Minha maneira de ajudar o Grêmio

Há muito tempo eu aprendi que boa parte das pessoas leem o que elas querem ler, não o que está realmente escrito.

Quando abri este ‘boteco’, foi com o objetivo de ter um meio para expressar publicamente o que penso sobre várias coisas, especialmente sobre tudo o que envolve o Grêmio, e aí ampliando para as questões do futebol em geral.

Inclui-se aí análise da crônica esportiva gaúcha, alertando para eventuais afloramentos de torcedor que existe em cada jornalista, o que é inaceitável a quem se diz isento.

É claro que que os frequentadores do boteco são em número infinitamente inferior ao atingido pelos cronistas esportivos profissionais da grande mídia, tanto repórteres como comentaristas.

Mesmo assim, expresso minha opinião e aponto excessos de cor clubística, em especial a cor vermelha, que é maioria no meio e mais atuante, principalmente quando o Grêmio começa a se assanhar para conquistar algum título.  É o caso hoje.

A rivalidade é tão exacerbada no RS que até outras forças se erguem no momento em que o Grêmio luta para tentar o tri da Libertadores.

Nem o fato de o Grêmio ter um treinador que comete erros sobre erros e tem um comportamento deplorável como o que mostrou no Chile, ao sair de campo com um sorriso debochado no rosto causando aquela confusão, conforta e acalma as forças oponentes.

Com a classificação alcançada ainda sem jogar um futebol que indique que irá muito adiante na Libertadores – apesar de estarmos chegando ao quinto mês do ano -, é certo que aumentará o número de pedras e espinhos vermelhos no caminho gremista, como se não bastassem os problemas existentes na alma do clube.

Agora, o que me levou a escrever essas mal traçadas neste sábado ensolarado, são os comentários do texto anterior, no qual digo que o Grêmio ganhou a vaga apesar so sr Luxemburo, completando uma campanha constrangedora para o grupo de jogadores que possui.

Não resta dúvida de que o Grêmio foi valente, guerreiro, como todos nós queremos, mas o futebol do time continua insuficiente para quem entrou na competição projetando o título. O presidente Fábio Koff não investiu tanto para ser um mero figurante.

A classificação deve ser comemorada por todos os gremistas. Eu comemoro, mas lamento que o time ainda não tenha um padrão de jogo, uma estrutura definida, organização tática. Lamento também não ver no sr Luxemburgo o comandante capaz de melhorar essa situação.

Gostaria muito de escrever o contrário. Que acredito no treinador, um dos profissionais do futebol de maior sucesso no Brasil em todos os tempos, mas que há anos acumula resultados negativos à beira do campo, não em outros empreendimentos.

Mas, como frisei no início, abri este espaço para escrever o que eu sinto, mas sempre deixando abertas portas e janelas para quem quiser se manifestar contra os meus conceitos e ideias.

Só não aguento patrulha de torcedor sem senso crítico. Existe a hora de torcer; existe a hora de avaliar.

Quando escrevo aqui não estou torcendo. Estou analisando, certo ou errado, não sei, mas é o que penso, com honestidade, sem ligar para nomes – fosse o Felipão a substituir dois de uma vez, sendo que um dos que entrou é um jogador que me faz sentir saudade do Leandro, levaria pau da mesma forma.

Então, quem pensa em encontrar aqui uma opinião ufanista, oba-oba, esqueça. Tampouco vou ser omisso. Não consigo. Tenho mania de me posicionar.

Sempre fui assim, em especial como jornalista esportivo.

Quando escrevi uma coluna no Correio do Povo, muito tempo atrás, dizendo claramente que sou gremista – já não aguentava mais gente dizendo que eu havia escrito isso ou aquilo porque era gremista ou colorado – fiz questão de concluir o texto dizendo que antes de ser gremista ou sou uma pessoa que pensa e e que gosta de expressar o que pensa, e que meu maior compromisso não é com o Grêmio ou qualquer outra coisa.

É com a minha consciência.

Então, enquanto em entender que há coisas erradas no Grêmio, vou criticar. Estou convencido de que apontar falhas e enaltecer acertos é uma forma de contribuir com o meu clube. Assim como ironizar a atuação dos bombeiros na interdição da Arena.

Enterrar a cabeça num buraco como avestruz não é comigo.

Podem me acusar de tudo, menos de omisso e ufanista. Podem até me chamar de corneteiro.

Mas essa é a minha maneira de comentar futebol e ajudar o Grêmio.

Classificação, apesar de Luxemburgo

Luxemburgo bem que se esforçou, mas, felizmente, não teve sucesso.

Grêmio está classificado. Ficou no 1 a 1 com o Huachipato.

Essa de substituir dois atacantes ao mesmo tempo, a 10 minutos do final do jogo, não tem explicação.

Logo em seguida, Werley se lesionou num dividida com o Braian ‘Colorado’ Rodriguez. E aí, como o sr Luxemburgo, aquele que já foi um técnico vitorioso e hoje vive do marketing pessoal e da imagem construída no passado, havia queimado as três substituições, o Grêmio teve de resistir com um jogador a menos.

Em jogo de mata-mata, jogo decisivo, em que se deve jogar com o regulamento debaixo do braço, não tem explicação para substituir dois jogadores ao mesmo tempo. Substitui um, espera um pouco e, se for o caso, substitui outro.

Simples. E eu não ganho um milhão de reais para aplicar isso.

Barcos e Vargas não estavam tão mal. Também não estavam tão bem. Então, troca um, de preferência o Barcos. E por que o Barcos? Porque os chilenos respeitam, e temem, muito o Vargas.

Então, tira o Barcos, coloca o Kleber. Perfeito. Mas deixa para trocar o outro atacante a dois ou três minutos do final. Simples. Tivesse feito isso, com Werley lesionado, poderia recompor a defesa com uma substituição mais adequada.

Por absoluta incompetência do sr Luxemburgo, o Grêmio terminou com um jogador a menos, sofreu o gol até em funçao disso, e, mais alguns minutos, poderia perder a classificação.

Portanto, apesar de Luxemburgo, o Grêmio segue na Libertadores.

Fernando foi o grande nome do jogo, mais uma vez. Zé Roberto, autor do gol e de novo jogando um futebol de aplicação e técnica, levou o terceiro cartão amarelo.

Não enfrenta o Santa Fé, da Colômbia, na Arena.

Depois do jogo, Luxemburgo se envolveu numa confusão com a comissão técnica do adversário.

Proposta para conseguir liberação da Arena

Depois de ver que os bombeiros continuam insistindo que as arquibancadas interditadas precisam porque precisam ser ocupadas por cadeiras – embora tal exigência não seja aplicada em outros estádios de futebol do RS – o Boteco do Ilgo vem, modestamente, apresentar sua proposta para liberar a Arena eleita a melhor do mundo em 2012.

A ideia é demolir a arquibancada interditada e colocar no lugar arquibancadas móveis, que até podem ser aquelas que os bombeiros liberaram no estádio do São Luiz com extrema agilidade.

Sem dúvida, a Arena perderá muito de sua beleza, mas terá a ‘segurança’ e o ‘conforto’ proporcionados pelas estruturas a serem instaladas no espaço colocado abaixo.

O Boteco do Ilgo está convencido de que, com tal providência, as autoridades responsáves ficarão, enfim, satisfeitas…

Futebol é resultado, mas não é tão simples assim

No futebol, quando um time vai mal, começa a surgir tudo que é tipo de história.

O mais interessante que basta uma grande vitória e uma atuação convincente para todos os problemas se dissiparem, ou serem varridos para debaixo do tapete.

Futebol é resultado. O resto é masturbação intelectual. Mais ou menos o que estou fazendo agora, e fazem tantos colunistas e torcedores.

Ganhou, tudo bem; perdeu, tudo mal.

Mas não é tão simples assim. Porque de nada adianta uma bela vitória, como foi a contra o Fluminense no Rio, se não for seguida de uma sequência, e a continuidade só ocorre se existe estrutura sólida, vestiário harmônico, salário em dia, etc.

Infelizmente, não é o caso do Grêmio, que neste ano só teve duas boas atuações.

Uma vitória importante pode encaminhar uma série de mudanças positivas. Não foi o que aconteceu depois do Flu.

Mesmo que vença o Huachipato, ou empate, o que dá no mesmo, não consigo imaginar o sr Luxemburgo comandando um processo de consolidação de equipe.

Há rumores de que ele está perdendo o grupo. Que há divisão entre os de Luxemburgo – Cris, Dida, Zé Roberto, etc – e os outros. Mas são só rumores. Rumores que irá sumir com uma vitória quinta-feira.

De concreto, há uma briga, ou rusga, ocorrida no intervalo do jogo contra o Cruzeiro. Naquela inacreditável derrota.

Barcos protestou contra o esquema de três atacantes – que é o preferido de Luxemburgo – e teve em troca uma reação quase histérica do treinador.

Chegaram a dizer que os dois se pegaram, mas isso não aconteceu. Foi uma discussão agravada pela reação desproporcional do técnico, o comandante.

Foi um incidente que pode ser facilmente superado se o time seguir na Libertadores, mas para isso é preciso manter aberta a porta do diálogo.

Sem isso, a vida do Grêmio na Libertadores será breve.

MANTRA

É hora do mantra. Deu certo contra o Flu, naquele momento de tensão do time.

Vamos acreditar.

‘Vai dar certo, vai dar certo”.

MAMUTE

Essa de Mamute não poder viajar para o Chile por um erro burocrático é demais.

Ele não vai fazer falta. Quem pode fazer falta é Marcelo Moreno.

Espero que o time não precise apelar para Welliton.

Ah, não consigo entender por que Cris e o meia/volante aquele viajaram.

Só espero que o meia/volante não se recupere da lesão e acabe jogando. Aí, eu largo.

UNIÃO

Manchete que vi num saiti hoje:

D’Ale dá ‘puxão de orelhas’ em Dátolo e Forlán e avisa:

“A direção escolhe onde jogamos”

Essa é a união harmoniosa no vestiário do Inter?

O caso Moreno e outra atuação pífia do ataque

Se eu fosse um cara que procura sempre ver um lado positivo quando tudo parece conspirar contra, ficaria com a frase de Fernando após o empate por 0 a 0 com o Novo Hamburgo:

– O importante é que não tomamos gol nos últimos três jogos.

Fernando, de novo destaque do time, já projetava a decisão contra o Huachipato, sugerindo que a continuar nesse ritmo a vaga está garantida. Basta seguir sem sofrer gol. Afinal, o empate basta.

O problema que uma sequência de três jogos é pouco para considerarmos que o desempenho defensivo do time do sr Luxemburgo é confiável.

Considerando-se que dois desses jogos foram contra times modestos, fracos mesmo – Cerâmica e Novo Hamburgo – não vejo mérito algum em sair de campo sem levar gol. Um deles, inclusive, rebaixado para a segundona e o outro escapando com esse empate. Agora, não dá pra esquecer que o NH no finalzinho meteu uma bola na trave, umaa bola percorreu toda a linha do gol e saiu caprichosamente.

O outro empate nessa série de três lembrada por Fernando numa tentativa clara de elevar a confiança de todos na equipe foi contra um mistão do Fluminense, que jogou sem seu matador, o Fred.

Então, essa série de três jogos sem gols não significa nada, ao menos para mim que prefere fazer outra abordagem, que é a seguinte, e vou gritar:

– O GRÊMIO NÃO JOGA NADA HÁ HORAS!

Confesso que cheguei a imaginar os jogos ruins no Gauchão aconteceram porque os titulares querem se preservar, estão com o foco todo na Libertadores, e que por isso não se empenham como deveriam. Em algumas situações isso aconteceu mesmo, mas é inegável que time até agora, meados de abril, ainda não tem conjunto, não há jogadas ensaiadas, padrão de jogo.

Enfim, o Grêmio tem alguns jogadores de alto nível, outros num patamar muito bom, mas não consegue apresentar uma equipe que transmita segurança ao torcedor.

Voltando aos últimos três jogos: quantas situações de gol o Grêmio criou. Será que cabem na palma de uma mão? Quantas defesas fizeram os goleiros rivais? Hoje, em Novo Hamburgo, não vi nenhuma defesa do goleiro.

O Kleber, que foi bem, saiu de campo lamentando que o time jogou muito recuado com três volantes. Falou de jogadores novos, da falta de entrosamento. Tentou explicar o pífio rendimento ofensivo do time.

Por certo, ainda ecoava em seus ouvidos o nome de Marcelo Moreno, gritado pela torcida.

Depois, no vestiário, Kleber tornou pública uma crise de relacionamento causada, segundo ele, por declarações de Moreno e o empresário/pai do boliviano. Moreno disse que havia feito 22 gols no ano passado e que queria ver essa marca ser alcançada por outro no clube. Pisou na bola, claro. Mas eu não sabia que isso havia gerado uma crise, que permanece e deve continuar, segundo o diretor Rui Costa.

Então, quem tinha esperança de que Marcelo Moreno voltasse pelo menos ao banco contra o Huachipato, esqueça.

Tudo isso, à esta altura, é detalhe. O Grêmio terá de arrumar forças e futebol para garantir o empate no Chile, o que está longe de ser uma missão impossível, apesar de todos os problemas.

CRIS

O zagueiro que cometeu aquela insanidade contra o Flu foi agraciado por seu padrinho com a braçadeira de capitão. Cris, provando que o melhor que tem a fazer agora é treinar para tentar ser o que já foi como jogador, conseguiu a proeza de cometer dois pênaltis no mesmo lance, ambos envolvendo a bola e seus braços.

BITECO

Guilherme Biteco foi muito bem. Só não foi melhor porque o time está desconjuntado, é como um quebra-cabeças que não se consegue monotar. Guilherme Biteco seria uma alternativa muito boa na Libertadores. A lamentar que não está inscrito e, mais ainda, já não pertencer ao Grêmio.

GAUCHÃO

O Inter aplicou uma goleada no Juventude. Vai longe o tempo que o Ju era uma pedra no sapato colorado.

O Inter sobrou para vencer o time caxiense em Lajeado, embora as dificuldades no primeiro tempo.

Mas o Inter teve maturidade, firmeza e tranquilidade, para mudar tudo no segundo tempo. Mérito do técnico Dunga, que, na comparação com Luxemburgo, ao menos armou um time bem estruturado, com algumas jogadas, mecânica de jogo. Enfim, um time confiável.

Sim, o Inter ainda não enfrentou um grande desafio.

Mas no Gauchão tem mostrado superioridade sobre o Grêmio, que, diante dos mesmos adversários, mostra mais dificuldades para se impor.

Em nomes, os dois times se equivalem. O Inter, porém, é superior como equipe. Não muito, mas tem sido superior.

Inter, portanto, favorito ao título regional.

O exemplo de Kleina e o pé na bunda

Fernando Prass; Maurício Ramos, Henrique e Marcelo Oliveira; Ayrton, Charles (Wendel), Márcio Araújo, Souza (Tiago Real), Wesley e Juninho; Vinícius (Caio).

Quantos dos jogadores acima poderiam ser titulares do Grêmio?

Eu escalaria o Henrique, com certeza. O restante poderia fazer parte do grupo, talvez mais um ou outro pudesse disputar posição. Quem sabe o Leandro?

O que importa é que esse time, que vai disputar a segundona nacional, conseguiu classificação para a próxima etapa da Libertadores com uma rodada de antecedência.

Sim, o esforçado time do Palmeiras está classificado, enquanto o estrelado Grêmio corre sério risco de perder sua vaga para um clube chamado Huachipato.

Se isso acontecer, terei de ouvir, calado, os colorados me perguntando quando sairá a cerveja Huachibier. Aliás, essa brincadeira sem graça já andei enfrentando sem dificuldades.  As brincadeiras bem-humoradas não me incomodam.

Bem, o fato é que o Palmeiras, considerado por todos o mais fraco representante brasileiro na Libertadores, levou a vaga antes de Grêmio e Fluminense, duas ‘potências’ na competição.

O que importa aqui é a maneira como o Palmeiras chegou lá.

Foi com muita garra, bravura e até heroísmo em cada um de seus jogos. Não se viu o Palmeiras jogando bonito, mas se faltou beleza, sobrou cara feia para enfrentar os adversários.

O Palmeiras jogou como 9,99 entre dez gremistas gostariam de ver o Grêmio jogando.

O treinador: Gilson Kleina. Quem? Quantos títulos?

Kleina, aposto, não tem jatinho, nunca pensou em ser senador e menos ainda em se tornar presidente do Flamengo.

Entre cerveja e vinho, talvez opte por uma loira gelada. Jamais, portanto, pensará em ter um site para comercializar vinhos. Quem sabe, no máximo, cerveja artesanal.

Kleina, enfim, é ‘apenas’ treinador de futebol. Um profissional interessado, que busca seu espaço, e não tem tempo para imaginar outros voos.

Cada jogo para Kleina tem um significado que, sem dúvida, foi o mesmo que um dia, já muito distante, foi sentido por Luxemburgo.

Hoje, assim à distância, Luxemburgo me parece enfadado. Isso ficou muito evidente nos jogos do Gauchão. Contra o Fluminense, o técnico até colocou um terno completo, Armani talvez. Uma tentativa, quem sabe?, de reviver os velhos tempos em que começava a construir uma trajetória que se tornaria das mais vitoriosas em todos os tempos no futebol brasileiro.

Esse Luxemburgo não existe mais. O que existe é o homem de negócios.

O futebol em si, a rotina dos treinamentos e a administração de egos na equipe, tudo isso parece parece ser um tédio para alguém inquieto que está sempre em busca de outros objetivos, qualquer coisa, desde que seja distante do vestiário.

Posso estar completamente enganado, mas Luxemburgo me passa a impressão, por seu comportamento e suas declarações tão conformadas após sucessivos fracassos, que já não se preocupa em conquistar títulos, em provar que pode voltar a ser um técnico campeão.

Luxemburgo tampouco parece se importar em ser demitido mais uma vez, fato rotineiro nesses seus últimos anos como treinador.

Uma indenização milionária ameniza a humilhação de um pé na bunda, principalmente para quem já não parece ver diferença entre vitória e derrota.

Não é o caso de Kleina, que joga a vida a cada jogo. Como faz, aliás, o seu time.

Terapia do joelhaço e outra atuação frustrante

O Grêmio jogou o que tem jogado. Um futebol meloso, grudento como chiclé que cola na sola do sapato. Um futebol sonolento como bolero no final do baile. Mais truncado que o trânsito em Porto Alegre.

A única vez no ano em que o time correspondeu plenamente foi nos 3 a 0 contra o Fluminense e nos 4 a 1 sobre o Caracas.

Se alguém tinha alguma dúvida, o Grêmio não é o que goleou o Fluminense no Rio. O Grêmio está mais para o time que perdeu para o pequeno Cruzeiro em casa e o que se mostrou impotente diante de um time misto do Fluminense em plena Arena.

Este é o Grêmio. Este é o Grêmio do sr Luxemburgo.

Este o Grêmio do zagueiro Cris, que pediu para ser expulso ao aplicar a terapia do joelhaço em Sobis numa jogada banal de meio de campo, e depois um rapa por trás absolutamente inexplicável, injustificável.

O melhor que Cris teria a fazer – e melhor ainda se fosse acompanhado de seu padrinho no Grêmio – seria pegar o rumo do aeroporto Salgado Filho e só voltar aqui como zagueiro de outro clube. Ou como turista.

A expulsão de Cris só não é pior que o discurso de Luxemburgo pós jogo. “É complicado jogar com um jogador a menos”, disse ele, que poderia acrescentar que o time só ficou com um a menos porque seu indicado, Cris, foi expulso de maneira ridícula.

Com a expulsão de Cris, o Grêmio ficou com nove. Sim, porque Marco Antônio, como até os quero-quero do Olímpico sabem, é uma nulidade. Um jogador que não marca, não arma e não ataca. Enfim, o Grêmio começou com dez.

Antes do jogo, muito antes, eu havia dito e escrito que Luxemburgo deveria resguardar o Cris, escalando o Adriano e não o MA. Com isso, ganharia o meio de campo e teria mais condições de vencer.

Fernando, o único jogador forjado na casa, foi o melhor em campo. Disparado. Barcos não entrou em campo. Disse que jogou sentindo dor. Mas então sente dor faz tempo.

Dida, no finalzinho, com uma defesa com a ponta dos dedos, evitou o gol do Fluminense, na falha de Bressan.

No final, o empate teve gosto de derrota para o Fluminense e de vitória para o Grêmio.

Embora o time não tivesse jogado bem, mais uma vez, não dá para isentar o juiz. O Fluminense cometeu muitas faltas. Edinho foi o que mais bateu. Saiu de campo sem cartão amarelo. Zé Roberto sofreu pelo menos dez faltas, em rodízio, e nenhum jogador do fluminense pagou por isso. Quando Zé Roberto acertou um, levou o amarelo. Revoltante.

No final das contas, com vitória ou empate, o Grêmio teria de garantir ao menos o empate contra o Huachipato para garantir sua classificação.

O time chileno joga mal em casa, o que é bom para o Grêmio.

A questão é se esse Grêmio ainda merece nossa confiança. Luxemburgo disse, com aquele seu jeito, que nada está perdido, blá-blá-blá.

Eu ainda confio no time, e sigo sem confiar em Luxemburgo. Cada vez mais.

Como unha encravada em sapato apertado

No meio da tarde li a notícia que na região Sul não tem pra ninguém, a maior torcida é do Grêmio, seguida pelo Inter e bem mais atrás o Corinthians. A pesquisa é da Pluri, região por região. Não vi as outras, mas imagino que só dê Flamengo e Corinthians.

http://www.lancenet.com.br/futebol/Times-Sudeste-lideram-Regiao-Sul_0_898110230.html

Quer dizer, no Sul os queridinhos da Globo foram desbancados pelo Grêmio.

Uma baita notícia, destacada pelo site lancenet e que só no final da tarde começou a repercutir. Dei várias tuitadas sobre o assunto, porque sei que essa é uma notícia que provoca ciúme e ranger de dentes em algumas pessoas.

Questionei se a mídia tradicional de Porto Alegre daria o destaque que a informação merece, e que se tivesse o Inter na ponta poderia render até um caderno especial feito na corrida.

Lá pelas tantas recebi a informação de que um conhecido apresentador de programa esportivo, cujo nome não digo porque “eu não sei”, falou sobre o assunto abrindo assim: dupla Gre-Nal tem hegemonia na região Sul.

Foi a forma que ele encontrou para não ter que dizer ‘Grêmio lidera’. Imagino que deva doer muito, talvez mais que unha encravada em sapato apertado.

Sinceramente, eu penso – e já escrevi a respeito – que o pessoal de imprensa, principalmente os que trabalham com opinião, deveriam revelar seus clubes. Seria mais honesto, mais ético.

Tenho certeza que haveria menos conflitos entre leitores e jornalistas esportivos.

AGENDA POSITIVA

Apesar dos anos de estrada, ainda me impressiono e me surpreendo com certas coisas. Um exemplo: um site informou ali pelo meio-dia que o Inter estava acabando com o time B. Obviamente para reduzir custos, porque é notório que o Inter está enxugando seu grupo que já foi dos mais inchados do país.

Mas a agenda positiva entrou em campo. Passou a informação de que a decisão era para “não barrar o crescimento dos jovens”.

Quer dizer, devo acreditar, então, que nesses anos os jovens foram barrados. Esse deve ser a explicação oficial, mas cabe ao jornalista questionar, duvidar e averiguar.

Pelo menos no meu tempo eu fazia isso.

CLEMER

Mais uma vez Clemer, que faz excelente trabalho na base colorada, é preterido em termos de promoção.

Acho que o Grêmio deveria pensar em sua contratação.

No mínimo, ele ganharia um aumento no Inter.

FLU

O Fluminense vem com desfalques importantes. Só a ausência de Fred, um matador implacável, já é um ganho enorme. Mesmo assim, é jogo difícil. No papel ficou mais fácil, mas o que vale é a bola rolando.

Mas estou otimista. Até tenho medo quando estou otimista. Mas meu otimismo é maior que o meu medo.

Vamos ganhar e vamos levar o primeiro lugar do grupo.

Marco Antônio e a 'revelação' de Luxemburgo

É coisa dos gênios, dos sábios. Com apenas uma declaração, proferida após a vitória por 1 a 0 sobre o Cerâmica, Vanderlei Luxemburgo, o Iluminado, conseguiu transformar todo o meu modo de ver e avaliar Marco Antônio.

Foi como um clarão na escuridão do meu pensamento.

Começou com uma frase curta, simples, mas absolutamente verdadeira:

– A contratação de Marco Antônio foi errada.

Eu já começava a comemorar, abrindo mais uma Mazembier, feliz porque finalmente o técnico concordava comigo, quando veio o complemento:

-Contrataram ele como meia-esquerda, ele nunca foi meia-esquerda. Cobraram dele uma coisa que ele não tem. Ele tem muita qualidade, mas não para ser o número 10.

Então, esse Marco Antônio que aqui está não é o mesmo que jogava – e bem – na meia da Portuguesa, conhecida então como ‘barcelusa’, ou outra bobagem desse nível? Seria uma fraude?

Mas se Marco Antônio não é meia e, segundo Luxemburgo, ‘tem muita qualidade’, qual seria a sua posição verdadeira?

Luxemburgo, como um bom mestre, um ser superior, não entrega tudo mastigadinho, ele provoca, instiga. Cabe a nós, pequenos mortais, descobrirmos, afinal, quais são as qualidades de MA e, principalmente, qual a sua real posição.

Brilhante o Luxemburgo.

O objetivo dele, e isso me parece claro, é tirar de MA todo o peso  que recai sobre um camisa 10, um articulador, aquele jogador que faz o time jogar, que cria, lança, dá assistências preciosas e ainda invade a área para concluir e fazer gols.

Na verdade, MA faz um pouco de tudo isso, mas um pouco realmente pouco, assim em doses homeopáticas, quase imperceptíveis.

Já que MA não é mais um meia, conforme decretou espertamente o Luxemburgo um ano depois de trabalhar com ele, qual seria mesmo a sua posição?

Simples, elementar meu caro Ilgo, é a posição em que ele jogou contra o Cerâmica e vai jogar contra o Fluminense, substituindo aquele que para mim é o principal jogador do Grêmio, Elano, o ponto de equilíbrio do time.

Marco Antônio só tem uma qualidade, a meu ver: bom passe. Ele dá andamento às jogadas, de maneira um tanto óbvia na maioria das vezes. Ele é quase incapaz de roubar bolas e de driblar. É o jogador sanguessuga. Eu explico: o Fernando se arrebenta para recuperar a bola e o MA se apresenta para receber a bola. É um chamichunga, como eu aprendi ainda criança nas barrancas do rio Taquari.

O problema é que MA faz com a bola. Normalmente o óbvio, um passe para o lado ou para trás. Ele busca abrir o jogo muitas vezes. Faz lançamento razoáveis e por vezes até acerta uma metida de bola para alguém na área. Mas raramente arrisca um drible. Sujar o calção numa disputa, nem pensar.

Então, MA, se não é meia, também não é volante, porque no máximo ele cerca o adversário, não dá o bote, carrinho então só de lomba.

Marco Antônio joga naquela zona difusa entre a linha de marcação e a de criação. Faz as duas coisas e não faz nenhuma.

Resta, agora, torcer para que no jogo contra o Fluminense Marco Antônio consiga superar um pouco seus limites e de temperamento e seja o mais próximo possível do que ele, segundo o mestre Luxemburgo, não é: um camisa 10.

Além de torcer, vou acreditar em todos aqueles que andam dizendo que nos últimos jogos – não importa o nível dos adversários – Marco Antônio, “até que jogou bem”, assim como quem dizem ‘ele está se esforçando, vamos lhe dar um voto de confiança’.

Vou acreditar também na cotação da ZH, que o considerou um dos melhores em campo na modesta atuação do time contra o Cerâmica.

Aos que irão à Arena, meu pedido: não vejam MA como um meia, não cobrem dele grandes jogadas e sejam tolerantes e pacientes. Muito tolerantes e pacientes. Vejam MA como um jogador complemento. Se não atrapalhar, já estará ótimo.

Que ele seja como um bom árbitro, aquele sobre o qual se diz depois dos 90 minutos: o juiz foi tão bem que ninguém notou a sua presença.

O INTOCÁVEL

D’Alessandro, depois do jogo em que o Inter foi batido por 1 a 0 peloVeranópolis, disse que mudou para melhor. É questionável. Foi expulso no Acre, Antes, já havia brigado no jogo contra o Esportivo. Hoje, já ia brigando de novo e foi afastado, bruscamente, pelo juiz.

E D’Ale diz que não vai mudar, isso depois de dizer que já mudou bastante.

Enquanto isso, Dunga defende o argentino, diz que ele apanha muito, que há revezamento pra bater nele. Não está longe da verdade, mas não é novo.

O que não pode é as arbitragens serem tolerantes com a violência, como acontece em todos os lugares.

Violência por violência, o Grêmio tem sido mais vítima. No ano passado, perdeu seus melhores jogadores por lances violentos, Mário Fernandes e Kleber, sem punição aos agressores.

Cabe aos juízes punirem com rigor as entradas violentas, os socos e as inaceitáveis cuspidas, estas muito reclamadas pelo Imperador do Pampa.

Agora, só não vale entrar no jogo de Dunga, que parece querer dar a impressão de que seu time tem sido caçado, tudo para influenciar as arbitragens. No jogo contra o Esportivo, na expulsão injusta de Ediglê, já apareceu o resultado da estratégia do técnico colorado.

SELEÇÃO

Final de jogo na Bolíva me liga o Ricardo Worthman, o cara do ‘cornetadorw’. Eu digo que estou diante da TV torcendo por um gol de Leandro, para que ele seja vendido e o Grêmio fature alguma coisa.

Ele riu, gol do Leandro?

Foi só ele desligar o telefone que a bola sobrou para Leandro fazer o seu gol. Hoje, ele fez o gol da vitória do Palmeiras, dominou com um pé e chutou com o outro, irreconhecível. O que não faz uma mudança de ares?

Dizem que o Tottenham vem aí, vai trocar um Leandro pelo outro, já que o Inter continua querendo mais de 20 milhões de euros pelo seu Leandro, o Damião.

Lesões no Grêmio e o Imperador do Pampa

Depois da goleada sobre o Caracas na Arena, quando o Grêmio sinalizava que alcançaria a classificação até com facilidade após o fiasco inicial, chamei a atenção aqui para dois jogadores do time venezuelano: o meia Otero, que tem um estilo parecido com o de D’Alessandro, mas é mais incisivo, e o lateral direito Caribalí.

Hoje, o jornal El Nacional, de Caracas, anuncia o interesse do Grêmio em Rómulo Otero. Tem também o Botafogo e o Vasco na jogada.

Destaco isso por dois motivos: tenho olho bom para avaliar jogadores, mesmo em situação de derrota; e porque gostaria de contar com Otero no momento em que leio nos sites que Elano torceu o joelho no treino na Arena e seguiu direto para fazer exames no hospital. Como se não bastasse, Zé Roberto sofreu uma pancada no tornozelo, obra do Bressan.

Elano já está fora do jogo contra o Fluminense, então não é problema a curto prazo. A questão é se a lesão for mais grave. E aí teremos que conviver mais tempo com o meia aquele que não ouso dizer o nome.

Agora, preocupação maior é o Zé Roberto, ao menos até sabermos o resultado do exame de Elano. Se sem Elano já não será fácil superar o Fluminense, sem os dois únicos meias de qualidade confirmada do time a vitória será praticamente impossível, embora, como todos sabem, nada é impossível para o Grêmio.

Se o Grêmio tivesse um meia, unzinho só, mais ou menos do nível dos dois titulares, o quadro não seria tão dramático.

Resta torcer e, se alguém achar por bem, rezar, para que Zé Roberto possa jogar contra o Flu e que Elano tenha condições de enfrentar essa pedra no sapato que é o Huachipato.

Além disso, esperar que Fábio Aurélio não apenas resista como jogue bem contra o Cerâmica para tornar-se uma alternativa de alto nível para substituir Elano no dia 10.

Caso isso não aconteça, o técnico do ‘fica’ vai mesmo escalar o jogador que não ouso dizer o nome no lugar de Elano.

Já não tenho mais dúvida disso.

O IMPERADOR

Não, não me refiro a Adriano, que cada vez mais é ex-jogador. Imperador do Pampa é o apelido que dei a D’Alessandro no programa do Reche depois de ouvir pela milésima vez que o argentino está demais, jogando muita bola no Gauchão e, além de tudo, comportado – apesar da quedinha que teve contra o Esportivo.

D’Alessandro no Gauchão, aqui na aldeia, em que as arbitragens são tolerantes ao seu comportamento irascível, birrento, de galo de rinha, é mesmo um imperador. No Brasileirão, disse eu no programa da Ulbra, D’Alessandro não se destaca tanto e, se vacila, é expulso.

Não é que no jogo seguinte, contra o glorioso Rio Branco, D’Alessandro foi expulso? E justamente por não resistir a provocação e à marcação severa?

D”Alessandro deixou o time na mão ainda no primeiro tempo. Dunga, no final, com os 2 a 0, inocentou o jogador, dizendo que ele apanhou demais. Se o Inter não tivesse garantido a vaga será que o técnico colorado seria tão generoso com o seu melhor jogador?

O problema é que o meia está acostumado a ser paparicado pela arbitragem gaúcha. No primeiro jogo fora, expulsão.

É claro que a partir de agora ele vai saber diferenciar: apronta à vontade aqui e se comporta fora.

Enquanto isso, o Dunga reclama da arbitragem e a condiciona, como ocorreu no jogo contra o Esportivo, em que Ediglê foi expulso injustamente, o que abriu caminho para a vitória colorada.

INTER

Parabéns ao Inter, que só é grande porque existe o Grêmio. E vice-versa. Felizes somos nós que contamos com duas grandes potências do futebol em nossa terra. Bendita essa rivalidade que faz crescer os dois clubes, mas que às vezes os complica, como agora com essas questões de parcerias com empreiteiras para construir/reformar estádios.

Espero que os dois possam se manter grandes, com equipes fortes e competitivas. O Inter nem tanto.

Que o Grêmio volte a acumular grandes títulos, e que o Inter mantenha sua história de seguir o caminho trilhado por seu inspirador, e dê uma passadinha, ao menos uma, na segunda divisão.

Mas que não demore.

ESPINHADINHA

Não percam: cornetadorw.blogspot.com.br