Renato, Damião e a novela Redenção

Depois de uma longa semana de especulações, compra e venda de jogadores, fofocas e afirmações curiosas como essa de que ‘Scocco é o cara’, além de uma bem-vinda derrota e deliciosa humilhação de RG no Paraguai, eis que estamos diante de mais uma rodada do Brasileirão.

O Inter pega o Flamengo de Mano Menezes e Pelaipe – quem não sabia que o ex-diretor gremista levaria Mano para a Gávea? – enquanto o Grêmio encara o Criciúma e sua legião de ex-gremistas, entre eles o herói Galatto, incrivelmente na reserva do time catarinense.

Confiram essa matéria:  http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2013/07/gremio-vai-encarar-um-criciuma-com-11-jogadores-com-passagem-pelo-olimpico-4203936.html

São dois jogos difíceis, como todos os jogos do campeonato. Não tem barbadinha.

Mas arrisco dizer que o Grêmio tem o jogo mais complicado. O adversário não está bem e é candidato forte ao rebaixamento. O problema é que historicamente os jogos em Criciúma são muito difíceis para a dupla Gre-Nal.

Problema maior ainda está no próprio Grêmio. Renato mais uma vez não poderá repetir o time, e o que é pior, terá o coração/alma da equipe muito prejudicado.

Adriano e Souza, a dupla de volantes, está fora. Havia a ameaça de que também Zé Roberto não poderia jogar. Mas ele acabou confirmado na delegação.

Vamos aos substitutos: Ramiro e Matheus Biteco. O segundo é sem dúvida um jogador com potencial enorme e que pode começar a ganhar um lugar na equipe em pouco tempo.

Já o Ramiro me parece um jogador comum, muito esforçado, movimentação intensa, mas com um problema sério na minha opinião: é baixinho demais para jogar como volante. Nesses tempos em que a bola aérea é decisiva considero um risco jogar com volante de baixa estatura. Se Matheus ainda fosse alto, compensaria um pouco.

Então, penso que Renato perde oportunidade de escalar Riveros. E aí acho que Renato está errando, porque sequer está levando o paraguaio para Criciúma. Em função do limite de três estrangeiros, ele optou por Maxi Rodrigues. Em outra circunstância, seria um decisão acertada, mas já que faltam os dois volantes titulares, seria recomendável que jogasse com Riveros, jogador experiente, no lugar de Ramiro, um aprendiz.

Resta esperar que os dois jovens escalados correspondam e que Riveros realmente não faça falta.

É de saudar-se, por outro lado, o retorno de Barcos. É importante que o time tenha um atacante de área, mesmo que isso custe o sacrifício de Kleber, que volta para o banco.

DAMIÃO, a Redenção

Os mais antigos vão lembrar de uma telenovela dos anos 60, Redenção. Ficou dois anos no ar. Um recorde.

Pois a novela Damião vai superar a Redenção, que tinha como astro um Francisco Cuoco garotão.

E eu era um piá do Interior que sonhava em assistir um jogo do Grêmio ao vivo, um Grêmio que eu conhecia só pelo rádio e pelos jornais.

Pois eu vivi o suficiente para ver o recorde de Redenção ser superado por essa novela que se arrasta há mais de dois anos, abrindo e fechando janelas.

Apesar dos números astronômicos anunciados e nunca confirmados, Damião segue em Porto Alegre. Bom para a torcida colorada, que na verdade quer que seu goleador permaneça. Ruim para a direção, que alega precisar desse dinheiro para fazer frente a despesas.

A última proposta seria do Napoli, 22 milhões de euros.  Sinceramente, eu não acredito, não neste momento em que a Europa atravessa uma crise terrível.

Mas já ouvi boatos de que a proposta estaria em 25 milhões de euros. Antes que eu dê um ponto final nessas mal traçadas linhas, a oferta pode chegar aos 30 milhões e, se vacilar, o Inter venderá Damião por valor superior ao que o Santos obteve por Neymar.

O caso Vargas e a imprensa

Ouvir todos os lados de uma história é um princípio básico do jornalismo, do bom jornalismo, aquele que preza pela exatidão e honestidade da informação.

Foi o que destacou o diretor de futebol Rui Costa, hoje, ao criticar reportagem do jornal ZH sobre o acidente envolvendo o atacante Vargas, que estaria sendo convidado a pagar os 300 mil do carro que locou e destruiu num acidente no Interior do Estado há um mês.

Só apareceu a versão da empresa que locou o veículo – custo mensal, segundo a reportagem, de 15 mil reais. Nos grandes clubes é assim, o dinheiro entra fácil, de montão, e sai mais fácil ainda. E isso vale para clubes, jogadores, etc.

O que mais me chamou a atenção nessa história nem é o fato de o Grêmio e o jogador não terem sido ouvidos, e até nem sei se o repórter não tentou.

O principal de tudo é um sujeito pagar 15 mil mensais de aluguel de um carro que ele poderia comprar, porque dinheiro para isso não lhe falta.

Para quem não leu: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/gremio/noticia/2013/07/vargas-sera-intimado-a-pagar-r-300-mil-por-carro-capotado-4201053.html

Outro aspecto que chama a atenção, e que está provocando indignação entre os gremistas nas redes sociais, é que essa lambança toda só apareceu depois de Vargas marcar os dois gols da vitória sobre o então líder do campeonato, o Botafogo.

Como o acidente – ocorrido em Casca, dia 16 de junho – aconteceu há bastante tempo, seria natural que esse tipo de assunto tivesse vazado para a imprensa dias após o ocorrido.

Está claro que foi a locadora de veículos quem recorreu à imprensa na ânsia de pressionar para receber o que julga ser do seu direito. O normal, no entanto, seria a empresa entrar com ação judicial, sem fazer escândalo.

No site do Grêmio, Rui Costa questiona dados da reportagem assinada pelo repórter Luís Henrique Benfica.

Mas observa, principalmente, que não foram ouvidos os outros entes envolvidos, prevalecendo apenas a versão da empresa.

O fato é que esse tipo de situação pode perturbar o profissional. Vejam o caso do goleiro Diego Cavaliere, que falhou bisonhamente contra o Inter e que estaria enfrentando um sério problema pessoal.

O clube tem mesmo é que se preocupar e buscar uma solução imediata, mas nunca ajudando a pagar o estrago feito pelo seu atleta. Aí seria paternalismo demais.

A imprensa, é certo, tem mais é que exercer a boa prática de ouvir todos os lados, mas cabe ao jogador de futebol, com toda a sua exposição pública, ter um pouco mais de cuidado com o que faz nas horas vagas.

Dupla avança no Brasileirão

Posso estar vendo demais, mas o Grêmio que vi bater o Botafogo já apresenta alguma evolução. Não muita, mas o suficiente para dar um pouco mais de esperança de uma campanha boa no campeonato brasileiro e, o que mais importa a curto prazo, brigar pelo título da Copa do Brasil.

Já o Inter, que venceu o Fluminense sábado, mostrou um futebol que, a ser mantido, desmente minha previsão de que irá disputar no máxima uma vaga na sul-americana. Se continuar assim – e aí méritos de Dunga -, pode ambicionar um lugar no topo de cima da tabela, apesar do problema com o seu estádio.

Sobre o título brasileiro, está totalmente em aberto. Eu não levava fé nesse Botafogo, mas pelo que vi na Arena o time do Seedorf – um espetáculo de jogador – está na páreo também.

Meus favoritos, contudo, são Corinthians e Atlético Mineiro. O Fluminense é outro bem cotado, apesar da derrota por 3 a 2. O Fluminense cometeu erros que dificilmente comete, uma atrasada de bola infeliz e uma falha incrível do grande goleiro Cavalieri. Bom para o Inter, que aproveitou e somou 3 pontos fora de casa e diante de um adversário dos mais poderosos do campeonato.

Sobre o Grêmio, que finalmente conseguiu jogar num domingo à tarde em sua casa, gostei acima de tudo da determinação para buscar os gols e depois para garantir o resultado, sem perder ofensividade. É certo que ainda falta mais qualidade e criatividade na frente, mas o time dessa vez chegou mais do que em jogos anteriores.

No lance do primeiro gol, destaque para Alex Teles, que foi ao fundo – como raramente aconteceu desde sua chegada – e cruzou para Vargas fazer um belo gol. Seedorf, em jogada maravilhosa, marcou um golaço, um chute preciso, tirando do goleiro.

O gol da vitória foi legítimo. Ouvi um comentarista afirmar que Kleber, impedido no lance, desviou a atenção do goleiro do Botafogo e por isso o gol deveria ser anulado. Estaria certo, portanto, o bandeirinha. Não vou nem comentar algo tão absurdo. Parece  – só parece – opinião de quem secava o Grêmio, e/ou Renato.

O segundo tempo foi de absoluta tensão. O Grêmio chegou com algum perigo, mas quem esteve mais próximo de marcar foi o Botafogo, sempre com jogadas organizadas por Seedorf.

O sistema defensivo do Grêmio mais uma vez comportou-se bem. Destaque para a linha de quatro, em especial Werley. Adriano, um tanto afoito no primeiro tempo, ficou mais tranquilo e fez desarmes importantes, assim como Souza. Zé Roberto e Elano ajudaram na marcação e tentaram armar.

Na frente, gostei do empenho de Kleber e de alguns lances dele. Vargas mostrou que pode ser um matador. Teve duas chances, fez dois gols.

Como disse Renato, o momento não é de querer um Grêmio jogando um futebol de encher os olhos, mas de somar pontos. Assim o time avança na tabela e ganha mais confiança e moral para crescer.

E, ainda como disse Renato, se vier algum reforço para qualificar, será bem-vindo.

CRIS

Cris foi vaiado ao entrar no minuto final. Por um lado, é ruim vaiar um jogador do Grêmio prestes a entrar. Por outro, é bom, porque mostra que o melhor pra ele é buscar outro clube.

Cris ficou um minuto ou dois em campo. Em sua única participação ele entrou com força demasiada num lance frontal a poucos metros da área. Acho até que cometeu falta. Imaginem se o juiz marca falta nesse lance. Terror.

Olimpia, minha última esperança

Já deixei bem claro que considero RG um inimigo a ser execrado até o fim dos tempos.

Por isso, cada vitória dele é como um tapa na minha cara.

Ontem, ao passar à final da Libertadores, RG encaminhou a conquista da Libertadores. O Olímpia até deve impor alguma resistência, mas acho que irá ceder

Lembro que escrevi em janeiro ou fevereiro, que o Olímpia por ser ‘assim assim’ com a Conmebol seria candidato ao título. Aí, retrucaram que o time era fraco. Mas eu não estava falando do jogo aquele que se pratica sobre a grama, natural ou sintética.

O Olímpia é sempre candidato porque é do Paraguai, sede da Conmebol ou Comebola, como dizem alguns.

Então, minha esperança agora é a força política dos paraguaios para evitar que o Atlético seja campeão. Não pelo Atlético, mas por causa do RG.

Não fosse RG, eu até torceria pelo Atlético. Torceria por Victor, goleiro injustiçado por uma parcela expressiva da torcida gremista, que queria vê-lo pelas costas, o que acabou acontecendo.

Victor, hoje, é herói da torcida do Galo. Prova mais uma vez que é um goleiro fantástico e que o problema do Grêmio desde sua contratação nunca foi o goleiro, exatamente o que escrevi muitas vezes.

Goleiro o Grêmio sempre teve com Victor, o que lhe faltou foi time, qualidade nas outras posições, com algumas poucas exceções.

Não era contra a ascensão de Marcelo Grohe, que se mostrou um goleiro à altura de Victor, mas a favor de Victor, por seu caráter e sua dignidade profissional. Um goleiro que sempre honrou a camisa tricolor.

Se Victor não era problema, tampouco Marcelo Grohe depois que assumiu a titularidade. Ele deveria continuar, não havia necessidade de contratar Dida, que é outro grande goleiro.

Hoje, vejo que parte da torcida despreza Dida. Outro erro. O problema, como antes, não está nessa posição. Dida está aí e merece o carinho do torcedor, mesmo que continue sem pegar pênaltis.

Sei que por trás dessa bronca com Dida, está o desprezo a Luxemburgo, que o trouxe, e uma paixão incontida por Marcelo Grohe, criado no Olímpico e identificadíssimo com o clube.

Por falar em identificação, o que dizer de RG? Em cada entrevista, juras de amor e promessas de fidelidade, enquanto tramava sua fuga do Grêmio, de onde saiu pelas portas dos fundos para cruzar o umbral das almas perdidas.

O problema é que RG, por ter tanto talento, segue vencedor.

Quando parece estar se encaminhando para o fundo do poço, como parece estar ocorrendo com o centroavante Adriano, eis que ele ressurge vitorioso para me atormentar.

Mas eu não desisto. O Victor que me perdoe.

Soy paraguaio, soy Olimpia. Arriba!

O desafio de Renato e o chopinho em Ipanema

Consenso em futebol é algo quase impossível.  Mas acontece.

Hoje, ninguém tem dúvidas de que o trabalho de Renato para ajeitar o time é espinhoso. Está aí um consenso.

Agora, se Renato conseguiu arrumar o time em 2010, por que não pode repetir a dose, ou o chopp, imaginando o mar convidativo e as areias cálidas de Ipanema?

Não é fácil, é mesmo um desafio, mas acredito na capacidade de Renato, ao contrário de muitos analistas que repetem exaustivamente que o ídolo gremista não tem cultura tática, uma bobagem sem fim.

Luxemburgo, segundo esses especialistas em dizer obviedades e utilizar expressões como ‘duas linhas de quatro’, ‘triângulo invertido’, esses modismos que dentro de mais alguma tempo cairão no esquecimento, assim como aconteceu com o ‘ponto futuro’ – que eu até hoje procuro -, o ‘overlapping’, expressão rebuscada que o falecido Cláudio Coutinho introduziu no futebol na década de 70, tem a tal de cultura tática.

Técnico de futebol, pra mim, se não atrapalhar já está de bom tamanho. O grande treinador é aquele que consegue trazer os jogadores para o seu lado, mas que, depois disso, os posiciona com sabedoria, extraindo de cada um o máximo, dentro de uma formatação.

Renato fez isso com muito sucesso em 2010, quando Gabriel, Fábio Rochembach, Douglas, Jonas e Lúcio – só para citar os casos de mais destaque – jogaram muito futebol, e dentro de uma esquematização que um técnico ‘sem cultura tática’ não tem como conseguir.

O maior desafio de Renato será arrumar o sistema ofensivo – e aí estão incluídos:

laterais que apoiem com assiduidade semelhante a de Renato nos joguinhos de futevôlei,

volantes que façam a cobertura nesses casos,

zagueiros que possam aparecer de surpresa na frente,

volantes que também tenham qualidade para se projetarem,

meias que não se limitem a toques curtos, mas que arrisquem os lançamentos longos;

meias que se aproximem mais da área aproveitando espaços abertos com o deslocamento dos atacantes;

e atacantes solidários e ao mesmo tempo efetivos nas conclusões, além de terem capacidade técnica para lances isolados, como fez Barcos contra o Atlético PR.

A lista é grande, mas Renato está habilitado a fazer isso, conforme provou no Grêmio e no Fluminense.

Se vierem reforços, as chances de sucesso aumentam.

Mas penso que com o grupo atual é possível fazer um time para brigar pelo título, porque não há no momento nenhuma equipe que possa ser apontada como favorita.

A equipe que se ajustar mais rapidamente, melhores chances terá.

Contra o Atlético, Renato visivelmente armou o time para não perder.

Contra o Botafogo – no primeiro jogo do Grêmio na Arena numa tarde de domingo -, será diferente: ele terá de jogar para vencer.

E aí será preciso mais rapidez nas saídas para o ataque, com passes mais verticalizados e lançamentos.

Vejo Vargas implorando por bolas longas, uma bola que chegue com ele já em velocidade, o que raramente acontece e que, certamente, contribui para o seu rendimento insatisfatório.

Se Kleber gosta de bola no pé, Vargas gosta de bola mais à frente.

Barcos deve ficar posicionado mais na frente, junto a área, mas recuando as vezes para o ingresso de Vargas. Falta ajeitar essa sincronia de movimentos, tendo ainda meias que joguem a bola mais espichada.

Enfim, Renato sabe de tudo isso, e mais um tanto.

Sabe também que há muito trabalho para arrumar a casa que Luxemburgo deixou em polvorosa.

O negócio é trabalhar, trabalhar e conversar muito com os jogadores.

O chopinho em Ipanema pode esperar. Pelo menso até o próximo verão.

ARQUIBANCADA MÓVEL

Não tenho nenhuma dúvida de que as arquibancadas móveis do estádio do Novo Hamburgo serão liberadas para o Inter jogar no Brasileirão. O regulamento não permite, mas sempre aparecem artifícios para atender interesses dos grandes. Vale para o futebol, vale para tudo.

Pelo que li a liberação vai ocorrer em várias instâncias.

É mais ou menos como no caso Kiss, onde morreram 242 jovens.

Uma vistoria feita por inúmeras entidades, acaba não caindo no colo de nenhuma delas na eventualidade de uma tragédia.

Assim, quanto mais entidades derem o aval, melhor para todas elas.

A herança de Luxemburgo

Enfrentar o Atlético Paranaense em Curitiba sempre foi muito difícil. Sábado, na estreia de Renato, isso ficou confirmado. Assim, o 1 a 1, ainda mais depois de sair perdendo, é um bom resultado.

O que preocupa é que o time mais uma vez jogou mal.

Ainda foi o time de Luxemburgo que estava em campo. Nunca pensei que fosse escrever o que pensei no decorrer do jogo ao ver o estreante Moisés na lateral-direita.

Que saudade do Pará! Se a gente quer manter um jogador mediano de titular indefinidamente, contrate jogadores piores que ele. E assim vai Pará se eternizando, e eu sentindo a sua falta.

É claro que é pouco para julgar mais esse jogador oriundo do Juventude, mas pelo que vi sábado ele não tem condições de disputar posição com Pará. Dizem que ele se dá melhor como volante, vamos ver e torcer para que seja verdade.

É importante destacar que a linha de defensores do Grêmio é muito jovem. Jovem demais. O mais experiente é Werley, que é quase um bebê perto de Cris, que entrou no finalzinho e me causou calafrio.

Pois essa defesa saiu-se satisfatoriamente. Mesmo jogando em casa, o Atlético teve poucas chances de gol, ainda mais mais que o Grêmio, e isso é outra coisa preocupante.

No gol do Atlético vi um descuido de marcação envolvendo Moisés e o meio de campo. Depois, Barcos, lembrando Renato contra o Hamburgo, cortou pra dentro e chutou forte cruzado com o pé esquerdo, golaço.

O empate foi bom, a atuação é que realmente ficou a desejar, mas nada que Renato não possa resolver.

A herança de Luxemburgo é pesada.

JOGAÇO

O Inter fez a sua parte: venceu em casa. Foi sempre superior ao Vasco, um time à beira do abismo, e venceu com autoridade. Levou um susto, mas teve tranquilidade e personalidade para seguir martelando. A vitória por 5 a 3 foi um prêmio ao Inter.

Começo a acreditar que o Inter vai mesmo conquistar uma vaga na Sul-Americana.

O ruim para os colorados é que Damião deve mesmo ser vendido. O técnico Dunga está inconsolável. “Não estou preparado para perder Damião, e o presidente está?”, questionou Dunga, mostrando sua insatisfação.

Um Dunga para dormir com Dunga

Dunga precisa de um Dunga pra dormir com ele na concentração.

Segundo alguns especialistas esportivos, Romário só jogou o que jogou na conquista do tetra mundial porque dividiu o mesmo quarto com Dunga. Acreditem, há quem pense assim.

Dunga teria controlado o ímpeto festivo do baixinho. Falta, agora mais do que nunca, alguém para controlar o ímpeto belicoso, a mania persecutória de técnico colorado.

No Gauchão, ele denunciou uma armação da arbitragem contra ele. Isso logo nas primeiras rodadas.

O resultado concreto, objetivo e cristalino é que o Inter terminou o campeonato sem um jogador sequer com cartão vermelho.

Quer dizer, ao invés de punição, premiação. Para ser justo diante da injustiça lembro que Dunga foi ‘agraciado’ pelo tribunal esportivo da Federação Noveletiana de Futebol com o pagamento de cestas básicas. Uma penalização ridícula diante da gravidade do caso.

Dunga, é notório e inquestionável, tem uma relação marcada pelo conflito com a imprensa em geral, e com razão diante do que sofreu até sua redenção como capitão da seleção do tetra.

Dunga não consegue superar o trauma. Ele se esforça, mas está sempre com um pé atrás e com pedras nas mãos quando se depara – ou no caso enfrenta – com jornalistas.

Ao insinuar que o jovem repórter Rodrigo Oliveira, que recentemente trocou a Guaíba pela Gaúcha, estaria recebendo ‘presente’ para questionar por que Datolo não recebia uma chance no time titular, com o técnico preferindo improvisar um lateral no meio em vez de aproveitar o argentino.

O questionamento era e é mais do que oportuno, especialmente pela imagem positiva que Datolo tem entre os colorados e boa parte da mídia esportiva.

Talvez por não ter uma resposta razoável. Aí, partiu para a agressão, levantando uma suspeição descabida.

A ACEG, Associação dos Cronistas Esportivas, emitiu nota repudiando a atitude virulenta. Penso que o caso requer uma ação mais forte, uma interpelação judicial, no mínimo. Inclusive do próprio repórter e da empresa em que trabalha.

Se Dunga tem conhecimento de jornalista que aceite ‘presentinhos’ de jogadores, técnicos e/ou dirigentes, que revele os nomes.

Servirá como uma catarse para ele.

TESE

Esse episódio lamentável me faz suspeitar que Dunga está querendo criar um ‘clima’ para justificar um fracasso que ele estaria pressentindo ser inevitável diante da falta de reforços e da qualidade discutível da equipe em algumas posições.

Ao contrário de Luxemburgo, que jamais pediria demissão, Dunga, orgulhoso e preocupado com sua imagem vencedora, é capaz de pedir as contas se não tiver uma equipe realmente competitiva.

RENATO

O jogo contra o Atlético Paranaense marca a estreia de Renato.

Não tenho dúvida de que o time vai jogar mais. O ambiente ficou mais arejado. Percebo um certo alívio no ar.

Os jogadores pareciam entrar em campo com um peso nas costas, de cara amarrada.

Não havia alegria no futebol que jogavam.

Eram burocratas da bola – com uma ou outra exceção – batendo o cartão ponto na entrada e na saída de campo.

Futebol, antes de tudo, é alegria, felicidade.

Penso que Renato é capaz de fazer o time jogar com a leveza de quem disputa um futevôlei em Ipanema, mas também com a responsabilidade de honrar a história e a tradição do Grêmio.

A indenização de Luxa e a 'arena' do Nóia

O polêmico Paulinho está publicando que o Grêmio vai pagar ‘apenas’ R$ 2,5 milhões de indenização ao V. Luxemburgo. O valor seria em torno de 8 milhões.

O pagamento ainda será em dez parcelas, segundo o jornalista.

Sinceramente custo a acreditar, mas se for verdade será muito bom para o Grêmio.

Confiram e tirem suas conclusões:

http://blogdopaulinho.wordpress.com/2013/07/03/gremio-enquadra-luxemburgo-com-dossie-de-falcatruas/

CERVEJA CAMPEÃ

E atenção, vem aí a cerveja 1983 – 30 Anos.

Trinta anos depois, Grêmio, Koff e Renato juntos novamente.

Merece ou não merece uma homenagem?

Edição limitadíssima.

NOVO HAMBURGO

E as arquibancadas móveis do Nóia abrigarão os traseiros dos torcedores colorados no Brasileirão.

Trata-se de uma obra de arquitetura moderna, com linhas arrojadas e de vanguarda, de causar inveja em arquitetos renomados como Oscar Niemeyer.

Normas internacionais de segurança foram observadas na construção dessa oitava maravilha.

Portanto, só poderia mesmo ser liberada rapidamente pelo Corpo de Bombeiros e Brigada Militar, sem qualquer esboço de reação do Ministério Público.

Ficamos assim, então: rigor mesmo só em relação à Arena. Por que será?

Confiram no cornetadorw e no link:

http://lucianobioblog.blogspot.com.br/2013/07/arquibancadas-moveis-em-nh.html

http://lucianobioblog.blogspot.com.br/2013/07/arquibancadas-moveis-em-nh.html

Renato e Koff juntos novamente

Trinta anos depois, dois dos principais responsáveis pela conquista do primeiro título mundo obtido por um clube gaúcho – a propósito, vem aí a cerveja 1983 – 30 anos – voltam a trabalhar juntos.

Fábio Koff e Renato Portaluppi. Um comandando no gabinete e arredores; outro, dentro de campo, infernizando a vida dos alemães na final em Tóquio e marcando os gols do título.

Falta só o cara que ajeitou o time com sabedoria: Valdir Espinosa. Com ele, teríamos a tríade vitoriosa. Seria interessante ver os três juntos em ação levando o Grêmio de novo ao lugar que lhe é de direito: o topo do futebol mundial.

Mas só a contratação de Renato, que chega com toda a disposição depois de um ano de férias aproveitando o lado bom da vida em Ipanema, já é estimulante, revigorante.

Na verdade, só o fato de o ar ter ficado respirável no Olímpico/Arena já é um grande avanço.

Acabou o budum.

Ainda falta limpar o vestiário, limpar a área para Renato começar a trabalhar sem os ‘encostos’.

Não sei se Renato poderá repetir a campanha espetacular do Brasileirão de 2010, a melhor do Grêmio nos pontos corridos. E uma das melhores, ou até a melhor, do Brasileirão entre todos os clubes.

Incrivelmente, há gremistas que desprezam esse período em que Renato fez um time ameaçado de rebaixamento reerguer-se como um herói ferido e sair abatendo os inimigos um a um.

A ingratidão também é uma marca do torcedor de futebol.

PROCURA-SE

Meu amigo Paulo McCoy escreve. Ele procura a revista Veja, edição 1669, que tem na capa nada menos e nada mais que o Luxemburgo. Manchete: ‘O caixa dois de Luxemburgo’.

Posso imaginar do que se trata. Mas seria interessante ler essa reportagem.

Alguém tem um exemplar?

O mago Felipão e o milionário Luxemburgo

A Seleção Brasileira me surpreendeu. É o que me resta dizer depois de profetizar que o time montado por Felipão não teria futuro jogando com três atacantes e apenas dois marcadores de ofício no meio de campo.

Cheguei a escrever que Scolari deveria voltar a ser Felipão, aquele que foi campeão do mundo com três zagueiros, marcação forte no meio.

Pois Felipão, que às vezes parece um mago, mostrou que é possível ser campeão com um esquema mais ‘faceiro’, conforme eu e muitos definiram.

Felipão pegou o amontoado que Mano Menezes deixou e o transformou numa equipe.

Hoje, contra a Espanha, foi a prova de fogo. E o Brasil passou com folga ao bateu a Espanha por 3 a 0, com direito a gritos de olé e show de bola.

Feito o elogio e destacada a minha avaliação equivocada, pelo menos até o momento equivocada, vamos aos ‘poréns’ e ‘todavias’.

Não gosto dos dois laterais da Seleção. O Marcelo é pior que o Daniel Alves. Mas, e aí está o preocupante da coisa, não sei se tem melhores para as posições.

Luxemburgo, o desempregado mais feliz do país, por certo levaria o Pará para a direita e o Fábio Aurélio para buscar a recuperação na Seleção.

Outro que não merece ser titular: Hulk. Contra a Espanha ele até foi bem, mas acho que o banco de reservas estaria de bom tamanho pra ele.

No mais, a Seleção começa a ficar dependente de Neymar. Em poucos jogos, Neymar mostrou aos renitentes que é craque mesmo.

Neymar participou dos dois gols de Fred e ainda marcou um golaço.

Sei que os abutres da opinião secaram o Brasil só para poder dizer depois ‘viram?, onde está o Neymar agora?’.

Neymar está aí.

Posso imaginar a alegria da torcida do Barcelona e de seus dirigentes.

Já o pavor estava estampado no rosto dos jogadores espanhóis que defendem o Real Madrid e que viram, de muito perto, do que esse guri é capaz.

DUELO

Responda depressa: quem venceria um duelo de pênaltis entre Forlan, que não acerta um, e Dida, que não pega nada?

É briga de foice no escuro.

LUXEMBURGO

Final da tarde de sexta-feira, após o treino recreativo, Marcos Chitolina, assessor de futebol, o elo entre a presidência e o vestiário, disse a Luxemburgo que o presidente havia determinado que o glorioso Welliton – aquele que veio sem ter chegado – não deveria entrar no amistoso do dia seguinte, sábado, contra o Caxias, porque havia forte possibilidade de o Spartak pedir o seu retorno – para alívio da nação gremista.

Luxemburgo teria dito que só aceitaria ordem direta do presidente, não de seu emissário.

Ao ser informado do ocorrido, Koff decidiu pela demissão imediata de Luxemburgo – aquele que sequer deveria ter sido contratado.

Resolvida a encrenca com a OAS, Koff passou a cuidar mais do futebol.

Koff queria forçar Luxemburgo a pedir demissão, fechando a torneira e vetando iniciativas do técnico, mas não suportou essa desfeita.

Luxemburgo percebeu a jogada e reagiu, conseguindo o que queria: a demissão.

Assim, de clube em clube, de fracasso em fracasso – apenas como técnico de futebol, ressalte-se – Luxemburgo vai ficando mais rico, cada vez mais rico.

FELIPÃO

E pensar que no final do ano passado, a maior parte do torcida queria Luxemburgo e não Felipão.

Para evitar a vitória de Koff na eleição, a situação espalhava que Koff não ficaria com Luxemburgo e traria de volta Felipão.

Koff teve de vir a público anunciar que manteria Luxemburgo – até porque já sabia que Felipão voltaria à Seleção – para não perder a disputa.

QUEM VIRÁ?

Entre os nomes citados sou mais o Renato Portaluppi. Claro, antes o Muricy, mas ele estaria enfrentando dificuldades pessoais para deixar São Paulo.

Cristóvão ainda não tem currículo, é um noviço.

Adilson Batista, que tem trajetória irregular, traz na bagagem aquela campanha excelente na Libertadores de 2009, quando foi vice da Libertadores com o Cruzeiro, que tinha Kleber de atacante.

Sei que ele tem admiradores influentes na direção.

Não será surpresa se ele for anunciado.

O importante é que o Grêmio contrate um treinador em condições de brigar pelo título da Copa do Brasil, que é menos difícil de conquistar que o Brasileirão.