Grêmio vence com atuação convincente

O Grêmio venceu o Nacional, em Montevidéu, por 1 a 0. E isso é o que interessa.

Teve problemas, sem dúvida. Mas além de vencer, passou praticamente o jogo todo controlando o adversário, que só levou perigo em alguns contra-ataques.

O Grêmio parecia o time da casa.

Méritos do Grêmio, que manteve o padrão de jogo introduzido pelo Renato.

Agora, como escrevi anteriormente, o Nacional – e o Penarol – disputariam o Brasileirão para não cair.

O Nacional é um time mediano, esforçado, aplicado taticamente, e fica por aí. Agora, vacilou, faz gol e pode até vencer uma equipe superior tecnicamente.

No final, o Grêmio se complicou um pouco, o que é natural. No lance mais polêmico, no finalzinho, Barcos errou em bola ao tentar afastar na cobrança de escanteio. A bola pererecou na área e ele, Léo Gago – eu falei que ele acabaria jogando – afastou, impedindo o gol.

No rebote, um uruguaio aparou de fora da área e Barcos saltou em sua frente. A bola bateu no braço direito de Barcos, dentro da área.

O juiz marcou fora.

Os secadores todos, inclusive o isento – entendam como quiserem – Carlos Simon, fizeram questão de dizer e repetir que houve pênalti.

Não ouvi os comentários finais, mas devem ter enfatizado esse erro da arbitragem, que, aliás, foi dura com o Grêmio na aplicação de amarelos.

DESTAQUES

Edinho foi o melhor do Grêmio. Cometeu erros, como todos os demais. Mas ele foi um gigante diante da área. Ao lado dele, destaco o Riveros, um trabalhador incansável, silencioso, e sempre presente.

O gol foi quase uma ironia. Na falta de ataque, o volante Ramiro foi ao fundo, ergueu a cabeça e viu na área os volantes Zé Roberto e Riveros. O paraguaio cabeceou certeiro, preciso, gol.

Ah, para não dizer que o ataque de asma não participou, o passe para Ramiro foi de Barcos, o Lento.

Urge a contratação de um homem de área.

Gostei também de todo a linha de defesa. Wendell passou pela prova e só tende a crescer.

O mesmo em relação a Luan, que teve alguns momentos no jogo. São os guris amadurecendo e nada melhor que isso aconteça com vitórias.

O comandante uruguaio na Copa de 1950

Na virada do ano de 1980 para 1981, eu cobri o Mundialito realizado no Uruguai. Estava pelos jornais da Caldas Jr, na época uma potência.

Passei o Ano Novo lá com o Ranzolin e outros craques do jornalismo esportivo. Eu tinha apenas dois anos de repórter esportivo da Folha da Tarde.

Aproveitei para fazer algumas reportagens diferentes. Localizei o técnico Juan Lopez, o comandante da histórica e traumática vitória do Uruguai sobre o Brasil, em 1950.

Ele morava numa casa simples, modesta. Fui muito bem recebido. Na verdade, ele ficou feliz por ser lembrado, ainda mais por um repórter brasileiro. Fiquei comovido com a felicidade dele.

Dia desses, mexendo no meu baú, deparei com o cartão postal ao lado. O Lopez me agradecia por eu ter lhe enviado a reportagem, publicada na Folha e também no CP.

Nem me lembrava mais do cartão. São tantas emoções…

Se não me engano, ele torcia pelo Nacional. Hoje, estaríamos em lados opostos.

Não há por que temer o Nacional

O Grêmio que estreia na Libertadores é um time inferior ao que terminou o ano. Não muito, mas é.

Na defesa, destaco que Alex Telles é superior a Wendell, que um dia talvez nem tão distante prove que é melhor que seu antecessor, eleito o melhor lateral-esquerdo do Brasileirão 2013.

No meio de campo, Souza é mais jogador que Edinho.

Na frente, continuo vendo uma incompetência ofensiva de fazer chorar. A esperança é que Luan/Deretti/Maxi Rodriguez, um deles assuma o lugar de Kleber e seja um companheiro melhor para Barcos.

Apesar de entender que a direção fracassou na montagem de uma equipe mais confiável para disputar o título – não apenas para fazer figuração como tem ocorrido -, penso que dá para estrear com um bom resultado no Uruguai.

Entendo bom resultado como um empate. A vitória seria excelente. Um largo passo para a classificação.

Não descarto a vitória se a gurizada que entrar não se intimidar e Barcos deixar pelo menos uma bola na rede adversária, o que considero quase impossível. Mas, enfim, futebol é uma caixinha de surpresas.

Acredito nos três pontos porque não vejo motivo para temer o Nacional. Como temer um time que perdeu para o tal Petrolero? Ou um time que perdeu o campeonato uruguaio para o Danúbio ou algo parecido?

Aliás, que lugar ficou o Penarol, o glorioso clube do passado que vai inaugurar o Beira-Rio?

Tem o fator local, que pesa muito em função das condições do estádio, e a famosa garra uruguaia.

É num jogo como esse que Edinho pode justificar sua contratação.

O técnico Enderson Moreira vai repetir o time que empatou o Gre-Nal. E faz bem. Não tem o que inventar, e isso é bom, limita e impede o treinador de futebol de fazer bobagem. E nós sabemos que eles têm fixação em fazer bobabens. Todos eles têm seus dias de professor Pardal.

É o trio de volantes, um trio de forte pegada, essencial na Libertadores. Barcos centralizado, com Zé Roberto e Luan pelos lados.

Eu só faria uma mudança: Maxi Rodriguez no lugar de Luan.

Concordo com aqueles que pensam que o uruguaio deve jogar mais adiantado, junto ao Barcos. Os momentos mais brilhantes de Maxi foram em jogadas na região da grande área. Ele mais recuado, armando e marcando, vira um jogador comum. Parece que não tem força para essa função.

Zé Roberto, que muitos querem ver longe, ainda pode ser muito útil pela sua experiência e alta técnica. Aliás, até o técnico Renato Portaluppi descobrir que Zé só empacava o time do Grêmio, ele era unanimidade, ou quase.

Lembro que aqui no Boteco apenas o Francisco dava pau no Zé e era corneteado por outros botequeiros, eu inclusive. De onde concluo, talvez com exagero e precipitação, que Francisco e Renato são os que mais entendem de futebol.

Então, que venha o Nacional. Não há por que temer o Nacional. Respeito, sim, mas medo nunca.

O incrível poder de Barcos no Grêmio

O empate foi o melhor resultado possível para o Grêmio. A derrota seria humilhante e a vitória deixaria o time convencido, ‘se achando’, o que seria péssimo para o enfrentamento que realmente interessa no momento, contra o Nacional, em Montevidéu.

Se o resultado foi bom, a meu ver, a atuação foi preocupante.

Na verdade, não esperava muito mais do Grêmio. Por isso, defendi que jogasse com os titulares, não para vencer o Inter, mas para preparar a equipe. Era importante um teste forte antes da estreia na Libertadores.

O teste aconteceu e mostrou que há muito o que resolver. Não sei se o técnico Enderson Moreira terá capacidade e tempo para ajustar o time.

Mas principalmente o que falta é ‘apenas’ o essencial no futebol: alguém que faça gol. Um goleador, um artilheiro, um matador.

Barcos é o anti-matador. Barcos é um articulador, um preparador de jogadas para as quais ele não se apresenta para concluir. Raramente ele está naquela área no entorno da marca do pênalti.

E quando está, perde gols. Outra coisa, ele é excelente cabeceador, mas na defesa, para afastar a bola do adversário.

Então, Barcos é o centroavante que Enderson tem. Que Luxemburgo teve e que Renato teve. Barcos vai derrubar mais um treinador, porque simplesmente ele não consegue ser o que o time precisa, um matador.

Se ele fosse tão bom centroavante como é marqueteiro, estaria jogando em clube de ponta da Europa.

Então, a falta de um camisa 9 titular é o principal problema do Grêmio. Não é centroavante de velocidade ou coisa parecida. Aliás, o Grêmio não precisa desse tal Dudu. Alguém já ouviu falar nesse jogador? Ele não é solução pra nada, talvez apenas para seu procurador e arredores.

Infelizmente, a direção do Grêmio capitulou. É refém de Barcos. Até capitão do time ele é. Um sujeito que entregou para a mídia o atraso salarial no clube.

Não entendo por que tanto poder para esse funcionário do clube. Se ainda fosse um jogador que resolvesse…

Será que o Grêmio não contrata um camisa 9 para não ofender Barcos? Pergunta absurda, mas mais absurdo é entrar numa Libertadores apenas com um centroavante, ainda mais com um índice tão baixo de gols.

Um goleiro para disputar com Grohe o Grêmio esboçou contratar, mas centroavante não.

Desde já elejo a direção do Grêmio, que tanto defendi, como responsável maior por um eventual fracasso do time já na primeira fase da Libertadores.

Enderson Moreira, portanto, não é o principal equívoco de Koff e cia.

A GENI DO GREMIO

Não responsabilizo Pará pelo gol de Fabrício. Ele teve de sair da posição para marcar o Jorge Henrique, que estava sozinho. Quem deveria estar ali seria um dos 4 volantes que Enderson mandou a campo. Se tivesse um volante ali, Pará teria ficado na dele. O problema foi de entrosamento, de posicionamento. Sobrou para Pará.

Pará é a Geni do Grêmio.

GRE-NAL

O Grêmio teve um começo vibrante. Mas é normalmente assim jogando em casa. Achei o Inter um time mais ajustado, mais consciente.

Foi um jogo parelho. O Inter foi mais efetivo nas conclusões. Marcelo Grohe fez grandes defesas. Muriel trabalhou menos, mas fez uma defesa sensacional num chute sensacional de Edinho.

O empate foi justo.

VUADEN

Errou ao não marcar o puxão de Willians em Pará no começo do primeiro tempo. Pênalti. Até o Batista deu. O comentarista de arbitragem da Band disse que não foi pênalti. Ficaria surpreso duas vezes se ele repetisse Batista.

No pênalti marcado, a bola bateu no braço de Paulão. Barcos estava na jogada e talvez ficasse com a bola. O toque prejudicou a ação de Barcos.

Vuaden demorou para dar cartão amarelo. Willians merecia no primeiro tempo. Mas os primeiros foram gremistas, e com correção. Só no final ele começou a amarelar os colorados, que continuam sem levar vermelho, apesar da violenta entrada de Rafael Moura em Rodolpho.

KLEBER/LUAN

Gosto muito desse Luan. Ele começou bem, mas não há dúvida de que Kleber seria muito mais útil, até para se impor aos marcadores colorados. Inclusive por uma questão de respeito. Luan é um guri talentoso, Kleber um atacante decadente, mas que ainda incomoda, perturba e preocupa o adversário.

Mas foi bom ver Luan no time titular. A experiência será importante para o jogo contra o Nacional.

Gre-Nal para o Grêmio ajustar o time

O Gre-Nal, para o Grêmio, deve ser encarado como um ensaio, uma preparação para o jogo que realmente interessa.

Sendo assim, não consigo imaginar um time que não seja o titular. O Grêmio precisa de entrosamento. O técnico Enderson Moreira certamente quer implantar sua maneira de ver o futebol e para isso nada melhor do que colocar suas ideias em prática, jogando, enfrentando adversários fortes.

Não é aceitável começar a Libertadores sem um teste de verdade.

Pelo que o time mostrou mesmo contra adversários modestos como Aymoré, Veranópolis e até mesmo o Juventude, esse time armado por Enderson é mais do mesmo, ou seja, o esquema de Renato, mas piorado. Segue incompetente na frente, mas agora mais vulnerável defensivamente.

Só tem uma maneira de melhorar isso: treinando e principalmente jogando.

Então, o melhor que o Grêmio tem a fazer é começar o Gre-Nal deste domingo com aquilo que o treinador considera sua força máxima, o time ideal para enfrentar o Nacional em Montevidéu.

Que talvez, aliás, muito provavelmente, não é o time que a torcida, pelo menos boa parte dela,  gostaria de ver em campo, inclusive eu.

Se não houvesse o jogo contra o Nacional, eu começaria o jogo com três volantes – Riveros centralizado e Ramiro e Zé Roberto. Dois meias: Jean Deretti e Luan. Na frente, o Barcos, que é o que a casa oferece por enquanto.

Alan Ruiz está inscrito e pode jogar. Ele poderia ser um dos meias.

Projetando o jogo contra o Nacional, imagino que Enderson irá começar o clássico assim:

Marcelo Grohe; Pará, Rodolpho, Bressan e Wendell; Edinho, Ramiro e Riveros; Alan Ruiz e Zé Roberto;  e Barcos.

Alán Ruiz seria o cara capaz de sacudir a mesmice do futebol gremista, a exemplo do que fizeram Deretti e Luan contra o Veranópolis, descontando a baixa qualidade do adversário.

Esse time deve ser muito ruim de ver jogar, mas precisamos ser pragmáticos e pensar que o negócio é voltar do Uruguai ao menos com o empate. Por isso, Enderson vai fazer aquilo que ele diz não gostar: armar um time que jogue por uma bola.

Em tempo: há rumores de que Abel foi informado por um dedo-duro que o Grêmio não irá com titulares.

ABELÃO

Pra começar, o Grêmio está na Libertadores com um treinador de Gauchão; e o Inter está no Gauchão com um treinador de Libertadores.

Isso posto, destaco que Abel confirmou o time para o Gre-Nal. Pelo menos da boca pra fora.

O Inter terá também um meio de campo numeroso. Na frente mesmo, só o Rafael Moura.

Vejamos: Muriel; Gilberto, Paulão, Juan e Fabrício; Willians, Aranguiz e Alex; D’Alessandro, Rafael Moura e Jorge Henrique

Na escalação anunciada, D’Alessandro ‘quero-uma-bola-só-pra-mim’ e Jorge Henrique são colocados como atacantes, mas todo mundo sabe que eles são meias.

Agora, é um meio-campo forte e de qualidade.

Acho que vai dar empate: 0 a 0 ou 1 a 1.

DUDU

No início dos anos 70, acho que em 1971, o Grêmio contratou Tião Quelé. Foi no Tião errado. O certo era um centroavante do Coritiba, o Tião Abatiá, atacante rompedor, goleador.

Agora, o Grêmio estaria contratando um suposto atacante, Dudu, que começou no Cruzeiro de MG. Foi destaque e logo se transferiu para o Dínamo de Kiev. Tem 22 anos. Ele chegou a trabalhar com Enderson na Base.

Assisti a um vídeo com lances dele. Dudu me parece mais um meia do que atacante. Ele atua no meio, arma e marca, mas chega com velocidade à frente. Aliás, no vídeo, datado de 2011, há um registro de que ele é um ‘meio-campo’.

Tire suas conclusões:

ENCONTRO DOS BOTEQUEIROS

Atenção, fica combinado assim: Bar do Beto da V. Aires, 20h, deste sábado.

Acho que vai dar pra lotar um fusca com os participantes.

As meninas são bem-vindas.

O RW ficou de comparecer e prometeu levar um litro de Bardhal B-12.

Choque de gestão

Desde o ano passado o Grêmio precisa de um choque de gestão dentro de campo.

Trago essa expressão do economês para o futebolês – aliás, a palavra da moda é intensidade, o time tem que jogar com intensidade – depois do que tenho visto do Grêmio e do que vi contra o Veranópolis.

Não é mais possível querer um time rápido, incisivo e criativo com esse time que iniciou o jogo, praticamente o mesmo do ano passado.

Um time engessado, burocratizado e emburrecido.

E agora ainda mais fácil de ser marcado. O que fez Julinho Camargo, aquele que alguns acreditaram que daria certo no Grêmio e que eu torpedeei assim que seu nome foi anunciado, para marcar? Simples, deixou Edinho livre para lançar, avançar, plantar bananeira e até acenar pra namorada.

É o que vai fazer Abel Braga no Gre-Nal. Marca todo mundo e deixa livre o Edinho pra criar.

Não que os outros sejam muito criativos e ousados, não. Zé Roberto e Maxi também são previsíveis. O uruguaio está mostrando que não tem bola para ser titular do Grêmio.

A gente só conhece de verdade um jogador quando ele começa vários jogos. Não bastam belas jogadas e lindos gols entrando no decorrer dos jogos para conquistar a titularidade. É preciso mais.

Jean Deretti, por exemplo, pode ser esse titular da meia. Mas hoje ele é o Maxi de ontem. Entra e arrebenta. Encanta a torcida, que grita seu nome.

Sempre gostei do Deretti. Acho que vale muito a pena insistir com ele.

Agora, gosto mais ainda do Luan. Este me parece um projeto mais adiantado de craque.

Então, Deretti e Luan são o choque de gestão que está faltando. Eles e talvez mais o Tinga. Quem sabe o Lucas Coelho? Até o Paulinho, desde que ele se compenetre mais e escolha melhor suas companhias para sair à noite. Aliás, melhor ficar recolhido.

Então, esse choque de gestão precisa ser dado no Grêmio já.

Sem isso, o sonho da Libertadores é capaz de morrer na primeira fase.

Ah, como é agradável ver jogadores como Luan e Deretti, que partem pra cima do adversário a dribles sem medo da felicidade.

ENCONTRO DOS BOTEQUEIROS

Quem sabe sábado, 20h, em algum lugar qualquer da noite de POA?

Os Rojões e o Exército Gremista

Os dois rojões jogados por um sujeito que estava na torcida do Grêmio – por isso, para efeitos punitivos -, um gremista, podem custar caro ao Grêmio. A denúncia foi encaminhada ao Tribunal da gloriosa FGF do glorioso sr. Noveletto. A punição pode atingir a perda de  dez mandos de campo, segundo li nos sites esportivos. É claro que não chegará a tanto.

No máximo, no máximo, nove jogos.

Sinceramente, não me preocupo com o que possa acontecer com o Grêmio no tribunal – duvido que reverta em cestas básicas como fez com Dunga ano passado -, até porque o título do Gauchão 2014 já tem dono.

Minha preocupação é com a Libertadores. Sei que a direção do Grêmio está reunida neste começo de noite de segunda-feira para tratar do assunto que está ligado diretamente ao confronto com uma pequena, mas ruidosa e atuante, parcela da imensa torcida tricolor.

Estou convencido de que os rojões atirados em direção ao goleiro do Juventude foram um aviso de um grupo de indivíduos que estão perdendo sua fonte de renda.

Não posso acreditar que a ação desse sujeito – felizmente parece ter sido identificado pelo policiamento – estivesse assim tão revoltado com o jogo em si para jogar rojões para dentro do campo.

Posso estar enganado, mas foi uma ação premeditada, um aviso do que poderá acontecer na Arena em algum jogo da Libertadores caso o Grêmio não ceda e não volte a liberar dinheiro para esse grupo que está perdendo a mamata.

Até entendo esse pessoal. Afinal, o negócio deles não é exatamente o bem do Grêmio. O negócio deles é faturar às custas do Grêmio, sob o pretexto de torcer pelo time.

Então, não tenham dúvida, eles farão de tudo e mais pouco para não perder esse teta gorda e farta que a atual direção decidiu secar.

Foi gestado um monstro. O monstro fugiu ao controle. Mais que isso, quer assumir o controle, o que é inaceitável.

O Grêmio buscou o diálogo, a harmonia. Sem sucesso.

Depois dos rojões de domingo no Jaconi não sei se ainda há espaço para um entendimento.

Por via das dúvidas, eu tomaria todos os cuidados para evitar que algo semelhante ocorra na Libertadores.

Uma das medidas seria lançar uma campanha de marketing convocando cada gremista – assim como foi feito no plano Cruzado, anos 80, quando cada cidadão passou a denunciar reajuste no preço de mercadores nos supermercados – que for aos jogos do Grêmio – mesmo os do Gauchão – a atuar como fiscal, mas um fiscal realmente ativo e disposto a denunciar qualquer torcedor com atitude suspeita.

Cada torcedor poderia ostentar no peito um adesivo, algo como ‘Fiscal da Paz’, ‘Paz no Futebol’, etc.

É claro que só isso não resolve, mas vai contribuir para inibir os mal-intencionados. Ao mesmo tempo, mostrará ao pessoal da Conmebol que o Grêmio está fazendo de tudo para conter seus ‘torcedores’ mais impulsivos, digamos assim.

O importante é que o Grêmio já constatou que está em guerra.

Está na hora de convocar seu Exército Gremista.

O TIME

Como eu ia dizendo, já joguei faz tempo a toalha no que se refere à Libertadores.

Não vi o jogo contra o Juventude. Mas pelo que li nos comentários do artigo anterior depois de passar todo o fim de semana em Linha Coxilha, no interior de Saudades, no oeste catarinense, não há novidades.

O time do Grêmio continua insuficiente, principalmente em termos ofensivos.

E o pior é que nem é por culpa do Enderson.

Falta qualidade na frente – criação e finalização. A mesma que faltou para Renato.

A continuar assim, Enderson vai apelar para o mesmo recurso de seu antecessor: armar o time para jogar por uma bola.

A sorte colorada na tabela do 'charmosão'

Se a tabela do Gauchão/2014 fosse dirigida para favorecer o Inter não teria o sucesso que teve o sorteio que definiu os locais dos jogos, por exemplo.

Sim, sou informado que houve um sorteio, que não foi o presidente Francisco Noveletto quem definiu tudo, asfaltando o caminho do clube do seu coração.

Devo acreditar que houve um sorteio, nem tenho por que duvidar. Afinal, Noveletto é um empresário bem sucedido, embora já não possa dizer o mesmo sobre sua performance no comando do futebol gaúcho, que só caiu desde sua posse.

Quer dizer, engano meu: a FGF nunca foi tão rica. E os clubes? Bem, seus presidentes fazem turismo de graça uma vez por ano. No mais, quase todos estão na penúria.

Estou convencido de que Noveletto não perderia seu tempo manipulando a favor do Inter e contra o Grêmio. Seria muita pequenez, muita mesquinharia. Mas o fato é que o Grêmio saiu prejudicado.

Talvez nem tanto, porque não ouvi nenhuma voz tricolor erguendo-se contra a tabela definida nesse sorteio aparentemente sem testemunhas. Espero que elas, as testemunhas, surjam para afastar as nuvens escuras que atormentam os gremistas nas redes sociais. Espero que haja fotos, documento assinado. Essas firulas que dão veracidade às decisões de gabinete.

Sei que o foco da direção gremista é a Libertadores, mas penso que um pouco mais de atenção ao regional em que o Inter acumula títulos seria interessante. Até para mostrar que o clube está atento, não muito interessado, masvigilante.

O Grêmio poderia lamentar publicamente sua má sorte no tal sorteio. Vejam que coincidência: as duas maiores forças do Interior são Juventude e Caxias, certo?

Pois o Grêmio enfrenta esses dois clubes em Caxias do Sul. O Inter aonde? Em casa.

Outra pedreira, ainda mais em sua casa, é o Brasil. O Grêmio já jogou no Bento Freitas e teve a sorte de arrancar um empate. O Inter vai pegar o Brasil em casa, Beira-Rio ou sei lá onde.

Eu poderia parar por aí, mas tem o Zequinha. Nenhum clube gosta de jogar no piso sintético, onde o Zequinha está acostumado e costuma vencer.

O Grêmio padeceu no piso instalado pelo Noveletto e perdeu o jogo. O Inter não precisará passar por esse sofrimento: não irá jogar no Passo d’Areia. Muito menos à tarde.

Como eu ia dizendo, se fosse uma tabela dirigida para beneficiar o Inter e prejudicar o Grêmio no ‘charmosão’ não conseguiria um resultado tão positivo.

Imaginem essa falta de sorte gremista transferida para o Brasileirão…

Incrível, M. Antônio está de volta

Cada vez fico mais convencido de que no futebol a gente não pode deixar por perto aqueles que já comprovaram insuficiência para jogar em clube de ponta.

Quando soube que Léo Gago havia voltado – curioso como um jogador que foi titular do Grêmio em dezenas de jogos não despertou interesse de grandes clubes que pudessem atender seus anseios profissionais – fiquei assustado. Fiquei intrigado também com o fato de o Palmeiras não ter se esforçado para continuar com ele. A coisa piorou quando li que estava treinando com o grupo. E, numa escalada aterrorizante, ele acabou ficando no banco de reservas.

Paralelamente, descobri que Marco Antônio estava por aí, meio escanteado, à espera de proposta. A proposta não veio, claro. Será que nem a Portuguesa ond, dizem, ele jogou uma enormidade, não quis o talentoso MA de volta?

Hoje, estourou a bomba, confirmando que quem está por perto acaba sendo chamado, se fardando e até jogando.

MA está de volta. Teve seu contrato renovado ou algo assim.

A notícia surge ao mesmo tempo com a informação de que o Grêmio estaria contratando Júlio César, o que seria um golpe em Marcelo Grohe. Mais um golpe.

Hoje, desconfio que a vinda de JC foi apenas uma cortina de fumaça para encobrir a terrível realidade:

Marco Antônio está de volta.

Bem, pra mim não muda muita coisa, pois já joguei a toalha há algum tempo.

Se bem que eu ainda tinha alguma esperança, que agora se acabou.

E se o Grêmio não tivesse goleado?

E se o Grêmio não tivesse goleado? Tivesse vencido com um gol, de pênalti – cobrado por Kleber, claro – ou até mesmo empatado? Perdido, não, porque nem o mais enlouquecido ficcionista poderia imaginar uma vitória do lanterna Aimoré sobre os titulares do Grêmio em plena Arena.

A corneta seria inevitável. Os arautos do apocalipse e os portadores de ansiedade aguda estariam profetizando uma hecatombe  tricolor na Libertadores, competição que é prioridade do clube.

Entendo que tanto um eventual resultado negativo como a goleada ocorrida devem ter uma avaliação discreta, cautelosa, sem arroubos. É isso, aliás, que as pessoas de modo geral estão fazendo.

Só não concordo com aqueles que conseguiram ver um time mais ofensivo e com jogadas ensaiadas a partir de um jogo contra adversário inexpressivo.

Em situações assim, tudo parece maravilhoso, as jogadas fluem com mais facilidade e dão a impressão de que ali está um time realmente promissor. Então, tenho muito cuidado e não me deixar levar por manchetes ufanistas, que mais servem para iludir e criar falsas expectativas.

Agora, descontando a fragilidade do adversário, o Grêmio fez uma partida. Fez a sua parte: goleou.

Mas não posso desvincular o que vi do que pretendo ver: um time forte para VENCER a Libertadores. Neste aspecto, falta muito ainda.

Por isso, sou cauteloso em relação ao jovens que estão surgindo e a esse ‘novo’ time titular, comandado agora pelo Enderson Moreira.

Confesso que estou impressionado com algumas análises a partir dos 4 a 0 sobre o modesto time de São Leopoldo, cotadíssimo para voltar à segundona gaúcha.

Houve quem percebesse avanços significativos na estreia do time principal no Gauchão.

Quando leio e ouço análises tão entusiasmadas sinto-me mal, muito mal, por não ter visto tanta qualidade, tantos progressos. Fico quase convencido de que não entendo nada de futebol.

COTAÇÃO

Mesmo desconfiado de que preciso me reciclar como analista de futebol e corneteiro do bem, ouso fazer uma rápida análise do que vi no domingo à noite na Arena. Repito, sempre dando um bom desconto em função do adversário.

Marcelo Grohe fez três defesas espetaculares. Tão impressionantes que o ‘Gênio da Padre Chagas”, como diz o RW – cornetadorw – nem tocou no assunto futebol em sua coluna desta segunda-feira. Tivesse Grohe falhado, não escaparia de uma ‘homenagem’ na tal coluna, que foi ocupada estranhamente por amenidades.

Os dois laterais foram relativamente bem. Pará esforçado como sempre e Wendell mostrou que pode ser titular, mas ainda precisa provar.

A zaga foi eficiente, nada além disso. Destaque para Bressan por sua presença na área rival, inclusive com um gol.

O time ‘ofensivo’ de Enderson recuperou o volantão, figura cada vez mais próxima da extinção, mas que tem sua utilidade em jogos encardidos. Edinho estreou bem, e até fez algo muito raro em sua carreira, um gol. Seu posicionamento para aproveitar o cruzamento me pareceu algo ensaiado. Aí, mérito do técnico.

Edinho teve a companhia de dois volantes, Ramiro e Riveros, este um pouco melhor que o colega de função. O paraguaio fez dois gols, um anulado equivocadamente. O trio teve a ajuda constante de Maxi Lopez, que, melhor preparado na pré-temporada, teve fôlego para ajudar no combate no campo defensivo, articular e chegar à frente. Maxi jogou bem, mas ainda não vi nele condições de ser titular de um time que busca a Libertadores.

Na frente, a dupla Kleber/Barcos. É o que a casa oferece. Barcos fez um golaço e algumas boas jogadas. Kleber esteve um pouco abaixo.

Confesso que estou traumatizado com esses dois. Hoje, afirmo que nada espero deles. Talvez com o tempo eu possa superar esse trauma. Torço por isso.

INTER

O time B do Inter está indo muito bem. Alguns guris estão despontando bem – o mesmo ocorreu com a gurizada gremista. Por enquanto, todos são promessas, algumas mais rutilantes.

É sempre preciso considerar o nível sofrível dos times do Interior.

Mesmo assim, é bom perceber que estão surgindo novos talentos.

CONFRATERNIZAÇÃO

O I Encontro dos Botequeiros e Simpatizantes pode ser realizado na semana que vem. Penso no Box 21, mais discreto; no Wunderbar – na parte baixa da DR. Timóteo; ou no Bar do Beto, o da Getúlio Vargas. O dia pode um sem rodada do Gauchão. Seria em torno das 20h. Que tal convidar o RW, o Demian e o Seu Algoz?