Colorados trataram de abastecer as ‘redações’ virtuais com fotos de Tiago com a camisa do Inter.

Em troca, gremistas antenados publicaram fotos de Tiago festejando a conquista da Copa do Brasil no Beira-Rio.

Assinado o contrato, já havia ‘apostas’ na internet sobre quanto tempo Tiago Nunes vai durar. A atuação ruim contra o Ypiranga forneceu munição para novas críticas. O que mais pegou é o sistema de marcação por zona, que ele testou logo no primeiro jogo, com apenas um treinamento. Talvez tenha sido seu erro. A pressa de mostrar serviço e ser diferente do técnico anterior.

Aliás, Tiago deve trabalhar implantando suas convicções, sem comparar com Renato Portaluppi. E isso não se faz da noite para o dia.

Mas nas redes sociais, onde a impaciência e ansiedade são as causas maiores dos problemas, já tem gente querendo um time mais isso, mais aquilo. Aí, tem gente que gosta do ‘isso’, e outros defendem o ‘aquilo’. Pronto, está aí criado outro debate que sai do nada para lugar algum.

Eu imaginei que com a saída de Renato, o ambiente para o seu sucessor trabalhar seria mais tranquilo. Ledo engano. Temo pelo que pode acontecer em caso de uma derrota. Saem os ‘renatistas’, entram os ‘tiaguetes’.

A conclusão que eu chego, e muitos já chegaram, é que o torcedor de futebol, principalmente de clubes grandes, é muito chato, impertinente e nada modesto, porque ele sempre acredita que sabe mais do que todos, e isso inclui o treinador, o presidente, etc.

Bem, o Tiago e seus pares ganham muita grana. Dá pra suportar tudo isso.

Gauchão: Grêmio confirma o primeiro lugar mesmo jogando mal

Um Grêmio mais bagunçado que time de hospício conseguiu jogar ao menos o suficiente para garantir o primeiro lugar da fase classificatório, o que significa que uma eventual decisão de título será na Arena.

Agora, pelo que jogou em Erechim, não supera o Caxias na próxima fase, ainda mais que o time está envolvido com a sul-americana. O Grêmio tem incrível dificuldade para disputar competições paralelas com a mesma disposição.

Sobre a vitória por 3 a 2 sobre o bom time do Ypiranga (nome do meu time de botão quando fui campeão do mundo num torneio disputado em Lajeado), só tenho a dizer que o resultado foi um castigo para o time do interior.

O Ypiranga estava melhor no jogo, até por conhecer melhor no campo (ruim), o que lhe dá uma pequena vantagem sobre os visitantes.

Aí, o juiz marcou um pênalti sobre Matheus Henrique pra lá de discutível. As imagens indicam que não foi falta. Mas tenho a impressão de que o zagueiro encostou mesmo o joelho direito em MH.

Bem, o que importa é que Diego Souza cobrou e fez 1 a 0. Em seguida, o goleiro do Ypiranga, Paulo, fez uma lambança e Leó Pereira concluiu com a goleira vazia. No minuto seguinte, Vanderson chutou cruzado para fazer 3 a 0. Três gols em cinco minutos.

Jogo liquidado? Com o time em fase de transição, tudo pode acontecer. O Ypiranga marcou dois gols, acertou a trave uma vez e Brenno voltou a ser destaque do time.

Pois é, com esse resultado o Ypiranga, com todo seu bom futebol, está de fora do campeonato regional, que aos poucos, como acontece a cada ano nesta fase, cresce de importância.

Sobre o time gremista: salvou-se o goleiro Brenno.

Ah, aquela história de que volante camisa 5 ajuda a dar mais consistência defensiva não se confirmou nesse jogo.

Diego Souza e mais 10: este é o Grêmio no momento

O Grêmio hoje é, praticamente, Diego Souza e mais dez. Foi dele o primeiro gol na vitória por 2 a 1 sobre o La Equida, na Arena, e a escorada açucarada para Paulo Miranda fazer o segundo.

Não consigo imaginar o time sem Diego Souza. Escrevo isso porque li nas redes sociais que Sport, onde DS é ídolo, e o Vasco da Gama estão assediando o empresário do goleador gremista.

Fiquei perturbado com essa especulação, porque admiro o futebol de Diego Souza desde sua primeira passagem pelo Grêmio, como volante. No ano retrasado, ele empilhou gols pelo Sport, e eu me perguntava por que ‘esse cara não vem para o Grêmio?’.

Muita gente aí ficou meio assim com a contratação do Diego Souza. Outros criticaram ferozmente, cegamente, burramente. No futebol de hoje é assim: não basta emitir uma opinião, é preciso ser agressivo, ofensivo até.

-É mais um bruxo do Renato -, disseram os ‘especialistas’, que hoje vibram com os gols de DS, mas sempre com um pé atrás. Alguns poucos reconhecem que erraram, assim como eu errei muitas vezes.

O bom é que nossos erros opinativos não afetam o time em campo nem influenciam a diretoria nos gabinetes.

Tem gente, sério! que acredita que está influindo na gestão do clube através de seus pitacos nos grupos de whatts, twitter e outros canais.

Bem, mas voltando a frase inicial, provocativa uma barbaridade! Mas é porque realmente tenho medo que algum gênio no clube queria liberar Ds para abrir caminho para outro ‘camisa 9’, talvez até em função da característica.

É claro que quando Geromel e Kannemann voltarem, já não será DS e mais dez. O goleiro Brenno, que ontem mais uma vez fez grandes defesas, também já pode entrar na lista dos tops do time, assim como Rafinha. E só.

Ferreirinha se encaminha para ser imprescindível, como foi Éverton e depois Pepê, até sua venda.

Maicon, infelizmente, já não integra esse grupo.

Jean Pyerre, apesar de toda sua técnica e alguns lances realmente diferenciados, precisa evoluir mais para pertencer a essa ‘elite’.

Por enquanto, JP é apenas um jogador que pode ser negociado que ninguém vai protestar. Diferente do Ferreirinha.

Por fim, destacar a vitória na sul-americana. Acho importante buscar o título da competição. Pelo dinheiro e pela classificação à Libertadores.

Neste sábado, o Grêmio enfrenta o Ypiranga, em Erexim. Espero que já tenha seu novo técnico, Tiago Nunes, no comando. Na quinta, joga contra o Lanús, na Argentina. Espero que até lá Geromel e Kannemann já possam jogar.

Grêmio começa a montar seu departamento de futebol

Entre os nomes cotados para substituir Renato Portaluppi nenhum realmente empolga. Na verdade, não existem muitos nomes. Se me pedirem uma lista de cinco em condições de fazer um trabalho de alto nível eu teria muita dificuldade. Nem arrisco em apontar alguém.

Por isso, até por comodidade – e por entender que treinador que não atrapalha já tem meio caminho andado -, fico com o nome que está sendo veiculado por todos os meios de comunicação, e também pelas redes sociais.

Tudo indica que Tiago Nunes é o cara. Eu não apoio nem ‘desapoio’, mas busco entender. O que mais está pesando na opção por ele é o seu trabalho na base do clube, ajudando a revelar jogadores.

Esse talvez seja seu maior mérito no momento. No Atlético PR ele conquistou a Sul-Americana e a Copa do Brasil, sendo que este título em cima do Inter, pelo qual tem meu agradecimento, meu reconhecimento.

Então, pouco importam alguns aspectos. Por exemplo, o fracasso no Corinthians. Fracasso é muito forte, troco por insucesso. Se não me engano foi ele quem indicou Luan para o Corinthians. Quem sabe não traz ele de volta?

Outra coisa que pesa contra ele, mas não sei se é verdade. Ele teria imposto regras um tanto absurdas para os jogadores, entre eles várias cobras criadas. Erro grave no meu entender. O básico: trazer os jogadores para o seu lado, fazer com que eles joguem por ele.

As pessoas evoluem. Vou torcer pelo Tiago Nunes, assim como torci pelo Renato. Torcer contra o treinador é torcer contra o clube.

Agora, sempre preservando meu direito de criticar o que considerar errado e de apontar caminhos, se for o caso.

O VICE

O vice eleito na gestão Romildo, Marcos Herrmann, superou questões pessoais e aceitou assumir a vice-presidência de futebol.

Ele tem longa vivência de Grêmio. Seu histórico como dirigente de futebol na gestão Cacalo (1997/1998) não é dos melhores, mas há que se considerar os problemas do clube na época.

Além do mais, Herrmann está mais experiente, e, se formar uma boa equipe, tem condições de dar uma contribuição importante. Um nome que está muito bem cotado para diretor de futebol é Gustavo Schmitz, diretor das categorias de base. É um nome excelente.

Eu o conheci no período em que buscava entrar no Conselho Deliberativo.

RENATO

Centenas de gremistas foram ao aeroporto homenagear e despedir-se do técnico Renato Portaluppi. Entre eles, por certo, algumas ‘madalenas arrependidas’ de trabalhar e torcer pela queda de Renato.

Acho que foi um bela despedida, coisa rara, talvez inédita no futebol.

A torcida tricolor por vezes é cri-cri, mas sabe como ninguém valorizar seus ídolos.

Grêmio bate Novo Hamburgo e confirma classificação

Com 3 a 1 sobre o Novo Hamburgo, na Arena, neste domingo, o Grêmio cumpriu a obrigação de passar à semifinal do ‘me engana que eu gosto”, muito mais pra não deixar o caminho livre para seu rival do que qualquer outra coisa.

Na comparação com o time que enfrentou o Caxias na sexta-feira, no Centenário, vi uma evolução.

Por exemplo, no meu artigo anterior, eu reclamei que o time jogava muito pelo meio, mesmo com os laterais passando em velocidade. Olha a sacanagem: o lateral dá um pique rumo à linha de fundo e a bola não chega nele. Desta vez chegou.

O Cortez cansou de receber bolas contra o NH. O problema é que seus cruzamentos invariavelmente batem no adversário à sua frente.

Vanderson também foi acionado. E deu boa resposta. Esse guri foi um achado. Acho que vale a pena testar Rafinha na função de Alisson, que caiu em desgraça perante o torcedor, e pouco faz para reverter isso.

Não sei por que insistir com Alisson. Ele era peça importante no esquema de Renato, mas Renato se foi. Ontem, ele ficou até os 43 minutos. Sobraram míseros 4 ou 5 minutos para o pobre do Léo Pereira.

O técnico Thiago Gomes agiu bem em manter Alisson, mas não precisava continuar com ele tanto tempo. O jogo estava definido. Será que era medo de uma virada do Nóia?

Outro que poderia jogar menos tempo é Pepê, que está negociado. Poderia ser poupado para jogos da Libertadores, abrindo caminho para Chú, este sim precisando de oportunidade.

Deixando bem claro que qualquer análise séria precisa levar em conta a fragilidade do adversário.

Friso isso porque o Jean Pyerre fez uma partida quase empolgante. Livre, sem bafo na nuca, ele articulou quase sem ser incomodado. Aí apareceu sua técnica exuberante. Fez um gol e deu passe para outro.

Gostei de novo do Tiago Santos. Joga sério, sem frescura.

Bobsin, que enfrentou uma série de lesões, entrou depois, agora com mais personalidade, inclusive aparecendo na área como elemento surpresa. Gostaria de vê-lo mais tempo em campo.

Agora, a Sul-Americana, que dá vaga direta à Libertadores do próximo ano. O Grêmio joga quinta, 19h15, contra o La Equidad, da Colômbia.

Misto tricolor empata em jogo muito ruim

Finalizada mais uma bela e gloriosa passagem de Renato pelo Grêmio como treinador, vida que segue. Não há tempo para maiores reflexões. Um dia depois da saída do ídolo, a realidade do campeonato regional.

Acompanhei o empate por 0 a 0 com o Caxias, no Centenário, muito mais para observar alguns jogadores, em especial Rafinha e Thiago Santos. Gostei dos dois, mas sem entusiasmo, o que é mais do que natural.

Prestei atenção nos guris da base. Gostei de ver que o lateral Felipe desempenha bem nos dois lados. É um bom reserva por enquanto. Mas pode evoluir.

Aqui uma observação: existe no time uma insistência em jogar pelo meio, no toque-toque. JP é um que prefere jogar pelo meio. Raramente olha para o lateral que está passando, como aconteceu pelo menos 3 vezes com Felipe. JP (Maicon, MH e Darlan também) prefere forçar uma jogada pelo meio a fazer o mais simples: o passe para o lateral que vai ao fundo e cruza. Um ‘papai-mamãe’ do futebol.

Foi um jogo horrível, talvez o pior do ano. O Caxias não teve uma chance sequer de gol (e aí mérito para o sistema defensivo tricolor). Já o Grêmio, com mais posse de bola e objetividade quase zero, teve uma situação incrível perdida por Elias. E foi só.

Aqueles que cobravam de Renato a saída de Alisson e a escalação de Ferreira e Pepê com DS no meio, devem estar se perguntando: por que não funcionou essa dupla no jogo? Seria porque era Ricardinho e não o ‘gordo’ goleador do time? Em tese, seria um ataque arrasador. Na prática, a ideia não funcionou. Nada como uma escalação depois da outra…

Neste domingo, na Arena, 20h, o Grêmio pega o NH. Thiago Gomes volta a comandar o time.

Espero que ele não escale o Alisson. Não quero ouvir choro e ranger de dentes tão cedo.

E Maicon, será que joga? Dizem que ele está acertando sua saída do clube. Se isso acontecer, espero que ele seja feliz. Teve uma passagem marcante pelo Grêmio, principalmente por sua atuação em Grenais.

Lavou minha alma.